Ligações escrita por Kah Nanda


Capítulo 5
Sentir


Notas iniciais do capítulo

Boa noite. Prontas para finalmente acompanhar o encontro de Beward e as surpresas que o capítulo trará?
Quero agradecer a todas que acompanharam até aqui, quem comentou e interagiu. E as portas das reviews estão sempre abertas, podem aparecer sem medo. Essa ainda não é minha despedida, com isso, peço que leiam as notas finais...
Na indicação de hoje, deixo minha one postada em homenagem ao aniversário do Edward e em expectativa a Sol da Meia-Noite. Vocês estão animadas com o lançamento? õ/
Apreciem Sem Moderação.

Leiam - Sedução na Biblioteca: https://fanfiction.com.br/historia/792301/Seducao_na_Biblioteca/

Capítulo Postado Em: 25/07/20



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Um ponto importante na queda do Muro de Berlim e consequentemente, o fim da Guerra Fria. Que como todos sabem, categorizou o período histórico de disputas entre os EUA e a URSS...

Expliquei o fato à turma do segundo ano que estou lecionando, porém fui interrompida pelo toque do meu celular.

Por estar esperando a ligação de Edward, deixei o aparelho em cima da mesa, à vista, para não perder sua chamada.

E assim que ouvi o primeiro toque, parei de falar, bati o olho rapidamente e ao enxergar a sequência de números sem identificação, automaticamente abri um sorriso.

— Turma, desculpe. Mas realmente preciso atender essa ligação. Enquanto saio, leiam o do texto da página 152. Quando voltar, retomaremos o assunto do ponto onde parei.

Ao terminar de falar com os alunos, peguei o celular e sai rapidamente da sala, seguindo para o corredor.

— Alô.

— Olá Bella.

— Oi Edward.

— Atrapalhei sua aula?

— Não. Estava à espera da sua ligação, então me preveni para não perder o foco.

— O que estava ensinando?

— Estou tratando com uma das minhas turmas do segundo ano, sobre o fim da Guerra Fria.

— Tema importante. Disso, posso dizer que lembro.

— Que bom.

— E o que disse para poder sair da sala?

— Que a chamada era importante. Mas deixei um capítulo de livro para que leiam enquanto conversamos.

— Você sabe que eles provavelmente estão aproveitando esse tempo para fazer qualquer outra coisa, ao invés do exercício que passou, não sabe?

— Edward!

— É a verdade. Ao menos eu adorava quando os professores tinham outros compromissos, isso nos dava tempo para conversar, zoar e aprontar livremente.

— Meus alunos não são tão terríveis quanto você. Pode ser que um ou outro aproveite o tempo para fazer algo pessoal, mas sei que ao menos alguns lerão o capítulo conforme pedi. Além do mais, não posso recriminá-los, já que eu mesma estou resolvendo questões pessoais.

— É verdade. E sabe que estou brincando, não sabe? Seus alunos devem ser ótimos, mas só porque você é uma professora incrível.

— Obrigada. Mas agora chega de galanteios. Como foi o voo? Onde está agora?

— Foi tudo bem. Dormi um pouco, mas também aproveitei o tempo para terminar de organizar uns papéis que deixarei na empresa. E ainda estou no aeroporto, acabei de pegar minha mala.

— Ah, pensei que já estivesse a caminho da empresa ou na mesma.

— Não, mas ainda irei. É que quis ligar para você no primeiro instante.

— Entendi. Também estava ansiosa para falar com você. – Confessei.

— E está ansiosa para me conhecer pessoalmente?

— Muito. Ah Edward, já deixei avisado no condomínio que entrará para me buscar. Talvez ainda peçam a confirmação do seu nome e documento, mas assim que chegar, já terá permissão para entrar e seguir até o meu prédio.

— Obrigado. Daqui a poucas horas farei isso e finalmente poderei te ver.

— Sim. Escute, se disser que de algum modo sentirei falta dessa nossa comunicação, você vai ficar chateado?

— De forma alguma. Vivemos uma experiência nova e diferente nesses dias e também me apeguei muito a ela. Fiquei ansiando por cada nova ligação, por nossas conversas, por ouvir a sua voz.

Encostei-me a uma das paredes encantada com suas palavras.

— É exatamente assim que me sinto. Quero muito vê-lo, não tenho dúvida que continuaremos a manter uma relação legal, só que de forma mais direta, porém esses dias, a ansiedade por cada nova ligação, pelo que conheceríamos um do outro, mesmo sem nos ver. Tudo tomou um significado diferente e especial.

— Escute Bella, trabalho com a finalidade de suprir a necessidade humana de se comunicar à distância. Como contei ontem, pode ser através de algo que escolhem assistir na TV, ouvir no rádio ou falar diretamente por ligações e aplicativos vinculados a internet. Cada vez mais atingimos tecnologias que procuram aproximar tudo e a todos, mesmo a longas distâncias. Então isso que fizemos, como escolhemos nos conhecer a primeiro modo, pode até não ser mais a escolha número um de uma grande totalidade de pessoas, mas adequou-se perfeitamente a nós.

— Tem certeza que você não pretende assumir também um posto de educador? Pois o que disse foi perfeitamente lindo e profundo. E várias pessoas ficariam impactadas com essas palavras, ao menos eu fiquei.

— Então atingi a quem queria. Mas não, não poderia ser professor, para lecionar precisa ter um dom, que com certeza não possuo, mas você sim e não canso de dizer o quanto a admiro por isso.

— Obrigada. Mas você pode não ser um professor ou educador no cerne docente do aspecto, mas agora como gerente, também irá instruir, ensinar, guiar e conduzir seus funcionários aos caminhos que precisam e isso também é admirável.

— Combinamos de novo?

— Acho que sim.

— Sei que faltam poucas horas para o encontro, mas sinto que elas se arrastarão.

— Ao menos agora já estamos no mesmo fuso horário, na mesma cidade, a apenas alguns quilômetros e horas de nos vermos.

— É verdade. Isso é o que me conforta e ajuda a esperar.

Acenei para um aluno conhecido que passou pelo corredor, percebendo que preciso voltar para a sala de aula.

— Edward?

— Sim?

— Tenho que desligar, preciso voltar para a classe.

— Eu sei.

— E você precisa ir para sua empresa.

— Tudo bem. Encontramo-nos a noite?

— Com certeza.

— Nossa reserva está marcada para ás 19h30min, com isso, a partir das 18h posso passar no seu apartamento? Assim teremos um tempo antes de sair.

— É claro, estarei esperando.

— Então até mais tarde Bella.

— Até Edward. Beijos.

— Beijos.

Desligamos e guardei o celular no bolso da calça, correndo de volta a sala.

Ao entrar, não encontrei uma bagunça completa, pude perceber que alguns alunos realmente aproveitaram o tempo para conversar e espairecer, mas que mal há? Se sai justamente para conversar com Edward, questão que se tornou um dos pontos altos do meu dia...

Com um sorriso no rosto, chamei-lhes a atenção para voltarmos ao foco da aula. Darei meu melhor como sempre agora e mais tarde volto a pensar em meu encontro com Edward...

O restante do dia realmente pareceu demorar a passar, talvez tenha sido como qualquer outro dia letivo, mas em meu íntimo, mal via a hora de encerrar as aulas e poder correr para casa e começar a me arrumar.

Alice se despediu de mim na saída do colégio, desejando muitas felicidades e sorte. E me fez prometer que depois que vir Edward, de algum modo a informarei de que está tudo bem e que ele é realmente o homem que estava conversando, após prometer comunicá-la, nos despedimos.

Passei o caminho todo sorrindo, ouvindo música e pensando nele, observando pessoas passarem a minha frente com celulares ao ouvido ou em mãos e imaginando que, de algum modo, todos só estão conectados, graças a pessoas como Edward, que fazem o mesmo tipo de emprego e nos ajudam a estar sempre interligados.

Em suma, dirigi o caminho todo imaginando sua pessoa.

Quando cheguei ao condomínio, não demorei a seguir até meu prédio e apartamento. Ao entrar, encontrei Doug vindo da cozinha à sala.

— Olá meu bem. Ansioso para conhecer o Edward?

Após colocar as pastas e bolsa sobre a mesa, abaixei para lhe fazer carinho.

— Você será legal com ele, não é?

O gato nada pronunciou, apenas continuou parado, apreciando meus carinhos.

— Olha lá, hein? Acredito no seu julgamento, então espero muito que goste dele, pois de verdade Doug, faz tempo que não me sinto tão feliz e animada assim, não concorda? – Ele ronronou. – Sim, então vamos torcer para que dê tudo certo. Mas agora fique ai brincando com suas coisas que preciso me arrumar, pois logo mais Edward virá me buscar.

Levantei seguindo para o quarto.

A primeira providência foi tomar banho, ontem à noite após encerrar a ligação e pesquisar um pouco sobre o restaurante que iremos, tratei de escolher a roupa, além de o lugar ser elegante, será nosso primeiro encontro, por isso, quero causar uma boa impressão e também me sentir bonita ao conhecê-lo.

Durante o banho, lavei o cabelo e depois de encerrada a ducha, optei por secá-lo um pouco, realçando os fios lisos, mas também a ondulação nas pontas.

Para a maquiagem, optei por algo simples e discreto, não costumo usar muita maquiagem no trabalho, pois não vejo necessidade, então agora fiz algo mais marcado nos olhos, nada chamativo demais, apenas para realçar o ponto forte dos meus cílios e para também acentuar a cor das minhas íris.

Se todos as elogiam como o tom de chocolate, por que não apreciá-las e destacá-las também?

Para vestir, escolhi um vestido em um tom bordô/vinho. Ele tem mangas românticas e decote neutro, mas o cumprimento vai até pouco acima do joelho, alongando minhas pernas, ainda mais com a sandália que escolhi para completar o look.

Não quis deixar o cabelo totalmente solto, por isso prendi uma pequena parte da lateral direita com uma presilha simples e discreta, calcei a sandália e borrifei meu perfume favorito em pontos estratégicos.

Faltando apenas passar o batom, ouvi o interfone tocar.

Caminhei até a cozinha, onde o mesmo está localizado e atendi.

— Boa noite.

— Boa noite senhorita Swan.

— Olá Marcus, como vai?

— Muito bem e a senhorita?

— Bem também, obrigada. Em que posso ajudá-lo?

— A portaria central liberou a entrada de um convidado que diz ter vindo visitar a senhorita, porém gostaria de conferir primeiro se posso deixá-lo subir.

— Seu nome é Edward Cullen?

— Sim. Foi esse nome que apresentou.

— Então pode deixá-lo subir Marcus.

— Pois não senhorita. Liberarei sua entrada.

— E obrigada pelo cuidado. É muito gentil de sua parte fazer essa conferência.

— Não tem de quê senhorita. Ele já vai subir. Tenha uma boa noite.

— Obrigada Marcus. Você também.

Encerramos a ligação.

Ah, meu Deus.

Agora não tem mais volta.

Edward já está no prédio, provavelmente no elevador, a caminho do meu apartamento.

— Calma Bella, respira. Vai ficar tudo bem. Vocês já se conhecem, agora vão apenas conversar, além do celular.

Percebendo que estou protelando, voltei ao quarto para passar o batom e conferir uma última vez o visual.

Então ouvi o som da campainha.

É agora.

Peguei a bolsa que deixei preparada sobre a cama e caminhei de volta a sala.

Não me atrevi a olhar pelo olho mágico e arriscar estragar a surpresa de ver Edward em sua plenitude.

Respirei fundo duas ou três vezes e girei a chave na fechadura, abrindo a porta.

Senhor Deus...

Era um assaltante e fui morta assim que abri a porta, por isso, agora estou no céu?

Porque não é possível que um homem desses seja real...

Não me importei em ser a primeira a me pronunciar com palavras, já que ele também ainda não falou nada, enquanto isso, continuei minha inspeção.

Sapatos finos, calça escura de corte bem feito, acentuando pernas longas.

Camisa azul, com os três primeiros botões abertos, os punhos dobrados nas mangas.

Quando finalmente foquei no rosto percebi o maxilar forte, barba recém-feita, nariz, boca, sobrancelhas, tudo combinando com o rosto perfeito.

E então os olhos, os brilhantes olhos verdes e o cabelo na estranha cor de cobre bem arrumado.

— Olá Bella.

A voz...

A voz que me impactou desde o primeiro instante.

É ele.

— Olá Edward.

Consegui responder por fim.

— Devo dizer que é mais do que um verdadeiro prazer finalmente vê-la.

— Obrigada. Posso dizer o mesmo. – Ele sorriu.

Porra!

Que sorriso é esse? Francamente.

Estive delirando com tudo quando ele ainda tinha esse sorriso escondido?

— É. Entre, por favor.

Afastei a porta e indiquei para que o faça.

— Obrigado.

— Desculpe não ter convidado logo é que...

Não encontrei palavras.

Ao menos não algumas que não me farão parecer uma boba.

— Eu sei. Com certeza sei.

Ficamos em silêncio apenas nos olhando, até que ele prosseguiu.

— São para você.

Indicou mostrando as flores que trouxe consigo.

— Não precisava Edward, são lindas. – Peguei o arranjo, levando as flores mais altas a perto do rosto para sentir o perfume. – Eu adoro lírios.

— Que bom. Não chegamos a conversar sobre preferências por flores, por isso, não sabia de quais gostava...

— Na verdade qualquer uma que trouxesse acharia linda e adoraria, não só pela flor, mas pelo gesto em si. Porém realmente gosto bastante de lírios.

Aproximei mais uma vez o arranjo, encantada.

— Confesso que me debati um tempo na floricultura para escolher. Porém quando a vendedora disse que lírios, são flores antigas e que eram usadas muitas vezes para decorar palácios e monumentos históricos pensei que talvez pudesse ser uma boa. – Sorri. – Soei clichê, não?

— De forma alguma. Acho lindo que tenha se dedicado a pensar não só em algo que fosse gostar, mas também que combinasse comigo. Eu adorei Edward, de verdade.

— Fico feliz em saber. Além do que, segundo a vendedora, lírios têm outro um significado, ainda mais especial.

— Qual?

Questionei e ele respondeu olhando diretamente em meus olhos.

— Dizem que os lírios têm o intuito de transmitir a mensagem de tornar uma amizade em romance...

Como se respira mesmo?

— Eu não sabia.

— Também não. Mas diante de tudo que descobri, achei as flores apropriadas.

— Vou pegar um vaso para colocá-las. Se incomoda de aguardar um instante?

— Não. De forma alguma.

— Pode sentar-se. Fique a vontade. – Indiquei o sofá. – Volto em um instante.

Ele assentiu.

Entrei na cozinha e encostei-me a pia, respirando fundo novamente.

Mas sem querer deixá-lo esperando muito tempo, procurei um vaso bonito.

Nota mental, agradecer a mamãe por ter me dado o mesmo...

Enchi com um pouco de água e em seguida, mergulhei as flores.

Voltei com o vaso para a sala, o deixarei em cima da mesa central, para que seja a primeira coisa a ver quando entrar.

Ao entrar no cômodo, vi o olhar fixo de Edward em um ponto, só então reparei que está olhando para Doug.

— Vejo que já conheceu o Doug.

Comentei anunciando minha presença.

— De certo modo. Porém ele não parece muito adepto a me conhecer.

Caminhei sentando ao seu lado no sofá.

— Não é isso, é que ele é um gato silencioso. E está te vendo pela primeira vez, então está fazendo a análise prévia se é ou não confiável. Espere um instante. Doug, vem aqui querido. – Abaixei a mão chamando-o e ele veio. – Agora posso fazer as apresentações. Edward, esse é o Doug. E Doug, esse é o Edward, falei dele para você.

Edward esticou a mão, mas a deixou parada, dando o espaço necessário para meu gato tomar a iniciativa de aceitar ou não.

Para minha alegria, ele cheirou por um instante, então passou a cabeça por baixo da mão de Edward, que começou a lhe acariciar.

— Isso quer dizer que ele gostou de mim?

Edward perguntou depois de alguns segundos.

— Acredito que sim.

— Olá Doug. Bella disse que você ouviu falar de mim, mas saiba que também ouvi falar muito de você. É um prazer conhecê-lo.

Ele mexeu entre suas orelhas, então Doug miou.

Meu gato Chartreux que quase nunca mia, miou para Edward.

— Pelo olhar em seu rosto, acredito que isso seja um bom sinal.

Comentou enquanto me olha e continua a brincar com Doug.

— Sim. Falei a você, gatos da raça Chartreux não costumam miar, a não ser em situações extremas ou sérias. Para sinalizar um ponto importante. Então acredito que o gesto dele quer dizer que gostou de você.

— Fico feliz em saber disso Doug. Pois quero que saiba que gosto muito da Bella e ter sua aprovação, é um ponto importante para nós.

— Mesmo que Doug e você não se dessem bem, não romperia nossa amizade Edward. – Deixei claro.

— É bom saber. Mas acho que é ainda melhor que nos demos bem.

Apesar da boa recepção, Doug não demorou a ir procurar outro entretenimento e deixar-nos a sós.

— As flores ficaram bem no vaso.

Comentou e virei em direção a elas.

— Sim. Minha mãe me deu esse vaso. E elas ficaram lindas nele. – Respondi.

Ao voltar à cabeça em direção a Edward, encontrei um olhar tão profundo, que perdi o fio das palavras.

— As flores são lindas e o vaso também. Mas sinceramente, não há nada mais bonito aqui do que você Bella. Você é realmente muito linda.

— Obrigada.

Abaixei o rosto constrangida.

Porém fui pega de surpresa com o toque de sua mão em meu queixo, não a que fez carinho em Doug, mas também o que importaria se fosse a mesma? Só de sentir seu toque, me derreti completamente.

Ele ergueu meu rosto delicadamente e voltarmos a nos olhar.

— Não me prive do seu lindo rosto. Passei esses dias pensando e imaginando como seria. Tentando compor o tom certo dos seus olhos, a textura do seu cabelo, a maciez da sua pele... Mas nada me preparou para a visão real que é você.

— Edward...

O rubor em suas bochechas... Esperei tanto para vê-lo e é ainda mais adorável do que imaginei.

Seu polegar fez carinho em minha bochecha e não tenho dúvida que corei ainda mais.

— Você conseguiu vê-lo e não demorou nem cinco minutos para isso. – Brinquei.

— É verdade.

— Mas você também é muito lindo. Não tenho palavras para descrevê-lo. Se pareci uma boba quando abri a porta, foi porque fiquei tremendamente impactada com sua presença.

— Não pareceu boba de forma alguma. Também levei alguns segundos para voltar a mim quando abriu a porta e vi a mulher maravilhosa que estava a minha frente.

Sentindo-me confiante e ousada, já que sua mão não para de fazer carinho em meu rosto, ergui a minha e passei primeiro no cabelo, descendo o carinho até parar em sua nuca.

— Você tinha razão quando descreveu a cor do seu cabelo como uma mistura de vários tons. Mas ele é tão bonito, combina com a cor dos seus olhos...

— Os seus são realmente cor de chocolate. – Me interrompeu para falar. – Prometa que se um dia no futuro tiver que descrevê-los novamente a alguém, que não está tendo o prazer de vê-los, que os descreverá como as mais belas cascatas de chocolate. Seus olhos são lindos e estão brilhando agora.

— Assim como os seus. Eu tinha razão. Você é mesmo o conjunto completo. Mas apesar de toda beleza física que estou vendo agora. Do maxilar forte e imponente. Do deleite de tocar seu cabelo macio e sedoso e de olhar essas esmeraldas brilhantes que tem no olhar. Ainda sim, estou muito feliz de finalmente poder ouvir sua voz ao vivo. Já que foi ela que me conquistou de primeira...

Eu ousei mesmo passar um dedo pelo lábio inferior de Edward?

Mas como demonstraria meu apreço tátil a sua voz de outra forma?

A mesma sai através de sua boca, que é uma boca maravilhosa também e simplesmente não resisti.

Ele pegou minha mão, beijando a ponta do dedo.

— Já que, ainda sim, estou conseguindo conquistá-la com ela. Me atreverei a dizer algo.

— Pode falar.

— Ainda nem saímos para o encontro. Ainda temos muito a conhecer e compartilhar um com o outro. Mas sei que me arrependerei para sempre caso saia desse apartamento, encerre esse primeiro momento ao vivo entre nós, sem lhe pedir uma coisa.

— O que é?

— Posso te beijar?

— Sim.

Ponto para a Bella, que não gaguejou e nem hesitou na resposta.

Fui brindada por um novo sorriso antes de fechar os olhos, ao sentir seu rosto próximo ao meu.

Sua respiração.

Então seus lábios.

Primeiro um beijo no canto esquerdo.

Depois no direito.

Um roçar.

Abri os olhos só para encontrar os seus mirando-me também, mas ao fechá-los novamente, nos entregamos.

Sua boca encostou-se à minha de modo suave a princípio, dando o tempo necessário para que nos conheçamos nesse aspecto.

Minha mão que tocou seu cabelo, voltou a fazê-lo, enquanto a outra pousou sobre seu peito. A de Edward aprofundou-se entre meu cabelo e nuca, dando andamento ao beijo, sendo seguida pelo carinho da outra em minhas costas.

E quando nossas línguas finalmente se tocaram, após ele pedir passagem, me perdi...

Primeiros beijos geralmente tendem a ser estranhos, não sabemos bem como a outra pessoa gosta e como demonstraremos o jeito que preferimos, mas entre Edward e eu não houve essa hesitação prévia, simplesmente nos encaixamos, combinamos como comentamos tantas vezes em nossas conversas.

Seu gosto, a macies dos seus lábios, atrelado ao movimento gostoso e intenso da sua língua, me levaram a lugares quase que inexplorados.

Não sei dizer de fato quanto tempo o beijo durou. Talvez alguns segundos, minutos ou horas, pois nos entregamos sem medidas e restrições, apenas com o desejo de fazê-lo, de descobrirmo-nos.

Então, ao encerrarmos, com vários selinhos, gerando sorrisos em nossos lábios, o gosto literal e figurado de quero mais, permaneceu em nossas bocas.

— Você é simplesmente perfeita, de uma forma que não consigo sequer mensurar.

Foram as primeiras palavras de Edward após o beijo.

Não aguentei, encostando nossos lábios novamente, foi um beijo breve, mas qual é? Dá para se conter na presença desse homem?

— Adoraria continuar isso daqui por horas a fio, mas temos a reserva no restaurante e realmente também quero apreciar o jantar ao seu lado.

Informou ao separarmo-nos novamente.

— Tudo bem. Você me trará em casa ao fim do mesmo, não é?

— Sim.

— Então podemos pensar em continuar nos descobrindo um pouco mais na volta.

Lhe dei um selinho.

— Bella...

— Ah, o prazer de ouvir meu nome sussurrado ao vivo. – Sorri e fui contemplada também pelo seu sorriso torto. – Vou só retocar o batom e podemos sair.

— Posso passar no banheiro antes? Como brinquei com Doug, gostaria de lavar a mão antes de sairmos para jantar.

— É claro. Acompanhe-me, por favor.

Levantamos do sofá e lhe mostrei o banheiro.

Enquanto ele o usou, entrei no meu quarto conferindo que está tudo no lugar e que nem meu batom foi retirado, boa marca.

Depois passei no banheiro e também lavei as mãos, ao entrar na sala, vi Edward mexendo no celular.

— Por mim podemos ir. – Informei.

— Já vamos. Mas antes acho que tem uma coisa que devemos fazer.

— O que é? – Ele estendeu a mão e a aceitei me aproximando. – Finalmente adicionar nossos números como contato no celular do outro.

— Ah, é verdade. Finalmente podemos. Espere um pouco que farei no meu também.

Alcancei minha bolsa na mesinha, pegando o celular dentro da mesma.

Então juntos, salvamos os contatos.

Imediatamente nossas fotos apareceram no aplicativo um do outro.

— Que foto linda.

Elogiei assim que vi.

— Olha quem fala.

Devolveu e quando ergui os olhos para vê-lo, o encontrei sorrindo e não pude evitar retribuir.

— Agora sim, estamos aptos a ir.

— Vamos.

— Não precisamos ver onde Doug está?

— Não. Ele fica bem sozinho, sabe o que fazer nesses momentos.

— Então tudo bem. Vamos, pois ainda quero aproveitar muito a noite com você.

Guardei o celular na bolsa, em seguida, entrelaçamos as mãos e elas permaneceram desse jeito durante o tempo que abri e fechei a porta, trancando-a para seguirmos.

Enquanto esperamos o elevador e no percurso até o térreo, conversamos sobre assuntos banais.

Edward perguntou como foi meu dia na escola, enquanto o questionei sobre a ida a empresa e também o que fez à tarde.

Acabei lhe contando sobre o pedido de Alice para enviar notícias. Ele concordou com ela e sugeriu enviarmos também uma foto, para finalmente sanar sua curiosidade em vê-lo e saber que estou muito bem acompanhada, segundo suas palavras, mas que concordo totalmente.

Quando enviei a mensagem a minha cunhada, deixei o celular de lado, mas com um sorriso bobo no rosto.

Para quem até pouco tempo nem tinha visto Edward, agora já possuímos até uma foto juntos em meu celular...

Ao sair no saguão do prédio, cumprimentamos Marcus com um aceno e percebi que ele também sorriu de forma doce e complacente, ao reparar minha mão entrelaçada a de Edward e nossa postura.

Pois é, sinto que a partir de agora Edward e eu passaremos muito tempo assim, juntos...

Nossa história não começou do jeito mais comum.

Quase não da para acreditar que tudo se iniciou por uma troca de números e a consequente chamada por engano.

Mas esses dias foram tão perfeitamente moldados entre nós, que só posso pensar que o que ainda está por vir, será ainda melhor, ainda mais especial, de algum modo, nos tornando ainda mais ligados...

Ao menos é o que verdadeiramente espero...

FIM.


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Notas finais do capítulo

N/A: Então meninas, não sei se começo a comentar do capítulo ou da surpresa, mas vamos lá.
O que acharam do capítulo? Começou com a última ligação, por que não podia encerrar sem, não é mesmo? E os dois na super expectativa. E finalmente, finalmente chegou o momento do encontro. Foi como imaginavam? Esperavam? Queriam? Espero que sim.
Não sei se esperavam que fosse narrar o jantar em si, mas desde o início, meu intuito era focar no conhecimento frente a frente. Eles finalmente se vendo, o Edward conhecendo o Doug, que parece ter gostado dele e as sensações desse primeiro momento. E olha só, rolou até um beijo para selar tudo haha. Mas durante esses dias e as ligações, já conhecemos muito dos dois e agora, daqui para frente, começarão uma nova etapa na vida...
E com isso, quero dizer que aqui ainda não é o fim definitivo. Prometi que a short seria postada ao longo do mês de julho e o mesmo ainda não encerrou, certo? Então digo que encerraremos tudo no próximo capítulo, que será o epílogo e com a surpresa de ser POV Edward. Animadas?
Então é isso, as notas foram longas, mas precisava comentar esses pontos. Agora é com vocês, espero que tenham gostado de tudo até aqui e que comentem. Não deixem de conhecer a one indicada lá em cima, seguir-me no twitter: @KNRobsten. E até dia 31/07, com o epílogo...
~Kiss K Nanda.



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