Dinastia: outras histórias e curiosidades escrita por Isabelle Soares


Capítulo 18
Um novo herdeiro


Notas iniciais do capítulo

Vou dar a vocês um pequeno vislumbre do futuro bem próximo dos nossos pimpolhos. Espero que gostem!



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29 de Abril de 2022

Os ventos de Seraf sopravam favoravelmente em direção à fazenda “Boa Esperança”, trazendo um clima ameno. Resnesme observava de uma distancia segura a crina do cavalo balançar. Achava fascinante estes animais. Sempre quis ter um, mas seus pais tinham medo dela se machucar, mesmo que os cavalos fizessem parte da rotina de seus familiares durante sua estadia em Clarence. Ela várias vezes pôde dar voltas pelos canpos verdes ao redor do palácio junto com seu pai, mas sentia que não era mesma coisa. Seu grande desejo era cavalgar de verdade por ai, sentir a sensação de liberdade e adrenalina. Gostava de observar os cavalos andarem e se comportarem, mas mantinha a distancia por medo de fazer algo errado e eles se assustarem com ela.

Ás suas costas ouviu uns passos se aproximando e deu um sorriso. A princesa virou-se e viu o seu padrinho, Jake, vir até ela. Ele tinha a prometido que iria ensiná-la a andar a cavalo, mesmo sem seus pais saberem. Renesme ou Nessie, como ele a chamava, sabia que o seu padrinho tinha um certo prazer em burlar algumas regras, especialmente, quando era para fazê-la feliz. No mais, seus pais estavam ocupados demais para descobrirem o segredo deles. Uma hora vou ter que aprender, pensou consigo mesma.

— Então, Nessie, está pronta?

A menina levantou-se num salto e bateu palmas.

— Céus! Você parece uma cópia de sua tia Alice!

Renesme apenas sorriu e olhou para o cavalo a sua frente mais uma vez.

— Esse será o cavalo que vou montar?

— É ele sim. Deixa eu apresentá-los. Esse é Tobby, um cavalo bastante bonzinho e obediente. Ideal para crianças.

— Legal! Ele bem bonito!

— É sim. Eu tinha um parecido com esse quando era mais novo.

— Você aprendeu a montar com quantos anos?

— Bem novo! Quando se mora em uma fazenda, andar a cavalo é quase tão natural quanto respirar.

Renesme olhou para o cavalo novamente e pensou que se tudo desse certo hoje, poderia fazer uma surpresa aos pais no fim do ano e tentar convencê-los a darem um para ela.

— Bom, aqui está o seu capacete?

— Pra que?

— Para proteger a sua cabeça real. Não posso pôr em risco a linha sucessória ao trono de Belgonia.

— Você está aqui. Não vai acontecer nada comigo.

— Obrigado pela confiança tampinha, mas seu avô só permitiu que eu te ensinasse se você tivesse bem protegida.

A princesa olhou para a fazenda e viu seu avô Charlie os observando do alpendre. Ela acenou para ele e foi correspondida. Jake colocou o capacete na cabeça da afilhada e afivelou em seu queixo. Renesme se sentia um pouco ridícula com aquilo. Mas aceitou de bom grado as condições.

— Charlie me disse que está na hora de deixar você crescer um pouco. Seus pais a protegem demais e é bom você se aventurar na vida. Mas não vamos nos arriscar tanto, não é?

Renesme assentiu e seguiu o seu padrinho até o cavalo, quando chegou mais perto, ela viu o quanto era bonito. Tinha pelos amarronzados e não era muito alto, o que é bastante reconfortante para uma jovem aprendiz. O cavalo ao ver a aproximação dos dois começou a se balançar. No início, a menina se assustou, mas logo foi encorajada a seguir em frente.

— A primeira coisa que deve saber é que o cavalo é seu amigo. Não pode montar se ele não gostar de você. Tem que ganhar a confiança dele.

Jake começou a acariciar o cavalo em sua frente e este pareceu gostar, pois chegava mais perto como se pedisse mais mimos. Renesme achou engraçado e resolveu tentar também. Suas mãos só puderam alcançar o peito dele, mesmo assim ela decidiu também demonstrar carinho. Ela sentiu o quanto os pelos eram grossos e brilhantes. Tobby colocou a cabeça em seus cabelos e ela riu das cócegas que esse movimento fez.

— Oi Tobby! Eu sou Renesme. Posso montar em você?

O cavalo relinchou e ela entendeu que isso era um sinal positivo.

— Bom, primeiro, você deve colocar o pé esquerdo nesse pedal e lançar o outro para o outro lado.

— Será que consigo? Parece tão alto!

— Claro que consegue! Esse é o cavalo mais baixo e mais manso que tenho aqui.

— Ok. Quero tentar.

Renesme colocou o pé no pedal e Jake a ajudou a subir. Ela olhou para baixo e se sentiu tão alta! Era bastante libertador!

— Preste atenção nessas cordas bem aqui. Elas são as rédeas do cavalo. É através delas que você irá controlá-lo.

— Certo.

— Para fazê-lo andar, você só precisa bater um pouco na barriga dele com o pé e balançar as rédeas.

— E se eu cair?

— Você não vai cair. Vou estar segurando essa corda aqui para guia-lo.

— Ok.

— Outra coisa, concentre as suas pernas aqui. Deixe que o corpo acompanhe os movimentos do cavalo, certo?

— E se ele correr muito?

— É só segurar as rédeas bem firme, e assim ele vai parar. Se balançar com muita força, ele vai entender que deve correr, então, tenha leveza nas rédeas dele.

Renesme assentiu e deu o comando para que Tobby andasse, como Jake havia ensinado para ela. O cavalo começou a andar devagar, com o seu dono o segurando na frente para garantir que o animal não corresse muito. A pequena princesa se sentia em paz e com uma sensação de que poderia conquistar tudo que quisesse. A cada volta que dava em cima do cavalo, ela deixava todas as suas emoções saírem e se livrar de vez do medo inicial que teve. No momento, sentia um frio na barriga gostoso. Sorria como nunca e exalava alegria. Pensou no seu primo, Henry, e em como ele adoraria estar ali com ela andando a cavalo.

Ao contrário de seus pais, o seu tio Emmett já queria ensinar o filho dele mais velho a cavalgar, mas era a sua madrinha Rosie que não deixava que ele se aventurasse. Ela concordava com Bella e Edward, e dizia que Henry era pequeno demais para isso.

Renesme tinha um excelente relacionamento com o seu primo. Henry tinha dois anos a menos que ela, então, era como se fosse o seu irmão mais novo. Eles se divertiam muito juntos. Ambos gostavam de coisas parecidas e ele era o seu companheiro ideal para fazer qualquer coisa, até algumas que seus pais não ficariam felizes em saber. Ela ficava imaginando se seria assim com o seu irmãozinho quando ele nascesse. Ás vezes, imaginava que não, afinal de contas, ele será quase dez anos mais novo que ela. Henry entendia o que ela sentia, sabia o que ela gostava, mas seu irmão não. Outra coisa legal, era que ela não tinha que dividir o seus pais com o seu primo e no fundo, não estava achando muito interessante ter que dividir os seus com o seu irmãozinho. Sabe lá se eles não iam gostar mais dele do que dela?

Foi com esse pensamento que ela aceitou o convite de seu avô e de Sue para passar um fim de semana na fazenda de seu padrinho em Seraf. Queria estar longe quando o seu irmão nascesse. Seu pai dizia que estava bem perto de isso acontecer e ela não queria ver a cara deles quando o vissem pela primeira vez. Ela pensou que poderia estar sendo boba ao pensar isso. Mas ela teve os seus pais só para ela quase o tempo inteiro desde que existira e a ideia de dividi-los, inevitavelmente, a atormentava. Pensou que eles a colocariam num colégio interno, assim como fizeram os pais de Sasha, a sua amiga, que foi estudar em Estocolmo depois que os irmãos gêmeos dela nasceram. Ela tinha horror dessa possibilidade. Se assustava com isso. Tanto que sem querer balançou demais as rédeas de Tobby e este saiu correndo pelos pastos. Jake se desesperou e saiu correndo atrás do cavalo e de sua afilhada, se culpado terminadamente por ter tido a ideia de ensiná-la a cavalgar. Renesme estava assustada com a rapidez do cavalo. Pensou que ia morrer e simplesmente não sabia o que fazer.

— Tobby pare! – implorou ela.

— Nessie segure as rédeas com força! – Jacob gritou.

A menina obedeceu o padrinho e segurou com força as rédeas do cavalo e ele parou rapidamente. Ela teve que se segurar para não ser arremessada para longe dele. Ao mesmo tempo se sentia trêmula e confusa. Suas pernas não a obedeciam e suava frio. Sabia que a culpa era sua e não de Tobby. Se ela não tivesse com tanto medo de seu irmão, não tinha feito o que fez. Ela rezava para que Jake não o castigasse.

— Desculpa Tobby. – disse ela acariciando a crina do cavalo.

Jake se aproximou de Renesme e a tirou de cima do cavalo. Ela não conseguia nem andar direito e resolveu só observar o seu padrinho levar Tobby de volta ao estábulo.

— Nessie, sua mãe no telefone! – gritou o seu avô de dentro da fazenda.

— Já vou vovô!

Ela tinha medo de que seu irmão já tivesse nascido. Era confuso por que por mais que ela temesse as mudanças que seu irmão traria, não queria que nada de mal acontecesse com ele e nem com a sua mãe durante o parto. Ela sabia o quanto tinha sido difícil o seu nascimento e não queria que sua mãe passasse por isso de novo.

No início, ela tinha sido uma boa irmã. Tinha ficado super feliz quando os seus pais disseram para ela que ganharia um irmãozinho ou irmãzinha em breve. Tinha acompanhado a barriga de sua mãe crescer com adoração. Adorava se deitar no colo dela e sentir o bebê se mexer sem parar. Até tinha pintado muitos quadros em homenagem ao pequeno e colocado no quarto dele para completar a decoração. Mas agora, com a chegada tão próxima dele, só conseguia sentir insegurança.

Jake se aproximou da afilhada e percebeu o quanto ela estava tristonha. Acariciou os cabelos dela e a conduziu até a fazenda, prometendo a si mesmo que não a deixaria mais subir em um cavalo até que ela tivesse idade o suficiente.

— Não fique triste, Nessie. Com o tempo você irá aprender a montar.

— Eu sei. A culpa não foi do Tobby. Ele foi bonzinho. Eu é que fui descuidada.

Jacob sentiu a semelhança entre Renesme e Bella. A sua melhor amiga nunca culpava ninguém, só a si mesma. Ela era altruísta o suficiente para isso e Nessie também pelo visto.

Charlie ao ver a neta chegando entregou o celular a ela. Renesme tentou se acalmar. Não queria que sua mãe se preocupasse ou pensasse que ela estava triste.

— Oi mamãe.

— Oi querida. Como você está?

— Estou bem. – Jake fez um sinal para a afilhada não contar a mãe do episódio com o cavalo e Renesme assentiu pensando que jamais tinha planejado contar a ela. – Estou me divertindo muito aqui na fazenda do padrinho.

— Oh que bom, meu amor! Mamãe fica feliz em saber que você está bem. Seu pai está aqui morto de saudades de você. Ele não admite o fato de eu ter deixado você ir com o seu irmão tão perto de nascer.

— Você quer que eu volte, mamãe?

— Não, meu amor. É melhor que fique aí e se divirta um pouco. Quando o seu irmão nascer, eu lhe aviso.

— Como ele está?

— Ele está dando cambalhotas dentro de mim. Acho que ele está com saudades das suas historinhas, filha.

— Contarei mais algumas para ele quando ele nascer.

— Eu sei que vai.

— Mamãe?

— Oi, meu amor.

— Você vai continuar me amando quando ele nascer?

— Claro, meu bem. Eu e o seu pai amamos vocês dois igualzinho. Não fique com ciúmes dele. O meu coração é grande o suficiente para caber os dois.

Renesme sorriu e se sentiu um pouco mais segura.

— Te amo mamãe.

— Eu também, meu amor. Para sempre!

— Para sempre!

A princesa desligou e viu Leah beliscar o seu padrinho e este fazer uma cara feia para ela.

— De onde você tirou a ideia de ensinar a Nessie a cavalgar? Ele poderia ter se machucado, seu irresponsável!

— Ei! O avô dela me deu a permissão.

Charlie revirou os olhos e levou a neta para jantarem na cozinha. Renesme queria voltar e dizer para Leah que o seu padrinho não tinha culpa de nada, não queria ver ninguém brigando por sua causa. Porém, o seu avô lhe garantiu que os dois brigavam mais logo se amavam. Sue riu do comentário e a menina ficou confusa com essa parte. O que tinha errado em se amar? Perguntou isso ao avô e ele apenas disse que entenderia quando fosse adulto. Renesme suspirou. Odiava essa coisa “de só quando você for gente grande”! Ela se achava grande o suficiente.

Durante o jantar, ouviu as histórias de quando o pai de Jake era vivo. Pelo que ela tinha entendido, ele tinha morrido há muito tempo, quando ela nem era nascida. A fazenda dele ficava nesse mesmo lugar e foi destruída durante um alagamento. Jake perdera tudo na época, mas aos poucos estava reconstruído o que foi destruído. Ele e Leah haviam se casado há quatro anos e moravam na fazenda “Boa Esperança” desde então. Renesme sempre ouvia o seu padrinho dizer que esse lugar significava para ele como um recomeço, o grande desafio de sua vida. Ela ficava feliz por ele ter conseguido recuperar tudo que perdera. Desejava tudo de melhor para o seu padrinho, que era uma das suas pessoas preferidas do mundo!

— Só estou esperando a hora que vocês vão me dar netos. Já estou ficando velha o suficiente para isso. – afirmou Sue.

— Você não é velha, querida. – falou Charlie com carinho.

— Na verdade, eu estou é com um pouco de inveja de você, Charlie. Logo terá o seu segundo neto.

Charlie sorriu satisfeito e Renesme olhou para ele com desagrado. Até o seu avô estava animado demais com o bebê que estava chegando.

— Sossegue um pouco aí mãe! Eu e Jake vamos ter o nosso bebê na hora certa.

— Por mim já é a hora certa!

Leah revirou os olhos e Renesme cruzou os braços em desagrado. Não aguentava mais ouvir a palavra bebê em sua frente.

— Por que vocês só falam no bebê, ein? Que chato!

Ela, já muito aborrecida, correu para longe da mesa do jantar. Todos puderam compreender o quando estava sendo difícil para a pequena que agora estava tendo que encarar a vinda de um irmão sem saber o que exatamente iria mudar na vida dela após isso.

— Eu sempre disse para a Bella não demorar muito para ter outro filho. Grande diferença de idade dá nisso! – retruncou Charlie.

— Ela é apenas uma criança. Em qualquer idade isso nunca é fácil! Me lembro como foi com Leah quando Seth nasceu.

— Nem me fale!

Jacob se levantou da mesa para ir em busca da afilhada. Mas do que outra pessoa, ela iria ouvi-lo melhor.

— Eu vou lá conversar com ela.

Todos assentiram e ele seguiu para o alpendre e não a encontrou. Saiu pelo entorno da fazenda e nem sinal dela. Foi encontrá-la quando já estava quase em desespero por não achá-la, mas lá estava ela no estábulo, chorando em cima dos fenos. Jacob se aproximou devagar e sentou-se ao lado dela.

— Sabe Nessie... Eu sei como está se sentindo.

A menina olhou para ele com certa surpresa.

— Sabe mesmo?

— Sei sim. Não é muito fácil ter irmãos. A gente sempre fica um pouco inseguro, principalmente por que a gente vai sempre ter que estar disputando alguma coisa com eles...

— Você também tem irmãos?

— Tenho. Duas irmãs, na verdade.

— Elas são mais novas do que você?

— Não... Elas são mais velhas. Mas não pense que isso é diferente. Ser o mais novo é uma barra! Os pais sempre dizem que amam igual todos os filhos, e eu realmente acredito nisso. Porém, lá no fundo, os mais velhos tem um lugar especial por que eles chegaram primeiro, entende? Eles meio que são os chefes.

— Eu vou ser a chefe?

— De alguma forma sim... Principalmente nas circunstancias em que vocês estão. Porém, eu quero que entenda que isso não lhe dará o direito de maltratar o seu irmão por ele ser o mais novo.

— Você era maltratado?

— Se era! – Jacob riu. – As minhas irmãs faziam de mim o que queriam. Uma vez, elas me vestiram de menina só para ficarem rindo da minha cara.

Renesme sorriu pra valer ao tentar imaginar a cena. Tadinho do seu padrinho!

— Isso deve ter sido engraçado!

— Pra elas foram, mas pra mim não.

Jacob bagunçou o cabelo da afilhada e limpou o restante das lágrimas restantes que caiam.

— O que quero dizer é que muita coisa vai mudar em sua vida. Realmente no começo não vai ser fácil, mas com o tempo você vai perceber que tudo não era do jeito que você estava pensando. O seu irmãozinho vai precisar de mais atenção dos seus pais no início por que ele vai ser ainda muito pequeno. Porém, como mais velha, será o seu dever guiá-lo para o caminho certo.

— Acho que posso fazer isso.

— É uma grande responsabilidade, ein? Terá que cuidar mesmo dele, entendeu?

— Sim.

— Depois você vai entender que o seu irmão será o único laço mais forte que terá depois dos seus pais. Ele ficará ao seu lado a vida toda e poderá ser o seu grande companheiro.

Renesme tentou imaginar como seria estar com o seu irmão quando ambos tivessem adultos e se animou com a ideia. Por esse ângulo, ela concordava com o seu padrinho, ter um irmão não era ruim. Ela nunca mais ficaria sozinha por que ele sempre estará lá para ela independente do que acontecesse.

Ao dormir, ficou pensando em como o seu irmão seria, no que poderia ensinar a ele. Pôde apostar com certeza que ele também gostaria de cavalos. Ela o ensinaria a cavalgar quando aprendesse, e depois que eles tivessem grandes o suficiente poderia apostar uma corrida com ele em Clarence. Jake tinha razão, tudo daria certo no final.

Bem cedo pela manhã, todos na casa foram acordados com o toque estridente do telefone. Charlie levantou rabugento por ter sido tirado da cama dessa forma. Porém, seu humor mudou ao ver que era o seu genro avisando que o mais novo membro da família tinha nascido nos primeiros raios da manhã. Um sorriso de satisfação cercou o seu rosto e correu para avisar a sua neta que se recusava em acordar.

— Nessie, querida, seu irmão nasceu.

A menina ao ouvir essas palavras, deu um salto da cama e quis ir logo vê-lo no hospital. Charlie conseguiu segurar a ansiedade da neta até tomarem o café da manhã. Ficou pensando no que Jake tinha dito para que ela mudasse de ideia com tanta agilidade.

Durante o café da manhã, todos só falavam da chegada do menino. A TV estava ligada e dava todas as notícias a respeito do nascimento do novo herdeiro real, o terceiro na linha sucessória. O jornalista enviava o plantão médico da duquesa e do pequeno príncipe. Nele dizia que o menino tinha nascido por parto normal e tranquilo as seis e meia da manhã. Ao invés de sua irmã, ele nascera no Princeton Hospital, por que seus pais quiseram manter em sigilo os detalhes de sua chegada e tentar manter ao máximo a privacidade do momento pelo menos até o anúncio oficial. Foi anunciado também que ele pesava 3,170 quilos e medindo 52 centímetros, um grande bebê.

Renesme ficou um pouco impressionada ao ver o quanto as pessoas estavam felizes com a chegada de seu irmão. Em todos os lugares poderia ver sorrisos e balões azuis. Ficou imaginando se isso tinha acontecido quando ela nascera também.

— Vamos Nessie. Seu pai me pediu para levá-la ainda hoje para Belgravia. – falou Charlie tirando a princesa de seus devaneios.

— Vamos sim.

Logo ambos estavam na estrada. Charlie estava todo orgulhoso. Queria logo poder conhecer o seu mais novo neto. Quando Renesme nasceu foi uma felicidade e tanto, afinal era a sua primeira neta, mas a sensação de ter um menino na família era bastante agradável para ele. Durante a sua vida inteira tinha lidado com meninas e agora teria um companheiro para ver esportes, para jogar beisebol ou alguma outra coisa. Não queria que Nessie soubesse disso, o seu carinho por ela não mudaria nunca.

Ao chegarem em frente ao palácio, Renesme viu que sua babá, Anne, já a esperando na porta principal. O carro parou, ela se despediu do avô e saiu correndo como costumava fazer sempre.

— Anne! O meu irmãozinho nasceu!

— Eu sei, querida. Seu pai telefonou avisando e disse também que logo estará aqui para tomar um banho e pegá-la para você conhecê-lo.

— Pois vamos, Anne. Eu quero ficar pronta logo!

Renesme saiu puxando a mão de sua babá pela escada acima e Anne sorria ao ver o tamanho entusiasmo da menina. A princesa achava que iria explodir de ansiedade se o seu pai não chegasse logo. Ficou o esperando sentada no sofá da sala de seu apartamento no palácio e batia os pés no estofado. Nada que Anne dissesse podia acalmá-la. Ela levantou-se num salto ao ouvir as pisadas dele se aproximando da porta. Ao vê-lo, correu em sua direção e lhe deu um grande abraço.

— Oi filha.

— Papai, como está a minha mãe e o meu irmãozinho?

— Eles estão ótimos! Sua mãe está louca para vê-la.

— Eu quero ir lá agora.

— Calma, querida. Deixe eu tomar um banho primeiro, certo? Eu e sua mãe passamos a madrugada inteira acordados esperando a hora de seu irmão nascer.

— E por que ele demorou tanto?

— Por que os bebês sabem a hora certa de nascer. Com você foi à mesma coisa.

Anne se aproximou dos dois e tocou o ombro de sua protegida.

— Por que não deixa seu pai descansar um pouco, sim? Sua mãe deve estar dormindo também.

— Você parece mesmo cansado, papai.

— E estou.

— Anne, vamos pintar algum quadro para eu levar para o meu irmão de presente.

— Mais um?

— Sim, mais um.

Mais tarde, Renesme pôde finalmente realizar o seu desejo. Acompanhada do pai foi até o hospital. Mais uma vez ela se surpreendeu com a imensidão de pessoas que estavam ali. Todos pareciam bastante contentes, como ela tinha visto mais cedo na TV, porém ela não conseguia entender por que eles estavam assim, afinal nem parte da família eles eram. Edward acenou para eles e Renesme o imitou e ambos seguiram até o quarto onde estavam à duquesa e o seu filho recém-nascido.

Quando a porta se abriu, a menina sentiu uma felicidade tão grande em ver a sua mãe novamente. Quis correr para abraçá-la, mas se segurou ao ver o embrulho azul nos braços dela. Seguiu devagarzinho até próximo da cama com muito cuidado e falou baixinho:

— Oi mamãe.

— Oi filha. Vem mais pertinho de mim.

Renesme subiu na cama com cuidado e abraçou a mãe. Era tão confortável para ela sentir o cheiro gostoso da mãe e estar em sua presença. Beijou- a e Bella encostou a sua testa na da filha.

— Eu estava morrendo de saudade de você, filhota.

— Eu também, mamãe.

— E aí? Como foi no sítio? Seu padrinho não lhe ensinou nada de errado, não é?

Renesme por alguns segundos arregalou os olhos, tentando adivinhar como sua mãe soube.

— Não...

Bella sabia que a filha estava mentindo, assim como a si mesma, Ness era uma péssima mentirosa. Mas esperava que não fosse nada grave.

— Quer ver o seu irmãozinho?

— Quero.

Bella se ajeitou melhor na cama e abriu o manto do filho para que Renesme pudesse ver o rosto dele. O pequeno príncipe era vermelhinho e com poucos cabelos clarinhos. A menina sentiu algo tão grande crescer dentro dela. Uma felicidade tremenda. Queria cuidar dele, protegê-lo e ser a melhor irmã para ele.

— Oi irmãozinho.

Edward sorriu ao ver a sua pequena família unida e se sentiu ainda mais completo. Bella olhou para ele e estendeu a mão. Ele se aproximou deles e beijou a mão dela.

— Ele pode me ouvir? – perguntou Renesme.

— Claro que pode.

O bebê se moveu lentamente e colocou o pequeno polegar em sua boca. Renesme achava que tinha o irmão mais fofo do mundo!

— Ele é tão pequenininho...

— Quer segurá-lo?

A menina arregalou os olhos surpresa.

— Posso?

— Claro! Só tenha cuidado!

Bella passou o bebê para os braços da filha que o segurou com bastante cuidado. Renesme o achou tão macio e bem mais pesado que suas bonecas. Ela aproximou o seu rosto no dele e sentiu o seu cheiro gostoso. O menino abriu os olhos devagar e ficou encarando a irmã com curiosidade.

— Não acha que ele se parece com você, filha? – perguntou Edward.

Renesme o olhou bem e não conseguiu ver nenhuma similaridade.

— Não. Na verdade, ele não tem cara de nada.

Edward e Bella sorriram com a sinceridade da filha.

— Quando ele tiver maiorzinho, você verá que ele vai começar a ter algumas expressões parecidas com a sua. Na verdade, eu já até me acostumei com o fato de que só faço cópias de seu pai.

— E tem algum problema nisso? Eu acho o papai bem bonitão!

Edward sorriu e acariciou os cabelos da filha. Bella revirou os olhos, mas no fundo estava satisfeita por ter dois filhos lindos e saudáveis, independentes se eles pareciam ou não com ela.

— Como vamos chamá-lo? – perguntou Renesme

— Na verdade, nós ainda não pensamos em nenhum nome ainda. Eu e sua mãe deixamos para escolher depois que o conhecêssemos.

— Que tal Antony? Se ele se parece com o papai, devia ter um dos nomes dele.

— O que acha, Bella?

— Estou de acordo. Antony é um nome bonito e tradicional. Será que não devemos homenagear alguém de sua família, Edward?

— Não temos necessidade disso. Renesme já homenageia todo mundo.

— Eu também gosto de William. – completou Bella.

— Então será Antony William. Um belo nome! – anunciou Edward por fim.

Renesme acariciou o rosto do irmão e beijou a sua pequena cabeça.

— Seja bem- vindo a família, Anthony! – disse ela com um sorriso carinhoso no rosto.


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Notas finais do capítulo

Comentem muiiiito!