A nova vida de uma alma sem lembranças escrita por DaiKenja


Capítulo 99
Capítulo 99 - Férias de verão.


Notas iniciais do capítulo

Postagem: 2022/05/21 13:42

Olá à todas(os) as(os) minhas(meus) leitoras(es).
A próxima postagem será do 100º capítulo.
Será um grande marco para a minha história e estou preparando algo muito interessante para vocês.
Mesmo assim, após a postagem do 100º capítulo eu darei uma pausa nas postagem.
Não abandonarei a história, apenas preciso arrumar algumas coisas, pois eu percebi que há muitas pontas soltas que eu já devia ter resolvido.
Então eu vou reler toda a história, procurando por erros gramaticais, de digitação ou de coerência.
Também farei uma lista de pendências que eu larguei para trás e focarei em não deixar nada em aberto. Mesmo que eu não resolva tão cedo, pelo menos não cairá no esquecimento.
Além de corrigir alguns problemas de continuidade que acabaram surgindo. (por exemplo: a mãe de Dinus diz que a gestação leva 12 meses, mas acaba levando 13)
Não pretendo mudar significativamente nenhum capítulo, então não será algo que precisarão acabar lendo novamente.
Após "fazer uma faxina" eu voltarei a dar continuidade no andamento da história.

Espero que gostem do capítulo de hoje.



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Umbaku foi o único que parecia empolgado com a minha chegada.
Como de costume de todos em Khuma, eu sentia que eles me tratavam como se eu nunca tivesse deixado a Vila.
Minha mãe até parecia feliz em me ver, mas não tinha a mesma empolgação que o dragão.
Nos foi preparado um pequeno chá com alguns petiscos.
Myuka se juntou a nós e logo que colocou o assunto em dia ela deixou a Vila.

Meu irmão Metz parecia cada vez mais alto e mais adulto.
Ele havia feito 16 anos a pouco tempo e já estava com quase a mesma altura de nosso pai.
Minha irmãzinha Mayina havia crescido bastante e agora engatinhava pela casa toda, ficava resmungando sílabas e dando risadas fofinhas.
Só que ela estava estranhando a minha presença.
Mayina ficava me encarando com um espanto e tinha medo quando eu chegava perto.
É triste, mas é o normal, certo?
Eu fiquei esse tempo todo fora, então eu devo ser um estranho para ela agora.
Até pensei que ela também pudesse sentir magia, como eu, mas se ela não percebia que estava por perto sem me ver ela também não ficava com medo, além de não sentir medo de Umbaku, que tinha uma energia muito mais poderosa que a minha.
Vários pensamentos surgiram com muitas possibilidades, no fim deve ter sido a minha ausência que a fez ficar com medo de mim.

De qualquer maneira, o clima tranquilo de casa me fez bem por um tempo.
Mesmo voltando a caçar com os caçadores de Khuma, tudo parecia tão calmo e isolado do resto do mundo a ponto de parecer que o tempo havia parado.
Metz havia se tornado um excelente caçador, estando em pé de igualdade com o nosso pai.
Havia me passado nas habilidades com o Arco e com a Lança, e eu já não conseguia mais competir com ele na caça.
Em contra partida, quando eu finalmente consegui convencê-lo a ter uma luta treino comigo, percebi que eu conseguia derrotá-lo, mesmo que com dificuldades.
Lutar e caçar eram duas coisas distintas e por algum motivo os caçadores de Khuma tinham dificuldades em lutar.
Apenas eu e meu pai tínhamos certa facilidade com isso.

Aqui em Khuma era mais quentinho e mais confortável.
Parecia até que eu estava de férias de verão, embora não houvessem estações em Oriohn.
Meu quarto havia perdido espaço para acomodar Mayina e Umbaku, mas minha cama ainda estava lá.
Minha cama parecia ainda mais aconchegante.
Não sei, parecia haver algo mágico nela que fazia ela ficar quentinha, enquanto nos outros lugares a noite sempre parecia mais fria.

— Filho. - Chamou minha mãe em um dos nossos jantares. - Eu estava arrumando o seu quarto faz alguns meses e encontrei guardados os seus presentes de aniversário de 6 anos. Como você já está ficando crescido, você não quer tentar experimentá-los?

É verdade! Eu havia me esquecido.
Algumas coisas dos presentes que ganhei no passado eu levei na minha primeira viagem, mas muitas outras coisas eu deixei em casa por não me servirem.
Abri a sacola onde eles estavam e o sentimento nostálgico foi maravilhoso.
A bota que diminuía a fadiga ainda não me servia, mas o robe que aquece durante o frio eu já poderia usar, mesmo que ficasse grande.
Também vi o livro que ganhei quando ainda não podia ler.
"Os passos de Suntair." era o nome do livro.
Eu até cheguei a abrir, mas decidi deixar para ler em outro momento.
Minha primeira espada, feita com a garra do Urso de Espinhos, também estava lá, junto a minha primeira bolsa de moedas.
O primeiro mapa que usei, algumas roupas de viagem antigas
Todas as coisas pareciam tão pequenas agora.

A pequena flauta do dragão agora de fato parecia um apito.
Um grande apito.
Esse presente que ganhei de Umbaku parecia tão menor agora.
Decidi mantê-lo comigo a partir de agora.
Vou levar a bota também, vai que me torne útil em algum momento.
Minha mochila de viagem já estava pronta, embora ainda faltava um tempo até precisar partir.
Outra coisa que eu encontrei guardado, não nas minhas coisas, mas nas coisas de Umbaku, foram as cartas que nós trocamos.
Ele deixou tudo guardado em uma gaveta perto de sua cama.

Alguns dias depois que eu cheguei Mayina passou a se acostumar com a minha presença e parou de ficar assustada.
Eu passei a pegar ela no colo e brincar mais com ela.
Ela ainda era muito fofa e eu queria mimá-la o máximo possível.
Mesmo assim ela continuava a me encarar e me observar com um olhar desconfiado.

O clima tranquilo da vila fez uma dezena de dias parecer passar voando.
Eu apenas percebi o tempo que tinha passado quando uma agitação animou um pouco a vila.

— Boa tarde Miena. - Cumprimentou Meiron, o recepcionista da vila, à nossa porta. - Seu filho Dinus está em casa agora?
— Boa tarde Meiron. Está sim. Só um minuto, vou chamá-lo. - Minha mãe respondeu, mas eu estava por perto e acabei escutando.
— Boa tarde Meiron. - Eu o cumprimentei.
— Olá Dinus. Há alguns Elfos da Floresta no portão da vila dizendo que estão aqui para te ver. - Meiron me reportou.
— Ah! Deve ser Myuka.
— Não. Não é Myuka. - Respondeu o recepcionista. - Tem um Elfo chamado Nan'niel, e duas Elfas chamas Liri e Liki.
— Tudo bem. Vou cumprimentá-los.

Ué? Liki veio até aqui?
Nan'niel e Liri devem ser parentes dela, provavelmente os pais.
Então eu fui até o portão da vila para vê-los.

Realmente era Liki.
Ela estava acompanhada de dois Elfos adultos de Marima.
Liri era alta, devia ter a mesma altura de Myuka, mas ela parecia bem jovem, enquanto Nan'niel já tinha um rosto bem mais maduro.

— Olá Dinus! Quanto tempo! - Disse Liki com um tímido cumprimento, mas como era de costume dela.
— Boa tarde Dinus. Muito prazer. - O Elfo estendeu sua mão para me cumprimentar.
— Esse é meu pai, ele é um caçador também e um dos protetores de Marima. - Disse Liki, então me apresentou também a Elfa adulta. - E essa é minha irmã mais velha, Liri.
— Olá Dinus.

Liri me cumprimentou e ficou me olhando, como se esperasse alguma coisa.
Os olhos dela me encaravam da mesma maneira que Liki me encarava quando esperava que eu a reconhecesse na academia.

— Olá Liri. - Evitei dizer "muito prazer" pois senti que tinha algo estranho. - Desculpe-me, eu não me lembro muito bem, mas nós já nos conhecemos, certo?
— Sim! - Liri abriu um sorriso. - Nós estudamos juntos em Vegúrlia, à 2 anos atrás, com a professora Mayuna. Lembra?
— Aaah! Sim. Me lembro agora. - Agora que ela disse eu me lembrei, ela era uma dos 3 Elfos que estudaram comigo. - Já faz um bom tempo, né? Como tem passado?
— Estou bem sim...

Liri começou a contar as novidades da vida dela, como o quando ela voltou à Marima e que ela estava aprendendo um pouco de caça também.
Liri estava noiva e iria se casar em breve.
Acho que ela tinha 16 anos quando nos conhecemos, ela já deve ser adulta agora.
O pai delas parecia aliviado ao me ver conversando normalmente com as suas filhas.
Não sei o que ele estava pensando antes disso.

— Mas você foi para Oriohn para aprender a ler e escrever, certo? E Liki já sabia?
— Não. Fui eu quem ensinou Liki a escrever. - Liri me respondeu.
— Entendi. - Eu sorri ao responder.
— E pensar que você estudaria com a minha irmãzinha. Que coincidência, não?
— É mesmo. Oriohn é tão grande, mas tão pequeno. - Eu acabei soltando uma frase que para mim poderia não ter nada de mais, mas não sei se para eles parecia normal.
— Liki começou a falar sobre você logo que chegou em casa. - O pai delas começou a falar depois que todos me encararam por um tempinho. - Um Elfo Negro na academia mágica de Vegúrlia. A primeira coisa que Liri perguntou era se o nome era Dinus. Foi bem engraçado vê-las descobrir que ambas te conheciam. Eu fiquei abismado com a coincidência.

Agora o pai delas também estava um pouco mais descontraído.
Mesmo assim ele era um Elfo da Floresta bem sério se comparado com os outros.
Não dá nem para comparar com a seriedade de um Elfo da Planície, mas provavelmente por ser um caçador, Nan'niel tinha um comportamento um pouco mais rígido.
Convidei-os para entrar, mas Nan'niel e Liri acabaram recusando.
Eles apenas vieram trazer Liki para que ela voltasse à Vegúrlia comigo, e também para Nan'niel conhecer quem estava acompanhando a sua filha.

Meu pai estava comigo e acabou conversando um pouquinho com Nan'niel.
Aparentemente eles se conheciam, já que eles eram caçadores e deviam ter caçado juntos em algum momento.
O caçadores de Marima, e de qualquer outra aldeia de Elfos da Floresta, não caçava animais como nós de Khuma, eles eram responsáveis apenas pela proteção da aldeia e caçavam monstro, Renegados e/ou animais selvagens que fosse de alguma ameaça.
Por isso os caçadores como Nan'niel eram poucos.

Por algum motivo eles acharam que eu iria partir para Vegúrlia hoje ou algo assim.
Eu não tinha reparado, mas já era dia 20 do sétimo mês.
O normal era viajar 10 dias antes de começar o segundo semestre.
Eu estava planejando sair uns 7 dias antes, pois eu iria correndo, mas provavelmente eu acabaria perdendo a data, já que eu não percebi que já era dia 20.

— Liki... Você tem algum problema em ir montada em Huskie? - Liki ainda era pequena, então pelo tamanho dela ela ainda poderia usar Huskie como montaria.
— Eu não gosto muito de montar, mas eu posso se precisar. - Ela respondeu, mas ela ficou me encarando esperando por uma explicação.
— Então. - Nesse momento nós estávamos em casa, eu estava arrumando minhas coisas para partimos de Khuma, Nan'niel e Liri já haviam voltado para Marima. - O que eu vou te mostrar em breve, você precisará guardar segredo, tá?

Liki ficou me olhando confusa e desconfiada.
Eu estava planejando ir correndo e com ela montada em Huskie.
Acho que levaríamos menos tempo para voltar dessa maneira e eu poderia descansar um pouco na academia antes de voltar às aulas.
Como Liki ficou quieta depois disso, eu pensei em trocar de assunto.

— Você tinha me prometido treinar Huskie para ele não usar coleira. Você acha que conseguimos fazer agora?
— Claro! - Um grande sorriso apareceu em seu rosto. - Conseguimos sim.

Liki já começou a procurar a fivela da coleira para removê-la.
Eu tentei impedi-la, mas ela me tranquilizou.

— Não se preocupe. Huskie já me deixou claro que vai se comportar depois de tirar a coleira.

Como assim?
Será que ela podia falar com Huskie?
Eu lembro de ter ouvido isso uma vez, que os Elfos da Floresta podiam falar com os animais.
Ela riu e negou, me explicou que é fácil para eles entender os sentimentos dos animais e que ela já tinha percebido que Huskie era comportado quando ela fez carinho nele uma vez ainda em Vegúrlia.

Então a coleira caiu no chão.
Nesse momento eu senti uma magia estranha, que logo em seguida desapareceu.
Huskie colocou a língua para fora e começou a lamber o rosto de Liki, ao mesmo tempo que balançava seu rabo freneticamente.
Depois de um tempinho ele se virou para mim e ficou me encarando.

— Venha. Ele quer que você faça carinho nele também. - Liki me disse com um grande riso.

Então, com um pouco de receio, eu comecei a fazer carinho em Huskie.
Era estranho vê-lo sem a coleira.
Ele parecia muito mais feliz.
Seu rabo não parava de balançar e ele começou a me lamber como nunca havia feito antes.
No fim Huskie também era brincalhão e apenas a coleira era o que continha esse comportamento dele.
Ainda assim ele se manteve comportado e obedecia às minhas ordens.
Liki me disse que Huskie conseguia entender algumas palavras minhas e consegui sentir meus sentimentos ou algo assim.
Ele sabia quando eu estava preocupado ou com medo.

Então eu abracei Huskie.
Comecei a me sentir mal por fazê-lo ficar com a coleira por todo esse tempo, sendo que eu podia confiar muito mais nele do que eu imaginava.

— Desculpe Huskie. - Eu disse enquanto o abraçava, mas ele pareceu não se importar.

Depois desse dia Huskie e eu ficamos muito mais próximos.


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Notas finais do capítulo

Caso encontre algum erro gramatical ou de digitação, fique à vontade para me enviar a correção.
Agradeço à todos que tirarem um tempinho para comentar seus pensamentos sobre o capítulo.

Agradeço profundamente qualquer apoio.
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