Ligações escrita por Kah Nanda


Capítulo 4
Intuito


Notas iniciais do capítulo

Boa noite. Como foram de semana? Espero que bem. Prontas para adentrar um pouco mais no mundo de Beward e acompanhar uma nova ligação desse casal que está totalmente envolvido?
Agradeço novamente a todas que comentam e interagem, é muito gratificante saber que estou agradando e receber o feedback de vocês quanto a isso, continuem...
E a recomendação de hoje é a one que postei para o projeto #POSO4em1, caso decidam ler, entenderão a que me refiro ;).
Apreciem Sem Moderação.

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Capítulo Postado Em: 19/07/20



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— Quando chegar vai ligar para o Edward?

Alice questionou.

— Provavelmente.

— Ai. Estou adorando essa dinâmica de vocês. Confesso que sentirei falta quando pararem de flertar apenas por ligações. – Sorri.

— Eu também.

Terminamos as aulas e planejamentos de amanhã, agora estamos saindo da escola.

— Não vai nada. Vai é comemorar quando puder ver aquele homem pessoalmente.

— Você não procurou nada dele, não é Alice?

— É claro que não. Te prometi, não foi? Estou tão na expectativa para vê-lo quanto você. Foi só jeito de falar. Pela descrição que fez e o que conversam, não tenho dúvidas que ele é um pedaço de mau caminho.

— Não quero basear, seja lá isso que temos, em algo físico. Mesmo que não fosse o homem alto, forte, atlético, dono de olhos verdes e cabelos acobreados...

— Ainda bem que sou casada, pois com essa propaganda, até eu fico ouriçada.

— Alice...

Lhe cutuquei.

— O que foi? Mas continua.

— Então, mesmo que não fosse ou de algum modo, não seja como imagino, não quero que esse seja o fator dominante. Já me encantei pelo que conheci, por sua personalidade e voz.

— E ai está o ponto que não a fará se decepcionar. Nem ele com você. Pois já construíram algo baseado em mais do que só aparência física. Mas também, não tenho dúvida de que quando se virem, vão simplesmente completar o pacote.

— Tomara.

— Vai sim, confia em mim.

Chegamos ao estacionamento e qual não foi à surpresa, ao menos a minha, em encontrar meu irmão.

— Olá.

Jasper nos cumprimentou.

— Meu amor.

Alice não demorou a se jogar em seus braços e recepcioná-lo com um beijo.

Desviei o olhar por um instante, dando privacidade ao casal, mesmo que não pareçam estar se importando muito em demonstrar afeto dessa forma em local público.

— Que surpresa amor. Não me avisou que vinha.

Ao ouvir a voz de Alice, conclui que já posso olhá-los novamente.

— Quis fazer uma surpresa. Já que seu carro está na oficina para a troca de óleo, resolvi vir buscá-la.

— Você é perfeito. – Ela lhe agradeceu dando mais um selinho. – Olha Bella, seu Edward pode ter muitas qualidades, mas ainda terá que batalhar muito para chegar aos pés do Jas.

— Alice.

A repreendi, não pela fala, mas por comentar o assunto na frente do meu irmão.

— O que foi? – Indiquei Jas com a cabeça. – Ah. Você acha que não contei ao seu irmão sobre seu flerte secreto por ligações?

— Oi irmãzinha.

— Oi Jas.

Nos cumprimentamos com um beijo e abraço.

— Quer dizer então que você está vivendo um romance às escuras?

— Algo assim.

— Tem certeza que isso é seguro?

— É sim Jas. – Alice tratou de esclarecer. – Não lhe contei para que coloque caraminholas na cabeça da Bella. Sabemos tudo que precisamos saber do Edward. Ele não mentiria sobre sua vida, sabendo que a qualquer momento podemos pesquisar na internet e confirmar ou desmentir tudo que disse.

— Mas eles não têm um combinado de não pesquisar um ao outro? – Rebateu.

— Sim, têm. Mas assim como ele está confiando na Bella, que sabemos que é verdadeira, também confiamos que está sendo sincero.

— É isso Jas. Há risco para ambos. Mas vivemos na geração que as pessoas se conhecem primeiramente por redes sociais, em muitos casos sem realmente fazer a mínima ideia de quem está por trás do aparelho. Se é homem ou mulher, velho ou jovem e afins. Ao menos do jeito que estamos fazendo, sabemos com quem estamos falando. Ele poderia ocultar ou enfeitar um aspecto ou outro de sua vida. Mas ao menos sei que estou falando com quem se apresentou primeiramente. – Respondi.

— Tudo bem. Você é adulta irmãzinha. Mas como um bom irmão mais velho, sempre me preocuparei, porém confio no seu julgamento e só posso desejar boa sorte.

— Obrigada.

— Você veio de carro?

— Sim. E vou deixá-los ir para aproveitarem sua noite. – Comentei.

— Vamos aproveitar mesmo. Mas sei que não está sendo apenas cordial e educada, como também está interessada em ir logo para casa e poder ligar para o Edward. – Alice falou.

— Estou mesmo. Vocês já têm um ao outro. Eu só tenho minhas ligações. – Contestei.

— Isso só até amanhã. Mas vai lá amiga, aproveita.

Alice desejou ao se despedir.

— Tchau maninha. Boa noite. E bom encontro amanhã. Cuide-se.

— Obrigada Jas. Tenham uma boa noite também. E até amanhã Alice.

Dei tchau aos dois, que seguiram para o carro do Jas, enquanto fui até o meu.

Já dentro de nossos veículos, trocamos buzinadas antes de deixar o terreno da escola, na rua seguiram para o caminho do seu apartamento, enquanto fiz o mesmo, em direção ao meu.

O percurso não demorou muito, pois tenho sorte em morar consideravelmente perto da escola. Assim que entrei no condomínio, deixei meu carro estacionado na vaga correspondente e segui para o prédio.

Cumprimentei de vista o porteiro que está conversando com alguém, provavelmente um visitante, peguei o elevador e esperei chegar ao meu andar. Quando sai da caixa metálica, segui até minha porta, destrancando-a e entrando no apartamento.

— Oi Doug, cheguei.

O gato não apareceu de pronto.

Coloquei minhas coisas sobre a mesinha e chamei mais uma vez.

— Doug? Bebê?

Caminhei pela cozinha e lavanderia, mas não o vi, voltei para a sala e nada dele, então segui para o quarto, finalmente o encontrando próximo a minha cama.

— Olá. Não me ouviu chamar? – Me abaixei para poder acariciá-lo. – Estava aprontando alguma coisa rapazinho? – Ele ronronou e continuou exigindo mais carinho. – Olha lá, hein? Se encontrar alguma coisa errada depois teremos uma conversinha.

Lhe fiz carinho por mais um tempo, mas depois levantei e o gato seguiu para fora do quarto.

Aproveitando o ensejo, apesar de toda ansiedade em falar com Edward, resolvi adiantar as coisas e tomar banho. Após o mesmo, estando limpa e cheirosa, caminhei até a cozinha confirmando que as coisas de Doug estão certas.

Com isso, sem tanta hesitação quanto ontem, procurei nas últimas chamadas o número de Edward e disquei.

Mal vejo a hora de poder salvar seu contato. De tê-lo como mais do que um número misterioso...

— Oi Bella.

Atendeu de pronto e só com isso, já me derreti.

— Oi Edward.

— Estava à espera da sua ligação.

— Espero que não o tenha feito esperar muito.

— Não. É só a ansiedade costumeira mesmo.

— Ah, sim. Cheguei a pouco, só interagi por um tempo com Doug e tomei banho.

— Quer dizer que estou falando com uma mulher recém-saída do banho, cheirosa e perfumada?

Como se respira mesmo?

Que fala essas coisas de propósito tenho certeza, mas ele muda o tom também só para me baquear?

— Bella?

— Hum? É. Sim. Acho que sim.

— Pois eu tenho certeza. Mal vejo a hora de comprovar por mim mesmo.

— É?

— Uhum. Mal posso acreditar que já é amanhã.

— Eu também. Começamos a nos falar a pouco, mas a ansiedade para esse encontro está para me consumir.

— Sinto o mesmo.

— Que horas é seu voo amanhã?

— Embarco aqui às 6h. Porém com o fuso, chegarei a Phoenix por volta das 10h.

— Você ainda terá que ir trabalhar?

— Terei apenas que passar na empresa, para deixar alguns relatórios de questões que obtive aqui e ver como tudo ficou no geral durante minha ausência. Acredito que por volta do meio dia já esteja livre. Por quê?

— Para saber qual será sua rotina e se terá tempo de descansar. Caso queira, podemos remarcar o encontro. Talvez para o sábado.

— Não. Não abrirei mão de um dia mais sem finalmente vê-la.

— Edward...

— É sério Bella. A não ser que você não queira, caso contrário...

— Não. De forma alguma. Tudo que mais quero e só no que penso, é no nosso encontro. Realmente só estava preocupada com você, mas se garante que estará bem, manteremos os planos.

— Poderia chegar acabado, mas só a perspectiva de vê-la me deixaria inteiro novamente. Além do que, serão sete horas de voo, terei bastante tempo para descansar.

— Mas voos são desgastantes, você pode se cansar durante.

— Ainda sim, terei a tarde toda livre para me recompor. Não se preocupe Bella, amanhã à noite estarei pronto para o nosso encontro.

— Tudo bem, acredito em você.

— Que bom. Mas conte como foi seu dia? Que seguimento da matéria está ensinando aos seus alunos?

— Tem certeza que quer saber?

— Absoluta.

Com a indicação, comecei a relatar sobre o dia na escola, o que estou ensinando as diferentes turmas, do segundo e terceiro ano.

Ele chegou a comentar que se recorda de algumas coisas que falei, não sei se só para me paparicar ou por realmente lembrar, de todo modo, foi muito fofo.

Então cheguei ao fim do dia, quando sai com Alice e contei sobre o encontro com Jasper.

— Então sua cunhada e irmão sabem sobre mim?

— Sim. Algum problema?

— De forma alguma. Fico feliz que de certo modo, nos apoiem e também estejam cientes do que está fazendo e demonstrando preocupação e zelo.

— Sim. Não contar a Alice seria inevitável e ela é do tipo que compartilha tudo com meu irmão, sendo assim, ele também está sabendo.

— Confesso que estou curioso em conhecê-los.

— Não diga isso. Ou Alice é capaz de querer ir ao nosso encontro amanhã, só para conhecê-lo logo também.

— É sério?

Ouvi seu riso.

— Acho que no de amanhã não, pois ela sabe que será o primeiro, mas se houverem outros, não duvido.

— Pois pode dizer a ela que em breve gostaria de marcar algo também. Só não na primeira vez ou nas primeiras. Por enquanto, quando tiver sua presença a minha frente, quero desfrutar ao máximo.

— Edward...

— Você realmente gosta do meu nome, não é? — Brincou.

— Você sabe o porquê o pronuncio tanto.

— Sei?

— Sabe. E não está vendo, mas estou corada agora.

— Ah Bella, que vontade de ver seu rosto corar. Amanhã direi coisas assim e mais, apenas para ver o rubor atingindo seu rosto.

— Edward... – Fechei os olhos apreciando o momento. – Não quero perder o fio da meada. Então diga, do seu lado não tem ninguém que sabe das nossas ligações?

— Para falar a verdade sim.

— Me conte.

— Um dos meus colegas de trabalho. Um amigo. Durante nossas conversas sobre a empresa, ele notou que parecia diferente. Mais feliz e desinibido, segundo suas palavras. — Sorri internamente. — E após alguma insistência, acabei contando sobre nós. Você não se importa, não é?

— É claro que não. Fico até feliz em não ser a única que não conseguiu guardar segredo e que também tenha alguém para conversar.

— Emmett é um bom amigo. Nos conhecemos desde que iniciamos os trabalhos na empresa e ele tem me apoiado muito agora que assumi o cargo de gerência.

— E o que ele faz?

— Ele é engenheiro também. Mas trabalha ativamente na área, não se bandeou para outros caminhos, como eu.

— Aposto que ambos são muito bons no que fazem. E que você está fazendo um trabalho incrível agora que assumiu a gerência.

— Obrigado Bella.

— E essa conferência que está? É sobre o que? Pode falar ou é um assunto restrito?

— Não, posso falar sim. Só não comentei nada antes porque não sabia se te interessaria ouvir sobre as questões mais burocráticas do negócio.

— É claro que interessa. Posso não entender bem tudo que contar e fazer algumas perguntas no meio. Mas pode falar comigo sobre o que quiser.

— Pois vou acreditar em você. Mas, por favor, informe caso em algum momento lhe deixe entediado.

— Com essa voz? Impossível. Você pode começar a falar os números da safra bovina que, ainda sim, continuarei interessada em ouvi-lo.

— Olha só quem também sabe como tocar no ponto fraco de um homem. – Sorri.

— Não acho que comentar sobre a excelência da sua voz, seja tocar no seu ponto fraco, no forte talvez, mas no fraco não. Agora conte, estou curiosa para saber mais sobre seu trabalho.

— Pois bem senhorita, seu desejo é uma ordem.

Assim começou a falar sobre a empresa em que trabalha.

Como funciona e qual o foco empresarial como todo, me inteirando no assunto para assim, entender exatamente o intuito da conferência.

Depois de explicar previamente desde quando trabalha lá e o que fazia antes de assumir a gerência, Edward começou a contar sobre o que se trata a conferência que ele e mais vários outros gerentes estão e qual a finalidade.

— Caramba. Não tinha ideia que o setor de telecomunicações era assim tão vasto. – Comentei.

— A maioria das pessoas não sabe. Elas acreditam que cada setor pertença a um nicho diferente ou apenas não se atentam em pensar como tudo funciona.

— É verdade. Eu também sabia pouco e estou dizendo isso para que não pense que não sabia nada.

— Está tudo bem Bella. Eu também não sou o melhor exemplar de cidadão quando o assunto são fatos históricos e você sabe.

— Quer dizer que mais uma vez, de algum modo, estamos interligados? Mesmo que seja para suprir os conhecimentos faltantes no outro?

— Da para acreditar? Cada vez mais penso se não foi meu subconsciente que entendeu aqueles números errados e discou exatamente para você.

— Talvez. Se foi, tenho que agradecer ao seu subconsciente.

— Eu também.

— Mas voltando. Mesmo até poucos minutos atrás não sabendo muito sobre esse seguimento, estou animada em descobrir que não só questões telefônicas, mas também tudo que é projetado ao consumidor através de redes de satélites, é feito por vocês.

— Então. Existem algumas empresas que focam apenas em um ramo, mas como a que trabalho não é a dona de um serviço, mas uma projetista e distribuidora, trabalhamos com tudo. Desde satélites, redes telefônicas, televisivas, emissoras de rádio, internet, etc.

— Sendo assim, de forma direta e indireta, só estou conseguindo falar com você agora, por conta do trabalho que sua empresa faz?

— É um jeito de observar as coisas.

— E a cada vez que ligar a televisão, ouvir o rádio no carro ou rir de algum meme na internet, também terei que agradecer a você?

— Não necessariamente, mas não irei me opor a receber seus agradecimentos e acho que mal não fará, caso lembre-se de mim ao fazer cada uma dessas atividades.

— Como se por algum momento pudesse me esquecer de você...

Não fui capaz de me conter.

— Bella...

— Olha só. Consegui um nome sussurrado. – Brinquei.

— Eu também sempre me delicio com as coisas que diz. Mas você é a professora, afinal, não tenho dúvida que é bem mais desenvolvida oralmente do que eu.

— Ok...

— Merda. Desculpe. Não foi isso que eu quis dizer. Só queria enfatizar o fato de que é melhor com as palavras do que eu.

— Está tudo bem Edward. Agradeço o elogio feito em referência a minha profissão. E quanto ao outro tipo de desenvoltura, talvez você possa vir a descobrir também, um dia...

— Bella...

— E consegui outro Bella. Estou ficando boa nisso. – Ele riu.

— Está sim. Mas para que não fique com uma impressão ruim, não posso competir com seu intelecto profissional, mas quanto aos outros seguimentos, receio ser um bom representante.

— Ah, sim...

— Está corando?

— Não.

Respondi rapidamente, mesmo sentindo meu rosto esquentar.

— Sério?

— Não.

Sua risada ao fundo aumentou.

— Bom. Como prometido, amanhã quero muito ver seu rosto corado pessoalmente.

— Você sabe que isso só acontece porque fico extremamente envergonhada, não é?

— Eu sei. Mas acho que vale a pena.

Revirei os olhos, mas como ele não pode ver resolvi mudar de assunto.

— Falando no encontro. Você já tem alguma ideia de onde vamos?

— Na verdade já reservei o lugar.

— Jura?

— Sim. Algum problema?

— Não. Só estou curiosa agora para saber aonde iremos.

— É surpresa.

— Não! Já não estabelecemos que nós dois somos curiosos? Você não pode fazer isso comigo.

— Na verdade eu também não conheço o lugar.

— Como?

— Conversando com Emmett, comentei que sobre nos conhecer e que será nosso primeiro encontro e ele sugeriu um restaurante. Pesquisei sobre e vi que parece bem agradável, o cardápio contém uma opção vasta de escolhas e o ambiente aparenta ser aconchegante e discreto. Algo que imagino que preferiremos para a noite.

— Certo. E você pode me dizer ao menos o nome do lugar?

— Para você procurar sobre ele? — Brincou.

— Talvez. Não é só o senhor que sabe fazer pesquisas.

Ele acabou cedendo e falando o nome e o guardei mentalmente para verificar depois.

— Realmente nunca ouvi falar.

— Pelo que Emmett falou e verifiquei, fica na parte sul do centro de Phoenix.

— Entendi.

— Falando em localização. Você pode me passar seu endereço?

— Para que?

— Para que possa buscá-la.

— Não precisa se incomodar Edward. Posso encontrá-lo no restaurante.

— Eu faço questão de buscá-la Bella e levá-la em casa ao fim da noite. A não ser que não queira que saiba seu endereço logo de cara.

— Imagina, não tem problema algum. Só realmente não quero incomodá-lo.

— Não será nenhum incômodo. Pelo contrário, será um prazer. Além do que, quero apreciar um pouco o instante que a vir pela primeira vez e seria legal se pudéssemos fazê-lo com privacidade.

— Você tem razão. Pode anotar o endereço agora?

— Certamente. — Informei e ele anotou rapidamente. — Você mora em um dos bairros próximos ao dos meus pais.

— Jura? Em qual bairro eles moram? – Edward respondeu. – Realmente, o parque que comentei que caminho de vez em quando é próximo de lá.

— Talvez até já os tenha visto por ai.

— Pode ser que sim. Mas e você? Onde mora? – Ele informou seu endereço. – Você vai achar que é brincadeira.

— O que?

— Você mora no mesmo bairro que Alice e Jasper. Não sei bem qual a distância entre as ruas, mas o bairro é o mesmo.

— Qual o endereço deles? — Informei. – Não é uma das ruas vizinhas a minha, mas sei onde fica. Nada mais do que 15 minutos a pé.

— Dizer que de algum modo, estávamos interligados já virou eufemismo, não é?

— Sim. Mas também não canso de admirar.

— Eu tão pouco.

Doug apareceu, vindo para perto de mim, fiz carinho nele e Edward disse.

— Doug está ai?

— Está. Como sabe?

— Acho que ouvi um leve ronronar.

— Ouviu bem. Ele veio para perto e estou lhe fazendo carinho.

— Estou ansioso para conhecê-lo amanhã. Só não mais ansioso do que estou para conhecer você. — Sorri.

— Nós também. Mas eu em maior escala, é claro. No entanto, espero que se deem bem.

— Sinto que vamos nos dar. Afinal, quem pode não gostar de um companheiro tão fofo quanto esse?

— Acredite. Existem pessoas que não gostam.

— Está falando da sua mãe?

— Não. Mamãe nunca quis ter um bichinho em casa e respeito sua decisão. Mas ela sabe que sempre sonhei em ter um e me apoiou quando adotei o Doug, quando eles vêm me visitar, ela até brinca com ele tranquilamente.

— Que bom. Então a quem se referiu?

— A ninguém. Deixa para lá.

— Bella?

— Sim?

— A pessoa que não gostava do Doug é um ex-namorado?

— Sinto muito Edward, foi um comentário infeliz e não precisamos falar sobre isso.

— Pois não vejo problema algum em conversarmos sobre. Ex-namorados fazem parte da nossa vida tanto quanto outros aspectos. — Me mantive em silêncio. – Ele era ruim com você?

— Não. Ele e Doug realmente não se davam muito bem. Depois de um tempo, passamos a nos encontrar sempre em seu apartamento, para que não houvesse reclamação de ambos os lados.

— Por quanto tempo vocês namoraram?

— Uns dois anos. Não foi um relacionamento ruim. Apenas não deu certo. James tinha suas qualidades, assim como seus defeitos. Mas acho que simplesmente não era para ser. Acredito que ele não se esforçou muito para fazer dar certo, como eu também, admito. Assim, em certo momento, acabou.

Acabei despejando a história sobre Edward.

— E ele foi seu último namorado?

— Sim. Sai com algumas pessoas depois do término, mas nunca mais engatei em um relacionamento propriamente dito. O término também já vai completar dois anos.

— Entendo. Contando relacionamento sério, terminei o meu último a pouco mais de um ano também. Na verdade mais ou menos o tempo que assumi a gerência, é o tempo que estou solteiro de fato.

— Sinto que tem algo mais por trás disso. – Deduzi.

— E tem razão. Quando terminei a faculdade, namorava com uma menina, Lauren, mas ao iniciar a vida adulta, ela não parecia propensa a deixar para trás os bons louros da faculdade, então terminamos. Algum tempo depois conheci Victória. Ela parecia bem madura e centrada, rapidamente engatamos em um relacionamento que durou quatro anos.

— Vocês chegaram a morar juntos?

— Não. Fazíamos os rodízios entre apartamentos também. Mas como contei desde que sai da casa dos meus pais, nunca mais morei com alguém.

— Entendi. E qual o real motivo do término?

— Parecíamos combinar bem. Sabíamos dividir nosso tempo entre trabalho, amigos, família, porém quando estava no processo e depois de assumir o cargo de gerência, Victória não soube lidar bem com a nova situação. Digo com sinceridade, não a abandonei por uma ambição de emprego. Mas ela começou a implicar com tudo, quando estava trabalhando, reclamava. Quando estávamos juntos, reclamava. Tentei ainda por alguns meses conciliar, conversar, tentar mudar algo que não a estivesse agradando, mas de repente senti que ela só parecia não querer me ver progredir, entende?

— Sim. Quando passamos por uma situação assim, não costumamos ver tão breve que a outra pessoa é quem está querendo sugar algo de nós.

— Exatamente. Mas quando vi que não tinha algo errado comigo e que nossa relação já não apresentava futuro, terminei. E foi isso.

— Obrigada por confiar em mim para contar sobre.

— Não tem o que agradecer. Você foi sincera primeiro. — Pico de silêncio. — Espero que ao entrar em um próximo relacionamento, esse progrida de forma melhor.

— Também espero. Não só para você, mas que aconteça comigo também.

— Vamos torcer.

Ouvi um barulho ao fundo.

Bella, pode esperar um instante, por favor?

— É claro.

Edward demorou alguns segundos para retornar.

— Desculpe.

— Não tem problema.

— Receio termos que desligar.

— O que houve?

Questionei realmente sentida.

Por que sempre temos que desligar?

— Fui convidado. E por convidado leia-se, intimado, a comparecer em um jantar de despedida. Achei que já tinha me livrado das formalidades na última palestra.

— Está tudo bem Edward, vá jantar com seus colegas. Nos falamos amanhã.

— Melhor ainda. Nos veremos amanhã.

— Sim. Mas gostaria que ligasse ao pousar, para saber que chegou bem.

— Pode deixar. Pelo horário que aterrissarei, talvez a pegue em meio a uma aula. Tem problema?

— De forma alguma, pode ligar que o atenderei, seja a hora que for.

— Que honra. — Sorri e ouvi seu riso ao fundo também. – Tenha uma boa noite Bella.

— Você também e um bom jantar.

— Obrigado. Até amanhã.

— Até amanhã Edward. Beijos.

— Beijos Bella. Tchau.

— Tchau.

Encerramos mais uma ligação.

Passei a maior parte da mesma andando pela sala, só sentei quando Doug se aproximou, então não percebi que prensei o controle remoto da TV entre duas almofadas, mas o notei ao levantar para seguir até a cozinha.

E sorri.

Agora até ao pensar no controle da TV, também pensarei em Edward...

Puff.

Como se realmente em algum momento pudesse esquecê-lo...

E pensar que finalmente nos veremos amanhã.

— Doug, quer ver comigo o restaurante que Edward e eu vamos jantar amanhã?

Voltei ao sofá e peguei Doug no colo, enquanto jogo o nome informado por Edward no Google e começo a ver o restaurante.

Amanhã Edward e eu o conheceremos.

Amanhã nós dois nos conheceremos de fato.

Amanhã...

CONTINUA.


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Notas finais do capítulo

N/A: Vocês conseguem acreditar que amanhã ou mais conhecido como, o próximo capítulo, será finalmente o encontro? O que esperam do mesmo?
Como já vêm conversando e se conhecendo bastante ao longo das ligações, o dia de hoje acabou focando em aspectos mais sérios, como as questões de trabalho e relacionamentos antigos, fatores que terminam de completar o cerne de suas personalidades. Mas não faltaram também novos momentos de flertes, nomes sussurrados e expectativas...
E agora é com vocês, comentem muito sobre o que acharam do capítulo e o que esperam ver no próximo. Tenho que informá-las que será o último, mas não se chateiem, pois emoções estão por vir. Não deixem de me seguir no twitter: @KNRobsten, ler a one da indicação e comentar. Até o próximo capítulo que sai dia 25/07.
~Kiss K Nanda.



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