A nova vida de uma alma sem lembranças escrita por DaiKenja


Capítulo 62
Capítulo 62 - O palácio branco.


Notas iniciais do capítulo

Postagem: 2021/08/01 21:17



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Meu pai me chamou para combinar a rota e o método de viagem na noite anterior.
Nós iríamos viajar por 5 dias até Vegúrlia.
Meu pai corria muito rápido, mas eu poderia acompanhá-lo usando Huskie, minha montaria canina.
Porém Umbaku queria nos levar até lá voando.
Eu adorei a ideia, mas meu pai não gostou tanto assim.
Acho que ele tem medo de altura.
Uma pena, pois a vista do alto era linda.
Ainda assim Umbaku queria ir conosco, mas ele também queria ficar e proteger minha mãe.
Além disso, um dragão entrando na capital poderia gerar muitos problemas, então chegamos em um consenso que era melhor Umbaku ficar.
Metz não queria viajar de maneira nenhuma, disse que ele deveria ficar para caçar monstros e carne para a vila. Comportamento padrão para qualquer Elfo Negro.
No fim, fomos apenas eu, meu pai e Huskie.

Huskie não participou da campanha contra os Renegados, até porque eu tinha medo de perder ele durante a investida, mas ele sempre me acompanhava quando eu caçava, fosse carne ou monstros.
Huskie era muito esperto e quase tão forte quanto um Lobo de Chifre, mas o pelo do monstro fornecia proteção, enquanto o de Huskie não.
Como eu havia acabado de me recuperar, havia a chance de eu ainda não ter fôlego para correr o caminho todo, então eu fui montado em Huskie para poder acompanhar a velocidade do meu pai.
Não paramos em nenhuma cidade no caminho, passamos por Marima e Fargath sem visitá-las.
Meu pai parecia não se importar em cumprimentar seus conhecidos nesses lugares.
Quando chegamos na planície meu pai deixou de correr e nós fomos caminhando.
Mesmo caminhando, nós andávamos mais rápido do que quando eu estive com a carroça de Taime.
Levaram 5 dias para chegar na capital imperial, mas chegamos bem cedo do quinto dia.

Meu pai possuía um passaporte.
Eu não sabia que ele tinha, ele nunca me contou, mas ele realmente tinha um.
Seu passaporte não era de madeira, então devia ser o de metal, mas era muito mais prateado e brilhante que o que Myuka havia me mostrado.

— Esse é um passaporte de prata? - Eu perguntei enquanto lia as informações contidas nele.
— Acho que é, não sei. - Meu pai respondeu, mostrando a indiferença que ele sentia quanto a isso.

Eu queria trocar o meu por um de prata também, mas nesse momento eu não tinha 20 moedas de pratas para solicitar um.
De qualquer maneira nós entramos em Vegúrlia sem dificuldades, depois de passar pela fila.
Dentro da cidade, meu pai começou a andar por ela como se ele já conhecesse, como se ele já tivesse andado por ela antes.
Em pouco tempo nós estávamos na área nobre da cidade.
Então eu lembrei que estávamos também próximo à casa de Necifran, então perguntei.

— Pai. Podemos passar na casa do meu professor de espada para cumprimentá-lo?
— Hmm. - Meu pai pensou um pouco. - Acho que temos um tempo sim.

Nos batemos à porta do meu mestre.
Eu não sabia se ele estaria ocupado hoje, então esperava que poderia não ser atendido.
Mas Necifran estava lá e nos atendeu com respeito e um modesto sorriso.

— Bom dia Dinus. - Necifran cumprimentou logo ao abrir a porta. - Está de volta ao treino?
— Bom dia Mestre. Ainda não. Deixe-me apresentar-lhe meu pai.
— Muito prazer, você deve ser Targo. - Necifran cumprimentou meu pai com um aperto de mão. Lembrando que o aperto de mão de Oriohn consistia e segurar no antebraço um do outro.
— Muito prazer. É uma honra conhecê-lo. - Meu pai deu um sorriso travesso. - Espero que meu filho não esteja te dando muito trabalho.
— Eu é que fico honrado, ouvi sobre seus feitos. E muito pelo contrário, eu tenho dado muito trabalho para seu filho. - Necifran respondeu ao sorriso do meu pai. - Mas o que os trazem à minha casa?
— Meu filho só queria cumprimentá-lo. - Meu pai respondeu com uma mão em meu ombro.
— Sim, nós fomos chamados para uma audiência. - Quando eu terminei de falar, meu pai apertou meu ombro com força. Acho que eu não devia ter falado isso.
— Uma audiência hein? - Necifran riu, de uma maneira que eu nunca havia visto antes. Uma risada verdadeira. - Você já chamou atenção do velho Perius então.
— Peço perdão, mas nós precisamos nos apressar. - Meu pai cumprimentou Necifran com pressa.
— Entendo. Nos veremos em breve. - Necifran cumprimentou de volta.

Nós voltamos a caminhar com pressa.
Meu pai falou enquanto caminhávamos.

— Escuta filho. Você não pode ficar falando sobre a audiência para as pessoas.
— Entendi. Sinto muito. - Eu respondi, mas não entendia o motivo de verdade.
— Eu sei que você não fez por mal e que você pode confiar em Necifran, mas tente não falar sobre isso. Algumas pessoas podem se aproveitar do fato que você conhecerá o imperador pessoalmente.
— Certo. Isso não acontecerá novamente. - Eu respondi e meu pai deu um sorriso de volta.

Em pouco tempo nós chegamos a um grande palácio branco.
Myuka não chegou a me mostrar essa parte da cidade.
O palácio imperial era a estrutura mais bela que eu já havia colocado meus olhos.
Ela tinha a mesma aparência rica em detalhes que os muros da cidade, mas obviamente não era uma muralha.
Ele parecia um tipo de castelo, mas não era tão alto.
Existiam algumas torres altíssimas, mas a maior parte da construção devia ter no máximo 3 andares.
Meu pai se aproximou de um dos soldados que estavam em sua entrada e apresentou os pergaminhos da audiência e nossos passaportes para ele sem dizer nada.
O guarda disse "Sigam-me" e nos levou para dentro do palácio.
O palácio era tão lindo por dentro quanto por fora.
Ele era estranhamente bem iluminado, apesar de se parecer com um castelo.
A luz de dentro parecia ser natural do sol, mas eu percebi que as paredes eram encantadas para emitir a luz parecida com a luz de fora, fazendo com que o interior parecesse aberto e confundindo algumas pessoas.

Nós fomos deixados em um corredor com alguns bancos para nos sentarmos.
Como Huskie tinha uma coleira encantada, ele foi permitido ficar conosco.
Eu digo corredor, mas de um dos lados do corredor não existia parede, mas sim um lindo pátio que parecia uma praça, com flores e arbustos, juntamente a um chafariz em seu centro.
Nós ficamos um tempo sentado em um banco, aguardando por alguém, enquanto eu admirava a beleza daquele pátio.
Existiam guardas vestidos como soldados imperiais em quase todo lugar que se pudesse olhar.
É bem estranho pensar sobre isso, já que quase não há riscos de uma invasão ou ataques de outras nações, mas era assim que as coisas funcionavam aqui.
Também existiam pessoas rindo e se divertindo no pátio, além de algumas crianças.
Todos eram Elfos da Planície.
Até que nós fomos atendidos por um Elfo imperial muito bem vestido e com um sorriso simpático.
Meu pai se levantou assim que ele se aproximou de nós.

— Primeiro-ministro, é um prazer estar em sua presença. - Meu pai cumprimentou e se curvou para o Elfo.
— É uma honra. - Eu me levantei e me curvei apressadamente após perceber a importante pessoa que estava em nossa frente. Mas não sabia se existia algo que eu precisava dizer, então disse apenas isso.
— Tenham um bom dia. Vocês devem ser Targo e Dinus, de Khuma. Correto? - O primeiro-ministro perguntou com seu sorriso ainda no rosto. - Vocês chegaram cedo. Hoje é dia 30, a audiência será apenas amanhã. Então eu vou mostrar um quarto para vocês ficarem.

Meu pai ficou quieto, então eu fiquei também.
Em silêncio, o primeiro-ministro nos levou a um quarto dentro do palácio.
Haviam 3 camas no quarto, cada uma com uma cômoda ao lado, porém nada mais que isso.
Os móveis eram lindos, também havia uma linda janela em uma das paredes que mostrava o exterior do palácio.
Os móveis se resumiam apenas às camas e cômodas, e não havia nada nas outras paredes.
A porta do quarto tinha o mesmo estilo que a janela, mas fora isso, o quarto era simples.
A cama era macia e confortável, mas eu já reparei que ela seria um pouco fria durante a noite.
Meu pai se sentou em uma cama e ficou lá, pensando e olhando para o chão.

— Pai? Está tudo bem? - Ele parecia um pouco infeliz, então eu perguntei.
— Está sim, só estou com saudades da sua mãe e da sua irmã. - Ele respondeu com um sorriso amargo. - É chato isso, pois nós acabamos de nos arriscar lutando contra os Renegados e não podemos ficar quietos com nossos familiares.
— Eu entendo. - Embora eu não sentisse o mesmo.

Era isso, eu devia me lembrar.
Elfos negros são como pessoas introvertidas que gostam mais de ficar em casa.
Eles são carinhosos com os familiares e poucos amigos, mas não se importam com os outros.
Apesar disso, eles sentem uma grande empatia e sempre ajudam aqueles que precisam, mesmo que não conheçam.
Eu ofereci para meu pai para irmos à Sereia-Tímida para comermos alguma coisa, pois a comida de Ma'am era ótima, mas ele disse que era melhor ficarmos no palácio.
Nos foi servido refeições em nosso quarto, então eu perguntei para a pessoa nos servindo se existia algo como um refeitório. para comermos todos juntos.
Embora existisse, nós éramos convidados importantes e deveríamos ser servidos em nosso quarto.
Eu até tentei conversar com meu pai, mas ele não parecia estar de bom humor, então acabamos ficando quietos.
A maior parte do tempo eu fiquei olhando pela janela, observando a movimentação de fora do palácio, ou fazendo carinho em Huskie.
Com o resto do dia chato e entediante, nós ficamos no palácio.


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Notas finais do capítulo

Caso encontre algum erro gramatical ou de digitação, fique à vontade para me enviar a correção.
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