For you, my brother escrita por Kagura May


Capítulo 12
Mudança de planos




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Tsukasa está mais quieto do que o normal e Nanamine notou isso. Normalmente o garoto costuma ser muito agitado e inesperado, sempre escondendo inúmeros segredos. Para um garoto, ele é muito esquisito e difícil de entender, mas como eles já conviveu durante todos esses meses, ela consegue dizer que está pensando em algo, ou melhor, planejando alguma coisa. 

 

— O que aconteceu? — perguntou ela um pouco preocupada com o que seu silêncio pode significar.

— Como fazer o Amane pedir algo?

 

O garoto olhou para cima com o seu comportamento infantil de sempre. O que ele pretende? Conhecendo seu chefe como conhece, sabe que provavelmente não viria algo bom. Deveria se preocupar? Quando se trata do seu irmão mais velho, Tsukasa não parece tão ofensivo assim ao ponto de causar problemas graves.

 

— Tem alguma coisa que você quer em troca? O que você pediria a ele?

 

O que ele pediria? Como se ele fosse contar algo tão importante a uma mera humana sem poderes.

 

— Não pensei nisso. Só quero que ele me deva um favor.

 

Mesmo sabendo que tais palavras não são o suficiente para justificar suas atitudes, Tsukasa sabe que sua assistente não vai se intrometer mais do que deve. Afinal, o que uma mera humana precisa saber? Sem contar que foi difícil encontrar uma assistente que pudesse seguir suas ordens sem ser idiota ao pedir ajuda e ele não quer ter que tomar as medidas para caso ela venha a divulgar seus segredos. Um sorriso se abriu em seu rosto se lembrando dos momentos juntos com seu querido irmão mais velho. O que ele quer? Não é óbvio? Mas Yashiro continua o atrapalhando. Aquela pequena serva de peixe... Se ela não fosse útil, provavelmente já a teria descartado e para seu desastre, os dois estão cada vez mais próximos.

Amane não sente falta da época em que brincavam ou ficavam juntos jogando? Sempre foram tão próximos, como é possível que uma cadela consiga toda sua atenção?

 

— Bom, de qualquer forma, evite fazer mal a Yashiro. Ela não tem nada a ver com vocês dois.

 

Nada a ver... Claro que ela tem muito a ver! O seu precioso pet e brinquedo está desperdiçando inúmeras horas com uma garotinha fofa e idiota. O quão importante ela se tornou para Amane? E pensar que seu cachorro seria domado por uma mulher na primeira oportunidade. Realmente, seu irmão é ingênuo demais.

Posou no chão convencido de não acabar com a vida da garota. Somente se for necessário, parará de segurar seus instintos, seus desejos e acabará de vez com esse pequeno empecilho.

 

— Onde vai? — perguntou Nanamine um pouco apreensiva.

 Vou ver a Nene-chan.

 

Nene... Chan?

Nanamine ficou o olhando sair da sala tentando compreender o que o fez começar a usar o nome para se referir a outra, só que suspirou lembrando que seu chefe é extremamente teimoso.

Procurando pela Yashiro, Tsukasa conseguiu a encontrar no meio do corredor perto do banheiro feminino pouco movimentado.

 

— Ne-ne-chan! — gritou pelo nome dela enquanto a agarra por trás estando com os corpos perto o suficiente para a garota sentir se sentir constrangida.

 

Yashiro quase gritou, mas por sorte só soltou um grunhido. Como explicar o nojo que veio logo em seguida da vergonha? Para o azar de Nene, ele é um fantasma e não poderia acusá-lo do assédio sexual que está a sofrer.

 

— Tsukasa! — brigou Hanako.

 

O pulso de Yashiro foi puxado para perto do seu amado que empurrou o seu irmão para longe dela e, em um ato de posse, envolveu seus braços ao redor do ombro dela com um olhar mortal.

 

— Não a fique agarrando do nada.

 

O Amane agindo? O que ele perdeu por não ter vindo vê-los ontem? Não seria possível que eles estão namorando agora. Óbvio que o Amane poderia fazer outros pedidos a ele, mas nada seria tão forte no momento quanto sua paixão não correspondida. Tsukasa, então levantando o rosto com um sorriso de deboche, resolveu confirmar o que queria saber.

 

— Por quê? Vocês estão namorando?

— Sim, estamos namorando. Algum problema?

 

Então ele conseguiu conquistá-la.

Observando pela Yashiro, Tsukasa conseguiu notar que não está a mentir ou tentar enganá-lo. A garota está tão vermelha e receptiva a aproximação dele que nem tinha como chegar em outras conclusões. Talvez devesse colocá-la em seu devido lugar?

Aproximando do seu irmão, Tsukasa pousa sua mão no ombro dele evitando qualquer contato com a garota e próximo ao seu ouvido, apenas pode sussurrar um:

 

— Parabéns, Amane.

 

Um sorriso foi dado e notado apenas pelo mais velho que desconfiou. O que foi isso? Nenhum dos dois entenderam, apenas se mantiveram naquela posição até Hanako notar a enorme distância entre eles e Tsukasa.

 

— O que foi isso? — perguntou Nene, após se virar para olhar o outro gêmeo junto com seu namorado.

— Não faço ideia.

 

Hanako respirou fundo profundamente irritado. O que ele pretende fazer agora? Seu olhar foi tremendamente ameaçador e aquele sorriso é o mesmo de quando está prestes a fazer algo de errado. Se antes, não pode abaixar a guarda em nenhum momento, agora muito menos.

 

— Mas é melhor tomarmos cuidado.

 

A garota apenas concorda. Seu namorado está sério demais para levar na brincadeira e finalmente nota que algo está errado na relação dos gêmeos. Eles não estão muito distantes? O que Hanako não a quer contar?

De repente, os lábios do garoto vão para sua testa enquanto volta a flutuar em volta dela junto com um sorriso aconchegante que a acolheu. 

 

— Não se preocupe. Eu vou te proteger quando precisar.

— Certo.

 

Tocando a sua testa, ela nota o quão amoroso ele se tornou. Se soubesse que poderia acontecer, já o teria feito e se dedicado ainda mais. Ainda mais para escrever suas poesias ou escrever em seu diário sobre acontecimentos reais que gostaria de lembrar mais pra frente.

Saltitando foi para sua sala relembrando da noite passada. Jurou que nem conseguiria dormir pela vontade de reviver várias e várias vezes, e agora, jura querer contar para o mundo inteiro o quão alegre está e a primeira seria nada mais e nada menos que Aoi que, com certeza, chegou faz alguns minutos e está na sala de aula.

 

— Aoi! Aoi!

 

A chamou quando segurou  a batente da porta buscando por sua amiga pela sala, mas nenhuma Aoi está. Olhando pela carteira dela, notou a falta da bolsa dela. O melhor foi se sentar na sua desanimada por não poder compartilhar a vivencia, mas nada a tiraria o ânimo do dia.

Cantarolou e cantarolou músicas aleatórias que gosta passando em sua mente.

— Sim, estamos namorando.

Relembrou das palavras de Hanako. Finalmente seu primeiro namorado e seu primeiro beijo. E quem imagina que seria tão bom? Só queria voar e morrer ao mesmo tempo de tão vergonhoso e gostoso que foi. Será que para Hanako foi o mesmo? Será que ele também sentiu seu coração bater, as respirações dela e o desejo apaixonante de continuar sem parar? Será que aconteceria de novo no intervalo se ela lhe pedisse? E qual o próximo passo teria? Ela lhe fez um obento, apesar de que fantasmas não precisam comer, mas queria tanto agir como uma boa namorada e fazer as coisas que sempre sonhou.

 

— O que tá pensando? — perguntou Hanako, curioso após observá-la tão estranha durante os últimos minutos.

 

Escrevendo em seu caderno, perguntou-lhe "Podemos ficar sozinhos no intervalo?" e ficou a encará-lo um pouco constrangida, só que ao mesmo tempo com um ar de cachorro abandonado.

Um abraço recebeu por trás o que a deixou um pouco ansiosa e voltou a se sentar corretamente no móvel. Os lábios de Hanako tocam o seu ouvido esquerdo o que a faz se arrepiar.

 

— Faço tudo o que você quiser.

 

Um sorriso imenso ela teve que segurar, pois teima em continuar. Será que isso vale para um beijo também? Ou talvez segurar as mãos enquanto andam? Ou um "Eu te amo" enquanto se encaram? Seu rosto queima com a possibilidade.

 

— Tarada. Está pensando naquelas coisas no meio da sala?

— Claro que não, idiota.

 

Incha suas bochechas, revoltada pela tamanha imaginação do garoto, mas volta a sorrir quando ele solta uma risada gostosa.

 

— Imagina.

 

Sua palavra soou em tom melódico apenas para provocá-la ainda mais. Por sorte, Aoi chegou e uma pena porque o professor veio logo em seguida sem nem dar a chance dela lhes contar o que queria.


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