Ambíguo escrita por Lasleth


Capítulo 2
Bí - Se está morto, que permaneça morto




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Yifan estava no ônibus escorado no ferro, segurava a mochila da filha, alguns fios de cabelo caíam do rabo de cavalo, em seus olhos, lhe causando um incômodo irritante. Xuanzi estava cabisbaixa enquanto avistava a paisagem do lado de fora do ônibus, sentada na janela. Yifan ficou o dia todo pensando no que viram logo cedo, não tinha como estarem, logo os dois, vendo a uma miragem.

A filha perguntou assim que saiu da escola quando eles iriam atrás de Zitao, Xuanzi também o viu então o alfa mais velho não se achava um completo louco. 

Será que havia alguma comida estragada que acabaram comendo? Yifan não duvidaria já que era péssimo na cozinha, a própria filha de cinco anos os salvava em muitas ocasiões. 

— Papai o que tá acontecendo? — Ela perguntou assim que desceram do ônibus. 

Eles andavam pela calçada, já estavam próximos de casa quando a pequena alfa perguntou. Yifan sabia do que ela estava falando e sinceramente não sabia o que dizer. 

— Filha… Eu… — Abriu a boca para falar, olhando para ela enquanto paravam na faixa, aguardando o sinal fechar para que pudessem atravessar e entrar no prédio. 

Nesse mesmo momento Yifan sentiu novamente alguém passar por si, em um outro esbarrão, o homem atravessou a rua sem olhar para os lados, fazendo os veículos frearem e buzinar em de forma violenta. 

— Papai, ele é louco! 

A pequena se assustou, apontando para o homem que já estava do outro lado da rua, em frente ao condomínio que eles também moravam. 

— Xuanzi… — Yifan a segurou imediatamente, a colocando no colo quando reparou que era Zitao quem havia cometido aquela loucura. A menina soltou um grito de surpresa enquanto o alfa mais velho corria para atravessar a rua, agora com o sinal fechado. 

Zitao entrou pela porta dos moradores, deixando a mesma aberta para trás, Yifan veio em seu embalo gritando seu nome, parecia que ninguém estava vendo o que acontecia ali. 

— Mamãe! 

A pequena alfa também o chamou, mas Zitao apenas os ignorava enquanto caminhava até o elevador. Yifan não conseguia correr direito porque sua filha já era grande e pesada, ainda tinha a mochilinha que contribuia para que ele ficasse ainda mais desajeitado. Quando o alfa conseguiu alcançar o ômega, a porta do elevador já se fechava, bem em frente aos seus olhos. 

— Mas que droga, Zitao… — resmungou olhando para a escada, um pouco de exercícios não fariam mal a ninguém. 

Ele ajeitou Xuanzi no colo e se colocou a subir os degraus de forma veloz, verificando em todos os andares vestígios do seu marido, mas nada lhe foi apresentado. Zitao desapareceu por completo, sem deixar um vestígio sequer do seu aroma de ômega. 

Desistindo daquela perseguição eles voltaram a descer alguns lances para chegar no próprio andar, Yifan sentia-se meio idiota por aquilo. Jogou os sapatos em um canto na porta de entrada e em seguida se jogou no sofá, bufando. 

Baba, não fica assim… — Sua filha se aproximou, sentou-se ao seu lado e lhe agarrou o braço. Às vezes Xuanzi falava como Zitao e isso lhe trazia lembranças. 

Ele a abraçou forte distribuindo beijos no topo da cabeça, fazendo a garota rir, depois ficaram em silêncio. Yifan não queria encará-la porque sentia-se envergonhado, desesperado e ainda mais confuso. Sentiu uma lágrima quente e salgada escorrer muda de seus olhos, até cair na cabeça da filha que finalmente olhou para cima. 

— Não chora, papai, a mamãe deve tá por aí meio perdido, vamos encontrar ele, prometo!

Yifan sorriu diante da inocência de sua filha, a abraçou mais uma vez antes de ordenar que ela fosse tomar um banho para fazer o dever de casa, enquanto isso ele pediria uma pizza para comerem. 

 

[...]

 

Era um final de semana e os dois estavam distraídos na sala, a alfa fazia lição escorada na mesinha de centro enquanto Yifan estava pregado com os olhos no notebook, adiantando o trabalho para segunda-feira. 

— Está cansada de fazer lição? — Ele se afastou do computador, erguendo os braços para se espreguiçar e um bocejo veio logo em seguida. — Que tal um filme e pipoca? 

A filha assentiu fechando rapidamente o pequeno livro e caderno, pegando seu material e o colocando ao lado do notebook de Yifan que já estava fechado. A pequena subiu no sofá enquanto o maior ia preparar uma receita de pipoca dividida ao meio, um sabor doce e outro salgado. 

— Papai, ação ou comédia? — Xuanzi era ágil com o controle, entrou na Netflix e logo buscou pelas categorias. 

— Você quem sabe, querida. 

Yifan agilizou a pipoca também, dividindo em dois recipientes e voltando para a sala, os colocando sobre a mesinha. Foi o tempo dele se acomodar ao lado da filha que um dos porta-retratos sobre a estante da TV simplesmente veio ao chão. 

Os dois alfas pularam no sofá, Xuanzi agarrou o pai que a protegeu instintivamente. Os cacos de vidro se espalharam por toda a sala e um silêncio aterrorizante se seguiu. Ambos os corações batiam de forma acelerada tentando compreender o ocorrido. 

— Pai… Eu tô’ com medo. — A pequena escondeu o rosto no peito do alfa. Yifan a agarrou e levantaram-se dali, indo pra cozinha. 

— Aqui, segura isso. — Ele tirou a colher de silicone de dentro da pia, estava suja de açúcar por causa da pipoca, entregou para a pequena. — Se alguma coisa te atacar você usa isso, beleza? Monstros não gostam de coisas doces. 

Ela assentiu ainda com medo enquanto segurava firme a colher em mãos. Yifan a deixou no meio da cozinha e pegou um saco de lixo com uma vassoura e pá para limpar toda a sujeira. Xuanzi permaneceu lá por todo o tempo segurando a colher, foi a melhor forma que Yifan encontrou de fazer com a que a filha não se sentisse tão amedrontada. 

O alfa estava com a cabeça em pane, primeiro Zitao aparecendo de repente, os ignorando daquela forma na porta da escolinha, no prédio e agora isso, o porta-retrato do nada sai voando e cai no chão. Seu coração ainda estava acelerado e ele não negaria o susto e leve medo que sentia. Passou acreditar que se aquilo continuasse teria que ir atrás de um especialista. 

 

[...]

 

Alguns dias se passaram e por sorte mais nada de estranho aconteceu. O homem que lembrava muito Zitao nunca mais foi visto pela porta do colégio da filha ou muito menos atravessando a rua de forma estabanada. Yifan sentia-se menos lunático naquele instante enquanto estava no banho tentando relaxar, a filha estava deitada no quarto se preparando para dormir e ele queria fazer o mesmo, os dias eram cansativos e agradecia por isso pois rendiam bastante e não lhes restava tempo para se apegar aos acontecimentos estranhos. 

O alfa passava a mão pelos fios longos do seu cabelo quando ouviu o som de algo quebrando no quarto, seu coração deu um pulo porque logo imaginou a filha aprontando. 

— Filha, tudo bem? — Desligou o chuveiro saindo do box de forma apressada. 

Pegou o roupão e a toalha para o cabelo enquanto passava a mãos nos fios para tirar os resquícios de água, saindo do banheiro ainda pingando. 

— Xuanzi? Filha? — Abriu a porta correndo e levou um susto. 

O rapaz parecido com Zitao vinha em sua direção enquanto segurava a mão ensanguentada. Yifan em um novo reflexo levou as mãos a altura do peito dele para impedir que o mesmo continuasse enquanto fechava os olhos. Ele saía rapidamente do banheiro então os corpos iriam se chocar, mas o baque não veio. Quando o alfa voltou a abrir os olhos o quarto estava imerso em silêncio, sem Zitao, sem vidro quebrado, sem sangue, mas o cheiro forte de perfume rapidamente impregnava o local. Yifan estranhou porque não se parecia com a fragrância que usava. 

O alfa se secou e vestiu o pijama, correndo até o quarto da filha, fazendo a mesma acordar com um ponto de interrogação no rosto. 

— Papai? — A voz era sonolenta e Yifan correu até ela se sentando na cama. 

— Você ouviu alguém andando pelo corredor? — Não queria assustá-la, mas sentia que seu coração poderia sair pela boca a qualquer momento. 

— Não papai, o que tá’ acontecendo? Você tá’ me assustando!

Yifan a abraçou tentando se acalmar também, deu uma desculpa qualquer de que talvez estava cansado demais e ouvindo coisas, dizendo que estava com saudades de dormir com ela. Eles se ajeitaram na cama minúscula para dormir, mas apenas a pequena alfa conseguiu, o maior ficou toda a noite acordado e de ouvidos atentos, as coisas estavam realmente ficando fora de controle e ele precisava de ajuda. 

 

[...]

 

"Vejo espíritos, o que devo fazer?" 

"Como explicar aparições e fenômenos estranhos?" 

"Você consegue sentir alguém próximo, mas que já veio a falecer?" 

 

O moreno sentia-se um idiota por estar pesquisando aquelas coisas, mas todas as vezes em que se pegava lembrando dos acontecimentos ele sentia o corpo arrepiar, uma sensação estranha que parecia lhe impulsionar a investigar, a correr atrás de informações a respeito de tudo o que estava passando. 

Xuanzi estava na sala brincando com as bonecas, a cena era típica para um começo de noite no meio da semana. Yifan suspirou voltando seus olhos para a tela do computador, pensando se deveria ou não comentar com a filha, ela era inteligente e acreditava que entenderia. 

— Não, não! Eu vou ser a mulher maravilha! — Ouviu ela brigar com algo de repente, voltando a fitá-la no meio da sala. — Não é justo, a minha boneca tem capa! 

O alfa franziu o cenho ao se deparar com a cena, não lembrava deles conversando a respeito de amigos imaginários e sabia que crianças eram propícias a tê-los, mas nunca cogitou uma hipótese para a própria filha. Continuou ali por mais alguns minutos a assistindo brincar com o ser invisível. 

De repente a garotinha largou tudo levando as mãos aos olhos, se colocando a chorar. 

— Ei… Filhotinha, o que houve? — Largou as coisas indo até ela, a chamando pelo apelido carinhoso. — Por que está chorando? 

— Xing é um idiota! — falou através das lágrimas, um bico torto nos lábios. 

Yifan franziu o cenho, Xing era o nome do gato preto de Zitao que morreu de uma doença felina logo depois que o mesmo partiu, o moreno estava sentindo novamente aquelas sensações em seu peito porque tinha certeza absoluta de que Xuanzi não se lembrava do animal, já que não havia vestígios de sua existência pela casa, sequer fotos. 

— É… Como é esse seu amigo? O que o Xing te disse que te magoou tanto? — Enxugou as lágrimas da bochecha rosada dela, arrumando os fios pretos e a assistindo suspirar ainda chorosa. 

— Ele disse que… Disse que a mamãe está triste! 

Ela voltou a chorar dolorosamente e Yifan a agarrou ainda mais, que tipo de amigo imaginário diz algo assim para uma criança de cinco anos? Xuanzi era inocente e pura, jamais faria mal algum ao seu pai ômega. 

— Querida, isso é mentira. Não tem como estar fazendo mal ao seu papai, ele está no céu, lembra? 

Ela negou com a cabeça, tirando as mãos dos olhos e olhando para frente, em um ponto qualquer. Yifan fez o mesmo que a filha, fitando logo a frente para constatar que não havia nada ali além deles dois. 

— Xing diz que a gente tem que parar com isso e procurar ajuda. 

 

[...]

 

Yifan não queria admitir que estava com medo, mas sua atitudes eram inegáveis.  Pai e filha estavam de frente a porta azul esperando serem atendidos, era uma casa simples que lembrava o lar de uma avó. A sensação também era estranha porque mal havia entrado e já se sentia bem recebido. Quando a porta se abriu um jovem rapaz o atendeu, sorrindo amigavelmente enquanto dizia que podiam entrar. 

Existia uma grande sala repleta de sofás e uma lareira, logo na entrada, mais ao fundo era possível ver a sala de jantar com uma mesa bem grande. 

— Sente-se que vou trazer um chá. A menina aceita um bolo de chocolate? — Yifan olhou para a filha que lhe segurava a mão. Xuanzi assentiu e o garoto rapidamente saiu dali. 

Eles se sentaram ouvindo o ranger da madeira velha do sofá, Yifan fez uma careta para a alfa que riu da brincadeira do pai. 

— Vejo que já se sentem mais à vontade. — O rapaz voltou com uma bandeja. Colocou a mesma em cima da mesa de centro oferecendo o chá ao alfa e o bolo a Xuanzi. — Ela é muito bonita, não é mesmo? Lembra Zitao, com toda certeza. 

Yifan estava com a xícara a meio caminho da boca, com o bico pronto para bebericar e parou. Xuanzi não havia escutado, por sorte, e ele olhou para o rapaz ao seu lado, que sorria. 

— Perdão, mas… Co-como pode conhecer meu falecido marido? 

O jovem depositou a sua xícara novamente em cima da bandeja e Yifan fizera o mesmo. A menina ao lado deles estava entretida no bolo suculento de chocolate, distraída demais para reparar na conversa. O anfitrião ergueu a mão em uma forma muda de cumprimento e Yifan fizera o mesmo sem entender. 

— Me chamo Yixing, senhor Wu. Estamos aqui pra te ajudar. 

Yifan sentiu a pele da sua mão em contato com a alheia formigar, imediatamente ligou os pontos. Yixing… Xing… Xuanzi não falava do gato morto e sim daquele rapaz. 

Era uma estranha coincidência, mas na altura do campeonato nada mais fazia sentido para o Wu. Ele tinha pesquisado uma casa que lidava com o luto de uma forma mais… Espiritual e acabou encontrando aquela com várias notas positivas e comentários animadores nas pesquisas de internet. Então era claro que uma coisa levaria a outra, estava movido a curiosidade e medo, então rapidamente pegou o endereço e foi fazer uma visita. 

 

[...]

 

Zitao estava impaciente porque queria sair de casa e quando saiu desejou simplesmente voltar. Era assim que estava a sua cabeça nos últimos dias, o deixando louco. 

O ômega visitava aquele lugar sempre que podia porque lhe causava uma sensação boa, embora desejasse sentir menos saudades. Seu peito doía sempre e ele carregava aquele gosto amargo na boca, de coisas que sentia que poderia ter vivido, mas não viveria. Ele tentava se lembrar de algo importante todas as vezes em que atravessava a frente daquele portão e naquele dia não foi diferente, aliás… Aquele dia fora o único que lhe trouxe uma sensação nova. 

Passou rapidamente pela frente do colégio infantil sentindo o peito apertar, seu ombro sofreu um impacto estranho, como se tivesse feito um movimento de mal jeito e olhou para trás em impulso, sentiu-se um idiota por fazê-lo então apenas ignorou a dor repentina e saiu dali. 

O ômega nunca mais foi o mesmo, depois que acordou ficou confuso porque não se lembrava de muitas coisas, mas os médicos falaram que estava tudo certo e que em breve ele iria recobrar a memória. Era sempre um inferno porque a cada dia que passava ele desejava não ter acordado. 

E os dias se passavam, ao menos era o que ele acreditava. Ia e vinha dentro do apartamento tentando fazer com que sua existência ali fosse menos dolorosa, fora os seus outros afazeres, perder tempo com lembranças e dores era o que ele mais fazia. 

Seus olhos cansados pararam e fitaram a TV desligada, sequer tinha ânimo para assistir filmes ou séries como gostava de fazer antigamente. Seus orbes rapidamente fitaram o conjunto de porta retratos sobre a estante, ele se levantou do sofá e se aproximou. Não queria ter que sentir tudo aquilo, seu peito o sufocando e as lágrimas inundando seus olhos, quando ele sentiria algo diferente de toda aquela tristeza e vazio? Nada explicava o que sentia, nada tirava de si aquela dor. 

Em um movimento de descontrole total pegou o primeiro porta-retrato ao seu alcance e o lançou no chão, fazendo os cacos de vidro voarem por todas as partes, ali, jogada para um lado estava a foto de Yifan com a filha no aniversário de dois anos. Xuanzi estava linda como ele se lembrava.

 

[...]

 

Dias depois Zitao já se sentia mais calmo, com menos peso sobre os ombros, já que todo o tormento parecia ter-lhe dado trégua. Resolveu então ir até o quarto para descansar, mas como sua mente era perversa e lhe pregava peças, ouviu um barulho estranho. 

Fechou a porta do quarto prendendo a respiração, nunca aquilo havia acontecido e Zitao acreditou que estava ficando louco, não podia ser verdade. Ele conseguia ouvir perfeitamente o som do seu chuveiro ligado, se prestasse atenção ouviria até mesmo uma música de fundo ser perfeitamente sussurrada. Seus pelos eriçaram e seus olhos vagaram até a cortina na janela, o vento batia, mas não estava frio. 

Tentou normalizar sua respiração voltando com o que ia fazer. Andou até a penteadeira pegando a caixa de perfumes que tinha comprado para decidir qual iria usar primeiro. Seu coração ainda estava em disparada porque o som não foi embora, a sensação de que havia uma outra presença ali era muito clara e forte para si. 

Abriu a caixa pegando o primeiro vidro, o levando até o nariz para sentir o cheiro, era forte e o agradava, mas não seria ele o escolhido. Continuou ali com o seu ritual até que se decidiu por um. Ergueu-se da cama para voltar com a caixa em cima da penteadeira quando...

— Mamãe! 

O susto fez com que largasse tudo, os vidros de perfume indo em direção ao chão enquanto ele caia em um reflexo burro diante do susto, tocando a sujeita e cortando a palma de uma das mãos. O ômega resmungou pela dor fitando o quarto em silêncio. O vento ainda entrava pela janela, agora com mais força. O som do chuveiro havia ido embora e nenhum vestígio da tal garotinha. Ele não sabia de onde o som saiu e muito menos quem procurava por sua mamãe. 

Ergueu-se rapidamente sentindo o coração em disparada, seu corpo se arrepiava com o medo que voltava a sentir, correu até o banheiro para lavar a mão na pia, pegou o kit de primeiro socorros fazendo toda a limpeza e curativo, sentando no vaso e suspirando diante de sua situação. 

Estava ficando louco, era a única explicação plausível para a sua situação. Precisava de um médico, não da atual ajuda que recebia. Ergueu-se do vaso para sair do banheiro quando reparou em outro detalhe, a porta do box estava meio aberta e o mesmo se encontrava molhado enquanto o vapor quente saia. 

Estava sozinho em casa e tinha certeza de que não estava a tomar banho, então como? 

— Não… Não. — Levou a mão boa até os fios loiros. — Isso não tá’ acontecendo, não tá’ acontecendo. Não pode ser!

Seus olhos se encheram novamente de lágrimas, estava confuso, sentindo dor, sentindo-se vazio e sem rumo, as coisas não poderiam estar piorando. Correu de volta para o quarto, trancou as janelas, a porta do banheiro e se jogou debaixo da coberta da cama tampando o corpo inteiro, estava tremendo em um misto de medo e solidão profunda. Suspirou sentindo as lágrimas caírem dolorosas, Xing de repente subiu na cama e Zitao mal se lembrava de como o gato entrou em seu quarto, ele queria dormir e nunca mais acordar, queria entender a sua situação e queria que ela se resolvesse o mais rápido possível.

Nem que para isso precisasse morrer mais uma vez. 


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