Codex de um soldado anonimo escrita por PEREGRINO SILENCIOSO


Capítulo 42
Capítulo 42 A VOLTA AO LOCAL




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Como é primavera fui até o local onde ta escondido a grana que acabou fodendo com a minha vida e do meu Irmão. Tomo cuidado com a minha retaguarda só pra garantia de que não tem ninguém me seguindo, tem alguns poucos turistas naquele lado da cachoeira. Antes de vir pra cá comprei uma roupa de mergulho só por garantia de que a água ainda estivesse muito fria. Coloco a roupa e mergulho na caverna subaquática, vejo que não mudou basicamente nada. Reabro o buraco onde está armazenado as bolsas com o dinheiro, retiro o suficiente pra ajudar os pais do meu companheiro que estão passando necessidades. Além do mais não posso tirar a grana do meu “cofrinho” e nem dos meus “Associados”. Tirei uma quantia que deve ser suficiente pra ajudar, uma entrega anônima, não quero que saibam que eu estou vivo. Recoloco o barro de volta no buraco, transfiro o valor numa outra bolsa que eu havia trazido com comida, saco de dormir e roupa/toalha seca. Se alguém vier até aqui e fazer perguntas vou inventar qualquer pretexto para estar ali. Acendo uma fogueira e coloco um peixe pra assar na brasa e coloco ração militar dentro de uma lata de acochocolatado que vai ser a minha panela. Depois de tudo pronto, como com gosto, foi uma das melhores refeições que eu faço desde a ultima vez que eu estive aqui. Isso foi a séculos, outra vida, mas não nesta agora. A noite durmo olhando para o teto da caverna na minha cama improvisada com folhas (pra não entrar contato direto com o chão frio) e o meu saco de dormir que ta muito bom. Muito melhor do que dormir num catre imundo da prisão cheio de pulgas e carrapatos, pois gosto de dormir confortavelmente (agora me senti num campo de extermínio nazista), mas a prisão realmente parecia um. Nem quero lembrar que me dá arrepios. Durmo sem pesadelos.

No dia seguinte apago a fogueira após o café da manhã, desfaço a cama e vou embora levando o dinheiro de madrugada, porque eu ainda quero fazer a entrega do dinheiro antes do amanhecer. Chego no local de carro, paro uns quarteirões antes pra não chamar atenção e também pra ter certeza de que estou sendo seguido, mas tudo seguro. Caminho com a bolsa do dinheiro, chego até a casa dos pais do meu Companheiro. Deixo a bolsa na porta e toco a campainha várias vezes até ver uma luz acender e me escondo pra não ser visto, tomo cuidado pra não deixar digitais e escrevo um bilhete: “esse dinheiro é pra ajudar nas despesas e necessidades familiares que o seu filho recebeu pelos anos de serviço ao País”. Quando apareceu alguém, fico na escuridão observando, as lágrimas escorrendo rosto da pessoa que atende a porta, fico

feliz que esse dinheiro terá um destino bom e merecido. Vou-me embora, quando é fechada a porta ouço gritinhos de alegria dentro da casa, a porta é reaberta, mas não conseguem ver nada na escuridão. E o que será feito desse dinheiro já não me diz respeito. Nada vai tampar o buraco que existe dentro de mim, NINGUÉM vai trazer o meu companheiro de volta e nunca serei mais o mesmo sem ele, o meu Irmão Gêmeo.

O fim está próximo, posso sentir... A batalha final entre eu e o Tucano se aproxima, essa eletricidade está no ar, é apalpavel...

Volto pro carro e vou pro esconderijo me preparar pra batalha que está pra começar, não vou ter piedade do Tucano e espero por esse momento a muito tempo. Planejo tudo calmamente o que vou fazer pro Tucano sair da toca e acabar de vez com a raça desse desgraçado.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo é o último dessa história e aguardem que vai haver uma continuação na parte II.



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