A nova vida de uma alma sem lembranças escrita por DaiKenja


Capítulo 63
Capítulo 63 - A audiência Imperial.


Notas iniciais do capítulo

Postagem: 2021/08/21 16:31



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O novo dia amanheceu.
Logo que acordamos, alguns funcionários do palácio entraram no quarto e tiraram nossas medidas.
Algum tempo depois eles aparecerem com roupas para mim e para meu pai.
Essas roupas não eram extravagantes como eu imaginei que seriam.
Eram relativamente simples e bem confortáveis.
Apesar de simples, elas eram belas e nos deixavam de acordo com o ambiente.
Me lembravam um pouco as roupas de Necifran, só que mais justas.
Tenho certeza de que eles já tinham essas roupas guardadas e prontas para esse tipo de ocasião, pois eu não acredito que eles conseguiriam confeccioná-las tão rapidamente.
Provavelmente existia algo como um estoque com peças para os tamanhos, para atender as necessidades.
Mas eu não tinha certeza, pois ainda existia a possibilidade de alguém exageradamente habilidoso conseguir fazer esse tipo de coisa em alguns minutos.
Nunca se sabe.

Nós fomos levados por um soldado para uma outra sala.
No caminho meu pai se virou e disse baixinho.

— Dinus, eu sei que eu não preciso nem falar isso, mas tente se comportar direito durante a audiência, não fale sem ser solicitado. - Meu pai estava bem sério.
— Pode deixar, eu vou dar o meu melhor. - Eu respondi, tentando acalmá-lo.
— Além disso, caso o imperador lhe oferecer uma recompensa pelos seus feitos, você não deve recusá-lo, pois isso pode ser entendido como um desrespeito.
— Certo.

Nessa sala, muitos guardas estavam presentes, alinhados em dois lados em fila e deixando um corredor para passarmos, enquanto o soldado nos levava por entre eles.
No fim do corredor havia uma pequena escada de 2 degraus, seguido de mais uma de 4 degraus e então uma grande porta.
Essa porta era bela, de uma madeira bem amarelada e com vários detalhes entalhados em seu corpo.
Dois soldados, um em cada lado, abriram a porta quando nos aproximamos.
Foi nesse momento que eu senti a pressão de toda essa situação.
Meu estomago pareceu ter ficado de ponta cabeça e um calafrio fez todo meu corpo tremer.
O tempo todo eu estava evitando pensar sobre isso, pois eu ficaria ansioso à toa, mas naquele momento eu me lembrei do quão próximo eu estava de conhecer o imperador, a pessoa mais importante dessa região.
Mesmo com isso tudo, eu me esforcei para parecer tranquilo.

A grande porta se abriu.
A sala que apareceu em seguida era um pouco menos iluminada que onde estávamos.
Essa sala finalmente dava a impressão de que estávamos dentro de uma construção.
Uma sala bastante alta e comprida.
Com algumas semelhanças da sala da qual eu conheci a Rainha Na'am'mi de Seti outrora, porém em proporções muito maiores.
Era definitivamente uma sala de audiências, mas dessa vez haviam muitas pessoas na sala.
Aos lados, o chão era alguns centímetros mais elevado e as pessoas lá nos viam com mais facilidade.
Na parte central da sala se estendia um grande tapete até a plataforma de aparentemente 30 cm de altura onde estava o trono.
Um grande trono bem ao centro da plataforma, acompanhado de outros pequenos assentos.
O trono era lindo, com um pano branco em seu centro e confeccionado da mesma madeira amarelada utilizada na grande porta.
Apesar de ser um trono, ele parecia muito mais confortável que o da Rainha Na'am'mi.
Mas o trono imperial estava vazio.

Quando eu e meu pai passamos pela porta, as várias vozes que conversavam entre si fizeram silêncio e voltaram seus olhares a nós.
Um silêncio constrangedor tomou o ambiente enquanto entrávamos na sala.
O silêncio foi quebrado quando o primeiro-ministro se aproximou de nós e nos cumprimentou.

— Bom dia caçadores de Khuma. Sejam bem vindos ao Palácio de Mármore, peço que aguarde aqui enquanto os convidados ainda estão a chegar. - O primeiro-ministro nos mostrou o caminho e nos posicionou na lateral esquerda da sala, junto com várias outras pessoas que provavelmente haviam sido chamadas para a audiência.

No meio dessas pessoas estava meu avô Norek.
Ele deu um sorriso discreto quando nos viu, mas nós estávamos longe dele e não poderíamos nos aproximar naquele momento.
A grande porta se fechou novamente quando chegamos em nossa posição.
A conversa entre as pessoas da sala voltou a soar no ambiente, me deixando um pouco menos desconfortável.
Algumas dúvidas surgiram e como o povo estava conversando entre si, eu acreditei que poderia conversar baixinho com meu pai.

— Pai, você sabe o nome do primeiro-ministro? - Eu não havia ouvido até então, então eu não sabia.
— Claro! Ele se chama Mitran'el, mas como forma de respeito devemos sempre chamá-lo de primeiro-ministro, ou então primeiro-ministro Mitran'el. - Meu pai respondeu ainda bem sério.
— E por que o trono ainda está vazio?
— O imperador deverá chegar assim que todos os convidados estiverem presentes, ele sempre deve aparecer por último. - Ele respondeu.
— Entendi. - Eu pensei um pouco antes de fazer a próxima pergunta. - E como você conhece...

No momento em que eu estava falando, a porta se abriu novamente e todos ficaram quietos.
Eu fiquei quieto junto a todos.
Nesse momento Grumer passou pela porta, com todo a sua aura superiora.
Ele abriu um grande sorriso e cumprimentou Mitran'el.
O primeiro-ministro colocou Grumer logo atrás de mim e de meu pai.

— Pequeno Dinus! Vejo que você já está recuperado. Está pronto para mais uma batalha? - Grumer mostrou novamente suas presas quando sorriu ao me encontrar.
— Estou pronto para voltar a treinar, pois ainda não sou bom o suficiente, só então eu voltarei à batalha. - Eu respondi a primeira coisa que pensei.
— Isso sim! Levantando-se e melhorando após a queda. - Grumer colocou sua enorme mão em meu ombro, mas então ele ficou quieto e olhou em direção ao trono com uma expressão bem séria.

A porta já estava fechada novamente, mas dessa vez ninguém voltou a falar.
Durante o silêncio que ficou na sala, uma figura apareceu na plataforma do trono.
Provavelmente era o imperador.
Eu fui colocado em uma posição que me possibilitava ver bem à minha frente, pois ao meu lado direito estava o tapete que ia até o trono e não havia ninguém até lá.
O imperador parou em frente ao trono, olhando em nossa direção.
momento todos os que estavam de pé se ajoelharam em uma perna e abaixaram suas cabeças.
Eu os imitei.
O imperador se sentou no trono, seguido do primeiro-ministro, que se sentou em um assento ao lado do trono.
Algumas outras pessoas sentaram-se próximo ao trono, mas eu não fazia ideia de quem seriam ou qual seus cargos.

O imperador possuía uma aparência diferente da qual eu esperava.
Provavelmente por ter Júlio César como referência para imperador.
Perius Moris, o imperador tinha uma presença forte e destemida.
Ele usava uma roupa toda branca, seu cabelo era prateado e em seus olhos havia uma expressão feroz.
Nada no planeta terra tinha a aparência da elegância de sua roupa.
Em sua cabeça estava uma tiara prateada com 3 pedras preciosas.
Essas pedras eram brancas e pareciam emitir uma luz própria.
O cabelo dele era relativamente curto, como os costumes dos elfos da planície.
Apesar de imperador, ele era uma pessoa forte, provavelmente um grande guerreiro.
Em sua cintura havia uma espada e em seu rosto havia uma expressão forte, do qual eu nunca havia visto um elfo demonstrar.
Ele parecia bravo, apesar de todo o seu comportamento demonstrar que ele estava tranquilo.

Quando a última pessoa se sentou, todos que estavam ajoelhados voltaram a se levantar.
Mitran'el levantou-se novamente e disse com uma potente voz.

— À vossa presença: Sua Majestade Imperial, Perius Moris! Que esteja iniciada a audiência imperial! - Acredito que ele usou alguma magia para falar, pois a voz dele era mais alta que o naturalmente possível. Então ele voltou a sentar-se.
— Começando pelos assuntos considerados urgentes! - O imperador levantou-se e falou logo em seguida. Com uma voz forte e poderosa. - Aproximem-se Rainha e Rei de Seti.
— Sua Majestade. - A rainha Na'am'mi estava muito bem vestida como de costume, mas dessa vez acompanhada de seu marido e Rei Consorte Melion, do qual eu não havia me encontrado anteriormente e também muito bem vestido. Os dois cumprimentaram o Imperador ao se aproximarem.
— Sua Alteza. - O Imperador os cumprimentou de volta. - Qual a vossa urgência?
— Nessa audiência encontra-se uma pessoa capaz de curar meu filho, Príncipe Namir, da febre que o atormenta. Peço que, em sua generosidade, permita-me utilizar de seu tempo para tratá-lo. - A rainha suplicou em joelhos para o imperador, enquanto seu marido se mantinha ajoelhado e de cabeça baixa.
— E o que estamos esperando? Qual o nome dessa pessoa? Tragam-nos seu filho o mais breve possível. - O imperador respondeu a rainha com pressa.
— Sim, sua Majestade. O nome dele é Dinus de Khuma. - A Rainha levantou-se e virou-se em direção dos convidados, parecendo me procurar com o olhar.

Eu congelei. Não sabia o que eu devia fazer.
Algumas pessoas começaram a se mover, possivelmente para buscar o príncipe.
Os olhos de todas as pessoas pareciam me procurar, até que o primeiro-ministro se levantou, desceu da plataforma e disse com sua alta voz.

— Dinus de Khuma, por favor, poderia se aproximar? - Ele disse olhando em minha direção.

Todos os olhos se voltaram para mim.
Eu apenas fui, tremendo feito uma vara verde.
Acho que eu temia muito mais fazer ou falar alguma coisa errada nessa situação do que encarar um monstro que poderia tirar a minha vida.
O rosto de todos pareciam se espantar ao me ver.
Quando cheguei próximo à plataforma, ao lado da Rainha Na'am'mi, ela sorriu para mim e me cumprimentou.
Os olhos do rei pareciam perdidos ao me ver, enquanto o imperador não pareceu nada surpreso e continuou com sua expressão parecendo o tempo todo bravo.

— Criança! Você é capaz de realizar o que a sua Alteza informou? - O imperador falou.
— Sim! Sua Majestade. - Na hora eu percebi que não havia cumprimentado corretamente o imperador, então me ajoelhei para ele e abaixei minha cabeça.
— Certo! Pode levantar-se então.

Eu me levantei.
Meu coração parecia que sairia pela boca.
Apesar de saber o que eu devia fazer, eu estava completamente perdido.
O príncipe Namir foi trazido nos braços de uma criada real.
Eu me lembrava dela, ela estava lá nas outras duas vezes que ajudei a tratar o príncipe.
Mas hoje parecia com a primeira vez que eu fiz.
Gaguejando, eu pedi licença à rainha.
Apenas fechei os olhos, encostei minha mão na testa do príncipe que estava desmaiado e comecei a meditar.
O silêncio dessa vez ajudou, pois eu pude me concentrar e fiz o meu serviço.
Cerca de 2 minutos se passaram quando a magia do príncipe se estabilizou.

— Pronto. - Eu me afastei e me ajoelhei novamente, enquanto a criada verificava a febre do príncipe.
— E é só isso? O que aconteceu aqui? - O imperador perguntou de maneira forte.
— Eu absorvi o excesso de magia do príncipe Namir. - Eu respondi, ainda de cabeça baixa e tremendo mais ainda.
— Hmm... - O imperador pareceu ficar mais bravo ainda. - Está certo, vamos prosseguir com a audiência.
— Eu agradeço profundamente sua benevolência, sua Majestade. - O rei falou dessa vez, enquanto a rainha parecia mais preocupada com seu filho. - E ao Dinus de Khuma.
— Volte ao seu lugar, por favor, Dinus. - O primeiro-ministro falou, encostando a mão em meu ombro com um sorriso. - Agradecemos muito a sua ajuda.

Eu cumprimentei-os e voltei ao meu lugar em silêncio.


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Notas finais do capítulo

Caso encontre algum erro gramatical ou de digitação, fique à vontade para me enviar a correção.
Agradeço profundamente qualquer apoio.
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