Malfoy é um PopStar? escrita por Lady M


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

O segundo capítulo para deixar com um gostinho de quero mais ^.^
Divirtam-se!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/793268/chapter/2

Pov Draco Malfoy

Ele levantou da cama sem pressa, o alarme do seu celular tocava sempre as 6:30. Draco tomou um copo de água e foi correr, ele corria da casa dele até a vizinha, isso dava cinco quilômetros, um bom espaço para ele conseguir privacidade. Quando ele se mudou para aquele lugar, fez três feitiços como barreira de proteção anti-trouxas, assim ele podia voar de vassoura quando bem entendesse. Além das barreiras anti-trouxas também tinham as de aparatação, caso alguém tentasse aparatar em sua casa seria estrunchado imediatamente e por rede de flú havia um redirecionamento, impedindo que algum bruxo ou bruxa espertinho invadisse a sua privacidade.

Ele odiava oportunistas como a Rita Skeeter que atormentaram a sua volta a Hogwarts no fim do sétimo ano. Draco também descobriu os oportunistas trouxas, ele não gostava nenhum pouco dos paparazzi ou das  revistas de fofoca, tabloides e afins. Aprendeu pouco a pouco como deveria evitá-los e junto com eles, os escândalos. O fim do casamento daquela diretora foi apenas uma especulação da mídia.

Entrou em casa, tirou os fones de ouvido e foi tomar banho. Desceu as escadas vestindo uma calça de moletom preta e com a toalha enrolada no pescoço, estava de chinelo, porque andar descalço depois do banho era uma coisa que o deixava resfriado, ele ficava gripado com bastante facilidade. 

Alguém tocou a campainha, enxugando o cabelo ele abriu a porta para a Granger. Ela era a única pessoa que possivelmente estaria ali pela manhã. Ela piscou os olhos e depois entrou porta a dentro sem dirigir um único olhar para ele.  Enquanto ela arrumava o café da manhã dele na bancada da cozinha, ele aproveitou para medi-la de cima a baixo. Ao interrogar Blás na noite passada, ele descobriu que a Granger estava noiva do Goleiro do Time Nacional da Bulgária, Ronald Weasley, ele podia ver sem fazer esforço que aquele relacionamento não parecia fazê-la feliz, mas aquilo não era problema dele.

O cabelo dela estava em um coque soltinho, a blusa dela era um suéter lilás, a calça jeans escura e calçando um tênis confortável e delicado branco. Ela estava realmente parecendo uma assistente, no set iria se misturar com as outras pessoas facilmente.

Ela mostrou a mesa para ele e perguntou:

— Você costuma tomar café ali?

Draco jogou a toalha no sofá e vestiu a blusa cinza leve de frio que estava jogada sobre o mesmo.

— Geralmente tomo café na van, nenhuma das minhas assistentes conseguia entrar aqui em casa Granger.

Ela assentiu e decidiu deixar tudo na bancada da cozinha mesmo.

Ele sentou ali e viu ela colocar a toalha dele para secar, quando ela voltou ficou em pé atrás da bancada de costas para ele, escorada em uma posição relaxada que dava uma vista boa do perfil dela para ele.

Draco disse entre uma garfada e outra:

— Tem algumas barreiras anti-trouxas, elas foram colocadas assim que me mudei, então as minhas assistentes não me levam de volta para casa e nem conseguem trazer o meu café da manhã para mim.

Ao ouvi-lo, Granger virou-se de frente para o mesmo.

Descrente ela perguntou:

— Quer dizer que elas só eram responsáveis pela sua maquiagem e figurino?

Ele assentiu e viu ela pegar o prato que ele tinha terminado de deixar sem nada, ela parou na pia e lavou ele, mas com magia. Granger fez quase todas as tarefas domésticas dele naquela manhã, algumas sem utilizar magia e outras valendo-se da sua varinha.

Os dois saíram no horário certo e pela primeira vez ele chegou no set antes do esperado.

Ele já tinha repassado a luta final pelo menos sete vezes, mas os dublês sempre insistiam para ele ter mais cuidado, então ele passava novamente. Estava exausto e suado, mas valia a pena, o resultado final era sempre gratificante.

Draco entrou no seu camarim e a Granger já tinha deixado o figurino dele em ordem.

Ela perguntou segurando o

— Qual vai ser a sua primeira cena de hoje?

Ele apontou para a parte que estava marcada em negrito, ele não respondeu verbalmente porque estava bebendo água. Ela empurrou ele em direção a cadeira e fez ele sentar, com cuidado ela ajudou ele a vestir a camisa preta social do seu personagem. Ela fechou os botões em uma velocidade alucinante e ele viu-se perguntando se ela seria capaz de abri-los com a mesma agilidade.

Ela terminou de vesti-lo e passou para a parte da maquiagem. Sem pressa ela deixou ele com o mesmo aspecto de ontem, a única diferença é que dessa vez não precisava do corte no antebraço, mas mesmo assim ela passou base na marca dele.

Ela passou para o cabelo dele, aproximando-se a poucos centímetros, as respirações deles estavam misturando-se e Draco sentia a lembrança do armário de vassoura atormentá-lo.

Granger concluiu:

— Perfeito.

Ele levantou da cadeira rapidamente, tentando impor uma distância física entre eles.

Convencido ele falou para irritá-la:

— Isso eu sempre fui, Granger.

Ela deu de ombros e empurrou ele para fora do camarim.

— Vai lá acabar com a raça do mocinho e tomar a atriz principal para você.

Ele rolou os olhos, aquela mudança no final era absurda, ele queria ser um vilão sem redenção. Talvez, ele sentisse falta disso, ele queria ter pagado pelos seus erros, mesmo que alegassem a sua inocência, ele ainda sentia-se culpado.

 

Pov Hermione Granger

Um grande caos!

Da noite para o dia a vida dela sofreu uma avalanche. Rony estava naquele exato momento deitado na cama deles com outra mulher, essa nem era a pior parte, o que deixou ela irritada foi reconhecer aquela cadela desalmada da Parkinson. O relacionamento dela e do ruivo não ia bem, eles não transavam como antigamente, não conversavam e muito menos se importam um com outro como antes. Hermione sabia disso, mas mesmo assim aquilo doía.

Respirando fundo para não cometer nenhum crime, ela não combinava com Azkaban. Hermione fez uma mala rápida e não acordou o casalzinho, ela pegou suas coisas e decidiu hospedar-se em um hotel. Ir para a casa dos pais dela estava fora de cogitação, a mãe dela vivia alertando-a de que um dia isso poderia acontecer, ela precisava dar mais atenção ao Rony, ele estava sozinho demais, como se ela, própria, também não estivesse. A casa da Molly também não seria um bom lugar para extravasar e a casa do Harry seria o fim da picada, os dois discordavam em relação aquele noivado dela. O melhor amigo sabia que aquela relação não era mais boa para nenhum deles e sofria por vê-los empurrando aquela situação.

Com uma mochila nas costas e as roupas que estava desde a manhã ela fez o check in no saguão do hotel na Londres Trouxa, Hermione tinha uma série de coisas novas para aprender sobre o mundo do backstage e não pretendia decepcionar no seu “novo emprego”. Tomou banho e começou a sua pesquisa, ela sabia usar todos os aparelhos eletrônicos, ela percebeu que era uma maneira eficiente de se trabalhar e informatizou a parte do serviço dela no Departamento das Leis Mágicas, alguns bruxos antiquados torciam o nariz para o notebook na sala dela, mas isso não a incomodava.

Conjurou o aparelho na cama, vestindo o pijama e comendo o jantar que pediu pelo serviço de quarto, ela aprendeu a maquiar, indo das coisas simples para os efeitos especiais. Ela não era tão boa quanto gostaria, por isso praticou na própria perna alguns cortes e roxos, ficou satisfeita com a terceira tentativa. Pesquisou as funções das assistentes pessoais e ficou surpresa ao constatar que seria uma babá para Draco Malfoy em tempo integral, ela precisava ajudá-lo no set e nas tarefas básicas da vida dele. Isso ela meio que sabia, com a pesquisa superficial que tinha feito antes de encontrá-lo, mas era desagradável imaginar que o dia dela iria girar sempre em torno das necessidades dele por um mês inteiro. Hermione fazia isso pelo emprego dela no Ministério da Magia, então seria como passar férias, Malfoy não poderia ser mais exigente do que o mundo bruxo.

Terminou as pesquisas tarde da noite e foi dormir. Acordou com o alarme que ela colocou no relógio eletrônico do hotel, apertou ele para que parasse de fazer barulho, foi tomar banho e atendeu uma ligação de Harry.

O barulho do chuveiro ligado não os impediu de conversar.

— Alô.

Ele riu do outro lado da linha.

— Está chovendo aí ou você está tomando banho?

Ela respondeu passando o shampoo:

— Segunda opção, Harry.

Ele parou de rir e disse:

— Não se esqueça do ensaio de hoje, você é a nossa madrinha de casamento e dama de honra da noiva.

Ela suspirou.

— Claro que estarei lá.

Ele se despediu e desligou. 

Hermione terminou o banho e secou o cabelo, enquanto tomava o café da manhã fez uma busca intensa pelas notícias sobre Draco Malfoy e descobriu a cafeteria preferida dele. Ela andou até lá, pois o hotel em que ela estava hospedada era próximo do local.

Na fila ela acabou escutando uma conversa entre duas adolescentes de uniforme escolar, elas deveriam ter seus dezesseis anos, Hermione se lembrava da forma calorosa que idolatrava os seus crushes literários e o real, que não passava de um traidor.

A menina de rabo de cavalo loiro disse:

— Fiz o teste com os famosos o meu par ideal é o Malfoy, eu amo ele.

A menina de fios pretos e lisos com traços orientais respondeu altiva:

— Ele nem é tão bonito assim.

A loira de olhos verdes virou o rosto.

— Ele é sim, além de lindo ele é educado, gentil e o sotaque dele é um charme.

Hermione torceu os olhos, Malfoy era realmente bonito, mas educado jamais, se ser charmosos era se comportar de maneira arrogante e prepotente. “Oh ele era um charme!”, concluiu ela irônica.

As duas pegaram o seu café e a vez dela chegou, pediu a salada de frutas com suco de laranja, ela não sabia se Malfoy preferia com leite condensado ou não, ela teria que perguntar depois. O chá gelado foi fácil, ele sempre deixou claro nas redes sociais dele que bebia o chá-mate.

Com o café da manhã do Malfoy preparado e a paciência recarregada ela dirigiu até a casa dele. A área do condomínio era relativamente tranquila e o porteiro abriu para ela por reconhecer a van do ator.

Ela bateu na porta e esperou, mas estava aguardando um Malfoy mal humorado e vestido com pijama, talvez um Malfoy arrogante com a roupa e a cara amassada por ter sido acordado por ela às 7:10 da manhã. Não aquele ser sexy secando o cabelo. A garota loira tinha razão, Malfoy era lindo. Com o cabelo escorrendo, as gotas d’água deslizando pelo pescoço até o abdômen dele, a calça de moletom preta, os olhos cinzentos meio azulados olhando ela de cima a baixo, o sorriso sutil e até mesmo a tatuagem dele parecia um charme daquele ângulo.

Ela piscou para mandar aqueles pensamentos incoerentes para longe.

Entrou e organizou tudo, anotou as informações sobre as barreiras mágicas que ele colocou em volta da casa dele mentalmente, aquilo iria agradar ao Harry. Dirigiu até o set e maquiou ele depois de vê-lo passar a mesma cena várias vezes. Malfoy dedicava-se ao papel dele, claramente o sucesso do loiro parecia ser fruto do esforço dele, nada que dependesse de magia.

Ele fez as pausas necessárias pegou a mocinha de jeito, algo que fez Hermione ficar um pouco deslumbrada. Ver ele em ação era fascinante. “Quantas vezes tinha pegado ele com alguém em suas rondas noturnas do sétimo ano?” Hermione não saberia responder, o número era alto.

Depois do último take todos bateram palmas e Hermione seguiu o fluxo. O almoço deles foi no set mesmo entre as cenas, então quando ela olhou para o seu relógio de pulso percebeu que estava em cima da hora para o ensaio de casamento do amigo. Ela desfez a maquiagem do Malfoy rapidamente, mas sem deixar de ser delicada e perfeccionista, o rosto dele era uma boa tela para as suas futuras obras de arte, Hermione não gostaria de estragar o prazer de admirar isso.

Ele perguntou quando estava saindo do camarim:

— Você tem algum compromisso hoje?

Ela assentiu jogando a bolsa no ombro e pegando a frasqueira para levar para van.

— Sim, mas posso me atrasar uns vinte minutos. Você vai direto para casa hoje?

Ele negou.

— Tenho que encontrar com o Blás.

Ela assentiu e abriu a porta para ele.

— Então, onde você marcou com o Zabini, Malfoy?

Ele passou o endereço e Hermione notou surpresa que era perto do hotel onde ela estava hospedada.

Ela ligou o rádio e procurou uma estação que agradava aos dois.

Malfoy disse surpreso:

— Isso é uma música das Esquisitonas?

Hermione assentiu virando a direita.

— Sim. A Luna tem uma estação de rádio bruxa. Você não sabia que os rádios trouxas podem ser enfeitiçados para pegar estações bruxas?

Malfoy negou.

— Faz algum tempo que não tenho notícias do mundo bruxo.

Hermione estacionou e quando ele estava descendo ele disse em tom vazio:

— A propósito, parabéns pelo noivado Granger.

Ela apertou o volante e agradeceu de forma leviana:

— Obrigada.

Ela dirigiu sem pressa para o Hotel. Tomou banho, passou perfume, os hidratantes, deixou o cabelo perfeitamente arrumado, um misto de liso até o meio das costas e descendo em cachos marcados até a cintura. Não economizou na maquiagem, o olho esfumado entre dourado, preto e marrom, um delineado delicado e na boca um batom levemente avermelhado. O vestido frente única e longo com uma fenda na perna direita, nenhum pouco parecido com o do dia do casamento, Gina optou por um modelo inocente e angelical em tons rosados. Calçou o salto e aparatou n'A toca.

 

Pov Draco Malfoy

A pressa da sua assistente estava clara para ele, Draco não era muito de se importar com a vida ou os problemas dos outros, mas para ela, ele abria uma exceção. Granger não era uma trouxa, era uma bruxa que ele conhecia muito bem, ele podia até fingir que não, mas passou boa parte da infância e adolescência estudando os hábitos e expressões dela. O ódio é uma espécie de obsessão, talvez fosse um pouco mais além, ele não a odiava, ele era fascinado por ela.

Blásio colocou a mão no ombro dele. O moreno estava vestindo um terno, mas sem a parte do palitò, todo de preto, tanto a blusa quanto a calça social eram negras, calçando um par de sapatos de couro de dragão também onix, sem gravata e com as mangas dobradas nos cotovelos. Algumas mulheres olharam para ele de maneira cobiçosa, mas ele não deu a mínima.

Blás disse maroto encarando o loiro com interesse:

— Você estava longe hein amigo. Vim acenando para você o caminho todo. E nada!

Draco sorriu ladino e levantou da mesa.

— Oi para você também.

Os dois saíram juntos do restaurante, indo para um beco escuro e pouco movimentado, eles aparataram na casa do moreno.

Draco jogou-se no sofá verde esmeralda da casa do amigo sem cerimônias. Observando o ambiente ele notou dois copos com resto de champanhe no beiral da lareira rústica de pedras cinzas. A sala do moreno lembrava o salão comunal da Sonserina, tão diferente da casa clara e espelhada do loiro.

Ele apontou as taças e disse em tom conspirador:

— Acho que você recebeu uma visita interessante hoje.

Blásio pegou as taças e levou para cozinha. Voltou com duas garrafas de Whisky de Fogo e dois copos fundos. Ele colocou as bebidas na mesa de centro e entregou um copo para Draco.

Blás disse triunfante:

— Digamos que agora sou um cara comprometido.

Draco abriu uma das garrafas e despejou o líquido em seu copo.

— Você comprometido? Fala sério Blás! É mais fácil a Pan se apaixonar ou o Theo se divorciar da Ast.

De forma zombeteira o loiro levou o copo dele aos lábios. Blásio esperou Draco terminar para estender o copo que segurava na direção do loiro que o encheu, o dele pela primeira vez e o próprio pela segunda.

O Zabini tornou-se um Auror, algo surpreendente, todos acreditavam que ele era um aspirante a comensal na época da Guerra, mas Draco sabia que não. O amigo dele refez o sétimo ano e ingressou naquela carreira de cabeça.

Blás começou a narrar sua história:

— Eu estava ajudando na apreensão de animagos ilegais, uma operação que o Potter designou para a minha unidade. Você acredita que a Rita Skeeter é um animaga ilegal, ela se transforma em um besouro, era assim que ela sabia da maioria dos furos.

Draco encheu o copo dele pela terceira vez.

Externando o ódio que ele tinha pela repórter fofoqueira do Profeta Diário, Draco disse de maneira cruel:

— Não me admira, aquela bruxa velha e mal amada.

Blás assentiu e continuou:

— A Granger descobriu isso na época do torneio tribruxo, contou para o Potter e o Weasley, mas eles não podiam fazer nada sobre o assunto. Na verdade eles tinham coisas mais complicadas para resolver.

Draco balançou o copo dele, concentrando-se em esvaziá-lo novamente.

— Por exemplo, salvar o mundo bruxo do retorno do Lord das Trevas, eu sei Blás.

O moreno disse colocando mais whiskey de fogo no próprio copo:

— Vai com calma Draco, chegar em casa inteiro ainda é um problema exclusivamente seu.

O loiro assentiu e serviu o quarto copo.

Blás bebeu alguns goles do dele e prosseguiu:

— Então a operação consistia em pegar esses animagos ilegais e levá-los para fazer um registro, assim eles não poderiam usufruir de maneira errada ou para tirar vantagens dos outros, com as suas habilidades. Potter me passou o endereço da torre de rádio e redação do O Pasquim.

Draco perguntou:

—  O jornal que era do pai da DiLua?

Blás assentiu.

— Esse mesmo, um dos funcionários dela é um animago ilegal.

Draco acompanhou o raciocínio do amigo, das duas uma, ou Blás  estava namorando uma animaga ou a DiLua. Qualquer uma das opções era inconcebível para o loiro.

Ele serviu mais uma dose para ele e para o amigo.

Blás sentou-se no sofá em frente ao que o loiro estava jogado.

O moreno declarou solene:

— Estou namorando a Luna Lovegood.

Draco não sabia se ria ou chorava. Blás tinha uma queda pelas loiras isso era fato, mas ele nunca imaginou que o Sonserino acabaria com aquela Corvina tão peculiar.

Blásio percebeu a falta de expressão do loiro e notou como ele estava bebendo em excesso, ele lembrava vagamente que aquela data não era a preferida do Draco. Lucius morreu naquele mesmo dia, no anterior.

Ele perguntou solidário para Draco:

— Você está bem?

Ele assentiu e serviu mais um copo.

— Estou, é só que, eu não sei o que dizer.

Blásio sorriu e sugeriu:

— Que tal meus parabéns, até que enfim desencalhou!

Draco riu do amigo e continuou jogado no sofá mas agora tinha se livrado do boné.

— Parabéns por namorar a DiLua!

Blásio jogou uma almofada em Draco percebendo que os reflexos dele já estavam meio lentos, ele resolveu sumir com uma das garrafas, sem que amigo se desse conta.

Da cozinha ele ouviu o loiro dizer:

— Sabe eu estou em uma situação estranha.

Blás voltou para sala sentando-se de frente para Draco novamente.

— Como assim?

Draco suspirou.

— A Granger…

Blásio o cortou firme:

— Sei, aquela que você queria saber da vida dela, sei. Já te falei ela é encrenca, está noiva e trabalha para o Departamento das Leis Mágicas, a mulher é uma máquina, está quase alcançando uma quinta promoção. Até o Potter acha que ela é viciada em trabalho.

Draco deu de ombros.

— Melhor para mim, ela agora é a minha assitente por um mês.

Blásio encarou Draco com interesse. Ele explicou como as coisas aconteceram e como foi o primeiro dia dela no set.

Blás riu.

— Você ainda lembra daquele amasso que deu nela no armário de vassouras?

Draco assentiu descontente.

— Ela não deve nem saber que era eu.

Blás concordou com ele.

— Bem isso. Lembra que ela sempre esteve na do Weasley?

Draco deu de ombros.

— Até parece que eu e ela… Sabe o que quero dizer?

Blásio não sabia, mas como o loiro estava estranho ele decidiu mudar de assunto.

 

Pov Hermione Granger

Ela chegou quinze minutos depois do horário combinado, mas não se importou, estava ali por causa do Harry e da Gina, apenas por eles. Passou direto por Ronald, com ele, ela conversaria mais tarde. Posicionou-se ao lado da Luna. Ela estava em um vestido muito bonito com as mangas levemente bufantes e que desciam transparentes até os pulsos, a saia rodada e no busto um decote de coração, a cor verde musgo até que combinava com a loira de olhos azuis. O cabelo dela estava preso em uma trança complicada e digna daquela mulher sonhadora. 

Ela sorriu para Hermione.

— Você deu sorte, chegou antes da noiva.

Ela sorriu de volta.

— Gina me mataria, não é mesmo?

Luna assentiu, mas estranhou o clima pesado que estava instaurando-se entre Rony e Hermione.

Gina entrou com um vestido branco soltinho de alcinhas, calçando uma sapatilha, a maquiagem mal existia, os fios ruivos soltos e um véu improvisado, ela entregou o buquê para a castanha.

Ela olhou para ela de cima a baixo estranhando toda aquela produção, mas não falou nada.

Harry estava de calça jeans e blusa cinza, parecia estar de novo em Hogwarts. Mesmo nervoso ele não errou nada, falou com parcimônia e entregou as alianças na hora certa. Hermione viu-se com lágrimas nos olhos, Gina e Harry faziam um casal lindo, eles se amavam e não importava como foi difícil chegar até ali, eles continuariam juntos.

Ela olhou de esguelha para Rony e percebeu que não sentia mais o mesmo. Aquele amor juvenil e doce, aquele desejo ardente, nada. Não foi a traição, mas os sentimentos dela que foram diminuindo. Ela lembrou-se das palavras da sua mãe: “A diferença entre gostar, estar apaixonada e amar, é simples Hermione. É a mesma diferença entre o agora, por enquanto e para sempre.” .

Devolveu o buquê de Gina na hora certa e rumou para a saída da Toca.

Ronald veio atrás dela.

Ele perguntou de maneira ácida:

— Aonde você vai Hermione?

Ela desvencilhou-se do aperto dele em seu braço. Observou o ruivo de cima a baixo, só para tentar entender o que ainda nutria por ele. Os olhos azuis e gentis dele, o sorriso quente, ele estava de suéter, o típico presente de Natal de Molly, a calça jeans clara e os tênis vermelhos e surrados. Ele era o mesmo Rony, sempre seria, ela podia traçar todas as sardas dele, mapear todas as reações e sentir cada mudança de humor.

Ela começou a chorar e ele tentou abraçá-la, Hermione o afastou.

Com a voz um pouco firme ela disse:

— Eu gostava de você, até mesmo me apaixonei, em algum momento cheguei a acreditar que eu te amava, mas isso não é verdade Ronald. Somos amigos, sempre seremos amigos, então em nome da nossa história até aqui eu peço que você entenda. Eu estou terminando com você!

Ele arregalou os olhos e deu um passo para trás acuado.

Ele perguntou desconcertado:

— Você foi para casa ontem?

Ela assentiu e disse indiferente:

— O seu lance com a Parkinson não me motivou Rony, eu só estou fazendo aquilo que deveria ter feito quando voltei do sétimo ano. Nós não combinamos mais, mesmo assim insistimos. Eu não sou de entrar em batalhas perdidas Ronald e isso.

Ela apontou para os dois, dizendo frustrada:

— Isso aqui deixou de ser viável a muito tempo.

Ele tentou começar a se desculpar pela traição ela não deu ouvidos, ele começou a gritar e ela notou as pessoas, a família dele, os amigos dela vindo até eles.

— Eu sinto muito Hermione, me perdoe! Eu não devia.... Foi a primeira e última vez. Eu não vou te trair nunca mais! Você sabe disso, não sabe?

O  ruivo não viu de onde mas Harry o acertou em cheio.

Molly e Arthur assistiram aquela cena horrorizados. Luna e Neville pareciam estar tentando mediar com Jorge, mas ele também queria acabar com a raça do ruivo, Percy e Gui estavam estáticos. Gina queria estuporar o irmão.

Hermione virou-se para os noivos.

— Sinto muito por ter estragado o ensaio de vocês.

Molly negou e Gina disse de maneira firme, mas calorosa:

— A culpa não foi sua Mione, nem isso, nem a traição dele.

Ela deu de ombros e disse que precisava voltar para casa. “Casa? Que Casa?”, ela não tinha para onde ir, para onde correr. Ela aparatou em um beco escuro, perto do lugar onde havia deixado o Malfoy, surpresa por estar chovendo. Andando entre as gotas de chuva, o movimento da cidade estava calmo, ela observou os carros e as pessoas. A única vantagem daquela tempestade era poder chorar sozinha sem chamar a atenção.

Notou que os pingos não estavam mais caindo em cima de si e olhou para cima deparando-se com o guarda chuva transparente.

Malfoy disse um pouco grogue:

— Você vai ficar doente Granger.

Ela observou o rosto dele, o loiro também não parecia nada bem, estava abatido e com frio, os lábios levemente arroxeados.

Ela disse de maneira gentil:

— Você não deveria se preocupar com isso, eu sou a sua assistente, não o contrário.

Ele deu de ombros e ela notou que ele estava se molhando. Puxou ele para perto pelos ombros, ele olhou o movimento dela com curiosidade.

Ela decidiu esclarecer, porque sentiu o cheiro de álcool vindo dele:

— Você não deveria se molhar também. Vou te deixar em casa, Malfoy.

Ele assentiu, Hermione virou-se de costas para ele e andou na frente. Malfoy veio tampando-a pelo caminho, mesmo que ela já estivesse encharcada e o vestido de seda vermelha estivesse pregado no corpo dela.

A van dele estava no estacionamento do hotel, ela levou ele até ela e conjurou a chave do veículo. Abriu a porta para ele e estendeu uma toalha que estava na parte de trás para ele secar as costas. Entrou com ele na parte de trás e secou-se com um feitiço silencioso, depois tirou os sapatos e largou eles no banco do passageiro ao lado do motorista. Passou sobre ele e sentou-se no seu lugar.

Deu partida e avisou para o loiro:

— Você precisa usar o cinto de segurança, Malfoy.

Ele a obedeceu sem questionar.

Em tom curioso o loiro perguntou:

— Granger, por que estava chorando na chuva?

Ela não quis encarar os olhos dele pelo espelho retrovisor.

Respondeu com outra pergunta:

— Por que estava na rua até agora, Malfoy?

Ele respondeu de modo mecânico:

— O meu pai morreu no ano passado, nesse mesmo dia, estava afogando as mágoas com o Blás. Não que eu tenha realmente ficado triste com a morte do Lucius, eu só, me sinto estranho.

Hermione estacionou o carro e virou-se para trás.

— Eu estava no ensaio de casamento do Harry e percebi que...

Ela parou abruptamente encarando os olhos acinzentados dele, parecia estar tão triste e sozinho, de alguma forma ela sabia muito bem como ele se sentia, tão perdido quanto ela.

Malfoy incentivou:

— Que?

Ela sorriu triste olhando para baixo.

— Eu não seria uma boa senhora Weasley.

Ele soltou uma gargalhada e levantou o queixo dela, fazendo-a fitá-lo.

Ele avaliou ela de cima a baixo.

— Realmente não.

Ela deu um tapa na mão dele e disse:

— Vamos Malfoy, eu preciso garantir que amanhã você esteja inteiro.

O loiro saiu do carro antes dela e abriu a porta para a mesma.

Com a mão estendida para ela, ele convidou-a:

— Vamos?

Ela segurou na mão dele. Hermione só precisava colocá-lo para dormir. Só isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eaí Bruxos e Bruxas de plantão?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Malfoy é um PopStar?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.