Ligações escrita por Kah Nanda


Capítulo 2
Ciclo


Notas iniciais do capítulo

Boa Noite. Cheguei com mais um capítulo dessa short que já tem meu coração. Gostaria de começar agradecendo a boa recepção, amei todos os comentários e estou ansiosa pelos próximos.
E também comentar como, em suma, a maioria provavelmente não teria atendido a ligação. Mas talvez essa seja a lição, vamos atender umas ligações por engano galera. Quem sabe um Edward não esteja por trás dela? Haha.
E durante os próximos capítulos, farei indicações das ones que postei até o presente momento, durante o ano. Assim, quem ainda não conhece meus outros projetos, poderá fazê-lo e ler outras aventuras de Beward, enquanto não chega o próximo capítulo da short.
Apreciem Sem Moderação.

Leiam - Way To You: https://fanfiction.com.br/historia/786581/Way_To_You/

Capítulo Postado Em: 07/07/20



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— Não posso acreditar nisso!

Alice exclamou quando contei sobre o acontecido de ontem.

— Mas é verdade. Foi exatamente assim.

— Eu mal atendo ligações de quem conheço. Ainda mais se são chamadas normais. Que dirá desconhecidas.

— Sei que sim. E até ontem, eu também não. Mas sei lá, alguma coisa me fez atender, não só uma, como duas vezes. E a partir disso, iniciamos a conversa e simplesmente fluiu.

— Se não estivesse me contando e não tivesse também total confiança em você, não acreditaria.

— Eu sei. Eu mesma ainda acho difícil acreditar.

— E você salvou o número dele?

— Não. Por quê?

— Para ver se ele tem foto em aplicativo.

— Nem pensei nisso.

Comentei dando de ombros.

— Como não? Você disse que ficou derretidíssima apenas com a voz e não ficou curiosa para saber como ele é de verdade?

— Não sei. Quando terminei a ligação, pensei um pouco nisso, mas depois fui fazer minhas coisas e esqueci momentaneamente. Só voltei ao assunto agora, comentando com você...

Ok, isso é meio verdade e meio mentira.

Já que por mais que tenha tentado, não consegui tirar da mente nossa ligação.

Mas realmente não pensei em salvar seu número e talvez conseguir ver sua foto. Não por medo de me decepcionar com seu aspecto físico, mas pensando agora, talvez fosse até algum tipo de invasão.

Afinal de contas, conseguimos o número do outro por acaso e não por escolha própria, então não sei se devo salvá-lo e assim, de alguma forma, invadir sua privacidade.

— Ai Alice, não sei se deveria.

Comentei com minha colega de trabalho e também cunhada.

— E por que não?

— Porque não trocamos os números de forma consentida. Ontem ele me ligou por engano e por isso, tenho acesso ao seu número, como ele ao meu. Mas adicioná-lo na intenção de ver sua foto? Já acho um pouco demais.

— E se ele tiver feito isso com você? – Rebateu.

— Será?

— Só tem um jeito de descobrir. Adicionando o número dele.

— Mas e se seus aplicativos forem trancados e não conseguirmos ver a foto? – Devolvi.

— Ai podemos procurar pelo nome no Instagram. Meios de encontrarmos uma foto é que não faltam.

— Mas e se virmos à foto de alguém com o mesmo nome e não for o homem com quem conversei ontem?

— Bella. Você sabe o nome e sobrenome dele, a profissão e que mora aqui em Phoenix, mas está na Pensilvânia no momento. Tenho certeza que com isso conseguiremos encontrá-lo, talvez com algum esforço, admito, mas acharemos seu homem.

— Não fale assim. Ele não é meu homem.

— Mas você gostaria que fosse...

— Alice!

— Qual é? Você não me engana Bella. O jeito que contou o que houve e o brilho que estou vendo em seus olhos indica que ficou mexida com a situação. O que me faz pensar que esse homem realmente deve ter uma voz dos deuses, para ter te deixado nesse estado.

Não foi só por conta da voz. Tem a ver com o papo que tivemos, pode ter sido curto e não tão profundo, mas ao mesmo tempo foi muito...

Não consegui concluir a frase.

— Olha ai. Está até perdendo as palavras. Confie em mim, vamos procurar descobrir um pouco mais sobre esse Edward Cullen. Quem sabe quando voltar a Phoenix, vocês não possam se conhecer pessoalmente e ver se rola algo mais?

Mesmo achando que de alguma forma essa não é uma boa ideia, acabei cedendo ao apelo de Alice.

Peguei meu celular, que estava sobre a mesa na sala dos professores, onde Alice e eu estamos conversando enquanto o intervalo de almoço ocorre.

Porém, como se alguma coisa o tivesse despertado, foi só desbloquear a tela para que começasse a tocar.

— Não vai dizer que é ele? – Alice perguntou e só balancei a cabeça concordando. – Das duas uma. Ele pressentiu que espionaríamos sua vida e está ligando para evitar a ação ou assim como você, se sentiu de algum modo impactado e está ligando para continuar a conversa de ontem, mas seja qual for à verdadeira razão, atenda, não o deixe esperando.

Guiada mais pelo impulso do que pela razão em si, atendi a ligação.

— Alô.

Bom dia Isabella.

Ah essa voz...

— Bom dia Edward. Quer dizer, acho que ai já não é mais dia, estou certa?

— Sim, mas foi erro meu saudá-la com esse cumprimento. É que acabei de falar com minha mãe e como sei que ai ainda é cedo, acabei falando sem perceber. Mas podemos começar de novo. Olá Isabella.

— Olá Edward.

Devo estar com uma cara de boba, pois Alice está faltando não se conter com risinhos sínicos a minha frente.

— Você está podendo falar? Outra coisa que não calculei é se nesse horário estaria na escola ou não.

— Na verdade estou, mas você deu sorte, pois estou no horário do intervalo, então podemos conversar.

— Acho que de algum modo sempre darei sorte com você.

— Acho que sim.

— Mas de todo modo, espero não estar interrompendo nada. Talvez esteja ocupada aproveitando seu tempo de folga?

— Não. Estava apenas conversando com uma amiga.

Amiga e cunhada. Por que você não se refere a mim como cunhada primeiro?

Fechei a cara para Alice.

— Desculpe, mas acho que ouvi um pouco a voz da sua amiga, só não consegui entender bem o que ela disse e também não sei se deveria ter ouvido.

— Para falar a verdade não, mas a culpa não é sua. É que minha amiga e cunhada, não parece ter aprendido as regras básicas de educação e falou próximo ao telefone interrompendo nossa ligação. Mas não se preocupe, me afastarei dela e assim poderemos conversar melhor.

— Hun, priorizando a conversa a sós...

Dessa vez sua fala foi apenas sussurrada.

— Edward, pode aguardar apenas um instante, por favor?

— É claro. Leve o tempo que precisar.

— Obrigada.

Tirei o telefone de perto do ouvido e tampei a saída de som.

— Alice, vou até minha sala para continuar a conversa, então quero pedir encarecidamente, que na minha ausência, não procure o nome dele em qualquer rede social ou na internet em geral.

— É claro que não Bella. Apesar da minha curiosidade, ele é o seu homem misterioso, só você tem o direito de querer ou não procurar mais dele.

— Ótimo. Obrigada.

— Não precisava nem pedir. Estou animada com essa história, mas não farei nada sem seu consentimento. Agora vai, não deixe esse homem da voz de veludo esperando.

— Alice! – Ela nem se constrange, enquanto eu, não tenho dúvida que assumi um tom rosado na face. – Tchau.

Ela apenas acenou e pude voltar a falar com Edward.

— Oi Edward, voltei. Desculpe pela demora, mas precisava passar umas instruções a Alice.

O informei ao começar a caminhar em direção à sala que darei aula no próximo período.

— Não tem problema. Suponho que Alice seja sua amiga e cunhada?

— Supôs certo. Ela trabalha comigo aqui na escola.

— E foi onde se conheceram?

— Sim. Quando comecei a lecionar aqui, Alice já trabalhava na instituição e quando a diretora nos apresentou, ela afirmou de pronto que seriamos melhores amigas, a partir disso, acho que nos tornamos mesmo.

— Que bela história. E posso perguntar que matéria ela ensina?

— Química. Se a conhecesse pessoalmente, nunca diria que essa é sua matéria de campo. Mas Alice é realmente muito boa no que faz.

— Quem sabe um dia eu a conheça.

— Quem sabe...

Será que existe a possibilidade de Edward e Alice se conhecerem?

E por quê?

Por que ele e eu nos conheceremos pessoalmente também?

— Mas acredito que você esteja curiosa para saber o motivo da minha ligação.

Comentou e deixei meus devaneios, concentrando-me na conversa.

— Sim, apesar de ontem termos deixado em aberto o fato de nos falarmos de novo, não imaginei que receberia uma ligação tão cedo.

— Imaginei que sim. Mas então, queria apenas contar que consegui o telefone certo de Michael Newton.

— Jura? Que legal. E como conseguiu?

— Nos encontramos hoje novamente em uma das palestra da manhã e trocamos os telefones certos.

— E conseguiu descobrir qual digito foi trocado?

— Sim. E não foi apenas um. Seu telefone tem três e nove. Enquanto o do senhor Newton, tem um oito e quatro. — Informou.

— Ah, sim. Consigo entender de onde veio à confusão.

— Pois é. Acho que realmente, de algum modo, era para nos conhecermos.

— Estou começando a acreditar nisso também...

— Isabella, se posso voltar ao assunto anterior, sobre a relação com sua amiga e cunhada. Gostaria de saber, quem apresentou o irmão ou irmã a quem?

— Perdão. Não entendi.

Respondi ao entrar na sala. Fechei a porta e segui até minha mesa, recostando-me a ela.

— Você disse, aliás, ela deixou claro, que além de amigas, são cunhadas. Então suponho que uma das duas foi à encarregada da apresentação do irmão ou irmã.

— Ah, isso. Eu poderia dizer que fui eu, já que o referido irmão, o qual é casado com Alice, é o meu. Mas não sinto que apresentei Jasper a ela. Alice totalmente fez sua apresentação sozinha.

— Obviamente. Sua amiga e cunhada não deixaria a situação por menos.

— Não, de forma alguma.

— Mas e você Isabella?

— Eu o que? Mas antes que responda preciso falar uma coisa.

— Diga.

— Me apresentei ontem como Isabella, pois esse é de fato meu nome, mas não costumam me chamar por ele.

— Tudo bem. E terei o prazer de saber seu nome usual de tratamento?

— Sim, por isso estou comentando. Todas as pessoas que conheço me chamam de Bella.

— Muito bem Bella. O apelido continua tão bonito quanto o nome. E é um privilégio poder chamá-la pelo mesmo.

Esse homem é galanteador demais, gente!

— Obrigada.

— Sinto decepcioná-la em não ter outro nome para oferecer. Só se falasse para me chamar pelo meu segundo nome, mas ninguém o faz e Edward não tem um apelido legal, sendo assim...

— Ah, não tem problema. Edward é um nome muito bonito, não precisa de apelido. Mas agora fiquei curiosa para saber seu segundo nome, posso?

— É claro. Meu segundo nome é Anthony.

— Qual é? Você também só tem nome bonito. Aliás, o nome completo. Apesar de saber que Edward vem de família, você não tem do que reclamar.

— Se você está dizendo, acreditarei. Mas e você? Tem algum outro nome para apresentar?

— Para falar a verdade sim. Também tenho um segundo nome, Marie.

— Muito bonito e delicado, fica bem ao lado de Isabella.

— É. Não ganhei o primeiro nome dos meus ancestrais, mas papai, ainda sim, fez questão de colocar o nome da vovó em mim.

— Será que nossos pais poderiam ser velhos conhecidos? Pois com essas ideias para nomes de filhos... — Brincou.

— Não sei. Apenas eu fui à escolhida para homenagear a vovó. Jasper tem um nome normal, sem homenagens.

— Ainda sim, moramos na mesma cidade. Seria tão impossível nossos pais se conhecerem?

— Ah, se a questão é essa, acredito que sim. Pois apenas Jasper e eu moramos aqui em Phoenix, papai e mamãe moram na cidade onde nascemos.

— Entendi. Eu sou de Phoenix mesmo, assim como meus pais, por isso pensei que poderia haver mais essa coincidência em nossos caminhos.

— Não. Essa não teve.

— Mas posso saber de onde você é?

— Poder você pode. Mas talvez não conheça o lugar.

— Informe e saberemos.

— Certo. Sou de uma cidade pequena e chuvosa no interior de Washington, chamada Forks.

E você... — Ele fez um suspense antes de concluir. – Acertou. Nunca ouvi falar. – Rimos.

— Imaginei que sim. Se procurar na internet depois, comprovará o que falo. Foi uma boa cidade para viver enquanto crescia, mas precisava de mais, assim como meu irmão. Sendo o mais velho, ele se mudou primeiro, abriu caminho e depois dele, resolvi arriscar também. E aqui estamos.

— Entendo. Não tenho uma história legal como à de vocês. Apenas segui o rumo acompanhado dos meus pais.

— Sem irmãos? – Questionei.

— Sem irmãos.

— Filho mimado? – Rebati.

— Filho amado.

— Se está dizendo... – Provoquei.

— É sério. Se quiser passo o contato dos meus pais e eles confirmarão a sentença. Meus pais são muito amorosos, mas também muito cientes de como criar um filho, com amor, mas sem deixá-lo nublar-se com outros preceitos.

— Imagino que sim. Foi só uma brincadeira. Eu falei ontem que acho que deve ter tido boa educação, só pelo jeito como falou comigo.

— Isso é algo que uma professora consegue perceber?

— O que?

— Quando um aluno tem boa criação familiar ou não?

— Ah, isso. Nunca pensei muito a fundo nessa teoria, mas pode ser que sim. E o fato de você ser filho único, poderia contribuir ou não para ser mimado. Pois mesmo tendo um irmão, também recebi muitíssimo amor, assim como Jasper, mas também disciplina nos momentos adequados.

— O balanço ideal.

— Sim.

— Acredito que teria sido legal ter um irmão ou irmã. Mas o trabalho do meu pai sempre exigiu muito dele e mamãe optou por não encher a casa com filhos, quando ele não poderia estar presente e apoiá-la todo o tempo.

— Entendo. Decisão sensata se havia esse aspecto por trás. Com o que seu pai trabalha ou trabalhava?

— Ainda trabalha, meu pai é medico. E minha mãe designer de interiores, mas ela só começou a exercer após alguns anos do meu crescimento, quando eles e eu já podíamos lidar melhor com as ausências.

— Que legal. Não tenho dúvida que você tem muito orgulho dos dois.

— Com certeza. E seus pais o que fazem ou faziam?

— Ambos também ainda trabalham. Meu pai é chefe de policia de Forks e minha mãe professora.

— Espera um instante que são duas informações diversas que preciso me atentar.

— Ok...

— Primeiro. Você é professora assim como a sua mãe. Que linda forma de seguir seus passos.

— Pois é. Ela dá aula para o jardim da infância, mas não, nem meu irmão ou eu tivemos aula com ela. Porém é fato que ter uma professora em casa, me ajudou em certo modo a não fraquejar na minha própria escolha profissional, mesmo sabendo que não é fácil ser professora.

— Meus parabéns as duas, de verdade.

— Obrigada.

— Agora antes de focar no fato que seu pai é policial. Por acaso seu irmão também não seria, não é? Só assim, por curiosidade.

Tive que rir.

— Não. Jasper trabalha em uma editora de livros. Mas temos esperanças de que ele logo lance seu próprio livro.

— Então vocês são uma família muito culta, pelo que posso notar.

— De certo modo, sim.

— Agora tenho que voltar a focar no fato que seu pai é policial e estou conversando desde ontem com a filha de um policial. Que com certeza, apesar de morar em uma cidade a qual nunca ouvi falar, não tenho dúvida que saberia acabar comigo de formas inimagináveis, caso fizesse algum mal a sua filha.

— Isso é verdade. Papai tem uma carreira sólida e consolidada na polícia de Forks e os méritos não são atoa.

— Não tenho dúvida...

— Mas o fato é. Ele não fará nada mal com você, a não ser que esteja planejando fazer alguma maldade comigo...

Estamos brincando aqui certo? Ou devo começar a me preocupar?

— Não Bella, de forma alguma. Citei o exemplo brincando. Mas juro a você que em momento algum pensei em lhe fazer mal. Pelo contrário.

— Pelo contrário quer dizer que quer me fazer bem?

— Sim. Não sei. Sim. A resposta é sim. — Afirmou categoricamente e sorri. — Sei que não nos conhecemos verdadeiramente. Mas posso garantir que sou um homem integro e tudo que conversamos, até então, é verdade. Encontrei seu número por engano e a partir disso, a conversa surgiu. Realmente moro em Phoenix e não estou inventando nada para fazer-lhe algum malefício.

— Edward, calma. – Tive que interrompê-lo. – Está tudo bem. Assim como estou confiando em você. Você está confiando em mim. E já sabemos algumas coisas um do outro, se por algum momento me preocupasse com essa situação, poderia muito bem jogar seu nome na internet e comprovar a veracidade do que está contando.

— Isso. Exatamente.

— Mas não o farei. – Deixei claro.

— Por que não?

— Porque gosto de como as coisas estão fluindo entre nós. Das nossas conversas. De estarmos nos conhecendo aos poucos. E de verdade, confio em você.

— Obrigado Bella. Eu também confio em você. Por isso me sinto tão à vontade conversando contigo e não gostaria de parar.

— Eu também não.

— Ok. Já que voltamos ao cerne normal do assunto, mostrando confiança um no outro. Tem mais uma coisa que preciso saber antes de continuarmos.

— O que é?

— Você citou sua amiga e cunhada. Seus pais e irmão. Mas não falou sobre um companheiro. E não ache que dependendo da resposta, agirei como um babaca interrompendo as conversas, apenas por ter compromisso com alguém. Somente não quero que tenha problema no relacionamento, por estar conversando comigo, um homem até então quase desconhecido. Então Bella, você tem alguém em sua vida? Romanticamente falando?

A pergunta de Edward é realmente pertinente, pois em momento algum, durante nossas conversas e minha fascinação clara por sua voz e pessoa, pensei que posso estar conversando e talvez também flertando? Com alguém comprometido.

— Sei que vai parecer infantil não responder de cara, mas você também não disse se é comprometido ou não.

Devolvi o ponto.

— Muito bem, posso responder primeiro. Sem namorada por aqui.

Não direi que respirei aliviada de repente, mas também não negarei.

E você?

— Sem namorada. Quer dizer namorado. Qualquer um dos dois, apesar de apenas ter tido namorados durante minha vida...

O que estou falando?

Alguém cala a minha boca, por favor.

— Bom saber. Sei que não perguntou, mas só para deixar claro, estou solteiro de forma completa. Nada de namorada ou namorado, apesar do fato de também só me relacionar com o gênero oposto. Quero deixar claro que a solteirice é no âmbito geral.

— Entendi. Agradeço a sinceridade.

— Não tem de quê.

— Nós somos pessoas estranhas?

Soltei de repente.

— Por quê?

— Pela forma que estamos conversando, pelo teor das conversas, por essa aparente intimidade que conquistamos em tão pouco tempo, mas que, de algum modo, parece tão natural e sincera.

— Não acho que somos estranhos. Realmente não é algo que se vê ou faz todos os dias, mas que mal há nisso? Ao menos eu, estou gostando de tudo que citou.

— Eu também.

— Sabe Bella, a conferência acaba na quinta-feira, voltarei a Phoenix sexta-feira pela manhã. Posso estar me precipitando um pouco, mas pensei se não poderíamos nos conhecer, sabe pessoalmente?

— Está me convidando para um encontro?

— Se estivesse, o que você diria?

— Você vai achar que não posso ser professora, por ficar respondendo tantas perguntas com outras, que pessoas sensatas não fazem isso, mas preciso fazer mesmo assim.

— Pode perguntar o que quiser Bella.

— Nós estamos flertando? Ao menos em algum aspecto ou em alguns momentos?

— Só posso responder por mim. E a resposta é sim, sim e sim. E você?

— Também.

A linha ficou muda por um tempo, por conta do nosso silêncio, mas, por fim, respondi.

— Eu aceito.

— Aceita?

— Sair com você. Em um encontro. Para nos conhecermos pessoalmente.

— Que ótimo Bella. Será um prazer conhecê-la. Podemos marcar para sexta-feira mesmo?

— Sim, está marcado.

— Ótimo.

— Estou ansiosa. – Confessei.

— Eu também. Será bom finalmente dar um rosto a sua voz...

— Espera um pouco. Você também não sabe como sou?

— Não. Como poderia? Se só nos falamos duas vezes e por chamadas diretas?

— Sim, mas você poderia ter adicionado meu número aos contatos e talvez ver minha foto de contato, já que não é restrita. Ou ter procurado por mim nas redes sociais.

— É verdade, mas não pensei em fazer isso. Você pensou ou fez?

— Não. Mas preciso confessar que antes da ligação, Alice estava justamente sugerindo que fizesse algo assim, porém estava receosa, pois achei que, de algum modo, estaria invadindo sua privacidade. Então você ligou e aqui estamos.

— Entendo. Apesar de muito empolgado com nossa conversa de ontem à noite, não pensei em fazer isso também. Quando desligamos fui dormir e hoje, até o presente momento, quase não parei. Antes de ligar agora, até pensei em salvar o número para facilitar, mas minha vontade de falar com você foi maior e acabei só discando...

— Então não o faça. – O cortei.

— O que?

— Não adicione meu número. Também não salvarei o seu. Vamos continuar nos falando até o encontro na sexta, não é?

— Sim, por mim, sim.

— Então é isso. Continuaremos nos falando por esse tipo de chamada e não procuraremos nada do outro. Só teremos conhecimento do que contarmos mutualmente. E sexta-feira, nos veremos frente a frente. Topa?

— Sim. Com certeza.

Sorri como uma menina, parecendo muito uma das minhas alunas colegiais, porém em meio à empolgação, bati o olho no relógio posicionado acima da lousa e vi que o intervalo está para acabar.

— Edward, não queria interromper nossa conversa, mas meu tempo de intervalo está terminando.

— Sem problemas. Daqui a pouco tenho que ir para mais uma palestra, usei o tempo vago entre ambas para te ligar.

— Acho que, de alguma forma, nossos horários combinaram também.

— Acho que sim.

— Nos falamos depois?

— Claro. Esperarei ansioso pela nossa próxima ligação.

— Eu também. Tchau Edward.

— Tchau Bella.

Encerramos a chamada.

Caramba!

Realmente embarquei nessa de conhecer Edward apenas por nossas ligações?

E mais!

Ainda temos um encontro marcado para sexta-feira!

Nunca desejei que uma semana passasse tão rápido e devagar ao mesmo tempo...

Quando contar a Alice o que conversamos agora, ela vai surtar quase tanto quanto eu!

Mal posso esperar para contar a ela...

Mal posso esperar pelo meu encontro com Edward...

Mal posso esperar pela nossa próxima ligação...

CONTINUA.


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Notas finais do capítulo

N/A: Quem também mal pode esperar pela próxima ligação de Beward? õ/
E ai meninas, o que acharam do capítulo? Primeiro a Alice surtando, tipo a gente sem acreditar que uma ligação por engano resultou nisso. Então o Edward cumpriu a palavra e telefonou de novo, a princípio só para informar que achou o telefone certo, sabemos que foi só por isso haha. E como parecem ter um magnetismo particular, logo embarcaram em novas conversas.
Gostaram de saber as informações que os dois trocaram hoje? E que agora já têm até um encontro marcado. Vocês aguentariam esperar para conhecer alguém só ao vivo e a cores? Sem procurar nada na internet? Gosto de acreditar que eu sim, mas quero saber de vocês.
Comentem, novamente agradeço a boa recepção e espero que continuem gostando do que preparei. Leitoras novas, não deixem de conferir a one que indiquei lá em cima. Sigam-me no twitter: @KNRobsten. Espero todas nos comentários e até o próximo capítulo, que sai dia 13/07.
~Kiss K Nanda.



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