O som dos risos da pequena bebê contagiava todo o apartamento A2 situado no palácio de Belgravia. Seria um grande dia para ela, porém, ao se divertir com a sua avó materna, que fazia caretas para ela sorrir, não fazia ideia do que iria acontecer.

A pequena princesa Renesme, com os seus três meses de idade, já era a criança mais famosa e adorada do país. Seus pais há dois anos protagonizaram os sonhos dos habitantes de Belgonia com um romance de contos de fadas modernos, onde um príncipe encantado se apaixona pela simples e pobre plebeia. Então, a princesa, que era a segunda na linha sucessória ao trono, era o resultado desse amor tão grande.

Era uma celebridade mirim. Todo mundo queria saber mais um pouco sobre ela, como ela estava crescendo, que brinquedos mais gostava, com quem ela se parecia mais. Alguns olhavam para ela e dizia que era igual aos Cullens, outros afirmavam que aqueles olhos verdes expressivos tinham vindo da mãe e que um dia ela seria igualzinha a ela. Aliais, o seu futuro, era algo muito comentado pelos seus fãs. Até uma astróloga famosa da Europa tinha sido contratada pelos tabloides para que ela, através do mapa astral fizesse uma previsão de como os signos a conduziriam no futuro.

“O sol em virgem dá a ela uma busca pela perfeição em tudo a sua volta. Será uma mulher muito crítica, mas também bastante criativa que a levará a ter gosto para a arte e literatura. Também procurará o silêncio e o recolhimento, que sentimentalmente pode ser confundido com arrogância ou frieza, mas isso é apenas uma impressão passageira já que a lua e marte em câncer a permite ser bastante carinhosa, voltada ao lar, à família, mas também bastante emocional quando estiver em conflito. O mercúrio em Virgem demonstra o quanto ela será curiosa e inteligente. O Vênus em leão dará a ela uma facilidade de se destacar em tudo que faz, costumará ser uma líder carismática, generosa, cheia de amigos e com o talento de escolher coisas que incrivelmente caem no gosto de todos. O seu futuro parceiro terá que ter em mente isso, o quanto ela será atraída por pessoas que se destacam, que tem decisões firmes, decididas, mas que também reconheçam o que mais ela aprecia. Demorará para se apaixonar por que procurará sempre a pessoa certa e muitas vezes não se dará conta de que precisará abrir os olhos e viver mais. O Saturno em Libras confirma seu lado mais solitário e indeciso. O ascendente em aquário e o plutão em capricórnio a impulsionará por uma independência muito cedo, valorizará o dinheiro que ganha e fará tudo para ter um autocontrole financeiro. Terá um forte desejo por mudanças, não será nada pressa ao conservadorismo. Se interessará pelos trabalhos humanitários e terá até um pouco de rebeldia. Procurará estar ao lado de pessoas que realmente poderão contribuir para um mundo melhor, por uma causa nobre. Terá uma ligação bastante forte e cármica com a mãe e juntas podem fazer grandes coisas, porém sua personalidade será muito semelhante ao do seu pai, o que dará a ambos alguns reconhecimentos, mas bastante conflitos de vez em quando.

Mas nada disso importava para o bebê naquele momento que só queria os carinhos da avó coruja e babar os seus brinquedos. Bella olhava a cena da porta com um misto de grande felicidade e emoção por poder compartilhar com a mãe mais esse momento. Desde que Renesme nasceu, Bella tinha adquirido o grande desejo em ter com a filha tudo que ela vivenciou com a mãe no passado. Uma cumplicidade, um relacionamento de igual para igual. Ela abraçou mandrião e resolveu interrompê-las, afinal de contas não podiam se atrasar para o batizado.

— Trouxe a roupa da nossa princesinha. – falou ela.

— Uma coisa que eu adoro na realeza é preservação da tradição. Veja como esse mandrião é lindo! Tão cheio de detalhes!

— Não é mais o original de 1895, mas é uma réplica perfeita dele feito com exclusividade para a Renesme.

— Uma réplica realmente perfeita! Que privilegiada a nossa pequena é. – falou Renée examinando o mandrião enquanto ajudava a filha a por a neta dentro dele com cuidado.

A pequena menina é que não estava gostando de estar vestida naquela roupa tão grande. Se mexia toda e dificultava o processo de vesti-la, fora os diversos laços que Bella tentava coloca em seus ralos cabelinhos e que ela os tirava todos com certo ar de rebeldia fazendo com que a mãe desistisse de pôr alguma coisa ali. Por fim, a menina tinha sido vencida e estava praticamente pronta para o seu grande momento. Renée pôs o broche com a pequena medalha de santa Eudóxia na roupinha dela para completar a composição. Bella olhava para a mãe em agradecimento, pois sabia que sem o apoio dela em todos esses dias, não teria conseguido vencer os seus medos de “marinheira de primeira viagem”.

Em sua mente só se passavam os primeiros meses dela e de Edward com a sua pequena. Renesme no geral era uma criança tranquila, mamava e dormia, porém sabia ser manhosa e rebelde quando queria. Teve um dia em que ela chorava muito nos braços de Bella e esta não sabia mais o que fazer para acalentar a menina. Tinha certeza que tinha a alimentado o suficiente, a fralda estava limpa, tinha feito massagem na barriguinha para aliviar uma possível cólica, mas nada resolvia. Bella agora chorava tanto quanto a bebezinha em seu colo, completamente angustiada. Edward entrou no quarto e pegou a menina do colo de sua esposa e começou a cantar baixinho para ela, a balançando em seus braços de leve e de repente Renesme parou de chorar e ficou observando o pai encantada.

— Eu não acredito no que estou vendo! Como ela pôde parar de chorar com algo tão simples?

— Ela está só um pouquinho manhosa, amor.

— Você conseguiu conquistá-la totalmente com esse seu ar sedutor, mocinho, isso sim! Ela não gosta de mim!

Bella sentou-se na cadeira de amamentação e pôs-se a chorar, amaldiçoado internamente os hormônios pós-parto que a consumia e a fazia ficar mais boba. Edward, ainda com Renesme no colo, abaixou-se em frente à esposa e com a mão livre começou a acariciar o rosto dela.

— Não diga isso, Bella. Renesme te venera! Eu jamais vou ganhar o mesmo olhar que ela lhe dar quando você a está amamentando ou a mesma cara de adoração quando você brinca com ela, quando a veste, quando ela escuta a sua voz... Não seja boba vai! Nossa filha nos ama incondicionalmente.

— Eu sei que eu estou sendo boba. São esses malditos hormônios da pós-gravidez que me deixam assim.

— Não fica com ciúmes, promete? Eu te amo tanto!

— Eu também. Obrigada por ser tão especial!

Edward deu pequeno beijo nos olhos de sua esposa, limpando as lágrimas que ainda haviam ali. Nesse momento, Bella jurou ter visto Renesme dar um pequeno sorriso, o mesmo que ela daria depois quando via o pai chegando, tocando piano, brincando com ela. Edward tinha um verdadeiro poder em conquistar e alegrar a sua pequena filha.

Já na sala de visitas do palácio, a primeira coisa que ela fez ao ver Rosalie foi estender os bracinhos em sua direção. Rosalie era outra que conseguia roubar a atenção da pequena princesa com muita facilidade e maestria por todo o tempo que elas duas passavam juntas se divertindo com os pequenos brinquedos no cercado. Rosalie ao ver tamanha demonstração de afeto da futura e quase afilhada, estendeu os braços também e a pegou no colo. Mas não muito tempo depois, Jake foi reivindicar a atenção dela também e os dois começaram a disputa que sempre havia quando estavam juntos no mesmo lugar. Bella e Edward se divertiam toda vez com a cena. Alice bufava com ciúmes, afinal queria também um lugar especial no coração da menina. Estava bastante claro que Renesme era a pequena majestade do palácio, mesmo sem entender o que se passava ao seu redor.

— Vamos deixar de discussão crianças! Temos um batizado para ir! – falou Carlisle sorrindo.

E todos seguiram na ordem estabelecida para a chegada na Abadia Northanger, onde se realizaria a cerimônia. O batizado de Renesme seria transmitido pela TV, o primeiro a ser também pelas redes sociais. Bella e Edward não gostavam nada dessa ideia de ter a filha tão exposta assim com apenas três meses de vida. Mas era a tradição e eles tinham que respeitar. As pessoas também cobravam cada vez mais a presença constante da mais nova princesa deles. Renesme era o bebê de todos os belgãos e eles dois sabiam que deviam isso a eles.

Era só ver a multidão que gritava do lado de fora e acenava sem parar para ter certeza do lugar que a monarquia ocupava no coração delas. Bella pensou que jamais poderia se quer ter ideia da magnitude de tanto afeto. Ela tinha certeza que sempre se surpreenderia com esses momentos.

Flashes e mais Flashes os rodeavam no minuto que eles puseram os pés para fora do carro. Renesme não estava nada assustada com os gritos das pessoas, até parecia que já estava acostumada com eles. Edward e Bella acenaram para o público afoito do lado de fora e entraram na Abadia. Depois de recebidos pelo arcebispo e pelo pároco da Igreja, eles puderam ter uma visão do quanto o lugar estava lotado. É claro que não estava tão cheio quanto no casamento dos dois ocorrido no ano anterior, mas estava seguindo num patamar parecido. O casal preferiu seguir todos os protocolos e serem bastante tradicionais na cerimônia para evitar terem muito trabalho desnecessário. Convidaram políticos e membros de outras monarquias, porém, deram preferência aos amigos e familiares nas primeiras fileiras.

As cornetas faziam à acolhida a pequena família. Como mandava o protocolo, o casal e o bebê eram os últimos a entrarem na Abadia, depois do rei, da rainha e dos padrinhos do bebê. Então, todos já estavam em seus lugares e aguardavam a cerimônia começar. Renesme olhava para todas aquelas pessoas enquanto passava pelo longo corredor com muita curiosidade, estava atenta a todos os detalhes, por conseguinte eles estavam atentos a ela também.

O hino nacional começou a tocar quando a pequena família se direcionou ao seu lugar. Todos se concentravam em posição de respeito ao país, mas Renesme estava agitada, provavelmente queria mesmo era estar brincando ao invés de estar ouvindo aquela música velha em meio a tantas pessoas desconhecidas para ela. Bella tentava não rir da reação da filha e ao mesmo tempo que tentava controla-la, ela compreendia o quando aquilo era estranho e até mesmo entediante. “Se acostume, minha filha. Isso vai te acompanhar pela vida inteira.”, pensou ela.

— Bom dia a todos os presentes! – desejou o pároco, após o hino nacional. – Desde já invocamos a presença do pai, filho e espírito santo para que eles estendam as bênçãos do céu para essa pequena criança aqui presente em o seu batismo, mas para todos aqueles unidos na fé de Deus.

— Amém. – responderam todos.

O pároco orienta que Jake, escolhido por nós, inicie a celebração com a leitura dum trecho da Bíblia. Ele foi ao púlpito todo tímido, mas ao mesmo tempo orgulhoso. Leah o observava também com admiração. Sua voz grave ecoava por todos os lugares e nos focava para a cerimônia. As câmeras de TV captavam cada instante do que acontecia, cada movimento, cada sussurro e uma audiência de cerca de 500 mil pessoas assistiam atentas pelo pequeno aparelho e tuitavam o que achavam de cada detalhe.

Cantos e orações de praxe prosseguiam a cerimônia. Renesme se inquietava cada vez mais. Tentava puxar os babados de seu mandrião e Esme tentava distraí-la brincando com as pequenas mãozinhas da neta. Porém o batizado estava sendo longo demais e Bella sabia que sua filha logo ficaria com fome. O único jeito de acalmá-la seria os braços do pai. Edward percebendo o olhar da esposa, estendeu as mãos e pegou a menina que logo depois caiu num sono profundo. Bella deu um sorrisinho para o marido em cumplicidade, sabendo o poder que ele tinha para acalmar a filha.

A cerimônia se findou no momento que o casal com a pequena bebê adormecida e os padrinhos seguiram para a pia batismal para o batismo em si. Rosalie pegou Renesme nos braços de Edward e segurava a sua afilhada com todo orgulho, ela até se sentia um pouco mãe dela também. Jake estava logo atrás dela, tomando cuidado para que a cera da vela acessa não caísse em sua afilhada.

— Que nome foi escolhido para a criança? – perguntou o arcebispo.

— Renesme Carlie. – respondeu Edward orgulhoso.

— Pelo Batismo, esta criança começa a fazer parte da Igreja, sua nova família. Vocês querem ajudá-la a crescer na Fé, observando os mandamentos e vivendo na comunidade dos seguidores de Jesus?

— Sim. – Responderam Edward e Bella juntos enquanto, de leve, trocavam sorrisos entre si.

— E vocês, padrinhos, estão dispostos a colaborar com os pais em sua missão de educar na fé e viver em comunidade?

— Sim. – responderam Rosalie e Jacob.

— Eu acolho vocês nesta comunidade cristã com grande alegria. Em nome do pai, do filho e do Espírito Santo.

— Amém.

Rosalie se dirigiu com Renesme no colo para a pia batismal e a inclinou para que o arcebispo derramasse a água sagrada na cabeça da pequena princesa. Ela despertou de seu sono no seguinte em que sentiu a frieza do líquido, mas por incrível que pareça, não chorou, só ficou observando as pessoas ao redor como sempre gostava de fazer. Rosalie olhava para a afilhada com alegria e orgulho. Queria apertá-la e dizer o quanto ela estava sendo incrível! O seu apego pela menina era inexplicável e o seu grande desejo era estar sempre perto dela, sendo para Renesme o que ela desejasse o que ela fosse. Mas não queria nunca ficar longe.

— Eu te batismo Renesme Carlie, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Edward abraçou de leve a esposa, mesmo sabendo que todos estavam olhando. Nada disso importava. Ele estava tão feliz, tão estonteante que só queria gritar para o mundo que ele tinha a família mais bela. Rosalie abaixou um pouco o mandrião de Renesme para que o arcebispo fizesse uma cruz em seu peito com o óleo sagrado.

— Com esse óleo peço que a força de Cristo penetre em sua vida, pequena Renesme.

Rosalie colocou a afilhada em seu ombro e deu um beijo em sua bochecha com muito carinho. Mas a menina queria mesmo era comer. Olhou para os lados em busca da mãe e Edward a segurou antes que ela abrisse o berreiro. Começou a sussurrar em seu ouvido para acalmá-la.

— Você foi tão incrível, meu amorzinho! Estou tão orgulho de você! Consegue aguentar só mais um pouquinho até chegarmos em casa?

Renesme olhava para ele encantada e Bella olhava para os dois com muito amor. Edward era tão bom com ela! Era um pai tão fantástico! Parecia que tinha nascido para essa função. Também estava super orgulhosa de sua filha que tinha se saído tão bem até agora. Qualquer outra criança em seu lugar teria chorado horrores ali diante de tantos estranhos, num lugar desconhecido, mas ela aguentou firme, como se já entendesse que aquela era sua função. Se não tivessem rodeados de tantas pessoas, ao vivo ou na TV, e não tivessem que cumprir os protocolos, ela teria abraçado os dois ali mesmo.

Quando tudo terminou. Eles fizeram uma reverência a Carlisle e Esme mais uma vez e seguiram pelo corredor para fora da abadia. A imagem que eles passavam era de uma família verdadeiramente feliz. Que ria a toa e emanavam cumplicidade e amor. Mesmo sendo muito piegas, esse era o sentimento do casal naquele momento. Eles sentiam que estavam no momento mais perfeito de suas vidas.

Na porta da Abadia, eles pararam, como no ano anterior, para acenar para as pessoas. Elas gritavam eufóricas, choravam e tiravam fotos. Para muitos era a concretização de um sonho. A bela família feliz ali reunida era como se a vida de todos ali passasse a ganhar mais um sentido. Para Edward, isso era completamente verdadeiro. Quanta coisa mudou em sua vida desde que começou a namorar Bella há dois anos? Ele sabia que um dia teria uma família, já que fazia parte do pacote de ser um príncipe herdeiro, mas nunca imaginou que iria ser tão feliz e realizado. No momento sentia que poderia conquistar o mundo ao seu redor.

No caminho para o palácio, as pessoas os seguiam eufóricas e ambos continuaram acenando para eles, impressionados com tanta euforia. Mas Renesme agora estava impaciente. Ela olhava para a mãe com uma certa ansiedade. Bella entendeu que a filha tinha se comportado durante todo o batizado, mas agora queria a sua compensação. Por isso, assim que chegaram ao palácio, ela pediu um instante para alimentar a pequena menina.

Renesme mamava com vontade, mas não tirava os olhinhos de sua mãe. Bella a olhava com admiração. Ainda não conseguia entender como pode conceber algo tão perfeito assim. Renesme tinha mudado tudo em sua vida. Era um amor tão grande que brotava que nem ela mesmo sabia como explicar, jamais iria entender se não tivesse passado pela experiência de ser mãe. Renesme a deixara mais forte, leoa. O que mais ela desejava era poder conquistar um mundo melhor para aquela pequena em seus braços, guiá-la para um bom caminho e fazer com que ela fosse muito feliz.

— Obrigada por ter me escolhido, minha pequena. Você é a coisa mais importante da minha vida!

Já alimentada, Renesme teve mais paciência para tirar algumas fotos oficiais de seu batizado. Dormiu na maioria delas fazendo que todos sorrissem diante da facilidade dela em dormir em todo lugar. Era tão tranquila que passava de braço em braço sem reclamar ou acordar. Tirou foto ao lado dos pais, dos avós de ambos os lados, dos padrinhos, sozinha e ainda ao acordar foi recebida e mostrada pelo seu pai orgulhoso para todos os convidados da recepção.

O casal conversaram por horas com todos os convidados presentes. Fizeram tudo que a etiqueta e o evento exigiam. Mas Bella, assim como a filha já estavam cansadas de fazerem sala para todas aquelas pessoas. A paz veio mesmo quando a pequena esteve nos braços de sua mãe e seguiu em direção ao seu padrinho. Renesme achava Jacob um máximo, pois ele sempre a fazia sorrir com suas cambalhotas e caretas. Já no colo dele, ela brincava com as chaves que ele a ofereceu como se fosse o brinquedo mais interessante do mundo! Jacob olhava para Renesme ternamente, como se observasse todos os detalhes de sua composição. Bella sabia que a mente dele estava longe.

— Ela gosta de você. Acho que fiz uma boa escolha para padrinho.

— Claro que escolheu! Todas me amam, baby! – Jacob sorriu para Bella.

— Não seja metido! – Ela exclamou com uma cara de falsa supresa.

Jacob piscou e fez cócegas na barriga da afilhada a fazendo rir.

— Você não concorda, Ness?

— Ness? Que coisa mais estúpida é essa?

— Qual é? O nome dela é muito grande!

Bella balançou a cabeça o repreendendo e torcendo para que o apelido não se espalhasse. Jacob amava diminuir o nome das pessoas. Ela lembrou de quando os dois eram crianças e ele começou a chamá-la de Bells e olha que ela já tinha um apelido. Porém, Bella não gostou do diminutivo e o proibiu de chamá-la assim, mas de vez enquanto ele deixava escapar sem querer. E Ness a fazia lembrar outra coisa não muito agradável que certamente não queria para a filha.

— Sabe o que eu estava pensando agora a pouco? – perguntou ele.

— O quanto você é bobo, ás vezes?

— Não por que isso não é verdade. Mas no dia em que te disse para deixar Edward pra lá. Quem diria que chegaríamos a esse ponto, não é?

Bella parou um pouco e ficou pensando nesse dia. Jacob parecia ter pego no ar a sua atração por Edward. Isso era realmente interessante. Ela não conseguia pensar em como estaria sua vida agora se tivesse ouvido o amigo.

— Eu ainda penso que um dia tudo isso vai acabar como num sonho bom. Não sei como essa coisinha tão perfeita saiu de dentro de mim.

— É louco não é? A nossa vida dá um salto meio inesperado. Você aí casada e com um bebê. Eu longe da fazenda do meu pai, na cidade cursando faculdade e namorando Leah... Eu pensei que nunca ia sair daquele mundinho de Seraf e ainda teria que arranjar um jeito de arrastar você para ficar comigo.

— Ainda bem que não deu certo. – ambos riram. – Acho que as coisas tinham que seguir como foram. Aprendemos muito durante esse tempo e acho que vamos aprender ainda mais.

— É verdade. Você está feliz, Bella?

Bella parou por uns instantes e pensou em tudo que tinha acontecido desde o momento que resolvera pegar o avião para Belgonia. Se tivesse nos Estados Unidos ainda nada disso tinha acontecido e talvez seus planos tivessem dado certo, mas jamais saberia se teria sido tão feliz como estava agora.

— Estou. A minha vida agora não era nada como eu queria, mas realmente, estou muito contente por ter sido tudo diferente para que eu chegasse até aqui. Renesme e Edward me deram uma perspectiva diferente. Eu quero agora dar o melhor do que posso na minha nova função. Poder ajudar no que puder.

— É uma coisa e tanto se pararmos para pensar. Por que você pensar não mais o que é melhor para você, mas para um país inteiro. Deve ser algo muito pesado para se levar nas costas.

— E é. Renesme terá que conviver com isso. Ela só tem três meses e as pessoas só pensam nela como uma futura rainha. Não quero que ela se preocupe com isso agora, quero que ela seja feliz e tenha uma vida normal.

— Ela nunca vai ter uma vida normal, Bella.

— Eu sei. Mas eu quero que ela tenha o mais próximo do normal possível. Que ela possa fazer o que gosta. Que ela tenha um pouco dos dois mundos.

— Vai ser um pouco difícil... Vocês têm tantas privações.

— Eu vou dar um jeito, não é gatinha? – Falou Bella enquanto acariciava os cabelos da filha.

— Tendo você como mãe já sei que ela não vai ser como aquelas garotas mimadas e chatas. O povo de Belgonia pode respirar aliviado.

Bella sorriu para o amigo. Adorava essa confiança que ele depositava nela. No fundo, ela não entendia essa imagem que as pessoas tinham dela por que não era nada disso em sua concepção. Só tinha certeza de uma coisa, que faria a filha ser a pessoa mais feliz do mundo, mais independente e forte para enfrentar os desafios quando a hora chegasse.