Dinastia: outras histórias e curiosidades escrita por Isabelle Soares


Capítulo 14
Os Cullens pelo mundo


Notas iniciais do capítulo

Hoje voltaremos ao ano de 2013 para que conheçam como foi a primeira experiência de Bella, Edward e Renesme em sua primeira turnê internacional. Mais um vislumbre do que aconteceu após o fim da primeira temporada de Dinastia.



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Quando a porta do avião particular da família real se abriu, Edward e Bella sentiram em seu interior um misto de emoções. Por mais que ele já tivesse feito outras turnês internacionais antes, nada superava essa sensação de estar representando o seu país em um lugar diferente. Para Bella, o sentimento era um pouco maior do que isso. O frio na barriga era grande demais. Essa era a primeira vez que ela participava de uma turnê assim. Iria conhecer países que ainda não conhecia e mais ainda teria que se relacionar com autoridades locais, ser o centro das atenções mais uma vez, algo sempre a perturbava de alguma forma.

Turnês internacionais eram de praxe e geralmente tinham que ser feitas com frequência para manter as boas relações com os outros países e fortalecer os laços comerciais. O motivo da vez era apresentar o novo casal real para as outras monarquias amigas a de Belgonia. A viagem era para ter sido feita antes, porém com o nascimento de Renesme, isso teve que ser adiado.

Bella estava nervosa sobre como iria performar diante de tantas autoridades e do povo de cada país. Por isso fez questão de estudar nas horas vagas um pouco sobre os três países que iria visitar, Suécia, Noruega e Dinamarca. É claro que sua última experiência viajando pelas cidades de seu país tinha lhe dado uma certa noção de como era, mas cada evento e compromisso era uma nova sensação e aprendizado.

Alice tinha a ajudado bastante. Especialmente com o figurino, que ela sabia que era muito importante. A princesa agora servia de guia de moda para os outros membros da família real, meio que um ensaio para o que realmente ela queria fazer que era seguir numa linha de roupas personalizadas de sua autoria. Então Bella sabia que estava segura nesse ponto.

Ruth e Nick estavam a todo vapor para elaborar toda a agenda do casal durante a viagem, prestando atenção em todos os protocolos locais e internacionais. Havia uma discussão se Renesme ficaria ou não em Belgonia aos cuidados de sua babá provisória, Mary, e de seus avós, mas Bella e Edward foram firmes na decisão. Sem a filha não haveria viagem. O primeiro ministro, Maycon Fraser, compreendeu a decisão do casal, pois ele também tinha acabado de começar a sua família e não achava que levar uma bebê e sua babá não teria muitos custos adicionais.

— Parece-me que, sendo uma família tão jovem, vocês talvez desejassem mesmo trazer a menina também.

Esme e Carlisle também não foram contra já que antes eles já tinham levado os filhos pequenos em viagens internacionais também. Portanto, essa seria a primeira turnê da pequena princesa também. Isso foi um prato cheio para que Alice se dedicasse em fazer de sua sobrinha sua pequena Barbie. Começou a comprar ou até mesmo desenhar e mandar fazer vários modelos para ela usar durante a viagem. Ao que parecia, Renesme nunca vestiria a mesma roupa duas vezes. Alice sabia que ela seria a sensação mundial e queria que ela tivesse a altura.

— Acho que essas roupas vão deixá-la bastante confortável e estilosa. – falou.

— Ai Alice! Eu estou tão nervosa! Você conhece as famílias reais desses países melhor do que eu. Como devo lidar com eles? O que eu devo esperar?

— Vai com calma Bella! Eles são pessoas que nem você. Tente tratá-los de igual para igual.

— Mas nem ao menos eu conheço alguma coisa sobre eles. Como vou puxar conversa? O que eu vou dizer?

— Deixe eles falarem primeiro. Seja educada e cortês, depois, você vai ver que o papo vai engrossar! Veja só: a princesa Vitória da Suécia é um doce! Ela é tão simpática! Eu tinha uma proximidade muito grande com todos e posso afirmar com certeza que eles são os mais calorosos de todas as famílias reais da Europa. Vitória teve um bebê recentemente também. A princesa Estelle é só uns meses mais velha do que Renesme. As duas vão se dar muito bem.

— Sim, eu sei disso, vi em minhas pesquisas, fiquei até um pouco mais confortável.

— A princesa Mary da Dinamarca é quem nem você, uma plebeia que se apaixonou por um príncipe. Ela nasceu na Austrália e teve que mudar de vida ao aceitar se casar com o Frederick. Ela também é muito simpática e com certeza vocês duas vão ter muitas experiências para compartilhar. Agora com relação à família real da Noruega, é o que menos posso falar, pois não tenho muito contato com eles. O conselho que eu dou é que tenha moderação. Fale na hora certa e responda apenas o necessário.

Bella anotou mentalmente todas as dicas que sua cunhada tinha dado e assim ficou pronta para a sua nova tarefa. Porém, ao ver todos aqueles curiosos os esperando no aeroporto de Estolcomo, parece que suas pernas voltaram a ficar bambas novamente. Não esperava que alguns suecos viessem vê-los. Apertou a filha no peito e desceu as escadas do avião junto do marido. Edward sabia o quanto seria desafiador para a sua esposa. Por isso, tento fazer com que a viagem de poucos minutos para a Suécia fosse mais descontraída. Fez questão de tirar muitas fotos dentro do avião para “registrar a primeira viagem dos três juntos”, contou histórias engraçadas sobre suas outras viagens internacionais e pôs a sua mão nas costas de Bella para passar todo o apoio necessário ao descer as escadas do avião.

Acenaram para as pessoas e tentaram passar a imagem de segurança e felicidade. Ambos ficaram surpresos também com o fato de que a princesa Vitória e o seu marido Daniel tinha vindo pessoalmente recebê-los no aeroporto. Não era comum isso acontecer, mas era uma prova de o quanto eram bem- vindos por ali. Edward foi o primeiro a sorrir e apertar a mão da anfitriã.

— Sejam bem-vindos a Suécia! – falou ela com um forte sotaque.

— Obrigado Vitória e Daniel. É um prazer começar a nossa turnê por aqui.

— O prazer é nosso! Olá Isabella.

— Oi. – Bella falou com timidez. Tinha conhecido Vitória em seu casamento e a visto alguns meses atrás no batizado de Renesme, mas ainda não tinha tido a oportunidade de ter uma opinião sobre ela.

— Parabéns pela linda menina! – parabenizou Daniel.

— Obrigada. – agradeceu Bella. – Soube que vocês também tiveram uma recentemente.

— Sim. Estelle irá completar um ano ainda esse mês. – respondeu Vitória. – Vocês irão conhecê-la. Aliais, papai e mamãe convidam vocês para um almoço no palácio de Stockholm. Nos dão a honra?

— Claro que sim. – respondeu Edward por fim.

Ambos acenaram novamente para os espectadores e entraram no carro para um percurso de dez quilômetros que os levariam até a residência oficial da família real sueca. Renesme estava tão agitada quanto à mãe. Se balançava no colo dela e Bella tentava distraí-la com alguns brinquedos que trazia na bolsa. Vitória as olhava com um sorriso. No mínimo pensando que passava o mesmo com a filha pequena.

— É muito bom estar de volta a Suécia, Vitória. – iniciou Edward. – É como estar em casa.

— É bom vê-los aqui também, mas me diga, como está Alice? Faz tempo que ela não vem nos visitar.

— Alice está cheia de energia como sempre. Inclusive, ela insistiu muito para que eu trouxesse um presente para você e Madalena.

— Não me diga que são aquelas roupas maravilhosas que ela desenha?

— São sim. Você soube que ela virou estilista?

— Claro que sim! Ela me enviou muitas fotos de seus modelos. Alice vai ser um sucesso! Eu vou ficar maravilhada em usar uma roupa feita por ela. Madalena também.

— Soube que ela está morando nos Estados Unidos, é verdade?

— Oh sim! Para nós está sendo um rebuliço essa mudança dela, mas queremos sua felicidade.

Edward assentiu e acariciou a cabeça da filha. Sabia bem como era ir longe dos protocolos reais. A princesa Madalena estava se encaminhando para longe da família real, em busca de viver seus desejos e viver seu amor com o empresário Cristopher O’neill. Já Vitória carregava o mesmo peso que Edward de um dia assumir a coroa de seu país e ele sempre se reconheceu e se deu muito bem com ela. Já Bella estava bastante interessada em conhecer o príncipe Daniel, marido de Vitória, que um dia tinha sido plebeu.

— É a sua primeira vez na Suécia? – perguntou ele a Bella.

— Não. Já tinha vindo outras vezes. Mas acho que dessa vez será mais especial.

— Certamente. Tenho certeza que irá gostar de conhecer coisas incríveis em nosso país.

Bella sorriu e concordou. Vitória pediu para segurar um pouco Renesme e a menina nem estranhou os braços desconhecidos. As duas ficaram brincando até chegarem no palácio. Bella ficou feliz por as coisas estarem correndo tão agradavelmente. Ela pôs os olhos para fora da janela do carro e viu o quanto era estonteante os jardins e o palácio campestre de Stockholm. Tudo era muito encantador!

Ao entrarem no recinto, ela pode se sentir ainda menor diante de tanta grandeza. O rei Karl Gustav e a Rainha Sílvia os aguardavam. Bella seguiu os conselhos de Alice e ficou quieta apenas observando e falando apenas quando solicitada. O fato de Renesme estar em seus cuidados a ajudou muito como disfarce para a sua timidez. Edward foi bastante diplomático e parecia sempre ter as respostas certas e uma conversa agradável. Bella sentiu que cada vez mais ele ganhava confiança para as suas obrigações como príncipe herdeiro.

Durante o almoço, ela sentiu a sua timidez fluir para fora de seu corpo ao poder compartilhar com todos os seus projetos com o “Talk”, o que despertou bastante atenção de Daniel que prometeu apresentá-la a alguns psicólogos bastante renomados da Suécia e especialistas em áreas de doenças psicológicas. Bella ficou muito entusiasmada. Inclusive pode compartilhar da companhia dele em vários dos eventos da turnê, como visitas a hospitais e a clínicas de tratamentos psicológicos. Estar com Daniel a deixou mais a vontade. Já que seu passado como plebeu e ex- personal trainer diziam a Bella como era compartilhar as experiências de ser novo e diferente daqueles que nasceram em berço real.

Não só para Bella, mas para Edward a viagem foi muito importante, pois era a primeira vez que ele se sentia completamente seguro no seu dever como representante de seu pai, o rei, e de toda Belgonia. Quando batia um nervosismo de véspera sabia que podia contar com o apoio de Bella. Na verdade, ele queria provar para a esposa o quanto ele era capaz, muito mais do que para as pessoas que o observava. Além disso, estava achando a estadia na Suécia uma experiência excitante, pois o modo de se comportar dos membros da monarquia sueca eram muito diferentes. Edward observava com interesse o quanto eles eram próximos da imprensa. Para qualquer lugar que fosse ou em qualquer situação, havia sempre um fotografo tirando fotografias e eles pousando abertamente para elas. Logo já estavam todas publicadas em todas as mídias de comunicação. Isso os tornavam completamente propícios a quaisquer comentários e invasões de privacidade. Porém, por outro lado, as pessoas pareciam que os reconheciam e os tratavam como alguém muito próximo. Mas ainda assim, Edward achava impensável esse tipo de comportamento. Queria a qualquer custo manter a privacidade dele e de sua família.

Para Bella também foi uma surpresa e tanto ao ver o quanto as pessoas eram receptivas a eles. Ela para ser agradável, tentou falar algumas coisas em sueco em lugares que iam visitar. Alguns sorriam para ela, porém, não entendia se eles estavam tentando ser gentis ou achando engraçado o modo que ela falava a língua. Edward falava tão bem sueco que parecia um nativo. Era agradável ouvi-lo e Bella acabou se contentando com o fato de que nunca seria como ele.

Não foram tantos os compromissos em que puderam levar Renesme. Bella e Edward ficavam pensando nela o tempo inteiro, mas tinha plena confiança em Mary, já que esta já tinha sido babá de Edward e de todos os seus irmãos, e estava cuidando provisoriamente da pequena princesa. Eles até estavam satisfeitos em mantê-la longe, pois sentiram o quanto ela era o centro das atenções na Suécia e isso acabava gerando muita atenção indesejada da mídia local e de Belgonia para a menina. Mas mesmo assim, os agentes do casal queriam incluí-la em qualquer evento que podiam colocá-la. Ela visitou o zoológico, escolas, brinquedotecas, assistiu o pai jogar uma partida de Hockey, e isso fazia parte da imagem que queriam construir da família unida e feliz, uma propaganda positiva para família real. Para eles quanto mais Renesme fosse exposta melhor, algo que Bella e Edward aceitavam de início com receio.

Porém, sempre que sobrava um tempo, ela corria para ficar ao lado da filha. Era muito mais relaxante estar brincando com as duas pequenas crianças do que estar na mira dos olhares alheios o tempo inteiro. Estelle tinha se dado muito bem com Renesme, as duas brincavam juntas como se conhecessem a vida inteira. Um dia Vitória se juntou a elas e Bella pode conversar melhor com a princesa herdeira.

— Sabe que a Suécia muito me orgulha? – iniciou Bella.

— É mesmo? Por que?

— Aqui há muito tempo as mulheres tem o direito de governar.

— Há isso é verdade. Papai desde cedo fez questão de mudar a lei de sucessão para que eu um dia pudesse me tornar rainha. Ele nem por um segundo duvidou da minha capacidade pelo fato de eu ser uma mulher e agora minha filha também terá essa chance.

— Você nunca sofreu pressão por causa disso? De ser diferente? De ter que se casar para ter um homem ao seu lado caso as coisas não ocorram bem?

— Não de meus pais. Mas de algumas pessoas nos bastidores da monarquia sim. Mas eu recebi o melhor preparo possível, tentei nunca me importar com o que diziam. Quero fazer o mesmo com Estelle. Quero que as pessoas a vejam como uma boa governante e não só por uma mulher carinhosa, maternal e de boas ações.

— Está certíssima. Renesme será a primeira monarca a assumir o trono de Belgonia. Tenho tanto medo dela ser discriminada ou sofrer pressão para ser perfeita o tempo inteiro, sabe?

— Eu sei como é. Eu ainda tenho esse medo, se quer saber. Por enquanto eu ainda estou na sombra do meu pai, mas sabe se lá o que vai acontecer depois que ele falecer...

— As pessoas precisam ver o quanto somos capazes. Mas torço para que quando Renesme tiver a sua vez, o mundo esteja diferente.

— Na verdade, perdi as esperanças nisso. – Vitória deu um sorriso tristonho. – Mas se der o melhor preparo para a sua pequena e acreditar nela, com certeza o mundo não irá negá-la.

Bella sorriu e sentiu que gostava bastante de Vitória.

No outro dia, a pequena família estava na Noruega. Não receberam tanta receptividade da família real de lá como a sueca, mas nenhum dos dois esperavam isso. O primeiro ministro foi esperar os três no aeroporto e seguiu com eles até a abertura dos jogos escolares. Lá ambos tiveram o primeiro contato com as pessoas daquele país. Era a primeira vez de ambos na Noruega e não sabiam o que esperar. Eles seguiram direto para as pessoas que estavam à espera do evento começar e acenaram timidamente. Porém, ao verem que elas gritavam por eles foi uma surpresa total. Ninguém poderia tê-los preparado para isso. Algumas jovens, sorriam e acenavam, então foi decidido que jamais um gesto desse poderia ser ignorado. Edward e Bella se aproximaram da multidão e começaram a apertar a mão de cada um. O mais surpreendente foi uma delas ter caído no choro ao vê-los. Bella automaticamente a abraçou e Edward foi conversar com ela. Era incrível a sua emoção! Os dois nem sabiam como lidar com isso. Mais na frente, uma outra pessoa perguntou se eles estavam mesmo juntos, como se duvidassem que eles eram reais.

— Claro que estamos! – Respondeu Bella rapidamente e pegou na mão de Edward que sorriu com o gesto.

Aquilo não saiu da cabeça dela o dia inteiro. Nunca ninguém poderia prepará-la para tanta responsabilidade. A recepção dos noruegueses provava que eles não tinham mais obrigação apenas com os belgãos, mas com vários admiradores de sabe lá onde. Os nomes correu o mundo e as pessoas gostavam deles de alguma forma. Isso era muito para ser assimilado.

Já no hotel, Bella pôde conversar com o marido a respeito disso. Edward brincava animadamente com Renesme, soprava a barriga dela e a fazia sorrir. Bella ficava encantada toda vez que via os dois juntos se divertindo. Mas já estava tarde e tinha que acabar um pouco com a alegria de ambos. Renesme precisava comer e dormir.

Já amamentando a pequena garotinha, sua cabeça ainda estava presa aos acontecimentos da manhã. Eles vinham e voltavam como redemoinho. Ela estava impressionada por Edward agir tão naturalmente com isso. Ela acabou atribuindo ao fato de que ele sempre teve atenção, mesmo que indesejada, pela vida toda e já tinha se acostumado com aquilo.

— Edward, você notou como as pessoas nos trataram hoje?

— Foi impressionante não foi?

— Totalmente! Não consigo parar de pensar sobre isso.

— É louco! Atribuo isso a internet que criou ao nosso redor uma fama de contos de fadas. Acho que nem um outro casal da realeza tenha conseguido vivenciar isso, talvez apenas os britânicos que não importa o que façam, sempre vão ter muita atenção.

— Isso aumenta a nossa responsabilidade por que termos que ser ainda melhores pôr eles.

Edward pegou a pequena menina adormecida do peito de Bella e a colocou no berço. Quando voltou olhou bem para a esposa.

— Nunca seremos perfeitos, meu amor. Não temos que ser responsáveis por tudo. Temos que ter obrigações com o povo de Belgonia, com o resto, um dia essa história acaba.

Bella não concordava. O que tinha visto parecia forte demais. Mas no conseguiu pensar em mais nada, pois Edward beijava o seu pescoço e à medida que ele descia pelo seu corpo o calor e o arrepio aumentava ainda mais. Ela não resistiu e o agarrou pela cintura, beijando o seu peito e descendo pela virilha, sentindo ele acordar cada vez mais. Bella sabia que no dia seguinte, os membros da família norueguesa iriam encontrar os dois com cara de zumbi por terem passado a noite em claro. Mas pelo menos seria por prazer.

E assim aconteceu, os dois foram recepcionados com educação e muita formalidade pelo príncipe herdeiro Haakon e sua esposa Mette. Mas à medida que iam se conhecendo melhor, Edward e Bella puderam sentir o senso de humor do casal norueguês. Eles apresentaram o seu modo de vida bastante simples e sua grande preocupação pela natureza. Edward ficou impressionado com os projetos ambientais desenvolvidos pela família real de lá. O palácio era todo iluminado com placas solares e o próprio príncipe andava em um carro elétrico para evitar poluir o ar. Inclusive, Edward lançou-se em apoio à campanha do príncipe Haakon em motivar a todos em diminuir aos poucos os poluentes em seus países. Na verdade, ele nunca esteve tão impressionado com os ideais e o modo de vida das realezas escandinávias e certamente levaria muito disso para Belgonia.

Bella ficou mesmo impressionada foi com a simplicidade da família real, que abria mão de grandes pompas para andar de metrô e matricular seus filhos em escolas comuns. Ela achava isso tão lindo e muito passível de compartilhar o exemplo.

No fim de semana, os três estavam na Dinamarca. A princesa Mary e seu marido, o príncipe herdeiro, Frederick, os receberam com flores no primeiro compromisso deles, na sede da Unicef em Copenhague. Lá ambos tiveram a chance de fazer doações para o combate à fome na África e também ofereceram apoio para a campanha Go Campaign para arrecadar doações para crianças carentes em todo o mundo. Os dois casais até se divertiram ao empacotar cestas de materiais de higiene para mães necessitadas vítimas de catástrofes. Mary e Frederick eram tão bons juntos e tinham uma cumplicidade contagiante mesmo depois de quase dez anos de casados. Bella pensou que queria chegar a essa data no mesmo clima com Edward.

Mais a atração mesmo foi Renesme. Na Dinamarca, houveram vários compromissos que o casal pôde levá-la. Primeiro foi no centro infantil de combate a doenças crônicas. Renesme parecia que tinha sido introduzida ao paraíso, pois sorria, balançava os bracinhos e interagia com as outras crianças. Bella sabia o quanto aquilo era importante para ela, já que em dias normais, mal interagia com outras crianças por não existir nenhuma no palácio. A princesa Mary sentiu essa carência dela e gentilmente as levou para uma espécie de escola para bebês de famílias carentes, onde eram desenvolvidas as habilidades motoras, sociais e artísticas das crianças desde cedo. A princesinha amou ficar mexendo nos instrumentos musicais e sorria encantada com os sons que eles faziam. Edward ficava todo orgulhoso da filha e já afirmava que ela também seria tão musical quanto ele.

Durante toda a turnê, mesmo não estando em todos os eventos, Renesme chamara muita atenção. Cada pequena ação sua era registrada por vários fotógrafos e distribuídos por todos os meios de comunicação do mundo. Até mesmo as suas roupas eram copiadas pelas lojas infantis e vendidas em segundos. Ela também serviu de inspiração para uma boneca que tinha o rosto semelhante ao seu que foi a sensação nas lojas. Era o tal efeito Princesa Renesme. Um nome que já demonstrava muito poder.

Bella também pode demonstrar o seu valor durante a turnê. Ela já tinha passado por tantos desafios desde que entrara na família real. Mas dessa vez, ela tinha certeza que era a uma fase ainda maior nesse grande jogo real. Os olhos do mundo estavam nela e em sua família. Bella sentia que teria medir todos os seus atos e que não poderia em nenhum momento cometer erros, pois todos a julgariam e isso seria muito ruim para a sua nova família. Isso há cansava um pouco. No fim de cada evento na turnê, parecia que ela tinha participado de uma maratona, ou tentado resolver um problema matemático bastante difícil pelo tamanho de sua exaustão. Tinha dias que isso a abalava psicologicamente e sentia que sairia com uma confusão tremenda em sua mente. Nos seus dias de descanso aproveitava para desabar um pouco e acabava chorando sem querer. A única que presenciava esses momentos emotivos era Renesme que olhava para a mãe curiosamente e limpava as suas lágrimas com suas mãos pequenas. Bella não queria acabar com o entusiasmo de Edward, que mesmo com sua timidez e insegurança bastante óbvia, não precisava muito para ser agradável. Bella sentia orgulho disso e queria estar à altura de seu esposo para constituírem uma parceria forte. Mas sentia que as cobranças internas e externas a estava deixando muito longe disso. Queria fazer o melhor, mas não sentia que parecia o suficiente.

Na verdade, desde que se casara, sentia o quanto ela estava se transformando e desabrochando. Como se outra pessoas tivesse surgindo dentro dela. O peso das responsabilidades estava a machucando, assim como o da fama. Se sentia cada vez mais distante daquela Bella que ficava ao lado do pai assistindo TV comendo um super sanduíche. A prova maior disso era George que ficava a seguindo para qualquer lugar que fosse, mostrando que os velhos tempos realmente se foram. Era das pequenas coisas que ela sentia saudade, como aqueles momentos bem-aventurados de privacidade em que podia escutar seus compositores prediletos no carro a todo volume. Agora, tinha de considerar os desejos de outras pessoas em todas as ocasiões. 

No último dia da turnê, ela estava em meio a um grande baile oferecido pela casa real dinamarquesa. Era protocolo puro! Ela tentava pensar rápido para não falar alguma bobagem, ou planejar um diálogo fictício em sua cabeça bem antes da situação real acontecer para ter inúmeras respostas. Tentava se lembrar de todas as regras de etiqueta, falava pouco e estava sempre ao lado de Edward. Mas como tirar essa tensão de sua imagem refletida aos outros?

Num dado momento, a princesa Mary se aproximou dela e as duas finalmente puderam conversar cara a cara. Bella estava ansiosa por isso desde que conheceu a história dela. Elas tinham experiências parecidas e Mary tinha uma vivencia mais apurada da realeza, com certeza, essa conversa seria de grande ajuda para ela.

— O que mais me incomoda é essa sensação de estar sempre com a espada na cabeça. De ter que seguir um roteiro e nunca poder agir como eu quero. Um dia isso vai acabar?

— Não vai. Porém, você vai perceber que aos poucos irá ganhar confiança e ritmo, depois será bem mais fácil colocar um pouco de sua personalidade em tudo que fizer.

— Como foi para você esses quase dez anos na realeza?

— Difícil! Eu sempre fui tão prática e aqui é tudo muito restrito e controlado ao extremo. Mas eu tento deixar acontecer. Ajo como se fosse um grande desafio sempre e vou levando. Tenho muita confiança em Frederick também. Sei que posso contar com ele sempre e isso me deixa mais confiante.

— Eu admiro muito vocês dois, sabia? Vocês tem uma parceria incrível!

— Obrigada! Foi um longo caminho para encontrarmos um meio termo, ainda é, ás vezes, mas o sentimento prevalece no final das contas. Você e Edward são muito bons juntos. Só não deixem essa fama e pressão afastar vocês.

— Eu sei o que quer dizer. Isso prejudica muito. As pessoas esperam tanto de nós. Mas não conseguimos ser harmoniosos o tempo inteiro. As pessoas parecem querer controlar a gente como se fossemos personagens de um livro. Tanto é tirado de nós que sinto vontade de ás vezes deixar tudo para lá e fazer o que eu quero. Porém, eu tenho receio do que as pessoas vão pensar.

— Não deixe as pessoas tirarem isso de vocês. Dê a eles apenas o necessário. Ninguém vai sentir o que sente por Edward ou o seu amor pela sua filha. Ninguém vai poder ter os seus pensamentos, os seus desejos, nenhuma pessoa vai poder ter a sua vida. Pense nisso! – Mary bateu de olho para ela e a levou de volta para o centro do baile.

E Bella realmente pensou nisso. Estava determinada a ir com calma e comer pelas beiradas no seu caminhar monárquico, porém, iria criar um casulo entre Edward e Renesme preso a si mesma. Não queria que as pessoas se intrometessem mais em suas vidas. Queria ser apenas uma mãe dedicada e uma esposa recém – casada, mas nada. Mais aos poucos, a cada segundo, ela sentia que se transformava. Tinha mudado tanto nesses últimos anos. De menina reclusa e inexperiente estava se tornando uma mulher. Sabia que tinha um longo caminho pela frente e um dia iria ter que cumprir a sua verdadeira missão. Ela esperaria esse dia chegar com muita calma.


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Notas finais do capítulo

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