Tudo o que está em jogo escrita por annaoneannatwo


Capítulo 25
Na sala de aula




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Ochako o encara. Dá pra ver seu rosto no reflexo dos olhos heterocromáticos, que a encaram de volta com intensidade.

—  Eu não sei de mais nada sobre mim além do fato que te amo.

Ele suspira, como se estivesse se segurando para não perder a paciência.

—  De novo.

—  Sério?

—  Sim, você está hesitante. Existia alguma indicação no roteiro de que era pra você hesitar?

—  Não, mas-

—  Então vamos de novo. Fale com certeza, você está diante de Henry, a única pista que tem sobre quem você era antes do acidente, por que está falando com ele como se tivesse medo? 

—  Não é medo, é-

Constrangimento. Porque falar “eu te amo”, mesmo que seja numa peça de teatro, ou melhor, em um ensaio para tal peça, mesmo que não signifique nada, ainda é constrangedor pelo simples fato de que o Todoroki é muito… ele é… um tanto… bonito. E ter um garoto bonito encarando-a lhe faz sentir anormalmente consciente de si mesma, de sua aparência, expressões, linguagem corporal, tudo parece estar sendo minuciosamente estudado por esse par de olhos, e Ochako sente que queria ser um material de estudo melhor, por algum motivo.

Ela não perdeu tempo e, assim que fechou a rota da Tsu, —  com 100% também, sabe-se lá de onde veio o resto da porcentagem necessária —  a garota decidiu qual seria sua próxima rota: o senpai meio frio do clube de teatro. Ochako se sente muito esquisita perto dele, mas entre esse garoto e o Monoma, bom… a escolha é óbvia. A rota da Tsu foi cansativa, ela não está pronta para aguentar mais grosserias gratuitas, e o loiro basicamente é composto disso. O Todoroki também não é lá o cara mais cortês do mundo, mas dá pra manter uma conversa com ele sem querer revirar os olhos constantemente.

Na verdade, por mais esquisita que se sinta perto dele, é surpreendente o quanto interagir com esse garoto pode ser confortável, ás vezes. Dos pretendentes, é com quem ela menos se preocupa em escolher as palavras por medo da intimidade cair. Ela está em 36% há um bom tempo, mas é bem tranquilo trocar ideias com ele, quase como… conversar com o Todoroki original, que às vezes é meio rude sem querer ou perceber, mas mostra genuíno interesse em ouvi-la e um grande respeito por tudo que ela tem a dizer, mesmo que não concorde.

Então se é pra sofrer, que seja mais pra frente. Ochako deixará o Monoma por último e se preparará mentalmente para não querer esganá-lo a cada “ora, ora” ou sorriso ladino que ele solta. O Todoroki pode ser cansativo também, mas… dos males o menor, ou algo assim.

— Você não tem problema nenhum em dizer o que pensa quando está fora do palco, por que seria diferente em cima dele?

—  Porque é completamente diferente! Tem essas luzes, vai ter… vai ter uma plateia, e você-

—  Eu?

—  Você fica me olhando!

—  Eu tenho que te olhar.

—  Sim, mas você fica me olhando com- não sei! 

—  Ok. —  ele a segura pelos ombros, fazendo Ochako prender a respiração por um segundo, antes que possa questioná-lo, ele a vira para ficar de costas pra ele —  Sua fala.

—  M-mas aí não-

—  Olha pra frente. Sua fala.

Ela se segura pra não respirar fundo em frustração e olha pra frente, notando o Bakugou apoiado contra a parede, como ele sempre fica quando está cumprindo suas funções no clube de teatro —  as quais não são nenhumas quando os atores estão passando roteiro. E mesmo que não queira ou nem saiba porquê, a lembrança do momento no festival em que agiu sem pensar e tocou no rosto dele volta com força plena à sua memória. Por que ela fez aquilo tão sem pensar? Por que não consegue esquecer a textura da pele dele —  surpreendentemente macia —  contra a ponta de seus dedos? Por que achou a reação dele tão… adorável?

Ochako balança a cabeça e se vira rapidamente.

—  Eu não sei mais nada sobre mim, além do fato que te amo.

—  Você precisa falar mais devagar pra que as pessoas te entendam, mas melhorou a atitude. Isso aí. —  ele diz decididamente —  Por hoje está bom. Dispensados. —  e acena com a cabeça antes de se afastar, e Ochako não tem certeza, mas acha que o nota lançando um rápido olhar na direção do Bakugou.

Bom, se ela quer mesmo entrar na rota dele, precisa conhecê-lo melhor e se aproximar, né? Um pouco sem certeza, ela vai atrás dele.

—  Ei, senpai!

—  Sim?

—  Eu, hã… eu preciso melhorar minha atuação.

—  Eu prefiro “aperfeiçoar”. Mas então? —  não é a mesma coisa

—  Bom, eu… eu tava pensando, você… você é tão bom, então… será que poderia me ajudar? Talvez com um acompanhamento mais… mais direcionado.

—  Está pedindo aulas particulares de atuação? —  nossa, quando ele coloca desse jeito, fica parecendo que ela está propondo algo indecente.

—  B-bom, hã… é, acho que sim. Mas só se você puder, senpai.

—  Sim, e eu não posso.

—  Ah… —  ela fica meio decepcionada, sim. Isso é… será que disse algo errado? Se tivesse dito outra coisa, ele teria respondido “sim”?

—  Pelo menos não agora.

—  Hum? Mas… mas o festival está chegando. —  Ochako não tem ideia de quando vai será o festival cultural, só está repetindo o que todos os personagens dizem: “o festival está chegando”.

—  E se você ainda estiver tendo dificuldades até lá, vou te ajudar, é uma promessa. —  ele diz de maneira muito séria —  Mas ainda não.

—  Ah… ok. —  ela não entende muito bem que diferença faz ajudá-la agora ou mais pra frente. Na verdade, seria mais lógico que ela começasse a melh- “aperfeiçoar” sua atuação o quanto antes, mas Ochako não sabe se a intimidade caiu ou o que poderia ter feito pra tal, então prefere não arriscar irritá-lo ou algo do tipo. Ela se vira para se retirar, pensando em como vai fazer para se aproximar dele sem a única coisa que os liga diretamente.

—  Mas se quer um conselho… —  ele diz, fazendo-a se virar —  Sua sala está fazendo uma cabana de ocultismo para o Festival, não?

—  Ah… sim. Mas eu não tô muito envolvida por causa da peça, então…

—  Posso flexibilizar seus horários um pouco, mas tente ajudar, acho que você vai descobrir o que precisa para ser uma atriz mehor participando mais ativamente das atividades da sua sala.

—  Mas, senpai… a peça… se eu ensaiar menos, não é pior?

Agora quem parece hesitar é ele. O que tá acontecendo? De repente, Ochako se surpreende com uma certa mágoa que surge dentro dela.

—  É que-

—  Se você acha que não estou à altura do papel, não é melhor me trocar?

—  O quê?

—  Eu não sei se levo jeito pra isso, senpai, você… deve saber disso também.

—  Você fez as audições e eu escolhi você. —  ele ergue o queixo um pouco, de repente parecendo mais intimidador —  Está questionando minha decisão?

—  Você sabe que não é isso. —  mas Ochako não recua, por mais que queira.

—  Se não for isso, então é o quê? Você não quer mais ser a protagonista?

Ela nunca quis! 

Ah, espera… ele tá falando da peça.

—  Não é isso, eu só-

—  Então não há o que discutir. Você segue sendo a protagonista, estude duas falas e confie em mim. Dá pra fazer isso?

O tom dele não muda, mas Ochako percebe como é meio que uma súplica enfastiada, como se ele precisasse disso pra ter um pouco de paz. 

—  Eu… ok.

—  Ótimo. Então nos vemos outro dia. Você vai se atrasar para o trabalho.

—  Como você-? —  como ele sabe que ela tem que trabalhar hoje? Ela o olha em surpresa.

—  Atrasada. —  o garoto aponta para o relógio em seu pulso e indica a porta, como se ela não soubesse pra que lado fica.

Ugh, de repente a rota dele não parece ser realmente o menor dos males… será que o Monoma é mesmo tão ruim?

***

—  ...eu só não entendo, se eu não tô conseguindo fazer o que ele quer, e tem como ele me ajudar nisso, por que não me ajuda logo ao invés de ser todo misterioso e enigmático? —  ela pergunta enquanto lava algumas das tças sujas.

—  Tem certeza que você está indo tão mal assim? —  a Tsu pergunta —  Pode ser só impressão sua, não conheço o Todoroki-senpai, mas dizem que ele é bastante exigente, talvez você esteja indo bem, só… não está bem pra ele, que coloca um padrão mais alto.

—  E se não está bem pra ele, então não adianta… —  ela suspira.

—  Bom, se você estiver fazendo tanta questão de agradá-lo, acho que sim.

—  Não é essa a questão.

—  Então qual é? —  a questão é que ela tem que agradá-lo por conta de um jogo estúpido.

Não importa se ela é uma boa atriz ou não. Ochako acredita que seja bem mediana, não é péssima, mas também não é excelente. E excelência parece ser o que o Todoroki mais busca, ela ainda não sabe bem qual é a dele, mas disso dá pra se ter certeza. Então por que ele recusou ajudá-la, sendo que é algo que o interessa em nome da excelência que deve almejar? Eles se aproximarem por meio disso não é o que vai juntá-los também?

Sim, essa é a questão. Ou melhor, as questões. Mas Ochako não pode expor nada disso para a Tsu, personagem do jogo que não seria capaz de entender e provavelmente nem deve poder estar ciente disso.

—  A questão é que… ele é frustrante, e eu… não sei se consigo fingir que estou apaixonada por alguém assim. —  ela explica, meio mentindo, meio dizendo a verdade.

—  Vai ver você só está estressada. Estresse faz as pessoas exagerarem.

Ochako quer perguntar se a garota está querendo dizer que ela é dramática, mas só de perguntar isso já indicaria que está sim, estressada. E seria difícil não estar considerando toda a situação. Ela já está perdendo noção de tempo, nem sabe há quanto tempo está aqui, não tem a menor noção de como estão as coisas em seu mundo original, e ainda tem essa sensação, essa… pressão… a pessoa que criou esse mundo… tanto a ideia de essa pessoa estar muito longe, talvez nem tendo noção de que existem duas pessoas presas em seu jogo, quanto a ideia de que está perto, mais perto do que ela imagina, deixam-lhe inquieta. 

E o Todoroki não ajuda sendo seu atual alvo e complicando para que Ochako calibre sua mira.

—  É, talvez… o clube mais o trabalho estão me sobrecarregando…

—  Ah. —  a Tsu se vira —  Você está… pensando em sair?

—  Hum, não estava, não. Mas… minha situação financeira melhorou, então… —  nunca esteve ruim, pelo menos não aqui nesse mundo. Ochako só pegou esse trabalho pra se aproximar da Tsu, e agora que ela conseguiu… talvez não faça mais sentido continuar aqui.

—  Que pena.

—  Hum?

—  Digo, você… você não é lá de muita ajuda, mas… ficou mais divertido trabalhar aqui. —  ela está de costas, então a morena só pode imaginá-la corando e retorcendo a boca.

—  Bom… acho que posso continuar por mais um tempinho. —  ela sorri, até porque é bom manter-se empregada, Ochako acaba tendo algo mais a fazer além de ficar se preocupando com as loucuras desse jogo.

—  Só porque eu disse que não queria que você saísse?

—  Ah, mas foi isso que você disse? —  ela ergue uma sobrancelha, divertindo-se com o constrangimento da garota —  Não se preocupe, Tsuyu-chan, vou ficar enquanto precisarem de mim.

A familiaridade em tratar esta pessoa com essa aparência por esse nome lhe faz sorrir alegremente. E de repente toda essa bizarrice desse mundo não parece ser tão ruim se ela pode experimentar momentos assim.

Mas esse também é um pensamento perigoso. Não estaria ela se habituando demais a esse mundo?

O sininho da porta toca e Ochako se surpreende ao ver quem adentra a sorveteria.

—  B-Bakugou-kun… —  ela arregala os olhos, e os desvia conforme se lembra de suas últimas interações com ele.

—  Pois não, Bakugou? —  a Tsu se vira pra ele, atendendo-o como qualquer outro cliente.

—  Nada, só vim buscar ela.

—  Ah, sim. —  ela acena com a cabeça — Bom, pode ir, Ochako, já estamos quase fechando.

—  Mas… mas… —  Ochako não sabe o porquê, mas não tem certeza se é uma boa ideia ir embora com ele… Aliás, de onde veio essa ideia de vir buscá-la???

—  Tudo bem, pode ir.

—  Certeza, Tsuyu? Porque eu não- —  ela sente que essa garota não tem a mesma repulsa pelo Bakugou como o Deku e o Kirishima têm, mas mesmo assim, talvez não seja uma boa passar a impressão de que está tentando evitar o loiro. Ochako não o vê como vilão, não importa o que esse jogo venda, mas esses personagens não têm a mesma perspectiva, então é melhor ter mais cautela.

Além do mais, por que ela evitaria o Bakugou? Não aconteceu nada demais entre eles! Ela realmente está sendo dramática.

—  Sim, melhor não deixá-lo esperando. Te vejo amanhã.

—  Ok, te vejo amanhã. Bom trabalho por hoje.

—  Bom trabalho.

Ela se apressa em ir se trocar e pegar suas coisas, encontrando o Bakugou do lado de fora da sorveteria. Ele a encara por alguns segundos, com as mãos nos bolsos, e sinaliza com a cabeça para que eles andem. Ochako acaba fazendo isso, não pra obedecê-lo, mas porque se sente meio boba ficando parada.

—  Não deu bad ending mesmo.

—  Não. Acho que chegou a 100% de intimidade em algum momento quando a gente tava trabalhando e eu não vi, mas…

—  Mas tanto faz, porque essa merda nem tá fazendo sentido mais.

—  É, por aí… —  ela acena levemente —  Então… aconteceu alguma coisa pra… pra você vir  me buscar?

—  Você não veio falar comigo sobre a próxima rota, então vim atrás de você. —  ela ficou tão envergonhada que simplesmente esqueceu de falar com ele! —  Não tinha muito pra eu fazer na rota da garota lá, mas a dos dois que faltam eu sei o que você tem que fazer.

—  Ah… sabe?

—  É. O merdinha que parece a máquina de xérox da turma B é um tsundere, não vai ser difícil, você só tem que parecer ter medo no começo e ir crescendo pra cima dele aos poucos, personagem assim logo percebe que gosta de ser enfrentado e essas merdas.

—  Hum… entendi. E o Todoroki-kun?

—  Esquece ele, por enquanto. Vai na rota do tsundere.

—  Mas… mas eu prefiro o Todoroki… —  ele a olha —  Q-quer dizer, não que eu… prefira ele por… é que o Monoma-kun é meio irritante, o Todoroki é meio rude, mas é mais tranquilo, então eu preferia ir pela rota dele, não… não é que eu prefira… O Todoroki. —  ela nem sabe porque está se justificando tanto, mas faz mesmo assim, sentindo suas bochechas arderem em vergonha.

—  Que seja. Mas vai com o outro, deixa o Todoroki por último.

—  Mas por quê? —  agora ela está é ficando incomodada com ele querendo mandar nela assim —  Que diferença faz com qual eu vou? O importante é-

—  Acho que ele é o true ending.

—  Hã?

—  Muitos jogos têm uma rota true ending, nessa rota você acaba descobrindo mais sobre o enredo geral do jogo e amarrando a história toda. Você nem deve conseguir ir com ele agora se não tiver ido com o outro antes, o true ending normalmente fica por último mesmo.

Ela quer questionar, mas então se lembra de como o Todoroki recusou seu pedido de ajuda, pode ser então que não tenha sido uma escolha ativa dele, é só… a configuração do jogo, ele não poderia aceitar se aproximar dela agora pois falta uma rota antes da dele… é, faz sentido.

—  E se ele for o true ending, pode ser que a gente descubra mais sobre a escola e esse mundo?

—  É o que eu tava pensando.

—  Hum… é, então… —  ela faz uma careta —  Vou ter que ir com o Monoma-kun.

—  Tsk, se fodeu, Cara de Lua.

Ela nunca se incomodou com a boca suja dele, e agora mais do que nunca, não poderia colocar de outra maneira.

Ochako realmente se fodeu.

 

***

 

— Monoma-kun, isso é realmente necessário? —  uma das NPCs na sala de aula pergunta com expressão temerosa.

—  Mas é claro que é! Precisamos criar um clima soturno na sala, gelo seco vai criar fumaça. Ou não vai me dizer que você possui uma daquelas máquinas de fumaça para uso imediato?

—  Não, mas… não é perigoso?

—  Só é perigoso se você não souber manusear, ora. —  ele fraseia como se a pobre garota fosse burra, chega até a olhá-la como se fosse mesmo.

—  Que seja, então. —  ela suspira —  Todos a favor de usarem gelo seco para criar a fumaça da cabana de adivinhação ergam a mão.

Todos erguem sem o mínimo de ânimo, Ochako não esteve presente nas reuniões anteriores da turma acerca do Festival Cultural, sempre ocupada com o clube de teatro e o trabalho, mas nem precisou pra imaginar como tudo se sucedeu: as sugestões do Monoma são mais como ordens, e mesmo que tenham ideias diferentes, ninguém quer se dar ao trabalho de discutir com ele. O loiro venceria com sua argumentação aparentemente refinada, mas nem precisa, pois ele já vence pelo cansaço mesmo.

—  Que porre isso. —  a Kyoka resmunga, ela também não vinha participando das reuniões por conta de quase nunca estar na escola, e não esconde seu desgosto em estar aqui hoje. Ochako perguntou se ela tinha compromisso com a gravadora, e diante da negativa, pediu que a amiga ficasse, nem que fosse só um pouquinho. A garota de cabelos roxos concordou, mas Ochako suspeita que é porque se ficar, pode encontrar a Yaomomo quando ela deixar a reunião do Conselho Estudantil.

—  Já tá acabando, aguenta só mais um pouquinho, Kyoka-chan, logo você vai ver a Yaomomo-chan.

—  Haha, eu sou assim tão óbvia?

—  Bom, você não costuma ser tão sorridente, então eu só posso imaginar que algo te fez ficar mais assim. Ou melhor, alguém.

—  Você tá cada dia mais espertinha, hein? Não tô mais te reconhecendo! —  ela puxa a bochecha de Ochako, que protesta com um gemidinho baixo.

—  Vejo que os detalhes do Festival Cultural estão preocupando muito a vocês duas. —  o Monoma surge próximo à mesa dela, fazendo-a dar um pulinho de susto.

—  Ué, pelo que eu tô entendendo, já tá tudo resolvido. O plano é “fazer tudo que o Monoma fala.” —  a Kyoka responde sem titubear.

—  Então por que estão aqui? Vocês têm dispensa autorizada, não?

—  Bom, eu… eu fiquei meio mal por não poder ajudar muito, então… queria saber se tem algo que eu possa fazer… —  Ochako diz de maneira cautelosa, lembrando-se do conselho do Bakugou de agir com mais timidez a princípio.

—  Hum… —  o Monoma a mede de cima a baixo —  Já que você é assim tão prestativa, podia dar um jeito de convencer aquele ignóbil do Bakugou a ajudar com o trabalho braçal. Teremos coisas a carregar, materiais, ele seria útil.

—  Já que você não tem força pra isso. —  a Kyoka retruca.

—  Não preciso ter, sou o cérebro da operação. Vocês que façam o trabalho duro. —  Ochako precisa se segurar pra revirar os olhos.

—  Bom, eu posso até tentar conversar com ele, mas não acho que ajudará em alguma coisa.

—  Ah sim, imagino o quanto você vai se esforçar em “conversar” com ele. —  o loiro sorri debochadamente.

—  O que isso quer dizer?

Mas ele a ignora, já se voltando aos outros estudantes e fazendo dessa reunião um espetáculo no qual ele é o protagonista. Ai ai… isso será impossível.

Ochako tem ainda mais certeza disso quando se despede da Kyoka na porta da sala e se prepara para ir embora. Quando já está bem próxima da saída, alguém puxa sua mão. E não é surpresa nenhuma que seja o objeto de sua antipatia no momento.

—  Podemos conversar um pouquinho?

—  Claro, Monoma-kun. Pode falar. —  ela abre um sorriso falso, levemente incomodada com o sorriso dele próprio.

—  Ah sim, eu só queria te falar uma coisinha. —  ele solta a mão dela, ajeitando os cabelos levemente e cravando seus olhos nela —  É que eu já sei de tudo sobre você e o Bakugou.


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Notas finais do capítulo

Primeira atualização do ano e sim, venho dizer que chegou a rota do Monoma. Tem quem o odeie, tem quem o ame (eu, e muito, hein?), e monochako é um ship pelo qual sou louca, juro que esse ano faço pelo menos uma short fic com eles, é uma resolução de Ano Novo, então podem me cobrar djdjjsdjjs
A resposta do porquê do Todoroki ser o último tá aí, mas tem mais coisa, aguardem!
Obrigada por acompanhar a história! Beijos e boa semana!



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