Codex de um soldado anonimo escrita por PEREGRINO SILENCIOSO


Capítulo 8
Capítulo 8 O RETORNO




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No dia seguinte eu iria viajar, fui dormir cedo pra acordar cedo. Minha Pick-up deixei num esconderijo para quando voltar iria continuar a minha vingança, também deixei lá as minhas armas. Falei para todos que eu iria passar um tempo viajando, tinha economizado um bom pé de meia com os meus serviços de Mercenário, Assassino de Aluguel e Caçador de Recompensa. Pra mim não fazia mais diferença entre matar ou não. Gosto do que faço, acho que fiquei viciado no sangue.

No dia seguinte antes das 6hras da manhã de sexta feira, todos se despediram de mim, me desejando uma boa viagem. A Dona Cida começou a chorar dizendo que eu era como um filho pra ela, entre outras coisas melosas que não vou relatar aqui porque seria muito melodramático pro meu gosto. Peguei um taxi até o aeroporto com as minhas malas, seria uma viagem muito longa com várias paradas, pelo menos eu não iria ficar entediado. Durante a viagem tirei muitas fotos entre as escalas dos lugares onde passei pra relembrar desses momentos de descanso. Cheguei ao meu destino, aluguei um carro pra ir até o local onde eu iria continuar com os meus “estudos”, já sabiam da minha chegada.

O meu companheiro me fazia muita falta, fiquei relembrando os bons tempos juntos. Retirei algumas fotos nossos juntos em uma caixa pequena. Fiquei olhando sentindo saudades.

Ao chegar me pediram pra aguardar dentro do carro pra saber se eu seria autorizado a seguir, especifiquei os meus verdadeiros objetivos e que eu gostaria de um treinamento mais completo. Não sei quanto tempo fiquei esperando, tava com preguiça de ficar olhando no relógio que horas eram, eu tava cansado, com fome, corpo dolorido e fedido com esse calor infernal, louco pra tomar um bom banho gelado e refrescante. Só posso dizer que a Fortaleza é MAGNIFICA de tão bonita e inóspita como tudo ao redor. De dia um calor infernal e de noite um frio de trincar os bagos. Nas escarpas neva pelo que me falaram. Autorizaram-me a continuar a subida até um ponto com o carro, o restante do caminho eu teria que fazer a pé, arranjaram uma condução pra levar as minhas malas. Se eles quizessem morto eu já estaria e jamais iriam encontrar o meu corpo. Falei com o Mentor do lugar que me olhava de cima pra baixo, disse na minha cara que eu estava fedendo que nem um bode, apenas concordei com a cabeça. Ordenaram-me acompanhar um Irmão até a sala de banho pra eu tomar um banho e trocar de roupa, usando a roupa de Aprendiz assim como os outros Aprendizes. Expliquei a minha situação e o que eu tava pretendendo sem esconder nada, sabia que eles conseguiriam as informações se eu tivesse mentindo: então prefiro não arriscar e colocar tudo a perder, não pela metade do caminho. O Mentor não se alterou e nem interrompeu a narrativa, se manteve frio, mas ouviu com muito interesse. Êle só aceitou uma audiência depois do banho, depois da narrativa, pensou muito, acabou aceitando o meu ingresso, fiquei feliz e agradeci a oportunidade que não iria se arrepender e eu não vamos decepcionar. Fui conduzido aos meus aposentos que não tinha muitos luxos (eu já dormi em lugares piores e com menos móveis que ali). Deram-me um mapa e horário de cada aula que eu teria. Deixei as minhas coisas no quarto ou Gaiola e fui começar os meus estudos, tanto teóricas e práticas, me disseram que eu precisava aprimorar as técnicas. Conheci o Credo (Leis) deles, agora eu realmente estava fazendo parte de algo que nunca tive ou senti. Pela primeira vez me senti em casa, não sei explicar o que to sentindo, como se isso tudo já fizesse parte de mim (acho que to viajando na maionese), sei lá... Também conheci o meu colega de quarto que dormia no catre ao lado com quem eu dividiria por muito tempo. Nós não tínhamos a mesma “sintonia” como eu tinha com o meu companheiro de armas.

Eles tem uma enorme biblioteca que tive acesso, livros que não vai encontrar em nem outra biblioteca no mundo. As aulas teóricas foram bem instrutivas e as práticas eram bem cansativas. Lutas corpo a corpo (artes marciais) espadas, arco e flecha, etc. (todos os tipos de armas). Pra mim era como lembranças adormecidas que estavam lá sendo despertadas. Com todo aquele treinamento eu teria inúmeros recursos para o meu propósito. Passava maior parte do meu tempo estudando na biblioteca lendo ou no treinamento, só parávamos pra comer, descansar (dormir), tomar banho e necessidades fisiológicas. Final de semana aproveitava pra nos distrair um pouco, eu ia junto com os outros aprendizes que me enturmei, fiz amizades sinceras e verdadeiras. Eu nem via o tempo passar porque eu sempre estava ocupado, às vezes mandava cartas pra Dona Cida contando as novidades, omitindo a maior parte das informações do que realmente estava acontecendo.

Depois de todo o treinamento pesado que durou anos, o Mentor chamou todos os Aprendizes para o RITUAL DE INICIAÇÃO que muitos passaram e outros não, até alguns morreram no processo e caminho. Ganhei a minha LÂMINA OCULTA que só tiro pra tomar banho ou dormir (sei que ali eu estou extremamente seguro, ninguém dos meus inimigos ousaria invadir pra me matar). Havia muitas garotas lá, me apaixonei por alguém, ela é muito bonita, é minha colega de estudos, o nome dela é NAJARA, tão letal com a lâmina como era bela, acho que ela se apaixonou por mim. Era normal dois membros se apaixonarem e acabarem se casando e tendo filhos dentro da Ordem. Jurei que jamais iria revelar os segredos. Não sou um “Goteira” (mesmo que Scrilan=dedo-duro). Ela é uns dois anos mais velha do que eu, não sei se sou capaz de abandonar os meus objetivos por ela. Será que ela é capaz de me esperar?Acho que não. Deixamos de serem aprendizes, agora sou ASSASSINO. Fiz algumas missões pro Mentor, pra colocar tudo o que aprendi em prática com um campo de visão mais aguçada. Ali me chamaram de Mal’akh (que significa: Mensageiro), voltei com a missão cumprida com eficiência, o mentor me deu parabéns pelo sucesso da missão sendo que ninguém até hoje havia conseguido cumprir. Êle me disse que eu estava preparado pra cumprir os meus objetivos. Agradeci por tudo e me despedi da Najara com um beijo e pra ela seguir com a vida, não sei se é ela que está destinada pra mim. As estações mudavam muito pouco com o tempo pra mim. Quando o inverno chegava é de trincar os bagos (eu usava uma meia pra pinto), agente acaba de acostumando porque acabava vendo sempre o mesmo ambiente o ano inteiro ou quando nevava. Fora isso, nada demais.


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