Je Taimerai Toujours escrita por Dreams of a Blindspot fan


Capítulo 10
Capítulo 10




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Após Reade sair por aquela porta eu senti que iria perder totalmente o controle da situação, era como se algo estivesse me sufocando, mas não, na realidade eu só precisava chorar, precisava colocar para fora tudo o que eu estava sentindo. 
Depois de algum tempo sentada no chão inúmeros momentos se passavam pela minha cabeça, eu começava a me questionar onde eu errei? Porque tudo aquilo estava acontecendo?
Algumas horas depois eu fui me acalmando, eu precisava ser forte e não transparecer para ninguém o que estava acontecendo, principalmente para a minha filha. Era o meu momento e eu queria apenas vivê-lo sozinha, já estava sendo difícil e eu não queria ninguém ali me fazendo perguntas que eu nem saberia como responder. 
 
Minha cabeça estava a mil, após um banho e dois analgésicos eu consegui fazer com que o meu corpo desacelerasse. Meu único medo era como a Maya reagiria aquilo tudo, ela sempre foi muito apegada ao Reade, e não tê-lo ali todas as manhãs traria um impacto muito grande na vida dela. E na minha também. 
Eu me levantei mais cedo do que de costume, a cama era tão fria sem ele ali do meu lado, não sei porque me sentia assim se para mim já tínhamos acabado a muito tempo, estávamos ali só para cumprir uma espécie de tabela, estávamos ali só pela nossa filha, tentamos e falhamos diversas vezes e aquilo nos desgastou ainda mais. 
Da cozinha eu vejo Maya olhando em alguns cômodos da casa, não sabia o que ela estava procurando e decidi me aproximar.

— Cadê? Onde tá? — Maya abria a porta do meu quarto e do pequeno escritório que tínhamos no apartamento.

— Filha o que você está procurando? — Pergunto sem entender.

— O meu papai, cadê ele mamãe? Para onde você mandou o meu pai? — Aquilo partiu o meu coração, a minha menina desesperada sem entender o que estava acontecendo.

— Calma Maya, nós vamos conversar.

— Não mamãe eu não quero conversar, eu quero o meu papai. — Maya falou chorosa esfregando os olhos.

— Vem aqui com a mamãe meu amor. — Lhe peguei no colo indo até o sofá, minha princesa não parava de chorar e eu não sabia mais o quê fazer.

— Eu quero meu papai, porque ele não tá aqui? — Insistiu ela.

— Filha eu e o seu pai precisamos de um tempo.

— Porquê?

— É complicado Maya. — Ouço a campainha tocar, suspirei aliviada por ser o Reade.

 

— Ei, desculpa o atraso Tash, tive que resolver uma pendências do apartamento. — Apenas aceno com a cabeça.

— PAPAI! Porque você não estava aqui quando eu acordei? — Disse Maya correndo para o braços do pai. — Você prometeu que abriria os presentes junto comigo.

— Me perdoa princesa. O papai vai abrir os presentes com você já já. Mas antes nós vamos conversar, tá bom? — Ela apenas assentiu ainda no colo do Reade. — Senta aqui com a mamãe e o papai.

— Você vai embora papai? 
 
Reade respirou fundo com essa pergunta, era difícil pra mim e para ele, mas precisávamos fazer isso de uma vez por todas.

— Maya eu e o seu pai precisamos de um momento para realmente colocarmos as coisas em ordem. — Digo olhando diretamente para ela.

— Vocês não se amam mais?

— Não filha, não é isso. Eu e a sua mãe nos amamos muito, é por isso que estamos fazendo isso. — Confesso que gelei com essa afirmação do Reade.

— Mas se vocês se amam precisam ficar juntos, não morando em outra casa. E se a mamãe precisar de você?

— Filha se ela ou você precisar eu venho correndo ver como vocês estão.

— Não precisa vir correndo, precisa ficar aqui papai.

— Filha eu e o seu pai estamos precisando, não é saudável morar numa casa e brigar sempre. — Digo tentando explicar as coisas de uma forma mais clara.

— É só não brigar mamãe.

— Filha, eu prometo que vamos melhorar para que você não fique no meio do fogo cruzado. — Digo colocando ela no colo.

— Isso filha, eu e a sua mãe vamos melhorar, porque nos amamos muito, e não queremos machucar você. — Reade segurou as mãos dela, ele estava se controlando para não chorar na frente da Maya, eu também estava. — Maya você é a coisa mais importante das nossas vidas, desde o momento eu que descobrimos sobre você o nosso mundo mudou.

— Filha, você ainda é muito novinha, mas sei que já entende algumas coisas. Eu e o seu pai jamais faríamos algo para te machucar, muito pelo contrário, só queremos o melhor para você. Está sendo difícil agora não acordar com o papai todo dia, mas logo vamos estar juntos novamente, e vamos fazer muitas coisas legais juntos. Vamos fazer de tudo para melhorar Maya. — Digo sem controlar o choro, já estava segurando a muito tempo.

— Maya não vamos deixar de ser os seus pais por estarmos em casas diferentes, vamos sair juntos com você e está com você sempre. 

— E quando tiver alguma coisa na escola papai?

— Nós vamos estar lá com você. Promete que vai se comportar e obedecer a mamãe? — Pediu Reade.

— Prometo! — Ela falou ainda com os olhos marejados. 
 
Conversamos mais um pouco com ela, e logo fomos abrir os presentes como ela nos pediu. 
Ficamos um bom tempo daquele dia com ela, dando todo o apoio que ela pedia de forma silenciosa, essa garota era tudo na minha vida, e eu não ousaria perdê-la por nada nesse mundo. Já era ruim o que estava acontecendo, iríamos fazer de forma mais amigável possível.

 

     Com o passar dos dias eu e Reade íamos construindo uma nova rotina diferente daqui já estávamos acostumados. Eu levava a Maya para escola e as vezes ele ia buscar e deixava com a Alice até a hora que eu chegasse do trabalho, sempre que podia ele estava presente para colocarmos ela para dormir, nos finais de semana Reade sempre passava um tempo maior com ela. O nosso plano estava dando certo. 
 
Entre nós dois, bem, estávamos seguindo, sei que as pessoas achavam estranho o fato de nós dois ainda usarmos aliança, não foi combinado, apenas seguíamos usando e era algo natural. 
 
O primeiro mês se passou e foi um período de adaptação bem complicado, o segundo mês também e eu ainda acreditava na parte da adaptação que seria passageiro. No terceiro mês eu vi o quão desgastada estava, eu precisava dar conta de tudo e não encontrava um momento só para mim, um momento nem que seja para ouvir uma música e relaxar com um bom vinho. Quando enfim eu conseguia fazer a Maya dormir eu precisava voltar para algum relatório, eu estava sufocada e não tinham tempo sequer de gritar. 
 
Reade sempre que podia se esforçava para fazer o papel dele no trato, isso funcionou no começo, mas depois eu só ouvia desculpas por áudio no WhatsApp, isso quando eu tinha tempo de parar para ouvir. 
 A minha rotina estava tão cansativa que tudo me tirava do sério e nada parecia colaborar, eu estava ensinando a lição de casa pela milésima vez, ela só precisava somar as maçãs e colocar o número que representava.

— Maya quando terminar a lição de casa você vai direto para a cama, já está ficando tarde e você tem aula amanhã.

— Mas você não pode ficar acordada até mais tarde, porque eu também não posso?

— Filha não começa com os seus questionamentos a essa hora, preciso de você na cama. Eu ainda tenho muito trabalho.

— Mãe o meu pai vem? Ele disse ao telefone que viria.

— Maya eu não sei, preciso que você me ajude filha. Eu realmente preciso que você durma mais cedo hoje, prometo que no final de semana podemos ficar acordada até mais tarde.

— Mas eu quero dormir com o meu pai, ele disse que iria me contar uma história divertida.

— Ele pode ter ficado preso em algo do trabalho...

— Você pode ligar para ele?

— Não, e você pode fazer o que eu te pedi a mais de dez minutos?

— Eu só vou dormir com o meu pai. — Ela ficou de bico sentada na mesa. 
 
Isso estava me tirando do sério, eu nunca fui uma mãe rude ou de está gritando com a Maya. Eu lhe colocava de castigo quando necessário, mas isso estava passando dos limites.

— Acabou a conversa com você mocinha, já para o quarto A-GO-RA! — Ela me olhou assustada, talvez por numa ter me ouvido falar daquela forma, mas nem por isso ela baixou a cabeça. Essa garota realmente puxou a mim.

— Eu não vou sem antes ver o meu papai. — Insistiu ela.

— Você vai, porque agora você já esgotou toda a minha paciência. 
 
Me levantei largando todo o meu material de trabalho e a coloquei no braço, me forcei ficar com ela no quarto e lhe ouvi chorar por ter sido contrariada até que ela pegasse no sono. Eu não queria chegar nesse nível, mas ela não estava me dando outras opções. 
 
As vezes eu sentia como se estivesse descontando nela os meus problemas, mas não. Eu jamais faria isso com a minha filha, ela estava muito rebelde eu li sobre isso em alguns blogs para mães sozinhas, que quanto mais conturbado o fim do relacionamento entre os pais mais reflete da educação da criança, é uma forma de chamar a atenção.

 

     Com Reade as coisas também não estavam indo tão bem, ele se mudou para um apartamento próximo a nossa casa, e no trabalho ele a cada dia de afundava ainda mais. Tudo para não pensar no que estávamos passando, após o expediente ele sempre inventava uma desculpa para continuar lá no escritório, era uma forma de fugir da realidade, eu via o quanto ele estava mal, isso me machucava mas infelizmente eu não consigo salvar o mundo inteiro ao mesmo tempo. Preciso pensar em mim e na filha, o restante seria consertado depois. 
 
Patterson, Kurt e Jane muitas tentaram se aproximar dele em muitos momentos, mas ele se fechava ainda mais, por sorte eu também conseguia arranjar boas desculpas para fugir desse tipo de conversa, eu ainda não estava pronta.
 
 
Ultimamente a nossa conversa se resumia apenas a Maya, nada do que prometemos antes estávamos cumprindo, eu sempre estava na defensiva com ele e com isso ele evitava qualquer tipo de aproximação. Não fazíamos por mal, mas quando percebemos já tínhamos ignorado um ao outro.

(...)

 

Eu tinha combinado com a Maya que se ela se comportasse durante essa semana eu iria premiar ela na sexta à noite, ela escolheu pedir uma pizza para o jantar. Com o tempo eu peguei o ritmo da Maya, uma noite ou outra saiamos dos trilhos devido as malcriações que ela fazia, mas era só uma fase, ela queria chamar a atenção devido a ausência do pai, eu procurei em segredo ajuda de uma profissional na área infantil para aprender melhor com lidar com tudo isso. 
 
Essa forma de recompensas foi uma ideia dela, a Maya tinha uma rotina bem estruturada, e toda vez que ela não cumpria com as obrigações ela perdia uma pontuação ao longo da semana, eu passei a conversar mais com ela, a perguntar sempre o que ela estava pensando e se queria conversar, de certa forma aquilo aliviou bastante o meu estresse. 
Cheguei cedo do trabalho nessa sexta feira, iria pedir pizza e sorvete, deixei que Maya escolhesse o queria assistir na TV, ela estava animada, o pai tinha passado a semana em Washington e não pode vim vê-la esses dias, mas tinha prometido a ela que viria para jantar conosco.

— Mamãe que horas o papai vai chegar?

— Eu ainda não sei filha, porque  você não vai para o banho enquanto eu tento falar com ele.

— Pede pra ele vim, por favor? — Eu apenas assenti. 
 
Fui para o quarto, eu realmente estava começando a ficar irritada com Reade pelas últimas semanas, eu sei que está sendo difícil para ele aceitar, mas a Maya não precisa implorar pela atenção dele. 
Precisei ligar por três vezes para que ele enfim atendesse a droga do celular.

• Reade onde você está? Já faz um tempo que a Maya liga para você.

• Eu estou preso em Washington Tasha, não consegui voltar para casa.

• E custava ligar para a Maya? Reade não faz isso com ela a garota passou a tarde esperando você ligar..

• Não faz isso o que? Foi você que escolheu isso pra gente.

• Não, isso não tem nada a ver com a gente. Tem a ver com você sempre inventar uma desculpa pior do que a outra, nas últimas semanas você nem se quer apareceu, Reade ela é uma criança, ela sente sua falta. Joga dessa forma comigo que sou uma adulta, mas não com ela.

• Eu não estou misturando as coisas Natasha, você quer jogar a culpa dessa situação para mim.

• Tá vendo só como você inverte as coisas? Em nenhum momento eu falei sobre a gente, droga Reade! Quando você vai parar com isso?

• E o que eu estou fazendo? Me fala!

• Tá descontando na Maya os nossos problemas, não é evitando a nossa filha que você vai se resolver, isso tá me fazendo ter mais raiva ainda de tudo o que está acontecendo.

• Você está criando coisas na sua cabeça, minha filha é a pessoa mais importante pra mim.

• É mesmo Edgar? Então comece a dar devida importância a ela.

• Ou o que? Vai sumir com a Maya? É uma especialidade sua desaparecer sem deixar rastros.

• Você está avisado! Eu não vou tocar nesse assunto novamente. Reveja seus interesses e o que você diz importante. 
 
Desliguei o telefone com muita raiva do Reade, ele não poderia descontar os nosso problemas na nossa filha, eu precisava dizer tudo aquilo para ele, mas eu queria falar pessoalmente. 
Não estou conseguindo tolerar certos tipos de coisas, Reade passou uma semana sem vim aqui em casa ver a Maya simplesmente por esta chateado comigo, simplesmente porque ele tentou nos levar a terapia de casal e eu disse não, mas eu fui sincera, essas coisas não funcionam comigo, não queria conversar na frente um estranho sobre o meu casamento. 
 
Depois que falei tudo o que precisava acho que o Reade começou a tomar um rumo, ele passou a pegar a Maya com mais frequência, isso deveria ser algo natural e não só fazer isso porque elevou um esporro.

 

     Alguns dias depois chamada mais cedo no trabalho, precisei que ele viesse pegar a Maya mais cedo já que a Alice estava viajando para um trabalho da faculdade, por sorte ele chegou no horário evitando que eu me atrasasse. Reade ficou alguns instantes me olhando, não sei se ele queria falar algo ou apenas reparou na minha roupa uma calça de alfaiataria verde musgo é uma blusa branca de seda que tinha os primeiros botões abertos. Vi Reade engolir seco ao perceber que eu estava lhe observando.

— Perdeu alguma coisa ou quer usar o espelho? — Pergunto lhe encarando.

— Não não. Você quer carona? Posso te levar no escritório. — Ele ficou sem jeito.

— Não, eu vou dirigindo. — Digo pegando minha bolsa e as chaves. — Maya se comporte, eu te amo muito. — Digo dando um beijo na minha filha. — Reade, muito obrigada.

— Nem precisa agradecer, eu só estou fazendo o meu papel de pai.

— Ainda bem que você se conscientizou disso. — Falo ironicamente, mas não iria provocar ninguém as 06:30 da manhã. 
 
Sai deixando os dois em casa, precisava está as 07:00 na biblioteca que era o escritório secreto da Cia. Vi que Keaton, Bárbara e alguns agentes já me esperavam para a reunião, também tinham um rosto desconhecido lá, muito bonito por sinal. 
Bárbara iniciou a reunião, nos passou a pauta e explicou alguns pontos da nossa reunião.

— Gente agora que vocês já sabem o que fazer eu quero apresentar o nosso mais novo agente, ele estava na Itália e agora vai nos ajudar aqui. — Disse Bárbara. — Agente Savoia você vai trabalhar com a agente Zapata, ela vai te explicar como funciona tudo por aqui. — Explicou. Eu e o agente Savoia nos cumprimentamos com um aceno de cabeça amigável. 
 
Ao final da reunião eu conversava com Keaton quando ele se aproximou de mim, mais alto do que eu, pela clara e olhos castanhos claro, a barba bem feita e um perfume que se espelhava por todo ambiente.

— Agente Zapata? Prazer, Pitter Savoia. — Ele estende a mão me cumprimentando.

— Prazer, seja bem vindo ao escritório de NY. Sou a Natasha Zapata.

— A diretora me falou que o que eu precisasse podia procurar você. Se importa se eu te fizer algumas perguntas? Eu não sei como funciona muito aqui agente Zapata.

— Claro, pode me chamar de Natasha.  Vem, eu vou te explicar como funciona tudo aqui. 
 
Seguimos para o segundo andar onde ficava a minha sala, lhe mostrei alguns relatórios e conversamos sobre o nosso novo caso. Vi Pitter observar as duas fotos que tinha na minha mesa.

— Sua filha? Ela é linda. Desculpa se fui muito intrometido ao perguntar.

— Sem problemas, é a minha filha sim, ela se chama Maya.

— Tem cara de ser muito experta.

— Você não imagina o quanto! — Sorrimos juntos e logo voltamos a trabalhar. 
Tínhamos muito trabalho a fazer, e pelo que eu pude observar eu e Pitter formaríamos uma boa dupla em campo. 

 

Os dias foram se passando e no trabalho tudo fluía muito bem, a cada dia estávamos progredindo com o nosso trabalho, as investigações estavam dando bons resultados e os métodos de Pitter para análise das informações eram muito eficientes. 
Estávamos almoçando quando recebi uma ligação de Reade, deveria ser algo sério já que ele não costuma me ligar durante o trabalho.

• Tash, você pode falar? 

• Oi Reade, o que houve? — Pergunto preocupada.

• É sobre a apresentação da Maya, recebi o e-mail da escola convidando os pais, você já confirmou presença?

• Já! Você também vai?

• Vou sim, quer que eu vá te buscar no trabalho?

• Pode ser, eu te mando um ponto para me esperar.

• Obrigada por isso!

• Tchau Reade, eu preciso voltar bom trabalho. 
 
Desliguei o telefone voltando para mesa, agradeci mentalmente o fato de Pitter não fazer tantas perguntas já que eu fiquei feliz por Reade ir a apresentação da Maya, minha cara de boba não negava, eu estava sorridente demais. Eu já imagino a cara de felicidade dela.

No dia da apresentação eu marquei com Reade em um local próximo a biblioteca, fomos o caminho todo em silêncio, apenas nos olhávamos em alguns instantes. A nossa situação estava melhorando aos poucos, arrisco dizer que estávamos pegando um rumo muito bom. 
 
A escola estava toda decorada para a feira de ciências, muitos estandes com assuntos interessantes, logo achamos o caminho para o auditório onde aconteceria as apresentações dos pequenos, sentamos bem próximo ao palco por sorte ainda tinham dois lugares. 
Logo iniciou as apresentações, os professores e alguns alunos falaram um pouco sobre o projeto estudado, e chegou o momento da apresentação da Maya seria a primeira vez que ela iria falar em público para tanta gente. O assunto era o sistema solar, e o nosso solzinho era a coisa mais linda do mundo, vimos a sua cara de surpresa e feliz ao ver eu e Reade na plateia para lhe assistir. 
 
Após a belíssima apresentação onde as crianças falaram sobre cada planeta, ficamos emocionados com a desenvoltura da Maya falando sobre o sol, com direito a dança e tudo mais. Minha cabeça estava apoiada no ombro de Reade que estava ainda mais emocionado, eu devo ter chorado a apresentação quase toda, quando dei por mim estávamos de mãos dadas e o braço dele estava em volta das minhas costas. Me recompus um pouco sem graça me afastando dele.

— Me desculpa. — Digo um pouco sem jeito.

— Sem problemas, nossa menina cresceu tão rápido não foi?

— Foi sim, até ontem era um bebezinho de colo e hoje está tão crescida. O tempo realmente passou rápido. — Assim que a apresentação terminou, ela foi até nós dois e nos abraçou forte agradecendo por estarmos lá com ela.

— Eu estou hiper feliz por vocês dois estarem aqui. — Disse ela ainda vestida de solzinho.

— Meu amor seria impossível a gente não vim te ver. Eu e o seu pai estamos tão orgulhosos de você. Apresentou de forma tão linda.

— Isso mesmo Maya, estamos felizes por você e nós vamos comemorar. Que tal uma pizza?

— Ebaaa, vamos sim papai! Podemos ir para nossa casa e depois podemos ver os vídeos das apresentações.

— Tudo bem para você Tash?

— Tudo! 
 
Ajudei Maya a se trocar e fomos para casa o assunto no carro estava divertido, Maya a todo momento falava sobre a sua apresentação. Em casa, Reade pediu as pizzas enquanto Maya estava animada vendo os vídeos das outras apresentações e conversando por chamada de vídeo com a madrinha que ficou super empolgada com as fotos e vídeos que recebeu, eu estava na cozinha pegando alguns pratos enquanto a pizza não chegava.  
Virei e vi Reade na porta me olhando, um olhar doce mais carregado de lágrimas.

— Reade? Reade? Tá tudo bem?

— Sinto falta da Maya, sinto falta de você Tash, da nossa família. — Ele se aproximava calmamente até me encurralar entre ele e a pia. — Eu tenho tanto medo de não ter tempo o suficiente para concertar tudo, medo de te perder para sempre.

— Reade, eu não acho que seja um momento para conversamos, a Maya tá lá fora, e...

— Olha pra mim baby. — Ele segurou o meu rosto com cuidado me fazendo olhar nos seus olhos. — Me diz se eu ainda tenho alguma chance com você?

— Porque isso agora Reade?

— Eu tenho medo de perder tudo o que mais amo na vida Natasha. — Ele falou enquanto o seu nariz roçava o meu pescoço, o seu hálito quente se chocava com a minha pele, fazia o meu corpo se arrepiar por completo. — Eu tenho medo de perder você.

— Ainda temos tempo de corrigir tudo Reade. — Aquilo saiu tão espontâneo, eu não imaginava que falaria aquilo, era como se o meu corpo não obedecesse a minha mente e falasse a primeira coisa que eu pensasse sem filtrar nada.

— Que bom, porque eu estou disposto a qualquer coisa pra te ter de volta. — Os braços dele me suspenderam para que eu sentasse na bancada, seus beijos desciam do meu pescoço até a parte da blusa que ele conseguiu abrir os botões. — Tash, eu quero você. — Ele sussurrava de maneira sexy me deixando ainda mais fora de órbita, eu não conseguia raciocinar o que estava acontecendo. 
 
As mãos grandes de Reade passaram pelas minhas coxas enquanto trocávamos beijos apaixonados, minhas mãos estavam atrás da sua nuca impulsionando ainda mais aqueles beijos. Me dei conta do que estávamos fazendo e onde estávamos fazendo, eu e Reade tínhamos perdido a noção dos nossos atos.

— Reade, não! — Me afastei um pouco, afastando também o corpo dele do meu.

— O que? — Ele perguntou de forma desorientada.

— Aqui não! A Maya tá lá fora, nossa onde estamos com a cabeça?

— Eu acho que você queria tanto quanto eu Tash.

— Mas não aqui, não nessa situação. — Digo tentando arrumar minha roupa.

 

— PAPAI A PIZZA CHEGOU! — Maya gritou da sala enquanto nós dois ainda nos encarávamos. Minhas bochechas queimavam de desejo, e via a forma como Reade estava excitado e achei melhor eu mesma ir pegar as pizzas.

— É melhor ficar aqui e tentar resolver isso. — Aponto para o volume que denunciava a sua excitação.

— Ficaria mais fácil com você aqui. — Ele falou de forma inesperada e ousada.

— Vai ter que se virar sem mim dessa vez. — Sorri de forma debochada. 
 
Comemos sem trocar uma palavra, apenas quando a Maya falava algo uma vez ou outra, eu não ousava olhar nos olhos dele, se eu sentisse novamente o gosto da sua boca na minha não conseguiria se segurar novamente. 
 
Após colocar Maya para dormir inventei uma desculpa para que Reade pudesse ir embora, eu realmente precisava pensar sobre nós dois, se eu realmente queria encurtar o nosso caminho ou continuar na situação que estávamos.


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