Je Taimerai Toujours escrita por Dreams of a Blindspot fan


Capítulo 3
Capítulo 3




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Tasha não esperava tão cedo reencontrar aquela mulher, principalmente na sua casa. Desde o primeiro momento o seu instinto foi de não confiar na nova diretora da Cia, algo naquela mulher não lhe deixava confortável.

— Você? O que faz na minha casa? Como encontrou meu endereço? — Olho assustada para ela parada na minha porta.

— Posso entrar Tasha? — Ela me pergunta dando um passo à frente.

— Se você me responder o que faz na minha casa em pleno sábado, talvez eu te deixe entrar.

— Preciso da sua ajuda com um caso. — Eu fico parada no meio da porta tentando bloquear sua passagem. — Eu tenho isso para você. — Ela me entrega uma pasta com alguns documentos.

— Bárbara eu acho que não fui tão clara com você na semana passada. Eu não tenho interesse em voltar a trabalhar na Cia. Eu quero que você vá embora. — Peço calmamente.

— Oi pequena, qual o seu nome? — Ela pergunta entrando, nem parecia se importar com o que eu estava falando.

—- Maya. — Vejo minha filha responder com o seu jeito doce. — Meu nome é Maya Reade.

— Maya que nome lindo, você é uma garotinha muito linda. — Ela sorri acariciando os cachos da minha filha. — Porque você não me deixa conversar um pouquinho com a sua mãe? A tia Bárbara promete que não vai demorar.

Eu aceno para Maya ir para o seu quarto, enquanto decido se jogo aquela mulher pela janela ou não (Brincadeira, jamais faria isso). 

— O que você tem de tão importante pra falar comigo? Precisou mesmo colocar a minha filha para o quarto. — Vejo Bárbara observar algumas fotos que ficam na sala.

— Calma mamãe urso, eu não mordo! Não podemos tratar assuntos de adultos na frente de crianças. — Disse ela sentando-se no sofá. — Achei a pequena Maya adorável, ela parece bastante com diretor assistente do FBI.

— Claro, é a filha dele! Com que você queria que ela parecesse? — Eu revirei os olhos.

— Natasha eu preciso da sua ajuda!

— Olha eu não sei o que você pensa que é ou quais os direitos acha que tem, mas eu não vou ajudar você em caso nenhum. — Digo ainda em pé.

— Não estou pedindo, e eu não costumo insistir duas vezes na mesma coisa. — Ela me diz seria. — Porque não se senta? A vida de muitas pessoas está nas suas mãos, aqui está todo o resumo do que aconteceu a esse campo de refugiados no Quênia. — Ela olha esperando qualquer resposta.

— Bárbara... — Respiro fundo, eu já tinha ouvido falar sobre esse artigo há algumas semanas. — Me dê uma semana...

— Você tem três dias, eu estou lutando contra o tempo para ajudá-los, e eu realmente preciso da sua ajuda.

— Eu vou estudar o caso, mas esse será o último! Eu não quero você invadindo a minha casa, você não me conhece. — Falo colocando a pasta sobre o sofá.

— É aí que você se engana. Eu conheço você bem Tasha, eu li todos os artigos que a Cia tem sobre você, até as partes editadas. — Ela me fala caminhando em direção a porta. — A explosão de gás naquele cassino não foi acidental não é? Você é inteligente, pensa rápido sobre pressão, é estrategista  um possui um jeito único de convencer as pessoas a fazer o que você quer sem deixar sua marca. Eu gosto disso em você!

— Eu não faço ideia do que você acha que sabe, mas não vai me convencer a trabalhar com a Cia novamente.

— Eu não vou te convencer, o trabalho é que vai fazer isso. Ser da Cia requer um gosto peculiar pela arte de apostar tudo, opa! — Ela fala sorrindo parada na porta. — Eu falei apostar? Desculpas, eu queria dizer arriscar. Você gosta de arriscar tudo Natasha, a vida das pessoas é como uma grande mesa de poker e o dados estão nas suas ardilosas mãos, você é uma jogadora sortuda pelo que eu sei.

Eu tento me concentrar no meu presente ao ouvir aquilo, aquela mulher sabia bastante sobre mim, e eu não tinha ideia sobre quem ela era. Ela sabia que faltava pouco para me convencer, não, eu não posso fazer isso comigo novamente, eu não posso colocar a minha família em risco.

— Bárbara, eu mando o caso por e-mail.

— Porque não vai até o escritório? Você aproveita e já assina os papéis, eu adoraria comemorar o seu retorno.

— Pode parar! Eu não vou trabalhar para a Cia. — Digo me aproximando da porta, preciso expulsar essa mulher da minha casa.

— Você está cometendo um grande erro, vai se arrepender por isso. — Ela me olha friamente nos olhos. — Dê um beijinho na pequena Maya por mim.

Eu fecho a porta com toda a minha força, estava tentando controlar minha respiração. Espero que a minha filha não tenha ouvido nada daquela conversa toda.
Vou até o nosso quarto, e guardo aquela pasta entre os meus documentos, ainda estava tensa com aquele conversa.
Vou até o quarto e Maya estava brincado com as suas bonecas, eu abraço forte a minha filha, tentando me acalmar. Maya como o pai tinha esse dom de me fazer esquecer de todos os meus fantasmas do passado, quando eu sentia o calor dos seus bracinhos era como se o mundo lá fora desaparecesse.

— Ela já foi mamãe? Aquela mulher ela é a sua amiga? — Maya me pergunta de forma inocente.

— Já foi sim meu amor, ela nunca mais vai voltar aqui! Eu prometo. — Eu falo beijando seus cabelos. — Nada de contar para ninguém que ela esteve aqui, podemos guardar esse segredo?

— Juro de dedinho que não vou contar mamãe! — Vejo brotar o sorriso mais doce, eu não deveria ensinar isso a minha filha, mas por enquanto ninguém poderia saber o que estava acontecendo, antes eu precisava conversar com Reade.

Ainda posso lembrar de cada palavra da Havan, porque eu me arrependeria de não aceitar aquele trabalho? O que aquela mulher maluca tinha em mente?
Ouço a porta abrir enquanto estou na cozinha, era Reade que tinha chegado após mais de duas horas na rua, ele me ajuda a guardar as compras enquanto eu estou terminando de preparar o almoço.

— Tash tá tudo bem? — Reade me pergunta, talvez eu esteja bem distante hoje.

— Estou sim meu amor. O que você tinha perguntado mesmo?

— Se você quer que eu compre pizza para levar? A Alice gosta e como ela vai ficar com os meninos pensei em comprar pra ela.

— Pode ser, ela vai gostar. — Falo tentando me concentrar no programa de culinária que estava passando na tv, nada prende a minha atenção.

— Tá tudo bem realmente Tash? Estou te achando um pouco tensa.

— É impressão sua Reade. — Falo me acomodando nos braços dele.
Ele me abraça e eu sinto paz naquele momento, ele sempre conseguia me acalmar mesmo sem saber o que estava acontecendo.


Eu estava terminando de me arrumar para irmos a casa dos nossos amigos, vesti algo bem confortável, um macacão preto e alguns acessórios, nunca fui dessas viciadas em moda mas sempre gostei de me cuidar. Pensava que a maternidade tiraria isso de mim como muitas pessoas diziam, mas vi que isso não é verdade, vai de cada mulher.
Me olhei no espelho e vi pelo reflexo que Reade me observa, correspondi os olhares dele com um sorriso, vi ele se aproximando, incrível que quanto mais o tempo passava o nosso amor e admiração com o outro só crescia.

— Uau baby! Como você está linda. — Ele disse me abraçando por trás. — Aceita sair comigo essa noite?

— Desculpa! Eu sou bem casada, com um homem maravilhoso a propósito. — Brinco me virando, ficando de frente para ele. — E eu sou muito apaixonada por ele. — Finalizo dando um beijo nele.

— Esse cara deve ser muito sortudo por ter uma mulher incrível como você ao lado dele. — Ele me dá mais beijo, quando vemos nossa pequena se aproximar.

— Quero ir brincar com o Ben. — Diz ela segurando a sua pelúcia favorita. — Vamos, por favor!

— Nós vamos meu amor! Deixa só a mamãe terminar de se arrumar. — Reade fala pegando a Maya no colo. — Já viu como a mamãe fica a cada dia mais linda? — Eu solto um beijinho para eles depois de falar que os amava.

Após pegar a Alice em casa enfrentamos um trânsito de mais de vinte minutos até chegar na casa dos Weller’s, a cada minuto a Maya perguntava se já estávamos chegando, ela amava a casa dos tios porque Kurt sempre fazia os gostos dela.
Chegamos na casa dos nossos  com um tempo maior que o planejado.

— Pensei que tinham desistido de vir. — Fala Kurt pegando a Maya no colo. — O Ben não parava de perguntar pela prima.

— Foi o trânsito Weller, achou que estávamos vindo de foguete? — Pergunto de forma humorada.

— Você sempre com as suas gracinhas não é? — Pergunta Jane me cumprimentando e logo indo dar atenção a Maya. — Senti saudades dessa pequena linda, a tia Jane fez alguns sanduíches que você adora.

— De bichinhos? — Maya pergunta.

— Sim de bichinhos princesa. — Jane responde imitando a voz da Maya.

— Cadê o meu Ben? — Vejo aquela miniatura correndo em minha direção com os bracinhos abertos, ele é um poço de fofura. — A madrinha estava morrendo de saudades.

Nos divertimos com os nossos pequenos enquanto Alice separava alguns filmes para assistir com eles, eu realmente estava precisando de um momento entre amigos, eles estariam no quarto ao lado então eu sempre que quisesse iria até lá para ver como estavam.

Sentamos um pouco para conversar enquanto esperávamos Rich e Patterson; eu e Jane pegamos algumas cervejas depois de conferir mais uma vez se a Alice e as crianças precisavam de algo.
Estamos falando sobre diversos assuntos, enquanto Reade e Kurt dominavam a cozinha. Modéstia à parte eles cozinhavam muito bem, enquanto Kurt falava com Jane sobre algo relacionado ao jantar eu me aproximei de Reade.

— Ei você não vai beber nada? — Lhe pergunto.

— Estou dirigindo, eu quero que você aproveite bem a noite toda. — Ele fala me abraçando, correspondo com um beijo. — Você está precisando relaxar.

— Você é um cara incrível sabia? — Percebo Reade encarando com um sorriso bobo nos lábios.

— Ei casal? Vocês vão ficar aí na cozinha por muito tempo? — Jane pergunta nos provocando.

— Já estamos indo! — Respondo indo com Reade para um dos sofás.

— Tasha quando você pretende voltar à campo?

— Kurt eu não sei se volto. — Digo pensativa. — A Maya ainda é muito pequena.

— Qual é Tash? A Maya já pode ir pra escola e vocês tem a garota que cuida tão bem dela. — Jane me fala. — Sinto falta da minha parceira em campo.

— Ah que amor! — Digo fazendo uma carinha fofa e ela revira os olhos. — Realmente eu sinto falta de vocês, mas vou sentir ainda mais falta da minha filha.

— Amor a Maya precisa se socializar com crianças da idade dela, eu também sinto falta de você no escritório. — Reade diz segurando a minha mão.

— Eu concordo totalmente com eles, a Maya precisa ganhar um pouco de independência. — Fala Kurt.

— Isso é um complô contra mim? — Pergunto encarando eles. — Vocês sabem que eu tenho essa necessidade de cuidar da minha filha.

— Mas você não vai deixar de cuidar dela só porque você vai trabalhar. Mas também é um direito seu querer ficar com a Maya. — Diz Jane.

— O jantar está pronto. — Falo ouvindo o alarme do forno, por sorte aquilo me faria fugir daquele assunto.

Enquanto servíamos o jantar Patterson e Rich chegaram, antes tarde do que nunca.

— Gente desculpa a demora, pegamos um caso de última hora e eu e o Rich ficamos presos lá. — Disse Patterson se justificando. — Os meus anjinhos onde estão?

— Estão no quarto! — Respondeu Reade. — Conseguiu resolver tudo no escritório?

— Sim está tudo certo lá. — Ela respondeu. — Eu já volto, preciso dar um beijinho nos meus pequenos.

Depois de alguns minutos estávamos todos à mesa, falávamos sobre a nossa rotina, fizemos alguns planos para viagens. Como era maravilhoso está com eles, formamos uma grande família, com altos e baixos. Nesses momentos que ficávamos juntos sempre alguém relembrava algo do passado, Rich sempre fazia piada com alguma coisa, era muito divertido.

Eu realmente penso em voltar a trabalhar, mas uma parte de mim não queria ir para o FBI, não gosto de está limitada a poucos recursos, gosto de ter liberdade para decidir o que e como vou fazer algo. Infelizmente lá existem regras e não sei se estou pronta a voltar para a monotonia de antes.

Eles estão conversando sobre algum assunto mas no momento eu não consigo entender, minha mente está tão preenchida pelos últimos acontecimentos que eu não estou conseguindo raciocinar nada, tudo o que eles falam parece burburinhos indecifráveis.

— Tash vamos? — Reade me desperta dos meus pensamentos.

Ele já estava com a Maya no colo que dormia e as coisas dela, fiquei me perguntando por quanto tempo a minha mente ficou viajando enquanto conversávamos.
Espero realmente não ter perdido algo importante dessa nossa conversa. Me despeço de todos, com abraços demorados, logo eu e Jane nos veríamos, tínhamos marcado de sair com as crianças.

Ajudo Reade a acomodar a Maya na cadeirinha de bebê, e vou para o meu lugar no carro, deixamos a Alice em casa e seguimos para a nossa.
O caminho todo eu vou pensando em tudo o que aconteceu hoje, as palavras da Bárbara estavam na minha cabeça, pareciam uma verdadeira tortura, eu pensava como iria resolver tudo aquilo. Eu precisava conversar com o Reade sobre isso mesmo já sabendo como seria o final dessa conversa. Terminaria comigo irritada, ou com ele irritado o que é realmente péssimo.
Queria tanto que as coisas fossem mais fáceis, que as minhas decisões e vontades não afetassem nossas vidas, infelizmente não seria assim tão fácil, e não quero ter que colocar minha carreira à cima da minha família.

— Terra chamando Tash! — Ele bate na minha perna.

— Oi meu amor? — Digo despertando dos meus pensamentos.

— Você quer conversar comigo sobre alguma coisa? Tem algo te incomodando?

— Não, porque? — Nossa será que o Reade tem o poder de ler mentes ou sou eu que não sei disfarçar? — Porque tá perguntando isso Reade?

— Eu sou o seu esposo e te conheço muito bem Tash, e também você passou o jantar todo dispersa. A Patterson te perguntou duas vezes sobre a Maya passar uma noite com ela e você não respondeu.

— Sério? — Pergunto incrédula. — Eu juro que não ouvi, não está acontecendo nada Reade, não precisa se preocupar meu amor. — Digo colocando a mão na sua perna.

— Tudo bem, mais saiba que eu estou sempre do seu lado. — Ele me olha com carinho.

Chegamos em casa e essa noite eu confesso que não consegui dormir, mas permaneci no abraço de Reade, não ousei me mexer, ali eu tinha tudo, tinha paz, tinha tranquilidade e principalmente amor. Eu me sentia segura e não queria ter que escolher entre ser feliz ou satisfazer minhas vontades, sei que isso soa até de forma idiota, mas eu juro que vou pensar em algo, só não vou fazer isso agora


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