Je Taimerai Toujours escrita por Dreams of a Blindspot fan


Capítulo 9
Capítulo 9




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/792757/chapter/9

No capítulo anterior..

— O que você está fazendo? — Ele me pergunta ao entrar no quarto.

— Não consegue enxergar também? Estou indo embora, não dá mais. Não vou ficar sob o mesmo teto que você, não desse jeito.

— Calma Tash, vamos conversar. — Reade estava visivelmente nervoso passando a mão na cabeça.

— Agora você quer conversar? Caramba, meus parabéns!

— Eu tentei várias vezes conversar com você Natasha. — Ele fala com a voz ainda mais alterada

— Só que em nenhuma delas você mudou.

— Mamãe porque o papai está gritando? — Maya pergunta assustada entrando no quarto.

— Satisfeito Edgar? Você hoje merece um prêmio.

— Eu? O que eu fiz?

— Vem Maya, tá com fome amor? — Digo colocando minha filha no colo com bastante dificuldades por conta do meu pé machucado.

— Tasha? Natasha! Droga! O que eu estou fazendo com a minha família? — Reade fala socando a parede e eu finjo não ter ouvido. 
 
Fui para cozinha fazer um leite para a Maya e um café bem forte para mim, passei um bom tempo na varanda sentindo a brisa fria da noite, enrolei minha filha num cobertor quentinho enquanto refletia um pouco sobre tudo. Eu queria mudar aquela nossa situação, mas não poderia fazer isso sozinha, o erro não foi só meu, foi dos dois. 
 
Acho que dormi algumas horas, logo estranhei o local que eu estava, meu corpo estava dolorido devido a forma que eu fiquei jogada na cadeira. Levei a Maya para o quarto, ela estava tão serena dormindo. 

— Vai ficar tudo bem cariño. — Digo lhe dando um beijo no rosto. — Eu prometo. 
 
Voltei para o quarto e vi minha mala ainda por fazer, Reade encarava o teto, lhe conhecendo bem ele não pregou os olhos em nenhum momento. Ele percebe minha presença no quarto, por Deus eu não quero começar tudo de novo, não as duas da manhã.

— Tash eu sei... — Ele começou e eu o interrompi.

— Não Reade, tá muito tarde para desculpas. Amanhã a gente tenta encaixar um ponto final nisso tudo. 
 
Peguei um cobertor e fui para a sala novamente, eu tinha algumas horas até o dia amanhecer, horas que eu com certeza não iria dormir e sim pensar em como vamos resolver tudo isso. Não seria nenhuma novidade se eu dissesse que nenhum dos dois dormiu aquela noite, e eu teria que enfrentar os meus problemas bem cedo. Fui até a cozinha preparar algo para a Maya, a forma como o meu estômago estava embrulhado e minha cabeça doía tinham sido frutos de alguns dias bem agitados.

— Ei, Tash? — Reade me chama com uma voz cansada. — A Patterson me ligou, preciso ir para o escritório urgente, podemos conversar mais tarde? — Eu apenas afirmo que sim com a cabeça. — Prometo que vamos conversar quando eu voltar.

— Come alguma coisa antes de sair, tem um pouco de chá pronto. — Falo indo para o quarto.

— Você está bem? — Ele vem atrás de mim..

— Não, e isso já faz um tempo Reade.

— E o seu pé?

— Está melhorando.

— Sinto muito Tasha.

— Eu sei disso. Até mais tarde. 
 
Após a saída de Reade vou até o quarto acordar Maya, o que me custou muito, ela enrolou cerca de uma hora para comer uma tijela pequena de cereal, tinha dias que essa garotinha me testava, e hoje não seria diferente.

— Precisa comer filha, eu preciso ir para o escritório. — Peço gentilmente enquanto Maya brinca de separar os bichinhos coloridos do cereal. — Maya? Estou falando bem sério, eu estou atrasada, colabora.

— Onde está o papai?

— Foi trabalhar filha, por favor come.

— Porque vocês estavam discutindo ontem? Todo dia vai ser assim? — Isso me assustou, muitas vezes parecia que eu não estava falando com uma criança de quase seis anos e sim um adulto até mais madura do que eu. 

— Estávamos apenas tentando conversar filha.

— Mas não era como adultos, pareciam os meus coleguinhas da escola brigando pelo balanço verde.

— OK, come! Eu preciso ir. — Falo quando vejo que ela ainda está brincando e fazendo a colher dançar dentro da tijela. — Maya isso não é um brinquedo, você pode parar com isso e comer o seu café da manhã?

— Tá frio o leite mamãe. — Ela empurra a tijela.

— Claro que está, você perdeu muito tempo brincando ao invés de comer.

— Não quero mais mamãe, posso comer um bolinho?

— Não, você poderia comer seu cereal. — Digo lhe encarando e ela nem parece está intimidada. — Ok! Acabei de ficar sem tempo, precisamos ir. Você come o bolinho no caminho, mas não será assim todo dia.

— Obrigada! — Diz ela com um sorriso vitorioso. 
 
Coloco as bolsas na mala e me certifico de que a cadeirinha está travada corretamente, durante o percurso Maya me encarava sem falar nada, apenas me olhava séria, possivelmente na sua mente estavam se passando milhões de coisas, ela ainda era muito novinha para entender o mundo dos adultos. A deixei no colégio e fui direto para escritório.

 

Passei o dia mergulhada em papéis e mais papéis, fechando casos e fazendo relatórios sobre black sites, era a minha válvula de escape trabalhar, assim eu não teria que pensar em nada. Ou pelo menos me esforçaria bastante para isso.

— Natasha? Pensei que tiraria alguns dias de folga. — Disse Bárbara ao me encontrar no corredor.

— Preciso fechar alguns casos. — Respondo sem dá muita atenção.

— Como está o tornozelo, melhorou?

— Eu vou melhorar Bárbara, preciso que assine alguns papéis sobre o relatório do último caso. Deixei na sua mesa.

— Pode deixar. Zapata, se quiser conversar, eu sei que muitas vezes nosso trabalho vai se chocar com os deles. — Ela se referia ao FBI. — Nós também somos os mocinhos.

— Eu estou bem, não precisa se preocupar. — Digo pegando o meu café e voltando para a sala.
 
Troquei algumas mensagens ao longo do dia com a Alice, ela me disse que a Maya estava fazendo birra com tudo e eu pedi para ela ligasse para o Reade. É a única pessoa que a Maya escuta quando tá irritada.  
 
O dia do Reade não foi muito diferente do meu, ele se afundou em burocracias e investigações sobre o novo caso, eu entendo parcialmente o lado dele, gostaria que tivéssemos uma visão madura de tudo o que estava acontecendo entre a gente. Kurt tentou chamá-lo para almoçar, mas ele recusou de cara, inventou que estava muito atrasado com os relatórios e que precisava adiantar tudo. Ele sentia que tinha errado em muitos aspectos da nossa vida, nós dois deixamos muito a desejar.

 

Vida de casado nunca é fácil, vem os filhos, o trabalho, a rotina, e no nosso caso algumas coisas tinham mais prioridades, porém nos perdemos no meio do caminho, e até agora não achamos o caminho de volta, não dá pra brincar de João e Maria na vida adulta. 
 
Durante o dia eu ignorei todas as tentativas de contato com o mundo externo, nem me dei conta de que não comi nada durante o dia todo, parei num restaurante e pedi um sanduíche natural para viagem, acabei comendo dentro do carro, algo que eu detesto. Passei no supermercado e logo em seguida fui direto para casa, já estava tarde e com certeza a Maya deveria ter acabado com a casa junto com o pai. 

— Ainda por aqui Alice? Cadê o Reade? — Pergunto ao ver a casa em silêncio.

— Ele precisou viajar, algo do trabalho. Ele tentou falar com a senhora mas o telefone estava desligado.

— Fiquei sem bateria, aconteceu alguma coisa? — Pergunto ainda sem entender.

— Eu não sei, ele só passou para pegar algumas roupas, falou com a Maya e foi embora. Ela tá trancada no quarto e disse que não quer falar com ninguém.

— Meu Deus quantos anos essa criança acha que tem? Quinze anos?

— Vai precisar de muita paciência com ela. — Alice tenta me tranquilizar.

— Eu vou ligar pra ele depois, pode ir eu me viro aqui.

— Tem certeza? Eu posso ajudar com as compras.

— Muito obrigada Alice, eu consigo resolver. Vá descansar. — Digo me despedindo. 
 
Fui até o quarto e a Maya estava toda emburrada sem querer falar com ninguém.

— Ei mocinha? Quer me ajudar a cozinhar?

— Não, estou sem fome.

— O que aconteceu coração? — Digo me aproximando dela.

— O papai foi embora? Ele nunca mais voltar?

— Calma Maya, ele só foi trabalhar em outra cidade.

— E porque ele levou as roupa dele numa mala?

— Seu pai precisa se vestir lá filha. Vamos fazer o seguinte: jantamos e ligamos para ele, o que acha?

— Pode ser. Acha que ele vai voltar mamãe?

— Vai sim, seu pai não te deixaria por nada nesse mundo. Você é a coisa mais importante que temos.  
 
Fui até o meu quarto tomar um banho e aproveitei para ouvi o recado do Reade.

Oi Tash, não estou conseguindo falar com você. Precisei ir para Washington, temos alguns problemas para resolver, vou realmente usar esse tempo para pensar no que eu posso melhorar, ainda assim vou precisar da sua ajuda, eu te amo e amo a nossa filha, não me vejo sem vocês duas. Me espera.”

Eu realmente não sabia o que responder ou se deveria responder, eu ainda estava de cabeça quente com tudo o que estava acontecendo entre a gente. Fui para cozinha e preparei uma sopa, no final da noite eu e Maya conversamos com Reade por telefone, ou melhor, ela conversou com o pai e eu apenas ouvia a tudo, a todo momento ela perguntava se nós dois não moraríamos mais juntos, isso me machucava muito, saber que eu estava causando tanto sofrimento para alguém que eu amava mais do que tudo. 
 
Por fim ela dormiu, pediu para que eu deixasse ela ficar na nossa cama só por essa noite e eu não tinha como negar isso, também queria essa companhia dela. 
Surpreendentemente foi ela quem cuidou de mim essa noite, me deu um beijo e disse que tudo isso iria ficar bem. Como eu queria que a Maya nunca crescesse, que fosse para sempre essa criança doce e carinhosa, que fosse para sempre minha pequena.

 

     Reade estava em Washington mas o seu pensamento estava conosco, esses quatro dias se passaram de forma sufocante, ele pensava em como resolveria isso sem que ninguém saísse machucado mas isso era totalmente impossível, ou a nossa filha iria presenciar todos os dias a gente discutindo por qualquer coisa ou ela iria passar a semana com um e os finais de semana com o outro, para a nossa atual situação não existia meio termo. 
 
Após a chegada do Reade nos afundamos nos preparativos para o aniversário da Maya e mal nos víamos o que de certa forma foi algo positivo, todas as nossas tentativas de conversas eram sobre isso. Faltava apenas uma semana para o Havaí da Maya como a Patterson estava chamando, eu particularmente não curtia muito aniversários, até ser mãe e descobrir que eu sou muito boa organizando isso.

— Bom dia! — Reade me cumprimentou enquanto chegava para tomar café da manhã.

— Bom dia!

— A Maya ainda está dormindo? Ela não vai sair com a Patterson?

— Vai, mas dá tempo. Ela vai precisar de muita energia para brincar no parque.

— Como você está? 

— Normal.

— Normal quer dizer bem? — Eu apenas afirmo que sim. — Precisamos nos resolver Tash.

— Deixa a Maya sair e nós vamos conversar, pode ser?

— Como quiser. — Reade em falou se servindo de mais um pouco de chá.
 
Enquanto tomávamos café eu sentia o olhar dele sobre mim, um olhar doce e cheio de cuidado, como sempre foi. Essas últimas semanas eu senti muita falta do abraço dele, do carinho dele, dos beijos e da forma como nos amávamos. Nossa atual situação não nos permite dormir de conchinha toda noite, estávamos desgastados. Sou tirada dos meus pensamentos quando ouço uns passos rápidos vindo em nossa direção.

— Bom dia para minha garotinha predileta. — Diz Reade pegando Maya no colo.

— Bom dia papai, claro que sou a sua garotinha predileta.

— Eu poderia está falando de outra garotinha.

— Só se você estivesse falando da mamãe, aí seria o seu amor predileto. — Sorri com esse comentário, nesse momento o meu olhar se encontra com o dele, foi uma sensação boa.

— Dormiu bem meu amor? — Pergunto a Maya para sair do foco daquela conversa.

— Dormi mamãe, dormi sim. — Ela veio para o meu colo me dá um beijo de bom dia. — Vocês sabem que dia é hoje? — Nossa garotinha pergunta eufórica.

— Não. — Eu e Reade nos fingimos de desentendidos para provocá-la.

— Vocês sabem sim, hoje oficialmente falta uma semana para o meu aniversário.

— Onde você aprendeu essas palavras complicadas Maya? — Reade pergunta surpreso.

— Assistindo Dora. — Ela fala enquanto belisca um pouco dos ovos que estão no meu prato.

— Filha, toma café porque já já a sua madrinha vem te buscar. — Digo servindo leite na sua xícara de porquinho.

— Pode deixar super chefe. — Brincou ela. — Papai o meu barco vai chegar quando? 
 
Reade me olha arqueando uma das sobrancelhas todo desconfiado, pensei que tínhamos encerrado a essa história.

— Continuamos com o barco Edgar Reade? — Pergunto arqueando  a sobrancelha.

— Tash... depois a gente dá um jeito no barco. — Reade tenta se justificar.

— A gente não, você. Eu não tenho espaço para um barco na nossa casa. E May já para o banho, a Patterson está chegando.

— Mãe diz que eu posso ter um barco? Por favor, por favorzinho. — Ela pedia fazendo biquinho, era a coisa mais fofa desse mundo. É sim, ela sabia como me convencer.

— Banho mocinha, vou conversar com o seu pai. 
 
Patterson chegou e nos cumprimentou, me perguntou se estava tudo bem, eu disse que até agora estava, não sabia como seria em algumas horas. Ele e Reade conversaram um pouco sobre o aniversário da Maya e logo em seguida as duas saíram saltitantes para um dia no parque. 
Enfim, estávamos só nós dois agora. Era hora de decidirmos o que iríamos fazer da nossa vida.

— Senta aqui Tash. — Ele me chamou estendendo a mão. — Vamos conversar.

— Tudo bem. — Respiro fundo, eu não sabia o que ou como iríamos fazer isso.

— Eu sei que eu errei em muitos aspectos...

— Nós dois erramos Reade. — Eu o interrompo.

— Tem toda razão, nós dois erramos e parece que estamos num ciclo. Sentar, conversar, dizer que vai mudar e continuar errando.

— Reade estamos nos fazendo muito mal, éramos melhores amigos e olha o que nos tornarmos? Pessoas que não sabem nem conversar sobre algum assunto difícil. E tem a Maya, o que vamos fazer?

— Funcionamos melhor como amigos? Porque esses últimos sete anos foram os mais incríveis da minha vida, qualquer momento com você se torna incrível e eu te amo de mais. — Ele tenta segurar as lágrimas mas é inevitável para nós dois. — Tem razão quando diz que não estamos mais funcionando como um casal, mas eu não me vejo longe de você.

— Nós tentamos por muitas vezes não chegar a esse ponto Reade, mas foi tão... inevitável. Tivemos momentos maravilhosos juntos desde o dia em que te conheci no sioc, o nosso primeiro beijo, as nossas inseguranças como um casal. — Eu me permiti chorar, as lágrimas que eu guardei durante meses. — O nosso casamento foi o momento mais incrível, eu nunca pensei que poderia amar e ser amada na mesma intensidade. Você me realizou como mulher, e depois veio o nosso maior presente, a nossa garotinha. Lembra que foi por ela que decidimos tentar meses atrás?

— Erramos nisso Tash, deveríamos tentar por nós dóis e apenas por isso.

— Isso está fazendo mal pra ela Reade, ela sempre nos ver brigando e ela acaba ficando nervosa com tudo isso. Estamos fazendo errado.

— Você realmente quer fazer o que me falou ao telefone?

— Quero, nós precisamos.

— Tudo bem, eu consegui um lugar, não fica tão longe daqui, podemos fazer isso. Posso pedir uma coisa?

— O que você quiser? — Digo lhe olhando.

— No caso são duas, a primeira é que você me ligue sempre que precisar independente da hora ou da situação.

— Reade eu consigo resolver muitas coisas sozinha. — Protestei. — Não vou te ligar simplesmente porque tem alguma coisa errada.

— Só me ligue tá? Eu estou a poucas quadras daqui. 

— Tudo bem. E qual a segunda coisa? — Pergunto vendo Reade me encarar.
 
O que acontece em seguida é resultado de duas pessoas que se amam de forma avassaladora apensar de tudo. Reade segurou meu rosto com delicadeza e secou com a ponta dos dedos as lágrimas que escorriam pela minha bochecha, cuidadosamente ele aproximou o seu rosto do meu e nos beijamos, sim, nos beijamos de forma calma e tranquila, tudo o que precisávamos e eu nem tinha noção de como foi bom. Nos beijamos até sentirmos que precisávamos respirar.

— A segunda é coisa é que a gente nunca pare de lutar um pelo outro. — Eu o beijei novamente.

— Não vamos parar de lutar nunca. — Descansei a minha cabeça no ombro dele e ficamos ali por horas, apenas em silêncio. 
 
Maya chegou exausta do parque, Patterson tinha nos mandado algumas das muita fotos que tiraram juntas. Rápido ela dormiu, e logo foi a nossa vez de tentar dormir. Reade foi para o sofá e eu fiquei no quarto como ele pediu.

 

A semana se passava depressa, eu estava terminando de arrumar a Maya, enfim tinha chegado o dia da sua festa de aniversário e estávamos eufóricos junto com ela. 
 
O aniversário seria a tarde, a decoração do salão de festas estava realmente incrível, na piscina bolas e boias coloridas, as crianças se divertiam bastante, era muito gratificante ver a nossa menina com os olhinhos brilhando de tanta felicidade.  
Maya e Ben Weller não paravam um só minuto quietos, o tempo todo eles corriam e gritavam junto com as outras crianças. Rich trouxe um mágico que animou não só as crianças como os adultos ali presentes, Patterson realmente tinha pensado em tudo, ela me ajudou bastante na organização do aniversário da Maya, era visível o quanto ela era apaixonada pela afilhada e isso era muito recíproco entre elas.  
 
Alguns amigos nossos do FBI também foram convidados para comemorar os sexto aniversário da nossa filha, mas lá no fundo eu estava um pouco triste, quando a festa terminasse o meu casamento também terminaria ou pelo menos colocaríamos um ponto final e tentaríamos futuramente escrever uma nova página. Era nítido que não estávamos bem, tentávamos disfarçar quando estávamos entre os nossos amigos, mas no fundo eles sabiam o que estava acontecendo. 
 
Eu e Reade estávamos nos preparando para cantar o tradicional parabéns pra você quando Keaton chegou com um presente para a Maya.

— Tio Keaton! — Disse Maya lhe abraçando.

— Pequena! Como você cresceu tão rápido? — Disse ele colocando a Maya no colo. — Feliz aniversário, espero que você goste do presente.

— Eu vou amar, obrigada! — Logo ela foi se juntar novamente aos amiguinhos dela.

— Oi Tasha como você está? — Ele me cumprimentou com um abraço.

— Estou bem, obrigada por vir. Vamos cantar parabéns pra Maya já já.

— Reade como vai? — Perguntou ele de forma educada.

— Bem. — Reade foi um pouco mal educado, nem se quer apertou a mão dele e saiu. Sim, Reade tem um ciúme sem explicação do Keaton. 
 
Fui até a cozinha do salão para pedir algo que pudesse cortar o bolo, e encontrei Reade lá.

— Pensei que você estava aproveitando a festa.

— Convidou o Keaton? Porque?

— Ei, ele é um amigo e meu chefe. Nos conhecemos a um bom tempo..

— Não gosto dele.

— Você já deixou isso bem claro varias vezes, não vou entrar nessa. Vem, vamos cantar parabéns. — Digo lhe puxando pela mão. 
 
Logo depois de cantarmos parabéns pedimos para Maya fazer um pedido e foi muito emocionante o que ela falou em seguida.

— Eu quero agradecer aos meus papais, e sim, eles são os melhores pais do mundo, não digo só pela festa que foi do jeito que eu pedi, mas por tudo o que vocês fazem. Vocês fazem do mundo um lugar melhor para que eu viva nele. — Eu e Reade não contemos as lágrimas com essas palavras tão doces. — E sim, a minha madrinha ensaiou muito comigo esse discurso, obrigada tia Patterson.

Eu e Reade também fizemos os nossos discursos.

— Eu quero dizer que eu sou o cara mais sortudo do mundo por ser o seu pai. Que fico bobo com a forma como você está crescendo, e como você é inteligente e linda, assim como sua mãe. Você é uma mistura perfeita nossa! Eu amo fazer as suas vontades só para ver o seu sorriso doce e esses olhinhos brilhando, eu amo você filha. — Reade se derreteu ao falar sobre a Maya me fazendo chorar mais uma vez.

— Bem, eu acho que o Reade já falou tudo, e foi realmente incrível o que você falou sobre a nossa filha. — Digo com os olhos cheios de lágrimas. — Está sendo lindo ver todos vocês aqui reunidos para celebrar mais um ano da minha menininha, o tempo passou muito rápido, ontem eu morria de medo do futuro, de não dá conta de ser mãe e hoje a ela já está com seis aninhos. Como eu sou sortuda por ser mãe de uma criança tão perfeita, normalmente eu sei de muitas coisas, mas quando se trata de falar sobre o tamanho do amor que eu sinto fico sem palavras. Você é a criança mais incrível e perfeita que eu conheço. Eu amo tanto você que sou capaz de mover os planetas de lugar só pra ter ver feliz. — Eu a coloco nos braços lhe dando um abraço apertado.

— Você é incrível mamãe. — Ela sussurra no meu ouvido. 
 
Senti os braços de Reade nos abraçando, eu me sentia segura ali, não existia nada que pudesse me causar medo ou tristeza, eu estava com a pessoas da minha vida.

     A festa da Maya terminou, e não era só a festa dela que terminaria naquele dia. Dizem que para novos começos é necessário um fim, e eu espero que não seja tão doloroso como está sendo agora.  
 
Colocamos Maya na cama assim que chegamos em casa, ela se divertiu tanto que apagou no carro. De certa forma eu agradeci por isso, não queria que ela visse Reade indo embora, não queria ter que explicar sozinha algo que nem eu e nem ele sabíamos o motivo, simplesmente aconteceu.

— Chegou a hora Tash. — Disse ele trazendo a mala para a sala.

— É chegou a hora. Eu juro que eu não queria que fosse assim.

— Eu sei, mas ei. — Ele segurou meu rosto com cuidado. — É temporário tá?  Tudo vai se encaixar novamente.

— Promete que sempre vai vir aqui para ver a Maya? 

— É claro Tash, eu vou está aqui por vocês duas. 
 
Nos abraçamos por um bom período de tempo, quando eu o vi saindo por aquelas portas me permiti desabar no choro, aquilo estava me sufocando, e depois de hoje eu não iria mais chorar, eu precisava ser forte e deixar as coisas no lugar. 
 
Logo nos encontraríamos para conversar com a nossa filha e explicar de maneira suave o que era o mundo dos adultos, mas como explicar algo que não tem explicação?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Je Taimerai Toujours" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.