Todos estavam entusiasmados com a aproximação do jogo contra a lufa-lufa, menos Rose, a menina se quer fora para o treino, Dominique disse a todos que ela estava doente, mas James não acreditou naquilo, ele sabia que tinha algo de errado com ela, logo após o treino o mesmo procurou Alvo para conversar que, como sempre, estava enfiado atrás de um livro na biblioteca.

— Ei, Alvito – Ele anunciou sua chegada

Alvo ergueu os olhos brevemente e ao notar quem era apenas se voltou para o livro

— O que houve? – Perguntou tratando o mesmo com indiferença

— Queria conversar... Você sabe... – Ele começou como se limpasse a área para lançar uma bomba

— Sobre Rose? – Alvo revirou os olhos, o jovem se surpreendeu, porem sem mais delongas ele assentiu

— Sim

— Vocês dois precisam resolver seus problemas sozinhos, Rose já veio me procurar pelo mesmo assunto, não acha que estão bem crescidinhos? – Alvo comentou rindo abafadamente

James comprimiu os lábios

— Você não acha que Rose está diferente?

— Na minha opinião ela continua te ignorando como sempre esteve – Ele riu

— Estou falando sério, Al

— Tudo bem – Alvo suspirou colocando o livro na mesa e voltando a atenção para o garoto – Talvez um pouco, parece que anda meio esquecida.

— Eu não acho que seja esquecimento... Rose nunca me deu espaço para entrar na vida dela assim

— Você está achando ruim algo que sempre quis?

Automaticamente James corou, o Potter riu alto com a reação, ele estava acanhado.

— O problema é que isso nunca deveria acontecer – Ele suspirou

— Você não lançou um feitiço nela e agora está tentando reverter, não é? – Ergueu uma sobrancelha

— Obviamente não – Revirou os olhos – Eu nunca faria isso

— Não entendo seu incomodo

— É só que... Não parece com a Rose, não a nossa Rose

Alvo o fitou por alguns segundos em silencio, pensando no que dizer que não soasse de alguma forma clichê, afinal James estava realmente reclamando porque agora tinha a atenção de Rose, algo que o mesmo lutara para conseguir enquanto os outros faziam tanto esforço, não queria ser grosso.

— Por que não conversa com ela sobre isso? – Ele disse por fim, pegando o livro de volta, dando a conversa por encerrada.

***

Ele achou que fosse uma boa ideia quando pedira para a namorada chamar Rose para a comunal com uma desculpa de que precisava debater sobre o time e o próximo jogo, mas se arrependeu no segundo que Rose despontou no fim da escada, com olheiras profundas e os olhos semicerrados, ela vestia um moletom grande e seu cabelo estava preso de qualquer jeito, ele nunca vira Rose assim.

— Sim?! – A menina murmurou já querendo ir direto ao assunto

— Achei que poderíamos conversar a sós – Ele falou baixo o suficiente só para a mesma ouvir

Rose pendeu, pensando, então só assentiu, os dois saíram da comunal e quem a guiava era James, a frente, ela sabia onde ele estava indo, para a torre de astronomia, ela não questionou em nenhum momento

— Então...

— Antes de mais nada, o que aconteceu entre nós foi um erro, sempre será – Ela começou o cortando – E esqueça o que eu disse naquele dia, estava sensível pelos acontecimentos, essa não sou eu

— Exatamente – Ele pontuou, antes que ela continuasse – Essa não é você

Rose arregalou os olhos, surpresa, não era possível, como ele tinha descoberto tão fácil? E aquilo realmente era uma descoberta ou ele estava blefando?

— O que você quer dizer? – Ela franziu o cenho

— Você não pode ser a nossa Rose – Respondeu cauteloso

— O que te leva a pensar isso?

— Você nunca me deixaria chegar tão perto assim – Ele disse dando um passo a frente e se aproximando da garota – Nem se quer me acompanharia até aqui, nunca se abalaria comigo e discutiria assim, por que na verdade você nunca me viu como eu te vejo, Rose.

A ruiva estava perplexa, o encarando, ele estava muito perto, ela podia sentir o sopro leve da respiração dele, Rose ergueu sua mão, encostando no peito dele, que subia e descia rapidamente, ela olhou profundamente em seu olhos, ela não podia esconder aquilo para sempre, estava encurralada, machucada demais para rebater.

— Não, eu não sou a sua Rose e você não é o meu James – Ela concluiu, a face do menino assumiu uma expressão surpresa

— Então o que é você?

Ela pensou antes de responder

— Rose, Rose Granger Weasley, prima de James Sirius Potter.

Ela liberou aquelas palavras como se estivesse segurando aquilo por muito tempo

— Prima? – Ele arregalou os olhos, agora fazia sentido o que ela dizia e porquê o chamava de Potter o tempo todo

— E eu não sei como isso aconteceu, não sei como vim parar aqui...

O silencio perdurou entre os dois enquanto pensavam naquilo.

Rose talvez estivesse um pouco arrependida por dizer tudo assim, mas ela não podia mais continuar daquele jeito, enquanto chorava na sua cama depois da confissão de suas inseguranças e quando reconheceu o que realmente sentia ela não podia mais continuar ali, queria ir embora, voltar para o seu mundo, seja lá como fora parar ali.

James tinha muitas duvidas em sua cabeça, tentava se recordar de alguma história parecida, ou de um feitiço que pudesse provocar isso, mas nada lhe surgia a mente, aquilo era tecnicamente impossível.

— Como isso aconteceu? – Ele perguntou curioso

A ruiva explicou tudo que se lembrava, de como tinha acordado aquela manha no seu aniversario e como o dia tinha desenrolado, como parou no jardim e encontrou aquele bolinho.

— Bom, parece que nenhuma das minhas versões se dá muito bem com você – ele murmurou sorrindo de canto.

Rose suspirou

— E agora eu não sei como voltar

— O motivo disso tudo fui eu, não fui? Quer dizer, meu outro eu.

— Isso mesmo.

— Então talvez seja esse o motivo de você voltar também

— É claro que é – Ela sussurrou – Agora eu sei porque me irritava assim...

— Nós não somos tão diferentes assim.

Os dois se entreolharam e riram brevemente, era estranhamente confortável, Rose só viera perceber naquele momento quanto estava próxima e deu um passo para trás esbarrando na parede.

Os dois ficaram sem graça com a situação.

— Pelo menos agora você sabe, não aguentava mais guardar isso para mim – Ela disse tentando quebrar o gelo.

— E agora já passou da nossa hora – Ele apontou para o céu demonstrado a lua no topo, era meia noite, os dois concordaram em sair dali.

Caminharam vagarosamente em silencio, antes que pudesse subir pelas escadas para o dormitório Rose se virou atraindo a atenção dele.

— Sobre nunca te dar abertura... Alvo disse que Rose não para de pensar em você desde que se conheceram – Ela concluiu por último corando.

James abriu um sorriso surpreso, que a fez sorrir também, queria ver o seu James sorrindo assim também, mas tinha medo de estar enganada sobre os sentimentos dele.

Eu vou esticar as minhas mãos no escuro

E esperar as suas para interligar

Eu vou esperar por você