Marinette need's help escrita por Miris


Capítulo 3
Hospital


Notas iniciais do capítulo

Rói... Leitores, né?! ♥♥♥

Então gente... Tudo bom?

Eu sei que estou bem atrasada, mas o computador foi para concerto várias vezes. Falei isso em “Princess Justice”, inclusive.

Pessoal, eu havia dito que o capítulo três (este presente aqui embaixo) seria o ÚLTIMO capítulo da fic, pois eu não queria enrolar muito e alongar a história — que era para ser uma oneshot. Mas, escrevendo esse capítulo, descobri o óbvio: criei mais problemas do que resolvi e, se eu corresse para resolver TUDO AQUI a história ia ficar muuuito preguiçosa e fora do “real”, e não é o que eu procuro para “Marinette need’s help”. Quero uma coisa realista!

Meu empenho foi tanto que eu acabei indo atrás de artigos da Constituição Brasileira — sou trouxa, não achei a francesa nas minhas pesquisas — e descobri Tratados Internacionais contra a Tortura da época de Fernando Collor. Tudo isso, baseando-me no recente caso do Lucas Penteado, ex-bbb, com a Karol Conká.

Obrigada @Angel45 / PinkieBye por me manter atualizada nas fofocas enquanto me isolo de redes sociais pela minha saúde mental! ♥♥♥♥♥

Resumindo: tive problemas com computador, depois passei dois dias preparando um capítulo suuuper extenso — e quando tentei resumir ficou HOR-RÍ-VEL —, fiz uma pesquisa GI-GAN-TES-CA e, no final, teremos de OITO a DEZ CAPÍTULOS para compensar os problemas que causei para Marinette e não resolvi.



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{...}

            Naquele dia eu cheguei à escola ansiosa para ver Alya e, consequentemente, Nino e Adrien. Eu estava um pouco atrasada, mas ainda tinha muito tempo antes da primeira aula.

            Quando pisei na sala de aula, vi Alya e Nino abraçando Layla que chorava copiosamente. Adrien estava com os braços cruzados e parecia distraído, confuso. Me aproximei sem entender o que acontecia ou qual era a mentira da vez.

— O que aconteceu? — Perguntei e todos me olharam.

— Marinette... — A voz da Alya parecia decepcionada e cansada. — Eu não acredito que foi capaz de fazer uma coisa dessas.

— Mas do que você está falando?

— N-não se faça de boba, Marinette. Eu já falei para eles o que fez comigo. — Layla chorava bastante enquanto falava. Quem não a conhecesse bem diria que eram lágrimas reais e não de crocodilo.

— Você deu um soco no olho da Layla. Isso não foi legal, Marinette. — Foi a vez do Nino falar.

— Mas eu não fiz nada, acabei de chegar a escola. — Eu tentava argumentar.

— Chega! — Alya disse nervosa e veio brava até mim.

— Alya... Mas... — Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, a morena desferiu um golpe em meu rosto, fazendo-o girar para o lado. Além de soltar minha pasta.

            Eu estava estagnada. Havia levado um tapa na cara de minha melhor amiga na frente de todos. Não era o tapa a coisa que mais doía, era a humilhação. Não existe nada mais degradante que tal ato, uma completa falta de respeito.

— Alya! — Adrien chamou sua atenção, mas não foi para me defender. — Não deveria ter feito isso.

            Meus olhos estavam cheios d’água. Eu estava me sentindo pior do que lixo. Eu havia sido rebaixa da pior maneira que havia em todo mundo. Então, em silêncio, eu abaixei para pegar minha pasta aos olhos de todos e, saí andando da sala. Eu não diria uma só palavra para eles. Estava destruída por dentro.

            E desta maneira, eu fui para casa. Deitar em minha cama e chorar por todo aquele dia...

{...}

            Eu estava sentada no chão, assustada com a postura de Alya. Atrás dela estavam Layla e Adrien, que olhava tudo com muita pena. A minha melhor amiga dizia coisas absurdas sobre eu ter ameaçado Layla, que precisava de tratamento porque estava completamente perturbada. Mas, meu olhar apenas focava no sorriso maldoso e debochado de Layla que parecia gritar que estava ganhando de mim.

— Você é uma doente obsessiva por causa de um garoto! — A fala alterada de Alya fez com que sua frase doesse mais ainda. Havia me chamado de doente por um garoto? Era demais...

            Vi Alya pegar na mão de Layla e puxá-la para bem longe, enquanto Adrien me olhava com pena para logo ir atrás das duas. Ele parecia confuso, como sempre, mas nunca fez nada para realmente me ajudar ou proteger.

            Eu estava no fundo de poço e não tinha ninguém...

{...}

            No quarto branco do hospital, Marinette começava a recobrar os sentidos aos poucos. Começou a mover lentamente seus dedos para logo sentir sua mão e braço. Seus olhos embaçaram bastante quando começou a resgatar sua consciência.

            Seus olhos estavam pesados e ela se sentia muito cansada e um pouco dolorida. Devia ter ficado muito tempo deitada. A claridade do quarto límpido fez seus olhos arderem, mas mal tinha forças para erguer as mãos em frente ao rosto. Nenhum som foi emitido de sua boca entreaberta e lábios rachados.

Senhorita Dupain-Cheng...? — Uma voz doce e quase angelical a chamou. Tudo estava embaçado e, Marinette apenas pode notar uma silhueta de uma mulher negra. — Senhorita? — Novamente a chamou. Marinette fez esforço para que falasse alguma coisa, mas parecia impossível, então soltou um grunhido que foi ouvido pela mulher.

E-... — A pronuncia correta mal saia de sua boca e estava muito cortada, exigindo que Marinette engolisse e passasse a língua pelos lábios. — E-eu... — Com muita dificuldade uma palavra mal dita saiu de si. — Eu-... — Marinette continuava fazendo esforço para falar com a mulher. — M-o... — Mais uma tentativa quase em vão. Os sons não faziam sentido como deveriam e as palavras pareciam mais grunhidos baixinhos. — Morr-iii...? — Marinette finalmente pode completar uma quase frase que teve sua vogal final alongada, quase que num suspiro de dificuldade.

— Não, senhorita. — A médica soltou uma leve risada. — Você está viva, e muito viva. Peço que descanse e não faça esforço, está no hospital. Vou ligar para seus pais avisando que está bem e acordando. — Mas, Marinette parou de ouvir após a palavra esforço ser dita pela médica, caindo em um profundo e aclamado sono. Estava tão cansada!

            A médica havia aproveitado seu horário vago da madrugada para correr os olhos em seus pacientes, para ver como iam. Decidiu que sua visita também poderia ser feita a adolescente que estava em um coma por quase três semanas. Para sua sorte — e felicidade — a menina havia começado a dar os primeiros sinais de que acordaria em alguns minutos, então decidiu ficar para acompanhar o pequeno processo.

            Assim que viu que Marinette havia voltado a dormir tranquilamente, desta vez fora do coma, decidiu que poderia mandar os enfermeiros ligarem para a família na hora do almoço, avisando sobre seu despertar. Era madrugada de terça-feira e não gostaria de incomodar a família, que devia estar descansando.

— Joseph, tire uma amostra de sangue da paciente. — A doutora Dyami1 pediu ao enfermeiro. — Preciso que mande ao laboratório por este pedido aqui, tem tudo o que quero saber da paciente. — Entregou ao homem o formulário de exames prescritos.

— Algum prazo, doutora? — O homem perguntou.

— De preferência, para esta tarde, por favor. — Pediu com um doce sorriso, característica sua que era bem vista por muitos.

***

            Chlóe e Sabrina estavam no terraço do Hotel Le Grand Paris, esperando Adrien e Kyoko que, como ambas, haviam matado as aulas da manhã para não olharem na cara de Layla. A cara da mentirosa era muito... Intragável. As amigas estavam tomando um lanche para forrar o estômago, enquanto conversavam entre si. Sabrina servia suco de melancia para as duas e, Chlóe ficou calada pensando.

Será que a Marinette vai ficar boa? — Perguntou baixinho para que apenas Sabrina pudesse ouvir.

— Acho que vai, ela é muito forte. — A ruiva ofereceu o copo para a amiga, que pegou de bom grado. Sabrina pegou um dos sanduíches. Ultimamente, era uma das poucas coisas que ainda desciam por sua garganta e pela dos outros.

— Quando ela acordar, eu quero me redimir por todos esses anos que fui má com ela. — Chlóe se endireitou e bebericou a bebida.

— E nós vamos, Chlóe. Pode acreditar.

            O silêncio foi interrompido por uma notificação de Adrien e Kyoko no grupo que haviam criado para conversarem sobre toda a situação. A ruiva abriu a notificação e leu com calma, logo abrindo um sorriso.

— É o Adrien e a Kyoko. Eles não vêm mais. — Sabrina avisou e logo continuou a ler o resto das mensagens, sorrindo em seguida. — A mãe da Marinette ligou para o Adrien, a Marinette acordou. — Chlóe deixou o copo voar, enquanto puxava a companheira para fora do terraço. Iriam rapidamente para o quarto pegarem as bolsas para correrem ao hospital.

            Quando chegaram, toparam com os pais da azulada e com Adrien. Kyoko ainda estava chegando, pois havia tido um imprevisto com o trânsito de Paris. Sabine e Tom Dupain-Cheng foram na frente para ver Marinette, os colegas iriam depois quando a japonesa chegasse.

— Marinette, querida. — A voz de Sabine transbordava emoção ao ver a filha já acordada. A mulher e o marido correram em direção a adolescente que sorriu ao vê-los. — Que bom que você acordou. Graças a Deus! — A chinesa dizia apertando a azulada entre seus braços.

— Minha Marinette, como se sente? — Tom perguntou a filha, enquanto acariciava sua cabeça.

— Estou bem, mas um pouco cansada e fraca. — Marinette sorriu. — Estou ansiosa para sair desses tubos e irmos para casa.

— Quanto a isso, pode demorar um pouco. — A médica avisou sorrindo.

— Que dia é hoje? — Marinette perguntou. — Quarta? Quinta? — Sabine ficou calada.

— Hoje é terça-feira, querida. — Tom respondeu e Marinette sorriu.

— Que bom! — Marinette sorriu. — Eu não dormi tanto assim, só se passou um dia. — A garota ainda tinha o olhar vazio e perdido e, sempre fixava os olhos em algum lugar enquanto sorria automaticamente.

“Não há emoção ou verdade no sorriso.” — Pensou a médica, preocupada.

— Querida — Sabine chamou a filha de forma doce —, você está aqui há três semanas. — Os olhos de Marinette ganharam o dobro do tamanho.

— C-co-omo? — A voz vacilou e não havia mais sorriso. — T-três semanas?

— Vamos ter muito tempo para conversar sobre. — Sabine sorriu, enquanto a médica saia do cômodo de maneira silenciosa. Os pais precisavam de um momento a sós com a menina e ela precisava falar com eles logo depois.

            A Doutora Dyami notou as amigas e o amigo de Marinette no corredor, conversando entre si, mas sentiu falta da japonesa de saia vermelha e olhar frio. Observava a preocupação de todos ali com a azulada e sorriu, desviando o olhar. A menina era muito sortuda por ter amigos que a amavam tanto assim.

            A japonesa logo chegou ao grupinho, estava ofegante. Ouviu-a dizer que precisou correr três quarteirões por conta de um acidente que teve ali perto e parou o trânsito. Alguns minutos depois, os pais de Marinette saíram no corredor.

— Vocês podem ir falar com ela, mas não causem problemas. Marinette precisa de calma e sossego para poder se recuperar bem. — A doutora avisou.

— Não se preocupe, doutora. — A japonesa lhe respondeu. — Seremos discretos e não iremos fazer nenhuma emoção se sobrepor em Marinette. — Kyoko falava de maneira muito formal para uma simples adolescente e a médica se questionou se ela realmente era um ser humano. Ou seria um robô?

— Podem entrar então, vou conversar com os pais da menina.

Adrien, Kyoko, Chlóe e Sabrina entram no quarto e notaram que Marinette estava sentada na cama e olhando pela janela. Ela parecia sem rumo e tinha o mesmo olhar vazio que lhe fez companhia nos últimos meses.

Marinette...? — Kyoko a chamou de maneira doce, chamando a atenção da azulada. Esta, abriu um pequeno sorriso com os lábios.

— Que bom ver vocês.

— Também estamos felizes em ver você, Marinette. — Sabrina disse sorrindo e, a azulada notou Adrien saindo de trás da loira e da ruiva.

Adrien...? — A azulada murmurou confusa.

Oi Mari... — Adrien sorria, culpado para a amiga.

— O que está fazendo aqui? — Todas se assustaram ao ver que Marinette havia adotado uma postura violenta. — O que você quer?

— Calma, Marinette. — Chlóe pediu esticando as mãos em sinal para que parasse. — Adrien veio em paz. Por favor, escute ele. — Marinette se calou.

— Eu vim me redimir, Mari. Estou vindo ver você há uma semana, estou tão preocupado quanto as meninas. — Adrien se explica. — Sei que errei muito com você, mas estou aqui para concertar tudo e ajudar a cuidar de você. — Silêncio no quarto. Marinette olhou as meninas e, cada uma parecia implorar com o olhar uma reconciliação entre os dois amigos.

— Eu te perdoo. — Marinette diz em um suspiro frio. — Você não tinha culpa, Layla é uma boa atriz.

— Mentirosa qualificada de quinta. — Chlóe reclama, arrancando sorrisos de todos.

— Mas, não espere que as coisas sejam como antes. Porque não serão. — Tais palavras partiram o coração do loiro.

— Eu entendo, Mari. — Adrien disse passando a mão pela nuca, mas logo sorri determinado. — Mas, eu não vou desistir de você. Eu vou fazer de tudo, lutar para recuperar a sua amizade e confiança, Marinette. Nem que demore anos e anos para isso. — As palavras do loiro fizeram todas sorrir, mas o coração de Marinette falhou uma batida. Ela sabia que o loiro daria um jeito nesse abismo criado entre ambos e que não demoraria muito.

— Certo. — Sorriu. A porta foi aberta, revelando a doutora Dyami.

— Muito bem, crianças, horário de visita acabou. — Todos soltaram um grande e harmonioso “Aah”. A médica riu. — Marinette está bem, mas precisa descansar agora. Ela precisa dormir para logo ter alta. Despedindo, pessoal. — Cada um abraçou Marinette rapidamente e desejou melhoras, logo se retirando.

            A azulada deixou que o cansaço consumisse cada pedaço de seu corpo e caiu novamente no sono. O sono ainda era a sua melhor escapatória para fugir daquela bagunça. Havia ficado três semanas em total coma e sentia que todos pareciam julgá-la e esconderem algo. Marinette desejou nunca ter acordado do coma. Preferia ter morrido, mas o destino havia sido cruel o bastante para deixa-la viver...

— Retiramos uma boa amostra de sangue da Marinette hoje cedo — a médica informou aos visitantes — faremos muitos exames para termos uma noção melhor do caso dela. De como ela está. — Explicou.

— Quando ficarão prontos? — Sabine questionou, aflita.

— Pedi uma análise completa e o laboratório teve um pequeno problema. Acredito que amanhã cedo já terei os resultados. Assim que caírem em minhas mãos, eu ligo imediatamente para vocês. — Dyami disse diretamente aos pais.

— Obrigado, doutora. — Tom agradeceu a mulher.

— Por favor, doutora Dyami, nos avise também. Queremos saber como está a Marinette. — Kyoko pediu.

— Não deveriam estar em aula? — A médica zombou.

— Ah, você sabe como é... — Chlóe falou. — Meu pai, prefeito de Paris, haha. — Dyami negou com um sorriso.

— Claro, senhorita Bourgeois. Claro. — Riu da desculpa da menina.

— O que podemos fazer agora? — Kyoko perguntou.

— Todos terão que se comprometer fielmente a recuperação da Marinette, para obtermos ótimos resultados. Não queremos vê-la mais uma vez internada neste hospital. — Todos concordaram.

— Vocês podem ir para casa, crianças. — Tom pediu. — Eu e Sabine vamos ficar aqui pela noite.

— Senhor Dupain, eu terei que pedir para não fazer isso. — Dyami avisou. — Marinette está bem e não precisa de vigia. Sei que querem ficar próximos da filha de vocês, mas ela precisa de descanso e silêncio. — Ela sorriu. — Preciso que todos voltem para suas casas já que não adianta nada ficar aqui. Podem até mesmo atrapalhar a menina. — Todos se entreolham, hesitantes.

— Mas-... — Tom tentou protestar.

— Sei que é um pai muito amoroso e preocupado, afinal só querem o bem dela. Mas, Marinette vai ficar bem. Ela precisa desse tempo sozinha até mesmo para refletir quando acordar. — Dyami olhou ao redor e diminuiu o tom de voz. — Pelo que me confidenciaram na sala agora pouco, vocês precisam organizar muitas coisas em relação a... Justiça. Não aconselho contarem agora, pois ela precisa de repouso para logo voltar para casa. Vão, descansem e procurem contar de uma forma tranquila.

— Sim, doutora. Nós entendemos. — Sabine agradeceu e a doutora sorriu, logo saindo para ver outros assuntos.

— Que bom que a Marinette está acordada. — Sabrina comemorou. — Não deve demorar muito para que ela receba alta.

— E eu só tenho que agradecer a vocês — Sabine disse com lágrimas nos olhos — que têm sido ótimos amigos. Cuidam tão bem da nossa querida filha.

— Imagina, senhora Dupain-Cheng. — Adrien sorriu. — Como amigos da Marinette é nosso dever estarmos sempre aqui por ela. A Marinette sempre está lá por nós.

— Tem razão, querido. — A chinesa sorriu. — É uma pena que Alya não possa estar aqui agora, seria de grande ajuda. — Todos se silenciaram, chateados. — Essa Layla vai ter muita coisa o que explicar a Justiça Parisiense. — O olhar dócil de Sabine se tornou ameaçador, fazendo todos tremerem diante a mulher.

— Acalme-se, querida — Tom pediu —, ou irá assustar as crianças.

— Ah, sim. — Sabine voltou a sorrir docemente. — Me desculpem, crianças. É que uma mãe não aguenta ver seus filhos sofrendo, ela sempre vai querer defende-los como uma leoa. — Sorriu.

— Nós entendemos. — Sabrina concordou.

            As meninas e Adrien se sentiam muito mais leves agora. Parecia que todo aquele peso que existia em seus ombros desde a descoberta dos áudios de Layla e Marinette havia se dissipado um pouco. A azulada agora estava acordada e, rapidamente, a italiana pagaria por todos os crimes cometidos e todos aprenderiam uma boa lição com tudo isso.

***

            Na manhã seguinte no Françoise Dupont, o trio de amigas e Adrien mais pareciam estar escondendo o maior segredo da face da Terra. Sempre pelos cantos, conversando entre murmúrios e olhares desconfiados aos redores. Repassavam tudo o que entenderam da reunião do dia anterior com o advogado da loira com os pais de Marinette.

            Basicamente, eles eram menores de idade, então seus depoimentos não seriam ‘oficiais’ como os dos pais de Marinette ou os dos professores — que ainda seriam comunicados —, mas teriam certo peso. Chlóe e Sabrina já haviam conversado com os pais na noite anterior e ambos haviam dado a sua autorização para que as duas pudessem depor a favor de Marinette, caso fossem chamadas.

Agora, Kyoko e Adrien pediam conselhos a dupla para que pudessem convencer os responsáveis com bons argumentos. Seus depoimentos poderiam ser bem fortes e favoráveis aos Dupain-Cheng caso se unissem em quatro para proteger a azulada. Exclusão social, ameaças e calúnias talvez poderiam ser consideradas um tipo de tortura ou violência psicológica.

            Um pouco mais distante, Layla e seu grupinho observava os quatro sem conseguir entender o que se passava. Alya e Nino se perguntavam o porquê de Adrien ter virado as costas para a italiana e começado a estar ao lado de Kyoko, Chlóe e Sabrina.

            Assim que o sinal tocou, novamente o quarteto passou voando pela porta do Françoise Dupont e correram para a limusine de Chlóe. A médica havia chamado os pais de Marinette e, Sabine avisou os fiéis amigos da filha.

            No quarto do hospital, a azulada sorriu ao ver cada um entrando no cômodo e a cumprimentando. Os jovens diziam que logo passariam todos os deveres e matérias para ela e, Tom e Sabine contavam coisas do dia-a-dia, sem ainda mencionar o assunto proibido. Uma enfermeira surgiu e avisou que a médica queria falar com os responsáveis e os amigos de Mari.

— Então, doutura — Tom pediu — como está a nossa Marinette? — Dyami suspirou.

— Eu tenho notícias boas e ruins, claro. — Disse abrindo os exames na mesa. — A boa é que ela está bem e vai receber alta ainda por hoje ou amanhã. O caso dela não está tão grave quanto previa. — Sabine e Tom sorriram um para o outro.

— E as más notícias? — Kyoko perguntou.

— A taxa de glicose dela abaixou bastante, isso é bom, mas não foi o suficiente. Ainda está alto e ela está numa espécie de “quase diabetes”. — Todos estavam preocupados. — É tratável, não se preocupem. Mas, outros componentes importantes como zinco, ferro, sódio, vitaminas, ainda estão baixos. Muito baixos. Precisamos reverter isso para ela voltar ao seu normal.

— O que precisamos fazer? — Tom perguntou.

— Eu pedi para dois amigos meus, uma endocrinologista e um nutricionista, para montarem uma dieta com os dados que coletamos nos exames. A dieta é muito rica e vai ajudar a Marinette a se recuperar, levamos em consideração tudo o que ela tem alergia e o que não deve comer por enquanto. Açúcares estão totalmente proibidos. (!) — Avisou entregando um conjunto de cinco folhas, frente e verso, aos pais. — Essa dieta precisa ser seguida durante seis meses e de maneira rigorosa. — A mulher olhou os amigos da azulada. — Conto com a ajuda de vocês para vigiarem ela na escola. — Pediu e os adolescentes concordaram. — Podem ir ver a amiga de vocês, vou dar algumas especificações médicas aos pais.

— Mas-... — Adrien, Chlóe e Sabrina tentaram reclamar, mas Kyoko ergueu o braço na frente dos três.

— É uma conversa de adultos. — Disse séria aos amigos. — Vamos ver a Marinette. — Todos se silenciaram e a médica agradeceu, observando o grupinho sair do consultório médico.

— Oi, Marinette. — Kyoko sorriu para a azulada que estava distraída com a janela.

— Oi, Kyoko. — A azulada sorriu. Estava magra e havia um grande círculo roxo ao entorno dos olhos. Sabrina e Chlóe estavam posicionadas ao pé da cama, Adrien ao lado do meio do colchão e Kyoko um pouco mais próxima das máquinas ao lado da cama.

— Como você passou a noite? — Chlóe perguntou. — Eles estão te tratando bem? Porque, olha, se não estiverem eu só preciso dar um telefonema para o papai e-... — A loira ameaçava com o celular já em mãos.

— Estão sim, Chlóe. Não se preocupe. — Mari sorriu e Chlóe guardou o telefone a contragosto.

— Como você está? Parece que não dormiu nada. — Adrien disse se aproximando. Marinette parecia ter erguido uma parede entre ambos, pois ficou em silêncio por uns instantes e olhou para outro canto.

— Estou bem, apenas acordei no meio da noite. — Disse encarando seus braços cheios de agulhas e tubos. Em um braço recebia soro e, em outro, uma espécie de comida para se manter alimentada durante o coma. — Onde estão meus pais?

— Falando com a doutora. — Sabrina contou. Marinette respondeu com um “hm” muito frio e desanimador. Tinha medo de alguém ter visto seus hematomas pelo corpo e contarem aos pais. — Sobre uma dieta que você vai ter que seguir. — Sabrina disse para quebrar o silêncio e Marinette a olhou.

— Dieta? — Estava confusa.

— Aparentemente, todos os componentes importantes no seu organismo estão quase zerados e o seu açúcar está nas alturas. — Chlóe contou.

— Basicamente, é isso. — Kyoko confirmou.

— É grave? — Perguntou com a voz baixa.

— Não tem nada de grave, não se preocupe. — Sabrina disse alegre.

— Mas vai precisar seguir. — Adrien concluiu. — Não se preocupe, nós vamos ajudar a cuidar de você. — O sorriso cuidadoso de Adrien fazia Marinette ter raiva de si.

Saiam daqui. — Pediu fria, olhando para as mãos.

— Mari... — Adrien chamou. — Está tudo bem, somos seus amigos.

— Estamos aqui para ajudar, Marinette. — Kyoko disse calma. Os olhos de Marinette já estavam vazando como uma cachoeira de grande volume.

— SAIAM DAQUI! — Gritou com raiva enquanto chorava muito. Chorava de ódio. De raiva e desgosto. Chorava enquanto tentava tirar as sondas de si. Os batimentos cardíacos estavam alterados e Marinette gritava repetidamente para saírem e a deixarem em paz.

Adrien pulou contra Marinette, enrolando-a entre seus braços enquanto tentava segurar a menina. A azulada se debatia enquanto gritava, queria se desvencilhar, retirar as sondas e se arranhar. Ela já estava o fazendo. Arranhava a pele enquanto tentava arrancar as sondas. Kyoko teve que interver e segurar fortemente seus pulsos, enquanto gritava junto as meninas, pedindo calma.

— Chama a enfermeira, Chlóe! — Adrien dizia alto e preocupado. — Rápido!

            Chlóe saiu correndo do quarto, gritando por uma enfermeira ou alguém que pudesse ajudar. Enquanto isso a luta no quarto continuava com Kyoko segurando fortemente os pulsos de Marinette e Adrien envolvendo a garota num abraço forte, implorando para se acalmar. Sabrina foi obrigada a sentar em cima das pernas da azulada para tentar contê-la já que ela quase chutou Kyoko na região das costelas. Parecia que Chlóe havia sumido durante horas, mas eram apenas alguns segundos.

            Marinette gritava e chorava incansavelmente enquanto se debatia, mandando todos saírem. Dizia para deixá-la em paz, pois queriam sumir. Morrer até. Adrien já estava chorando de desespero, Sabrina já estava pura lágrima e Kyoko ainda mandava Marinette parar enquanto tentava pedir calma e falar que tudo estava bem.

            A doutora entrou feito furacão no quarto, junto a dois enfermeiros, aos pais de Marinette e Chlóe, que havia chamado Dyami no desespero. Os enfermeiros tomaram as posições dos adolescentes enquanto a médica aplicou sedativo no soro de Marinette, que precisou ser contida ainda por alguns minutos até cair desmaiada na cama.

            Os enfermeiros arrumaram a menina na cama, enquanto Chlóe e Sabrina se abraçavam entre lágrimas incontroláveis. Adrien tentou esconder as suas e seu desespero, mas Tom Dupain o puxou para um abraço que escondeu o rosto do loiro e, o menino chorou como se estivesse no colo de seu próprio pai. Sabine olhava as mãos e pulsos de Kyoko que estavam marcados com as unhas de Marinette, havia até alguns cortes superficiais que apontavam minúsculas gotículas de sangue brotando.

            Todos os presentes estavam abismados com o comportamento da menina. A médica, então, olhou ao redor e tomou consciência do nível de desespero e transtorno que a menina havia chego. Aquilo era uma crise nervosa, muito comum quando se trata de transtorno misto grave ou severo. O estado mental de Marinette não era nada bom!

***


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Notas finais do capítulo

LÊ AQUI RAPIDÃO!!!!!!

O capítulo foi esse e espero que tenham gostado, viu?!
Caso vocês achem algum problema, tenham críticas ou elogios sobre a qualidade da história — se decaiu, ou se elevou —, por favor, comentem! Eu AMO ver vocês falando o que gostam, o que não gostam, o que concordam e o que não concordam. Me ajuda muito e eu posso sempre estar melhorando uma coisa ou outra.

~~~~~ ♥ ~~~~~

A frase na capa foi tirada desse blog aqui embaixo:
[ https://blog.uniflores.com.br/o-que-levar-de-presente-para-pessoa-no-hospital/?v=9a5a5f39f4c7#:~:text=N%C3%A3o%20h%C3%A1%20melhor%20do%20que,quem%20est%C3%A1%20enfrentando%20esse%20momento ]



♥♥♥♥♥♥ Beijos de Luz! ♥♥♥♥♥♥



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