Dinastia: outras histórias e curiosidades escrita por Isabelle Soares


Capítulo 19
O Poder de uma garota


Notas iniciais do capítulo

Eis que chegamos a última história extra antes da segunda temporada de Dinastia que se passará anos após esse capítulo. Espero que essas pequenas histórias tenham dado a vocês um vislumbre de como será a personalidade de Renesme e como a próxima temporada se encaminhará. Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/793276/chapter/19

09 de Setembro de 2027

“Nessa semana é comemorado os 15 anos daquela que um dia será a rainha de Belgonia. O nome da Princesa Renesme é conhecido por toda nação e sinônimo de grandiosidade. O país inteiro assistiu entusiasmado o seu nascimento e viu o seu crescimento. Porém, apesar de toda a fama que lhe rodeia, ela quer mesmo distância do sucesso. Podemos até dizer que a sua alteza real é a anônima mais famosa de Belgonia que agora se prepara para dar os seus primeiros passos dentro do panteão monárquico com um grande discurso que se realizará no parlamento amanhã, onde ela falará para o país inteiro. Podemos até dizer que essa será a primeira vez que ouviremos a sua voz. A princesa também debutará para todos numa grande festa no palácio de Belgravia, onde também ganhará de seu avô, a sua majestade real, o rei Carlisle, o título de princesa real de Belgonia.

Circulam entre os grandes círculos e críticos da monarquia a grande importância que esse momento terá. Durante muito tempo houve uma preocupação com a imagem da princesa perante os seus súditos. Será que o anonimato atrapalharia o seu reconhecimento e apoio como futura monarca? Eis a grande questão! Afirmam os estudiosos que o maior segredo do sucesso da realeza é a proximidade com público e ao mesmo tempo o distanciamento dele. Mas até que ponto isso será crucial para a nossa princesa anônima? Esse final de semana dirá. Mas independente do resultado, a agora adolescente real terá que vencer suas próprias barreiras pessoais e provar para todos de sua capacidade.

        Jornal The News

Renesme frustrada com o que lera, jogou o jornal na mesa e tentou se concentrar no discurso que tinham feito para ela decorar e dizê-lo no dia seguinte no parlamento. Ela sabia que seria algo importante. Desde o momento que descobrira que seria rainha um dia, nunca sentiu tanto o peso da realeza como agora. Suas mãos tremiam e começava a suar toda vez que se lembrava do grande desafio que terá que enfrentar.

As palavras conectadas nas frases escritas na tela do notebook não faziam nenhum sentido para ela. O fato de sua melhor amiga, Loise, ficar mandado mensagens quase o tempo inteiro também não ajudava. Tentava não se importar, mas de alguma forma ou outra, toda vez que a tela do seu celular brilhava, ela desviava os olhos para ele.

Eu soube que o Max vai assistir o seu discurso amanha. :@ loui ;)”

“Eu garanti pessoalmente em saber se ele tinha recebido o convite para a sua festa.”

“Por que não o convida para ser o seu par? Seria a oportunidade perfeita para saber se ele está afim mesmo de você. Eu não tenho nenhuma dúvida disso, mas você é lerda demais para perceber isso.”

“Me responde! Ai nossa! Estou tão ansiosa para esse fds!”

Vendo que a amiga não desistia. Pegou o celular e começou a digitar a resposta. Renesme conhecia Louise desde pequena. As duas tinham estudado juntas desde o jardim. Elas eram inseparáveis, apesar de Louise ser o completo o oposto dela. Seu pai a dizia que a amiga dela era a “sua Alice particular”. Renesme sempre sorria com esse comentário.

Se você está ansiosa, imagine eu que sou a protagonista do negócio. Estou tentando decorar o meu discurso para amanhã.

S: Se Max gostasse mesmo de mim, ele já teria me dado alguma pista.”

De imediato, Louise respondeu a mensagem dela. Realmente, ela não havia nada melhor mesmo para fazer.

Tadinha de você, amiga. Nem me lembrei que tinha esse tal discurso. Quer que eu var aí para te ajudar?

P.S: O Max é tímido também. Um de vocês vai ter que se aproximar um pouco, principalmente você que precisa saber como é bom beijar na boca. Lol

Renesme ficou toda vermelha ao ler a mensagem e resolveu ignorar de vez a amiga. De repente, bateu nela uma sensação ainda pior do que estava sentindo antes. Essa história de namoro mexia demais com ela. Se sentia muito pressionada com relação a isso. Todas as garotas da escola já tinham beijado várias vezes e até transado pela primeira vez e ela não. Como uma menina de 15 anos poderia não ter dado o seu primeiro beijo ainda? Era frustrante demais!

O rosto de Max surgiu em sua mente e corou. Ela tinha o conhecido quando ambos tinham 11 anos no momento que passaram a estudar juntos em Hollowarts. Eles ficaram amigos logo de cara, mas de uns tempos para cá ela vinha sentindo algo diferente por ele. Ficava pensando em seus momentos juntos e como seria abraçá-lo ou beijá-lo. Mas era tímida demais para dizer a ele o que sentia. Mesmo sendo muito amigos, como ele poderia a enxergar? Max era bastante sociável, apesar de inseguro para coisas internas. Ele era o atacante do time de futebol da casa vermelha na escola e um ótimo aluno em matemática. Ela ficara tão orgulhosa dele quando ele ganhou o primeiro lugar nas olimpíadas escolares no ano anterior! Renesme o achava bom demais para ser verdade. E como alguém como ele iria querer alguém tão cheia de responsabilidades como ela?

Com esse pensamento, começou a sentir um aperto no peito e as suas lágrimas começaram a descer. Nesse momento, a sua mãe entrou no quarto e compadeceu-se com a tristeza de sua filha. Se aproximou dela e se ajoelhou em sua frente para tentar ter um contato mais próximo com ela.

— O que houve, filha?

— Ah mãe! Eu sou um verdadeiro desastre!

— Não diga isso nunca! – Bella limpou as lágrimas da filha e levantou o queixo dela. – Você é uma garota linda e inteligente, com certeza vai deixar todos amanhã de boca aberta.

— Está dizendo isso por que é minha mãe. Eu nem ao menos consigo esse discurso! Não entendo nada de vestidos, cabelos, maquiagem... Eu não consigo ser normal, mãe!

Bella levantou-se um pouco e abraçou a filha. No fundo, ela sabia que esse momento chegaria. Renesme era parecida demais com ela e Edward quando tinham essa idade. Era uma fase difícil! Ela lembrava que pensava o mesmo quando tinha quinze anos que absolutamente não se encaixava no mesmo mundo que todos os outros e para Renesme tudo isso era multiplicado por cem pelo fato dela pertencer à realeza.

— Não fique pensando o pior de você, meu amor. Tudo se resolve, basta você acreditar em si mesma. Sobre o discurso, eu sei que não é fácil... Eu mesma fiquei apavorada quando eu tive que fazer o meu pela primeira vez.

— É mesmo?

— Claro! Eu nunca gostei de falar em público, sempre fico nervosa quando isso tem que acontecer. A primeira vez que falei para uma plateia foi quando comecei a desenvolver o “Talk”. Você ainda estava dentro da minha barriga e se remexia toda dentro de mim. – sorriu.

— Eu estava tentando te apoiar.

— Claro que estava! Depois disso, tive que fazer um discurso de verdade e aí eu busquei ajuda especializada para me treinar. E eu conheço a pessoa certa para lhe ajudar, foi à mesma que me ajudou e tenho certeza que vai ser bastante útil.

— Quero conhecê-la.

— Oh vai sim. Vou entrar em contato com ela agora mesmo!

— Obrigada mãe.

— Por nada, querida. Eu quero que você pare de se minimizar. Nenhuma pessoa é obrigada a ser como as outras. Cada uma tem o seu jeito de ser e eu sei que tem uma grande Renesme ai dentro louca para sair e gritar para o mundo o quanto ela é poderosa.

— Eu te amo, mãe.

— Eu também. Eu estou tão orgulhosa de você! Nem posso acreditar que o meu bebê já está fazendo 15 anos!

— Eu não sou mais um bebê, mãe.

— Eu sei, minha garota grande. – Bella se levantou e beijou a testa da filha. – Vou chamar Elizabeth para lhe ajudar. Agora deixe eu dar uma olhada no que o seu irmão está fazendo por que você sabe, ele sozinho já é sorrateiro agora imagine com os coleguinhas da escola!

Renesme sorriu e observou a mãe sair do quarto. Ela estava bem certa em dizer que Antony era a cópia do pai quando ele nasceu. O pequeno estava agora com cinco anos e era a miniatura de Edward, mas com os cabelos castanhos de Bella. Resnesme sempre ouvia o seu pai dizer que o irmão dela era um perigo quando estava quieto demais, pois ele aprontava tudo escondido e quando estava acompanhado virava o “próprio demônio”. Por essas e outras que os dois resolveram “fechar a fábrica por que um homem de 40 anos não tem mais energia para estar correndo atrás de uma criança.”. Ela ria toda vez que escutava isso, mas na opinião dela, Antony era calmo a maior parte do tempo. Lembrava bem como o seu primo, Henry, era quando tinha cinco anos. Antony ficava só brincando com os seus carrinhos, assistindo vídeos ou pedindo comida na cozinha. Nada que não pudesse ser controlado, pensou ela com um sorriso maroto.

Com Antony, Renesme se orgulhava de ser realmente boa. Ela se auto considerava irmã-mãe dele e sabia como o menino a obedecia sem pensar duas vezes. Não por medo, mas por respeito. Queria ela ser boa assim com os outros ao seu redor. Como poder se livrar dessas amarras da timidez?

Foi essa a pergunta que ela fez à senhorita Elizabeth quando ela veio vê-la mais tarde. Renesme ficou surpresa ao ver a mulher a sua frente. Em sua cabeça tinha desenhado uma mulher velha e carrancuda como à senhora Catherine, a especialista em legislação monárquica que trabalhava no palácio. Elizabeth poderia ter a idade de seu pai e parecia bastante inteligente e simpática. A primeira coisa que ela fez foi conversar com ela e tentá-la acalmá-la. Também trouxe o seu pai para lhe dar mais confiança. Renesme podia imaginar que ele tinha quase insistido para estar presente ali. Ela apenas se concentrou e tentou seguir os conselhos de sua instrutora.

— A primeira coisa que deve fazer é repirar fundo. Nos ligamos em tantas coisas que ás vezes esquecemos do mais simples.

Renesme respirou várias vezes e sentiu que isso realmente a ajudou um pouco.

— Ok. Muito bem! Agora você deve sentir que as palavras estão saindo do seu coração, mesmo que elas não tenham sido escritas por você. Olhe para o papel veja o que está escrito e as repita olhando para o público.

A princesa respirou fundo mais uma vez e tentou controlar os tremores nas mãos. Olhou para o pai e ele a observava com atenção. Tentou se concentrar e dizer o que estava escrito no papel. Mas sua voz saia errada e baixa demais. Começou a repetir novamente, olhava para o pai de novo e sentia que queria orgulhá-lo, mas nada estava saindo de sua boca. Era para ela uma questão de honra mostrá-lo o quanto era capaz e tão boa quanto um membro de sua importância da realeza deveria ser. Algumas lágrimas começaram a sair de seu rosto e Elizabeth pediu para que ela sentasse.

— Por favor, alteza, você poderia se retirar.

— Por que? Eu quero vê-la ensaiando.

— Acho que sua presença aqui está a atrapalhando.

Edward entendeu e foi até a filha e beijou a sua cabeça.

— Apenas se concentre, meu amor. Verá que não é tão difícil.

Quando o príncipe saiu, Elizabeth ofereceu um lenço e a princesa aceitou. Em seguida pegou o discurso que estava nas mãos dela e leu por uns minutos. Renesme se surpreendeu ao ver que ela riscava a maioria das linhas que lá estavam escritas.

— Por que está fazendo isso?

— Por que isso é um discurso de um velho e não de uma garota de 15 anos. Para que você venha a ter sucesso amanhã, terá que você mesma dizer o que pensa sobre a sua situação como futura rainha, e principalmente o que pensa sobre o que está acontecendo no seu país.

— O que eu penso sobre o país?

— Sim, as pessoas vão vê-la como futura representante deles e você precisará ser sincera com eles e principalmente com você mesma. Não deve ficar pensando que tem que mostrar o seu valor para a sua família ou para ninguém. Você tem que provar isso para si mesma.

Foi pensando nisso que a princesa resolveu se desligar de tudo e tentar de verdade escrever algo realmente bom para ser dito no parlamento no dia seguinte. Ela se trancou no quarto, desligou o celular e tentou não escutar a TV dizendo que o seu discurso seria transmitido para todos. Sua família ficava a todo instante a sua procura, preocupados com seu isolamento, mas ela nem se importou. Tinha que tentar de verdade.

Passou horas lendo notícias e pensando no que poderia dizer. Tentou começar a escrever várias vezes e todas elas se sentiu frustrada. Só quando já havia uma boa pilha de papéis no chão do quarto é que se deu conta que passou tanto tempo presa em seu universo dentro do palácio que não se deu conta o que acontecia de verdade lá fora. Ela tinha sido protegida demais e isso tinha atrapalhado. Então, a única coisa que tinha que fazer era tentar recuperar o tempo perdido. Com isso, começou a compor as primeiras linhas do seu discurso.

No dia seguinte, acordou cedo e vestiu um vestido azul que parecia um terno. Olhou-se no espelho e sentiu mais velha. Ficou feliz com isso. Sabia que tinha que ser muito mais do que uma garota de 15 anos agora. Ela falaria para o seu país e precisava fazer com que todos confiassem nela.

Quando ouviu o seu nome ser anunciado pelo presidente da câmara. Forçou um sorriso, não podia demonstrar o quanto suas pernas estavam amolecendo. Foi diante do púlpito e limitou-se a olhar apenas para os seus pais, e avós que estavam na primeira fila a observando e respirou fundo longamente. Era uma luta que tinha que travar contra os seus próprios limites.

— Bom dia a todos! No momento, aqui quem fala é uma adolescente de quinze anos, que não diferente de muitos jovens de sua idade, deseja mudar o mundo ao nosso redor. Tenho sonhos, desejos, inconformidade diante as injustiças como muitos de vocês que me assistem nesse instante. A diferença é que como futura monarca desse país vou poder fazer algumas mudanças acontecerem. Se eu dissesse para todos vocês que tenho grandes planos para essa nação, estarei sendo desonesta, isso é algo que jamais quero ser. No momento me firmo como a princesa de vocês e seguirei na ânsia de aprender com os exemplos do meu avô, a sua majestade real e com o meu pai, o príncipe herdeiro. Mas seguirei nos meus estudos, me comprometendo sempre buscar o melhor para quando o meu momento com vocês chegar, eu possa oferecer uma rainha preparada por inteiro. Diante dos senhores parlamentares, da minha família, dos meus amigos e de toda a nação, prometo aqui, dedicar a minha vida, seja longa ou curta, inteiramente ao seu dispor. Conto com o apoio e a confiança de todos. Muito obrigada!

Bella observava a filha com um orgulho ímpar. Ainda não conseguia acreditar com o seu bebê agora já estava quase uma mulher. Ficou alegre de ver a desenvoltura de Renesme, mesmo com a sua timidez bastante aparente. “Consegui dar a eles uma grande rainha”, pensou. “Cumpri a minha missão.”.

Tocada pelo momento e se esquecendo completamente dos protocolos reais, Bella tocou a mão de Edward. Ele sorriu em resposta ao gesto da esposa.

— Como a gente fez uma pessoa tão perfeita como Renesme, Edward? Ela é maravilhosa!

— Sim, ela é. – Ele pegou a mão dele e a beijou. – E é nossa filha, nosso bebê. Bom... Acho que ela está um pouco grande para ser chamada de bebê.

— É...

As palmas soavam por todo o salão e Renesme teve que se segurar no púlpito para não cair. Sorriu levemente com a cabeça abaixada. Sabia que sua voz tinha saído aguda e baixa. Mesmo com os microfones, ela esperava que eles a tivessem ouvido bem. Ela pensou em seu pai e avô; com suas altas vozes efervescentes, era fácil que se fizessem ouvir. Era tanto que ela tinha que enfrentar. Com o tempo teria que driblar esse mundo feito para homens e se fazer ser reconhecida. Sabia tão pouco do que realmente deveria, mas prometeu que na próxima vez que tivesse que fazer um discurso ali, seria uma outra garota.

Esperou que as palmas cessassem para voltar à primeira fileira. Caminhou em passos que se misturavam entre rápidos e lentos. Seu pai a recebeu com um sorriso que se refletia em seus olhos. Assim era bom. Sua mãe tocou sua mão fortemente em apoio, mas o que a fez voltar a si foi o tremor de seu celular em sua bolsa. Discretamente, ela o pegou e leu a mensagem que tinha chegado.

“Você foi ótima, Ness! Disse tudo que eu queria dizer em seu lugar. Estou orgulhoso de você! - Max”.

Renesme corou e deu um sorrisinho bobo. “Ele estava mesmo me assistindo e disse que estava orgulhoso!”. Ela achou que tinha energia para sair pulando pelo salão e de repente ganhou uma coragem que ela não achou que teria.

Sei que está um pouco tarde para isso... Mas não quer ser o meu acompanhante no meu aniversário?”

Demorou alguns minutos para que ela recebesse a resposta, o que para ela parecia uma eternidade. Porém, quando a mensagem chegou, ela hesitou um pouco. Sentiu o seu estômago tremer e resolveu olhar a resposta de uma vez.

“Será um prazer!”

Um sorriso radiante surgiu em seus lábios e rapidamente mandou uma mensagem para a sua tia Alice, que estava organizando tudo.

Tia, é um pouco tarde para mudar o meu acompanhante?”

Na manhã seguinte, acordou com a cama balançando. Abriu os olhos e viu um pequeno garotinho de cabelos castanhos e cheios de cachinhos pulando com vontade. Ela o segurou com força e o encheu de cócegas. Antony ria mostrando uma pequena janela entre seus dentes de leite.

— Feliz aniversário irmãzinha!

— Obrigada meu pequeno.

— Mamãe e papai estão vindo com uma surpresa! – ela falou batendo palmas todo animado.

Logo que o menino fechou a boca, os seus pais entraram cantando parabéns. Renesme se ajeitou na cama e sorriu envergonhada. Nunca sabia o que fazer nesse momento do aniversário. Ao mesmo tempo se sentiu a garota mais sortuda do mundo. Ao fim da canção, Bella estendeu um prato com vários cookies de chocolate empilhados com uma velinha em cima.

— O bolo de verdade virá mais tarde.

— Esse já é de bom tamanho. Obrigada. Sabe que eu amo cookies de chocolate!

A princesa se inclinou para apagar a vela, mas foi interrompida pelo irmão.

— Faça um pedido!

— Eu já tenho tudo que uma garota pode querer!

Inclinou-se de uma vez e apagou a vela com um sopro. Bella observando os gestos da filha, não conseguiu segurar as lágrimas. Sabia que até o fim do aniversário dela iria derreter toda como uma manteiga no calor. Na sua cabeça vinham as cenas do fadigo dia em que deu a luz a ela. De sua apreensão na sala de parto até a felicidade surreal ao ver aquele pequeno bebezinho em seu colo completamente saudável. E agora ela estava ali, enorme! Mal podia acreditar como o tempo passava rápido.

Renesme percebeu a emoção da mãe e também sentiu o mesmo sentimento. Abraçou os pais com força e foi retribuída por eles.

— Vocês são os melhores pais do mundo!

— Você é que é maravilhosa, querida! – afirmou Bella.

Ela os abraçou com mais força, mas foi interrompida por uma mão pequenina tentando roubar um biscoito do prato. Renesme interrompeu o abraçou e olhou com uma cara feia para o irmão.

— Eu só queria pegar um!

— Você não poderia aguardar um momento, filho? – perguntou Edward sorrindo.

— Não. Minha barriga está roncando!

Todos gargalharam com a resposta do menino e ele aproveitou o momento de distração e pegou mais um biscoito do prato. Depois, Renesme dividiu os biscoitos com todos, antes que Antony comesse todos. Alguns segundos depois, Alice entrou afoita no quarto e falou sem respirar:

— Vamos deixar o momento doce por um momento, senhorita Ness, por que você tem um milhão de coisas para fazer.

 E tinha mesmo. De repente, se lembrou que tinha convidado Max para ser o seu acompanhante e sentiu o seu estomago embrulhar de ansiedade.

— Vamos menina! Levante-se que você ainda nem escolheu a sua tiara!

— Vá Ness. – pediu Edward revirando os olhos. – Antes que Alice me deixe sem a minha filha.

Alice deu a língua para o irmão e Renesme sorriu. Sua tia, ás vezes, parecia ter a idade de Antony.

— Mamãe, eu posso dar a língua também? – perguntou Antony inocentemente.

— Claro que não filho! Sua tia é doida! – Respondeu Edward rispidamente.

Antony olhou para ele confuso e Renesme resolveu se levantar logo de uma vez para evitar que a confusão prolongasse. Tomou banho, se vestiu e desceu para tomar o café. No andar de baixo, encontrou os seus avós que a desejaram felicitações pelo seu aniversário também.

— Está pronta para escolher a sua tiara, querida?

— Sim, vovó Esme.

— Eu ainda não entendo por que não quis que fizéssemos uma tiara nova exclusiva pra você. Não é isso que todas as garotas sonham? Alice quando completou a sua idade quase me enlouqueceu por uma. Ela mesma desenhou o modelo.

— Obrigada novamente vovô Carlisle, mas não é realmente necessário. Temos tantas tiaras guardadas por que fazer uma nova? Teremos muito tempo para ter uma exclusiva para mim quando chegar a hora.

— Você é realmente incrível, querida! Admiro muito a sua personalidade.

— E saiba que terá todas as tiaras do cofre ao seu dispor.

— Obrigada vovô e vovó.

Ao terminarem o café da manhã. Esme e Renesme seguiram para o banco central para escolherem a tiara. Pela legislação real, um membro da família real do sexo feminino só oficializava o seu título de princesa real quando completava 15 anos e isso também lhe dava o direito de usar uma tiara em eventos específicos.

Renesme estava animada para isso. Ela ficava imaginando quantas joias poderiam haver e quais ela poderia usar. Tinha que confessar isso a atraia muito, mesmo não sendo tão vaidosa como as outras garotas, ela adorava joias.

Quando chegou ao cofre com a sua avó, logo a sua boca caiu ao ver tantas joias brilhantes guardadas lá. Não imaginava que pudesse haver tantas. Eram muitas opções diferentes e nem ao menos ela sabia qual iria escolher.

— Ual!

— Sua mãe disse a mesma coisa quando eu a trouxe aqui.

— É mesmo? E qual tiara ela escolheu?

— Aquela ali, veja! A tiara de Safira.

Renesme se dirigiu a ela para observá-la de perto. Era bem a cara de sua mãe mesmo. Outro dia, ela lhe dissera que passara a amar a cor azul por que o seu pai a tinha dito que a adorava naquela cor quando eles tinham começado a sair. Isso era algo que Renesme achava muito fofo entre os dois!

— É muito bonita, mas é muito a cara dela. Eu queria algo que fosse mais parecido comigo.

— Eu entendo completamente. Tem mesmo que procurar alguma que seja marcante, afinal, ela ficará pra sempre na memória de todos e na sua também. Os quinze anos é uma idade muito importante!

— Absolutamente!

— Tem que usar uma das tiaras raras.

— Tiaras raras?

— Sim, são algumas da coleção que quase não usamos.

— Por que não as usam?

— Algumas por que são bem antigas e queremos preservá-las. Imagina que a nossa família tem mais de 200 anos e durante todo esse tempo guardamos todas as joias que foram adquiridas ao longo dos anos.

— Deve haver centenas então.

— Não tantas assim. – Esme virou-se para o funcionário que cuidava do cofre. – Traga as tiras da coleção rara, por favor.

No minuto que o funcionário trouxe as caixas com as tiaras, Renesme se surpreendeu novamente. Eram todas tão lindas! Estendeu a mão e pegou a caixa com uma toda de ouro e pequenas pérolas incrustadas. Se apaixonou por ela no mesmo instante. Parecia mesmo que as tiaras escolhiam as suas donas.

— Essa é muito bonita! Combina com o seu vestido.

— Também acho. Posso experimentá-la?

— Claro!

No mesmo instante, Esme pediu para o funcionário colocar a tiara na cabeça da sua neta. Renesme ao ser ver no espelho achou que tinha se transformado em outra garota. Se sentia mais velha, adulta e mais poderosa.

— Essa tiara é a mais antiga da nossa coleção. Pertenceu à rainha Edith, a esposa do nosso primeiro rei. Ela trouxe a tiara da Belgica quando se casou. Estima-se que ela é do século XVIII.

— Magnífico! É uma grande honra usá-la. É como se tivéssemos fazendo parte da história também.

— É verdade.

Esme pediu que o funcionário trouxesse outras joias para que a neta pudesse usá-las também. No momento, ela sentia que estava num rito de passagem. Quando era mais jovem esteve aqui com a sogra e depois trouxesse a mãe de sua neta e agora mais uma geração fazia parte do momento. Era algo realmente mágico saber que um dia, Renesme também trará suas filhas e netas para usar essas mesmas joias.

— Acho que essas vão ficar lindas em você. Essas foram um presente do rei da Espanha para a sua bisavó, a rainha Elizabeth.

— São lindas!

Esme colocou o colar e os brincos na neta e achou que ela estava uma verdadeira princesa.

— Você está perfeita agora!

— Sim. Me sinto diferente.

— A partir de agora, Ness, terá uma responsabilidade enorme com o seu país. Tudo que fizer terá que se em beneficio de todos. Sua vida será deles, assim como tudo que fizer.

— Eu sei... Estou nervosa enquanto isso. Não sei se estou pronta. Há tantas coisas que ainda não sei.

— Você irá aprender. Tem muito tempo para isso.

— Quero muito me dedicar a aprender tudo que preciso nem que leve muito tempo.

— Eu me sinto orgulhosa de você, sabia? É bom saber que finalmente teremos uma mulher lá no trono.

Renesme sorriu e agradeceu a confiança que a avó tinha nela e a abraçou. Mas também era uma sensação de ansiedade. Todo mundo contava com ela e se por acaso não conseguisse ser o que eles esperavam? Era muito para uma pessoa só! Será que foi com esse sentimento que tudo levou ao que aconteceu com o seu pai e tio? Ela sabia de toda a história. Seu pai conversava o tempo todo com ela sobre isso. Talvez com medo que ela também tivesse algum tipo de depressão pelo medo e pressão do peso da coroa. Mas mesmo se sentindo nervosa e despreparada, ela tinha uma força por dentro que se a deixasse crescer, a levaria para frente e era com isso que contava.

Havia uma determinação tão grande dentro dela no momento em que se olhou no espelho. Já estava toda pronta para o baile de seu aniversário, antes estaria diante de uma multidão enquanto desfilaria na carruagem para o palácio. Tantas pessoas esperavam o seu melhor nesse momento, ela representava a esperança de uma continuidade segura para a chefia do país e era isso que ela teria que oferecer a eles. Pensar nisso junto com o seu reflexo no espelho a fez se sentir maior do que realmente era.

Respirou fundo e rodopiou para ver todos os detalhes de sua aparência. Pelo menos nisso ela estava segura. A sua tia Alice caprichara em seu vestido. Ela mesma tinha escolhido o modelo e ajudado a tia a desenhá-lo. Era um vestido dourado, como a realeza, porém com características medievais, podia ser antiquado para uma garota de 15 anos do século XXI, mas para aquela ocasião, não queria parecer como as outras. Pelo menos não nesse momento.

Ela estava bonita, decidiu por fim. Estava digna até para aqueles que queriam ver o seu mal. Renesme tinha ciência das maldades que haviam no mundo e sabia que haviam muitos esperando que cometesse um erro, e comprovasse suas suspeitas de que era indigna da grande função posta em frente a ela. Ela não cometeria um erro. Estava determinada o suficiente para isso.

Uma mão firme tocou os seus ombros e ela virou-se para o seu pai que a olhava com adoração.

— Você está linda, minha filha!

— Obrigada papai.

— Gostaria de dizer o quanto fiquei orgulhoso de você ontem. Vê-la naquele púlpito tão determinada e sincera, me deixou realmente impressionado.

— Eu estava bem nervosa. Não sabia se realmente aquelas eram as palavras certas para serem ditas, mas eram as que eu tinha.

— Eu sei. Fiquei pasmo no começo também. Não é nada que Catherine, a nossa secretária, escreveria. Porém, para uma garota de 15 anos, você tem muito tato, bem mais do que eu quando recebi o meu título de príncipe herdeiro.

— Como você se sentiu?

— Fora da caixinha completamente! Até o último minuto, eu pensei se realmente eu era capaz para tanto.

— Mas mesmo assim seguiu em frente.

— Sim, por que eu pensei que dentro da realeza eu poderia fazer mais por aquelas pessoas do que fora. Durante todos esses anos, eu ficava me preocupando com você. Te protegendo de tudo por que não queria que sentisse o que eu senti, mas agora eu vejo que você tem vocação nata. É como o seu avô e isso me dá um alívio sem medidas.

Renesme sorriu e abaixou a cabeça envergonhada. Ouvir isso da boca de seu pai era gratificante. Ela sempre quis dar orgulho a ele e a sua mãe.

— Um dia, você será uma grande rainha! Você é especial querida!

— Obrigada pai.

Renesme o abraçou e Edward se emocionou com o gesto. Lembrou-se de quando ela ainda era apenas um bebê no berçário. Na época, ela mal cabia em seus braços e agora ela estava ali quase querendo abrir asas para o mundo.

Os dois desceram de mãos dadas e encontraram Alice, Bella e Antony na porta de entrada de Frogmore Cottage. Ambos iriam de carro até o palácio e Renesme seguiria sozinha na carruagem por todo o percurso.

— Está perfeita, Ness! – disse Alice animada.

— Está pronta, filha? – Perguntou Bella.

Renesme respirou fundo olhou para o pai e depois para a mãe e afirmou com certeza:

— Sim.

Ela seguiu para a carruagem e logo quando saiu da propriedade de sua tia viu a grande multidão. Deveria haver milhares de pessoas. Sentia o fôlego sair em um longo suspiro estremecido e sua timidez aflorar. Mas mesmo assim acenou e deu um sorriso o mais largo que pôde. Eram tantas pessoas sorridentes e com bandeiras estendidas em sua volta! Hoje a responsabilidade pressionava seus ombros como um peso físico, tentou não se abater e continuou acenando.

Conforme a carruagem parava em frente ao palácio, ela conseguia sentir a onda de aplausos a embalando. O assento da carruagem era um pouco baixo, então ela tinha de se levantar para acenar para as multidões. O som inflamou um brilho de felicidade dentro dela.

A primeira coisa que viu ao descer da carruagem foi à mão estendida de Max. Ele entraria junto com ela e seria seu par durante toda a festa. Sentiu seu estomago mexer com várias borboletas saltitantes dentro dele, mas mesmo com essa sensação, segurou firmemente a mão dele.

— Oi Max. Obrigada por aceitar o meu convite.

— Estou feliz em estar aqui, Ness. – disse ele com a cabeça um pouco mais baixa. – Você está linda! – corou.

— Obrigada!

Os dois entraram juntos pelo salão principal e todos ao seu redor fizeram reverencias e bateram palmas. Max apertou a mão dela com mais força e ela olhou para ele com carinho. Sabia o quanto ele estava nervoso também. Depois das saudações, ambos encontraram os seus lugares para assistirem o espetáculo de balé, o Quebra Nozes, o preferido de Renesme. Porém, mesmo sabendo que Max estava logo atrás dela, não podia evitar olhar para ele algumas vezes.

Era mágica a sensação que sentia no momento. Parecia que o seu corpo tinha ganhado vida. Se sentia mais leve, mais corajosa. Queria se mostrar para Max e que ele pensasse que ela era a garota que devia estar com ele. Então, para isso, se permitiu sorrir mais e jogar a sua timidez e inseguranças para outro lugar pelo menos naquele momento. Corava toda vez que o pegava olhando para ela sem querer. Queria ter a certeza que ele também gostava dela mais do que amigo. Queria ser feliz enquanto podia.

Renée observava o comportamento da neta durante o espetáculo de balé, que parecia ter pouca importância para ela no momento, e entendeu tudo que estava acontecendo. Virou-se para Bella e sussurrou em seu ouvido:

— Acho que a nossa menina está apaixonada.

— Não deixe Edward escutar isso, por favor. Ele enlouqueceria. – riu.

— Logo ele vai perceber, querida. Está muito óbvio!

— Eu sei. Eu já desconfiava disso, embora ela não tenha tido a coragem de me dizer. Eu realmente espero que tudo dê certo e que esse rapaz a faça feliz como ela merece.

— Com certeza!

Logo após o espetáculo, Carlisle subiu ao palco e fez o seu discurso em homenagem à neta. Se sentia tão orgulhoso e honrado por essa noite oficializar o título de mais um membro de sua família. Estava feliz por poder ter cumprido a sua missão e por ver o desenrolar das gerações que ele ajudou a construir. Tinha certeza que Renesme seria uma ótima sucessora ao trono. A chamou para a solenidade de oficialização do título e ela veio diante dele com toda a determinação e o reverenciou. O pároco trouxe a Bíblia e a princesa pôs a mão direita nela.

— Você jura, diante de todos aqui presente, servir sempre o seu país, o seu povo, o seu rei e a monarquia de Belgonia?

— Eu juro.

Renesme beijou a Bíblia e em seguida se ajoelhou diante do avô. Os olhos dela não saia dos dele. Tentava não chorar, mas algumas lágrimas já queriam sair. Carlisle pegou a espada real que antes oficializou tantos títulos e tocou os ombros de sua neta preciosa.

— Pelo poder concedido a mim, em nome do meu povo e do meu país, declaro que a partir desse momento, você será Renesme, a princesa real de Belgonia.

A menina sorriu em agradecimento ao avô. Ele a ajudou a se levantar e beijou a sua testa.

— Eu confio em você, querida Ness. Tenho certeza que o nosso país, um dia estará em boas mãos.

— Obrigada vovô.

Ele pegou a mão dela e a levantou diante de todos. Renesme se sentia a garota mais feliz do mundo! Queria gritar e pular, mas conteve-se em dançar a primeira valsa com seu pai e em seguida com o seu avô. Mas a todo instante pensava em Max. Logo ela estaria pela pista rodopiando ao lado dele. Suas mãos suaram um pouco por antecipação. Seu avô até se preocupou, mas ela garantiu que estava tudo bem.

Quando chegou a hora de dançar com o seu pretendente, de repente se sentiu mais calma. Não queria dar vexame e nem bandeira demais. Max a reverenciou e ela não gostou daquilo. Não queria ser superior a ninguém e nem muito menos a ele, mas nada podia fazer contra isso. Ele pegou a mão dela e ela sentiu um formigamento por dentro. A mão dele em sua cintura queimava o seu corpo. Sentia que havia uma liga imaginária que a ligava a ele. Não tirava os seus olhos dos dele. Queria falar alguma coisa, mas sua língua parecia grudada. Queria mesmo era beijá-lo. Seria que ele sentia o mesmo por ela?

Quando a valsa chegou ao fim, sentiu como se tivesse sido tirada do transe, porém nada tirava aquela inebriante sensação de encanto e proximidade que sentia quando estava ao lado de Max. Só que hoje, por algum motivo, ela estava multiplicada por cem. Não conseguiu comer direito o seu jantar e nem prestou atenção necessária aos seus parabéns. Tudo era Max em sua cabeça. Se sentia culpada por isso. Se ele não sentisse o mesmo por ela, essa química dentro dela a faria explodir.

Já quase no final da festa, os dois conseguiram ficar sozinhos e seguiram para dar umas voltas pelo jardim. Ficaram em silêncio por alguns instantes. Max abria e fechava a boca querendo falar alguma coisa, mas não conseguia. Renesme sentia o mesmo, mas o que teria a dizer? Tinha medo de falar alguma bobagem. Até que sentiu algo em seus pés e a fez pisar em falso no chão, desequilibrando-se. Max a segurou depressa antes que ela chegasse ao chão. O gesto fez com que o sentimento de ambos chegasse ao limite máximo e ele a beijou sem nem mesmo dar espaço para mais nada.

Os seus lábios se moviam em sincronia. Bem demais para quem estava experimentando isso pela primeira vez. Renesme se sentia entorpecida e só queria estar ali nos braços dele. Estava feliz que finalmente tinha o beijado e justo naquele dia tão especial. Não havia melhor presente para ela do que aquele. Quando o beijo terminou, eles nem conseguiam se afastar um do outro.

— Me desculpe Ness, mas acho que não me sinto culpado por esse beijo.

— Nem eu. Há tempos que eu queria fazer isso.

— Você também queria? – Max bateu na testa e começou a rir. – Meu Deus como não o fizemos antes?

— Por que somos dois bobos!

— Acho que somos mesmo! Eu tinha medo que não gostasse de mim e deixasse de ser minha amiga se eu a te beijasse.

— Eu pensava o mesmo.

— Então não vamos mais perder tempo, ham?

— Não mesmo.

Renesme colou os lábios nos dele mais uma vez e sentiu a garota mais amada, feliz e poderosa do mundo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem bastante!