For you, my brother escrita por Kagura May


Capítulo 2
Tsukasa?


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão? Espero que todos estejam bem apesar do isolamento social (Está acabando comigo -.-")



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O silencio é aproveitado pelos alunos em uma aula pacifica ao qual o único barulho que pode ser ouvido é a voz do que vos ensina e, talvez, o barulho das escritas dos colegas ao seu redor. Aprender a matéria não é algo tão difícil para alguns, principalmente os amantes de história, o que não é o caso de Yashiro Nene. Sua dedicação para se manter concentrada no professor e em suas falas são altas, não somente para não ir mal no fim do bimestre, mas também para não se matar de estudar como aconteceu em seus últimos exames. É sua oportunidade de não se forçar a não viver e ficar tranquila sem se sobrecarregar assim como sua amiga, Akane Aoi, a garota mais inteligente do primeiro ano do ensino médio. 

Por alguns instantes, seu livro que se manteve em pé na sua mesa caiu em cima da sua mão interrompendo suas anotações. Uma cabeça surgiu a sua frente usando o móvel de apoio, acompanhada com aqueles olhos obscuros e sombrios como se tivessem acabado de sair de um filme de terror para ameaça-la de morte, o que não é tão normal e nem tão difícil de se acontecer já que estamos falando da Academia Kamome.

 

— Como você se chama mesmo?

 

Yashiro não conteve o grito e pra piorar, bateu seu joelho na sua mesa, quase derrubando suas coisas no chão. Em questão de instantes, ela ganhou a atenção de todos, principalmente dos seus colegas que não entendem o que acabou de acontecer. Por que ela gritou? O que realmente aconteceu? Para sua falta de sorte, o professor foi o primeiro a direcioná-la a fala e como esperado de qualquer aluno japonês, Yashiro se levantou e se curvou, desculpando por ter interrompido a aula e voltou a se sentar, mais aliviada por não ter tido problemas maiores apesar do constrangimento ainda permanecer. 

 

— O que está fazendo aqui, Tsukasa?

 

Sussurrou o suficiente para apenas ele escutar. Yashiro sabe muito bem com quem está lidando e qualquer cuidado é pouco, ainda mais para um garoto sem limites ou medos.

 

— Não é óbvio? Estava te procurando. Foi difícil descobrir qual é sua turma, sabia?

 

Um sorriso se abriu no rosto de Tsukasa como quem diz ter um motivo mais especifico para estar ali.

Se fosse um aluno qualquer ou um fantasma de baixo nível, seria muito mais simples dispensá-lo ou pedi-lo para se encontrarem em outro momento e é o que Nene quer muito fazer, mas sua mente se enche de lembranças desagradáveis, principalmente a última em que foram presos no mundo criado pela número 4, Shijima Mei, onde Tsukasa afirma para Yashiro fazer um bom trabalho matando o Amane ou quando forçou a Shijima a ter seu desejo realizado com algum pagamento provavelmente.

Respirou fundo uma, duas, três, do mais discreto para o mais expressivo.

 

— Não podemos nos ver depois? Preciso me concentrar na aula.

 

Um semblante sério surgiu que veio acompanhada de duas mãos guiadas para as bochechas de Yashiro e seus rostos próximos, a forçando fixar sua visão apenas no seu incomodo. A aproximação invasiva de Tsukasa a fez estremecer, sabia que podia ser seu fim, ali, naquele momento. Seu arrependimento foi ainda maior ao lembrar vagamente da conversa no festival quando Hanako ainda era vivo. Algo como "Ele fica violento se você tenta parar ele".

Pediu ajuda mentalmente para Hanako ou Amane, como preferirem chamar, para socorrê-la de seu irmão gêmeo mais novo. Tinha uma pequena esperança, mesmo que seja pouca, de que ele a escutasse e viesse correndo resolver seus problemas.

 

— A aula pouco me importa.

 

Estremeceu mais uma vez.

Novamente, sem que Yashiro perceba, a atenção foi voltada a ela por seus sussurros e comportamentos esquisitos. Os seus colegas cochicham sem parar, inventam teorias ou motivos para os ocorridos repentinos, afinal, estava tudo bem até pouco tempo atrás. O professor demorou um pouco para perceber, só que assim que o fez, tentou raciocinar o que fazer diante da situação bizarra e cômica da sua aluna com as mãos na mesa e o rosto perplexo.

Aoi Akane olhou para trás, tirou seus óculos para ver a real situação da sua colega de classe e suspirou. Não acredita que teria que resolver isso novamente.

 

— Professor, a Yashiro não parece estar se sentindo bem. Vou levá-la a enfermaria!

 

Abaixou o braço após a confirmação do professor e saiu de sua carteira colocando os óculos na camisa. Puxou os braços de Yashiro e, com certo desgosto, segurou a roupa de Tsukasa, levando-os para fora da sala de aula. Um suspiro soltou por não acreditar que está a tentar resolver esses problemas para não ter o presidente do conselho estudantil, Minamoto Teru, na sua cola tentando puni-lo. Obviamente que esse não é o único motivo, ter um pervertido perto de Ao-chan é o que menos deseja, principalmente quando se trata do... Amane?

 

— Vocês deviam se comportar, sabiam? E você é muito irresponsável vir atrapalhar nossa aula de novo, Número 7-sama.

— Amane, vem te ver nas aulas?

 

Tsukasa olhou para Yashiro com curiosidade mantendo um ar ingênuo o que a fez corar novamente. 

 

— Não! Não! Claro que não! Só... Foi naquela vez. 

 

Naquela vez, essas duas palavras foram o suficiente para Tsukasa entender de outra forma. Não somente isso, mas as negações com a cabeça e seus braços pareciam motivos para suspeitar. 

Akane-kun rapidamente notou que aquele não é o garoto que imaginou que fosse. Suas roupas estão diferentes, de fato, mas quem mais teria esses cabelos negros com esse corte e olhos amarelados? O jeito de falar, esse ar ingênuo proposital, seus olhares e expressões, a maneira como se porta com Yashiro não são características do Número 7-sama. Então... Quem é esse?

 

— Yashiro, quem é ele? 

 

Antes dela responder, Tsukasa o faz em seu lugar. Óbvio que foi uma surpresa para Akane-kun, só que ele não liga para nada além da Aoi e saber que seu "líder" possuí um irmão gêmeo não muda seu pensamento, afinal, se um é assim, o outro possivelmente pode ser também. Ele repetiu a bronca sem se preocupar com os detalhes ou era a sua intenção. Não conseguiu tirar os olhos de Yashiro que se manteve assustada e fazia um x com os braços enquanto balança a cabeça de um lado para o outro totalmente desesperada. Ele arqueou as sobrancelhas. Ainda não entendeu qual é o problema ou o que está fazendo de errado.

Tsukasa, por sua vez, não gostou nada de ter um "pai" para falar o que ele pode ou não fazer, sem falar que esse cara o está atrapalhando. Ele deve sumir do seu caminho.

Deu o primeiro passo involuntariamente, mas os braços de Yashiro em volta de sua barriga o impedem de andar.

 

— Por favor, não faça nada com ele! 

 

Implorou Yashiro. Mesmo com medo, não pode deixar Tsukasa acabar com seu colega de classe, não na sua frente. 

 

— Eu faço o que você quiser! 

 

Um sorriso foi exposto no rosto do garoto, por motivos aos quais Yashiro não entende ainda, mas um leve arrependimento teve ao se lembrar de suas palavras. Soltou seus braços para se afastar dele e engoliu em seco. Lá vai ela mais uma vez se meter onde não se deve. Já consegue ouvir as broncas de Hanako de fundo enquanto limpa o banheiro e uma provável punição que irá receber.

Morrer não deve ser tão ruim, pensou vencida por seu arrependimento. 

 

— Qualquer coisa?

— Qualquer coisa não!

 

O garoto fantasma protestou já que ela tinha acabado de dizer que iria fazer o que ele quisesse. De que adianta dizer que ele pode escolher se existe exceções? Para Tsukasa, não fazia o menor sentido. 

 

— Tsukasa? Yashiro? Número 1? O que estão fazendo aqui?


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