A Criada Francesa escrita por Claen


Capítulo 25
Epílogo




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Conforme prometido pelo próprio Sr. Hyde, pouco tempo depois, o mundo também tomou ciência de todas as revelações feitas naquela fatídica noite.

Saber que o poderoso Ethan Hyde tinha tido, não somente, um caso com a empregada, mas também um filho com ela, foi chocante para o grande para o público, mas não se comparava nem de longe, ao horror de tomar conhecimento das atrocidades cometidas pela grande dama da sociedade, Violet Hyde.

Agora, quatro meses depois de tudo vir à tona, o assunto continua sendo destaque em todos os jornais, pois o tão aguardado dia do julgamento da Sra. Hyde finalmente chegou. Não temos ilusão de que esse será um caso fácil, porque mesmo ela própria tendo confessado tudo friamente diante de um membro da Scotland Yard, sabemos que ela tem, intercedendo a seu favor, um batalhão de advogados do melhor escritório de advocacia do país.

Se ela fosse uma pessoa desprivilegiada, como a maioria de nós, certamente já poderíamos considerar a causa como ganha, mas o dinheiro pode comprar tudo nesse mundo, até mesmo um veredito. Esperamos que desta vez a lei prevaleça e que ela seja punida da forma que merece, mas é de conhecimento geral que seus defensores alegarão insanidade, no intuito de aliviar sua pena. O que eu acredito que não esteja muito distante da realidade.

Porém, a despeito de todas as dúvidas sobre o desfecho deste julgamento, algo me diz que teremos um veredito favorável, porque se sua condenação não acontecer, o poder judiciário ficará em maus lençóis, pois a opinião pública exige isso, e querendo ou não, essa pressão popular tem um peso bastante relevante para o júri.

A condenação de Violet Hyde não trará Juliette de volta, mas pelo menos saberemos que essa criminosa jamais poderá voltar a fazer mal a alguém, e isso, por si só, já é um grande alívio.

Quanto aos outros personagens deste conto cruel do destino, todos tentam continuar suas vidas encarando a realidade que lhes foi apresentada.

Ethan Hyde certamente teve muitos problemas com seus sócios e continua tendo. Assim que o caso foi divulgado, muitos acionistas abandonaram a Flora Cosmetics por não quererem ter seus nomes associados a uma empresa cuja uma das donas é uma assassina impiedosa. Contudo, apesar dos percalços, o Sr. Hyde prova a cada dia que é realmente bom no que faz, porque embora sua empresa já não seja mais a mesma, ela continua no mercado. Pelo menos neste caso, precisamos dar o braço a torcer, e concordar que Violet Hyde tinha razão em afirmar que seu filho poderia gerenciar com maestria os negócios da família ao contrário do que seu falecido marido afirmava. No entanto, jamais saberemos se ele teria atingido todo o seu potencial se não tivesse sido obrigado a tanto, caso seu pai ainda estivesse vivo e à frente da companhia… Bem, mas estas são apenas divagações minhas.

Já o Sr. Renard, não voltou mais para a França e decidiu se estabelecer por aqui, onde poderia ficar próximo do sobrinho, seu único parente de sangue. Os senhores Renard e Hyde não se tornaram melhores amigos, mas têm uma convivência civilizada, principalmente por causa do pequeno Jules. O empresário até ajudou o francês a se estabelecer na cidade no início. Soube que há pouco tempo ele conseguiu emprego e já consegue se sustentar por conta própria. Quis o destino que ele também acabasse se tornando professor de francês. Eu espero que seu futuro seja mais iluminado do que o de sua irmã, e que a vida finalmente comece a lhe trazer coisas boas, porque desde criança, esse rapaz não teve nada além de dificuldades e tristezas.

A Srta. Bennet e Jules continuam morando no mesmo lugar e tentando levar uma vida normal, apesar da perseguição constante da imprensa, que agora sabe da existência do pequeno herdeiro do clã Hyde e vive em busca de detalhes de toda a história. Corine Bennet parece ter se tornado especialista em fugir de repórteres e nunca concedeu uma entrevista, nem permitiu que eles se aproximassem do menino. Ela explicou toda a história a Jules e agora ele já sabe que sua mãe, na verdade, era a melhor amiga de Corine e que também tem um pai e um tio que o amam e que, sempre que podem, vão visitá-lo.

Lestrade, o ponto inicial de todo esse caso, se recuperou e já voltou ao trabalho. Foram dias difíceis e a incerteza de que ele acordaria era inquietante, mas cerca de uma semana depois do ocorrido, ele finalmente despertou, para o alívio e todos. Ele não se lembrava de nada depois de ter saído da Mansão Hyde, mas confirmou nossas suspeitas de que ingeriu um chá oferecido pela Sra. Hyde, pouco antes de começar a se sentir estranho. Isso não é prova cabal de que ele foi envenenado, mas com certeza, é um ponto a mais a ser levado em consideração no julgamento. O inspetor ficou feliz em saber que Holmes prosseguiu com a investigação e ainda mais feliz por estar vivo graças a ele e sua insistência, quase irritante, de que seu estado de saúde se devia a uma tentativa de assassinato. Só ficou chateado por não ter sido ele, e sim o Gregson, o responsável por levar à justiça uma pessoa de tão alto escalão. Esse, certamente, é um daqueles casos que só aparecem uma vez na vida de um policial e que os leva à promoção, mas só de lembrar que poderia nem estar vivo para reclamar, já era motivo suficiente para que ele se conformasse.

Juliette e Sir Alexander nunca mais deixaram a propriedade dos Hydes. Após o encerramento dos trabalhos da Scotland Yard, os corpos foram enterrados propriamente no jardim da casa, num lugar especial onde o Sr. Hyde mandou construir lápides para eles, para nunca se esquecer de tudo o que havia acontecido e honrá-los sempre que podia, com o carinho que eles mereciam.

Ah, e o Sr. Vincent não voltou mais para o Bedlam. Sua condição infelizmente parece ser irreversível, mas pelo menos, agora Ethan Hyde pode cuidar dele abertamente e o internou em um hospital decente onde ele receberá os cuidados apropriados.

Depois de tantos anos, todas as coisas finalmente estão como deveriam estar. Eu sinto muito por Juliette Renard, principalmente quando paro para pensar em tudo o que ela teve que passar. Tão jovem e passando por tantos sofrimentos. Não pôde viver com o homem que amava, não pôde conhecer o filho, não pôde reencontrar a família...

O que me consola é saber que nós realmente não poderíamos ter feito nada para salvá-la, nem se tivéssemos pego o caso antes. Ah… esse foi um dos poucos casos que solucionamos, mas que não ficamos completamente satisfeitos. Apesar da vitória, um gosto amargo da derrota ainda fica. A vida não foi justa com a pobre criada francesa.

Agora, se puderem me dar licença, preciso me ausentar, pois Holmes está me chamando, ou melhor, está gritando por mim lá na porta. Está na hora de nos apresentarmos para prestar nossos depoimentos no julgamento mais aguardado dos últimos anos. Confesso que não gostaria de ter que ver a cara de Violet Hyde nunca mais, mas Holmes está muito animado e não vê a hora de confrontá-la novamente. Se tudo correr como desejamos, eu, sinceramente, espero que o Bedlam, em toda sua majestosa decadência, esteja de portas abertas para receber sua nova residente daqui alguns dias. Cruzem os dedos!

                                                       FIM


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Notas finais do capítulo

Obrigada de coração a todos que prestigiaram minha história e que acompanharam até o final! Desculpe a demora para finalmente concluí-la, mas é que também passei por alguns percalços (não tão trágicos quanto aqueles passados pelos personagens da fanfic hahaha), e não pude escrever por algum tempo. Realmente, muito obrigada e até a próxima!



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