For you, my brother escrita por Kagura May


Capítulo 14
Em nome do amor




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Chegando ao seu armário de sapatos, mais uma carta Yashiro encontrou. Com certo receio pelas suas experiências passadas a pegou e abriu. A escrita está bonita e elegante como se estivesse sido preparado por alguém com uma ótima caligráfica o que acalmou a jovem. Nada seria pior do que receber outra carta estranha do seu cunhado.

"Venha me encontrar no terraço assim que chegar"

Será uma confissão do amor de algum rapaz? Ou será Hanako querendo ser romântico? Deveria procurá-lo primeiro? As dúvidas vieram junto com a insegurança de ser outra pegadinha. Mas e se for algum estudante? Não queria deixá-lo plantado, pelo menos se fosse com ela, detestaria levar este tipo de bolo.

Respirou fundo e trocou seus sapatos com seu rosto levemente avermelhado. Poderia ser o seu amado? Não deveria pensar negativo, principalmente com essa possibilidade. Subiu em passos rápidos tentando evitar os problemas já que não se pode correr nos corredores. O que poderia ser? Quem poderia ter mandado? O que essa pessoa queria? Ainda mais no terraço, um lugar que poucas pessoas vão, principalmente no horário da entrada.

Com seu coração batendo a mil e sua respiração ofegante, finalmente viu a última escada e a porta logo a frente. Dessa vez, economizou tempo correndo e a abrindo forte o suficiente para ser escutada no primeiro degrau do andar abaixo.

Não tem ninguém.

Notou decepcionada, mas andando mais para frente, escutou a porta se fechar e seu primeiro nome ser chamado em um tom melódico. Aquela voz que tanto está a evitar ao ponto de sua presença a desagradá-la.

 

— Você demorou. Por quanto tempo pensou em me deixar esperando? — perguntou, abrindo aquele sorriso infantil de sempre, mas com um olhar vazio.

— Foi você quem enviou essa carta?

 

Pegando a carta do bolso do vestido, Yashiro o mostra com a carta aberta e junto do envelope.

 

— Sim. Eu pedi pra Nanamine escrever. A letra dela é bem fofa, não acha?

 

Suas mãos tremem por seu incomodo. Se soubesse, teria chamado o Hanako. Se soubesse, nem teria aparecido pra inicio de conversa. O que ele planeja? Irritá-la? Desde o dia anterior, não consegue esquecer das palavras e expressões que seu amado fez quando perguntou mais uma vez sobre seu passado, mas agora que está aqui, precisa focar em resolver o assunto.

 

— O que você quer?

 

A expressão do garoto mudou de um olhar vazio para rancor e com aquele sorriso. Podia enxergar a atmosfera entre eles mudando drasticamente.

 

— Eu gosto de você, então Nene-chan, saia comigo.

 

Após ouvir suas palavras, o corpo da estudante estremece como nunca imaginou. Passou por inúmeras aventuras que podia jurar que morreria ali e nenhum deles a causou tanto nojo e angustia do ouvir essa confissão. Na verdade, nunca imaginou que odiaria ou receberia uma confissão tão falsa.

 

— Eu gosto do Amane e estamos namorando — respondeu firme, mas logo foi respondida.

— Mas você pode terminar com ele, certo?

 

Terminar... Terminar com o Amane por um garoto como ele? Como se ela fosse idiota o suficiente para fazê-lo.

 

— Eu nunca faria isso! — gritou ao ponto de ser tão claro a sua irritação.

 

Tsukasa, após tantos sorrisos falsos, finalmente abriu um verdadeiro. Quem imaginaria que teria que chegar a esse ponto pelo seu querido irmão?

 

— Você  realmente gosta do Amane? Você não sabe nada sobre ele.

 

Dessa vez, trémula pelo medo, a garota dá alguns passos para trás. O que vai acontecer agora? Está sozinha. Como pode pedir ajuda? O que ele vai fazer com ela? Aquela expressão calma com seu enorme sorriso de quem está aproveitando o momento a fazia apertar cada vez mais suas mãos contra seu peito e seu coração só piorou a chance de fazê-la pensar.

Finalmente, uma coragem suicida veio em si junto com a grande vontade de lutar pela sua vida caso fosse necessário.

 

— Aonde quer chegar? Você gosta tanto assim do Amane?

 

O questionou revoltada, intrigada, mas somente um riso falso e irônico surgiu no rosto do garoto.

 

— Quem gostaria de um fraco como aquele? O Amane é meu brinquedo favorito. Adorava quando ele fazia tudo o que eu queria sem se impôr.

 

Um flash veio na mente de Yashiro, lembrando dos machucados que viu quando tirou a Yorishiro do quinto mistério escolar e quando se perdeu no Nenhum lugar. Aquelas faixas, aqueles ferimentos, a maneira como Yugi Amane encobriu o responsável por aqueles machucados. Não poderia ser, poderia?

 

— Aqueles machucados que o Amane tinha quando estava vivo... Foi você quem fez?

— Quem mais seria?

— Ele se importava com você! Se preocupava com você! Como...?

 

Seu braço se levantou junto com Kokujoudai que o envolveu e logo se disparou a ela passando apenas de raspão. Um estrondo foi ouvido e logo em seguida outro pela entidade que quebrou a grade nessas duas vezes. A cada passo dado por Tsukasa, Yashiro se afasta. Ela está com raiva, está com ódio. Como ele pode fazer isso com seu próprio irmão?

 

— Ah, te deixei tão irritada? Estraguei o casamento dos meus pais, enlouqueci a família inteira e ainda fui motivo do suicídio do meu irmão mais velho e da minha mãe. Isso é suficiente pra você ou preciso desenhar?

 

Yashiro sente o seu pé bater no concreto e olha para trás, dando de encontro com a altura que o prédio tem. Em impulso, voltou a olhar para sua frente pensando em fugir correndo para os outros lados, mas já não tem mais como fugir...

Seus braços foram agarrados e em seu ouvido, pode sentir a boca próxima do seu cunhado.

 

— Todos são só peças do meu divertimento e você está me roubando uma delas.

 

A porta foi aberta com uma força maior que antes e mais pra frente, pode ser visto o sétimo mistério com sua capa e Hakujoudai parecendo um broche para segurar o vestimento.

 

— Yashiro!

 

Seu rosto pálido foi o divertimento suficiente para Tsukasa. O que ele faria se ela caísse? Pularia junto ou a deixaria morrer? Sem pensar muito, a empurra para fora do terraço, usando aquele enorme espaço que criou graças ao Kokujoudai e dá espaço para o seu irmão passar.

 

— Vem buscar ela, Amane.

 

Em toda velocidade ele foi e pulou daquele mesmo lugar. Hitodama chegou mais próximo dela conseguindo diminuir a velocidade ao qual está a cair, fazendo assim, Amane conseguir agarrar seus braços e puxá-la para o seu peito o usando como escudo para protegê-la do impacto que receberia. Por sorte, Hakujoudai saiu e junto com Hitodama, desaceleram, no último segundo, o suficiente para que nenhum deles sentissem uma dor tremenda ao chocarem com o chão.

Em cima de Hanako, Yashiro está com sua cabeça sendo segurada por seu amado. Acreditou que sentiria o impacto ou que em algum lugar do seu corpo seria machucado, mas não sente nenhuma dor além do seu joelho que raspou. Se sentou para observar melhor o seu corpo e tentar esquecer a ardência do seu joelho que acaba de ter sua meia calça rasgada.

Está tudo bem.

Relaxou ao notar isso.

 

— O Que você está fazendo? E se tivesse morrido? Idiota!

 

Brigou Amane tão furioso.

Um abraço recebeu bem forte e pode notar o quão assustado ele está só pela tremedeira do seu corpo. O que exatamente aconteceu? Foi tudo tão rápido que nem prestou atenção direito. Ela realmente foi jogada? O choque da situação veio, o que a fez chorar junto de Amane, enquanto agarra suas roupas com força. Se não fosse por ele, ela teria morrido, mas Yashiro não quer morrer. Seu peito doeu muito só de pensar na possibilidade e queria gritar em pânico.

Sem que os dois notassem, outros estudantes chegaram comentando sobre. Será que ela está bem? Era melhor chamar uma ambulância? Ela estava tentando se suicidar? Inúmeras dúvidas surgiram e a principal é, como ela está bem depois de cair daquela altura?

 

— Você está bem? O que aconteceu?

 

Aoi se aproximou analisando cada parte do corpo da garota em desespero. Yashiro, notando a presença dela e de Akane, deu um sorriso apesar do seu rosto estar horrível e piorou ainda mais quando notou os olhares ameaçadores do Número 1 para os dois.

 

— Sim, eu esto-

— Vamos para a enfermaria!


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