Aprendendo com a eternidade escrita por Beatrice Raimandes


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Gente, esta super tarde e eu ao invés de estar capotada na cama, estou aqui postando mais um capitulo kkk

Isso tudo para não demorar mais do que demorei para minhas lindas leitoras rs

Segue o próximo capitulo de finalmente nosso casal favorito se conhecendo pela primeira vez
Boa leitura!



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Os dias que ficaram ali em Volterra passaram extremamente rápidos, principalmente para os vampiros. Isabella não podia acreditar que alugaram uma embarcação de cargas enorme apenas para os três vampiros e a uma tripulação de apenas 5 homens.

Isabella certamente não se importaria em cruzar o oceano a nado, mas parece que os reis eram contra essa ideia. Tudo bem que com apenas 5 humanos era uma tarefa fácil para manter sua necessidade de cede, mas não deixaria apenas pela sorte deles, então antes de partirem se alimentou bem. Passar quase uma semana em alto mar sem alimento e humanos ali como pratos cheios não seria uma boa ideia por enquanto, Isabella ainda não se sentia confiável em ficar cercada por tantos deles.

Olhando o oceano finito a sua frente enquanto ficava na proa do navio para observar unicamente o mar e com o vento batendo contra si, Isabella se permitiu naquele momento inspirar profundamente aquela maresia úmida e salgada. Ela já tinha visto a praia e entrado no mar, mas nunca tinha saído da Itália e agora via como o mundo era incrivelmente grande, nem mesmo com sua visão aguçada não conseguia enxergar a frente o que causava uma ligeira dúvida se realmente teria um continente para além dessas águas.

Sua mente vagou para a última mensagem transparente como a água que Aro deu a ela. Ele estava dando sim uma oportunidade para ela viver uma vida da qual a jovem jamais experimentou, no entanto também deixou um claro aviso que ela sempre pertenceria a ele. Ele não precisou de muitas palavras para deixar o obvio, se em algum momento ele precisasse de Isabella ela o deveria servir por toda sua existência. Aprendeu em mundo que a palavra suprema era dos reis e esse era um ensinamento vivido para sempre, pensava assim da mesma forma que Jasper. Ela no fundo sabia que jamais seria uma pessoa livre, mesmo que quisesse.

No meio do convés, Jasper puxou a gravata ajeitando no pescoço. Ainda não estava acostumado usar terno, mas seria um novo aprendizado e acima de tudo estava tão tenso como a garota parada mais a distante, no seu campo de visão. Ele também havia se alimentado de uns dois humanos horas antes de partirem e poderia aguentar alguns dias com aquilo, mas agora passar uma semana dentro daquele navio até chegar ao solo Americano seria um grande desafio até mesmo para ele.

Por mais que não gostasse da ideia, tentaria se alimentar de animal. Só de pensar sentia o repudio engolindo em seco. Ele sabia que viria fracassar constantemente e Isabella apesar de não enxergar a si mesma tinha um controle formidável que até mesmo a própria Jane tinha inveja. Jasper pensou que aquela garota em um momento desse deveria estar dançando pelo salão de tanta alegria de ver finalmente Isabella longe de Volterra e assim tomar seu lugar de maior joia rara dos Volturis, como assim sempre foi seu posto. Até infelizmente ou felizmente seja lá o ponto de vista de cada um, ter cometido o erro de ter transformado Isabella e perdido seu posto para sempre.

Só desejava que sua vida não se tornasse monótona demais e pudesse ainda encontrar coisas desconhecidas pelo mundo. Focando na ideia de se alimentar de sangue animal para poder ter o controle de viver entre os humanos, esse seria a maior batalha que travaria dentro de todas que já lutou.

O longo tempo se passou e finalmente eles tinham desembarcado do navio durante a madrugada, quando tinha apenas uma pessoa ou outra nas ruas de Vancouver. Carlisle tinha deixado ali no porto o seu carro em um dos estacionamentos que disponibilizava para uso particular desde que pagasse uma taxa generosa. Os três estavam dentro do Cadilac Paethon V-16, seu motor tinha uma grande potência, Carlisle dirigia com verdadeira maestria dando uma velocidade prazerosa aos vampiros sentados nele. Jasper colocou em mente a primeira coisa que ele gostaria de aprender era dirigir um carro, antes não via importância, mas como viveria entre humanos não poderia sair correndo por aí pelo meio da cidade. Sem contar que adorou o mecanismo e a beleza luxuosa que um carro pode trazer.

O carro se afastou da cidade entrando em uma estrada de terra longa, cansativa e pedras. Pegaram essa estrada por uns 20 minutos e uma enorme casa de campo surgiu em suas visões com algumas árvores posicionadas em lugares estratégicos fazendo quilômetros de extensão de sombras. O que os protegeriam bastante da luz do sol na maior parte do tempo possível.

Isabella apertou as mãos em punho em cima do colo, controlando a ansiedade que estava sentindo. Aquela seria sua nova casa e se a família de Carlisle não gostasse dela? Sentiu um frio na barriga ao cogitar essa hipótese, ela se sentiria um estorvo se soubesse que não é bem-vinda.

Sentiu uma onda de relaxamento invadir seu corpo e olhou para Jasper contra o retrovisor interno sorrindo agradecida.

Edward estava concentrado em cada palavra que lia, quando ouviu pensamentos invadindo sua mente. Se sentou imediatamente na cama colocando o livro agora fechado em cima do travesseiro.

Se sentiu ansioso pela chegada dos novos moradores. Carlisle tinha mandado uma carta há quase uma semana avisando que dois membros dos Volturis viriam morar com eles. Ele não entrou muito em detalhes, mas tinha mencionado a moça pelo qual foi o motivo da sua ida e de um general dos Volturis, chamado Jasper Whitlock.

Carlisle disse que ficou difícil de negar, mas que conversou com Aro e esperaria um retorno de Edward e Esme se estaria tudo bem caso os Volturis viessem morar com eles. Se caso um deles não aceitasse Carlisle não levaria os novos moradores.

Esme adorou a ideia sempre quisera conhecer Isabella e agora o novo rapaz. Seu jeito todo amoroso a deixou em êxtase nesses últimos dias com a expectativa da família aumentar.

Para Edward como tinha voltado a pouco tempo, se sentiu impossibilitado de declinar o pedido de Carlisle, simplesmente não se sentia o direito de dizer que não achava uma boa ideia. Edward sabia quem eram os Volturis e até que pela moça, ele compreendia o carinho de Carlisle por ela, mas um general? O que tinha de especial nesse homem, Carlisle nunca o mencionou. Edward desconfiava que ele viria para além de ficar de vigia na princesa Volturi, ficaria também de olho neles. Não podia culpar o general, não dava para confiar nas pessoas sem conhece-las e com certeza Edward também ficaria de olho.

 Carlisle como era de imaginar não veio sozinho, o ruivo não obteve nenhuma outra resposta dele, depois que eles enviaram uma carta aprovando a vinda dos novos integrantes. Edward franziu o cenho. Tinha apenas uma pessoa acompanhado dele, só ouvia os pensamentos do rapaz, mas e a moça? Espera pela mente do senhor Whitlock ele captou a imagem de um singelo sorriso ela também veio? Então Edward se perguntou por que estava ouvindo apenas dois pensamentos e não três?

— Eles chegaram. – Falou em tom normal, pois independentemente de onde Esme estivesse na casa ouviria a notícia.

Tentou ajeitar o cabelo da melhor forma que pôde enquanto descia as escadas em direção a sala. Estava vestindo seu terno cinza, mas não viu a necessidade de colocar o paletó, estava confortável dentro de casa apenas com o colete por cima da blusa branca social e não estava vestido mal para receber os convidados inesperados.

Esme já tinha aberto a porta e esperava na soleira. A vampira estava morrendo de saudades de seu marido e Edward se sentiu mal por ser um inútil nesses dias quando a via sofrer de saudades. Era a primeira vez que eles tinham se separado desde que se conheceram. Edward tentou distrai-la de diversas formas levando-a cidade para compras, ao cinema e ao teatro. Diversificou em cada dia, apenas para ocupar a sua mente.

Não conseguia ver a mulher que era como uma mãe para ele sofrer.

O cheiro de vampiros alcançou o olfato deles antes que os mesmos chegassem. Edward passou pela porta e enganchou o seu braço no de sua mãe ao mesmo tempo que o carro parava na frente da casa.

O motor desligou deixando tudo ligeiramente em silêncio por apenas dois segundos. Era nítido o ar carregado de tensão vindo de todas as partes. Os dois se mantinham em uma pose perfeita olhando para os três degraus abaixo onde o carro estava parado e Carlisle saia pela porta do motorista, acompanhado de um vampiro que saiu pelo lado passageiro.

Edward examinou o vampiro que prontamente o olhou brevemente, sem lhe dar muita atenção, na verdade pareceu isso quando o encarou, mas o olhar completamente analítico do vampiro loiro observou os dois desconhecidos procurando alguma ameaça iminente, com apenas esse olhar ele analisou tudo antes de ir direção a porta de trás. O vampiro alto e magro tinha cabelos loiros na altura dos ombros e o corpo era marcado por finas mordidas de vampiros dando uma aparência perigosa. Edward ficou em alerta, nunca tinha visto um vampiro que deve ter enfrentado tantas batalhas. Cada uma das cicatrizes contava uma história que potencialmente o considerava extremamente perigoso.

— Carlisle. – Esme disse saudosa.

— Esme. – Carlisle se aproximou apressadamente da mulher dando um beijo simples no lábio, porém carregado de saudade. Edward tinha se afastado antes que se beijassem, sorrindo vendo os dois juntos e por finalmente saber que sua mãe ficaria melhor agora.

Quando se tinha o seu companheiro o mundo devia fazer mais sentido. Edward enxergava isso toda as vezes que os via juntos.

— Senti tantas saudades de vocês. – Carlisle abraçou a esposa dando a atenção para Edward enquanto colocava a mão no ombro do mais novo. – Obrigado por ter cuidado dela todos esses dias.

— É o mínimo que podia ter feito. – Falou sincero.

Seus olhos logo se desconectaram quando uma mão delicada pegou a do vampiro loiro que estava parado na parte de trás ajudando a mulher a sair do carro. O vestido longo na cor vinho escuro delineado na cintura foi a primeira coisa que Edward viu. A segunda foi o longo chapéu da mesma cor tampando o rosto da moça enquanto saia do carro.

Por fim sentiu seu corpo paralisar no lugar quando o rosto da jovem se levantou e seus olhares finalmente se cruzaram. Um mesclado entre dourado e preto.

Edward não soube reagir de imediato. A vampira a sua frente, sem dúvida alguma era a mulher mais incrivelmente bela que já viu em toda a sua existência. Ela tinha um porte delicado como uma joia ao mesmo tempo que parecia ser resiste e inquebrável como a mesma.

Tentou ler a mente dela, mas uma barreira parecia impenetrável e não escutava nenhum som, pela primeira vez não ouviu nada sequer vindo da mente de alguém o que deixou ainda mais maravilhado.

Isabella o encarava da mesma forma intensa. O homem era lindo, seu cabelo tinha uma definição única de cor acobreado que jamais vira. Era alto, bem alto, a mandíbula definida e com traços firmes dos músculos desenhado sob a fina camada da blusa social que vestia.

Ainda o olhava admirada, nunca tinha se deslumbrado tanto por alguém quando, no entanto, percebeu que ele foi o primeiro a se mover dando um passo em sua direção.

A primeira vontade inexplicável que Edward teve era cumprimenta-la, mas um pensamento raivoso o parou antes de descer a escadaria. Ele não tinha percebido, porém o vampiro ao lado da linda moça tinha os braços entrelaçados ao dela e finalmente a ficha tinha caído em si.

O que ele pensava que estava fazendo? Agora entendia porque o general veio, eles estavam juntos, isso explica o motivo da vinda dele. A jovem a sua frente já era comprometida e ele sem entender muito bem tudo o que sentiu, apenas desejou poder ouvir a voz dela e chegar mais perto.

Um sentimento avassalador que não soube controlar quase fez todos passarem vergonha se caso descobrissem que ele sentiu desejo pela mulher de outro.

‘Tolo’ pensou consigo. Se manteve no lugar limitando apenas em cumprimentar ambos apenas com a cabeça. Uma dor se contraindo no peito, por saber que não poderia se aproximar da forma que desejava.

Nunca tinha se sentido atraído por uma mulher e pela primeira vez quando uma chama sua atenção era comprometida.

Isabella manteve a postura ao perceber que o vampiro a sua frente não se aproximaria para cumprimenta-la. Por um momento se sentiu rejeitada, mas isso não a impediu. Com o queixo levemente erguido, sem querer causar alguma afronta apenas para mostrar que é segura das suas decisões caminhou puxando levemente Jasper ao seu lado subindo as escadas até ficarem uns em frente aos outros.

Isabella sorriu verdadeira cumprimentando Esme com um aceno de cabeça que foi prontamente correspondida.

— Boa tarde, me chamo Isabella Volturi. – Esme acreditou que o sotaque Italiano na fala inglesa combinou bem com ela, dando um charme único nela.

— Olá querida, sou esposa de Carlisle. Esme Cullen. Sejam bem-vindos. – Falou sincera e alegre.

Toda a tensão naquele momento tinha se evaporado. As vezes bastava um simples gesto de palavras que conseguia criar uma harmonia no ambiente.

 Esme se aproximou e deu um leve abraço o que assustou internamente Isabella. Ao longo de todos esses anos não era frequentemente abraçada ainda mais por estranhos. O abraço era quente e acolhedor o que a trouxe um sentimento de paz e ali naquele momento soube que seria fácil gostar de Esme Cullen.

Assim que seus olhos desviaram para o jovem ruivo que tanto lhe chamava a atenção ficando de frente para Edward.

— Boa tarde senhorita. – A voz dele era aveludada e soou como músicas ao seu ouvido.

Isabella estendeu a mão e assim que Edward a pegou levou aos lábios depositando um beijo sem tirar os olhos dela. Ele não conseguia controlar os sentimentos e tê-la ali em sua frente assim que a tocou, ele sabia que estava perdido.

Jasper no momento que viu os dois se olhando, não precisava ter o dom de Marcus para ver o nítido. Os dois eram companheiros e não tinha nada que Jasper pudesse fazer senão sofrer silenciosamente. Edward não conseguiu captar precisamente esse pensamento do vampiro, pois nesse exato instante sua mente focava apenas em Isabella.

Ainda assim era difícil para Jasper controlar o ciúmes. Não conseguiria esquecer Isabella de um dia para o outro, ele até queria lutar por ela, mas se antes já era difícil agora se tornou impossível.

Esme convidou todos para entrar, mas antes Carlisle pediu ajuda ao Edward para tirar as malas do carro. Jasper também se prontificou em ajudar.

Enquanto isso Esme e Isabella entravam na sala a espera deles. Isabella olhou o ambiente a sua volta com uma grande curiosidade, nunca tinha entrado em alguma casa comum apesar de luxuosa, não se parecia nada com o lugar que passou toda a vida em um castelo composta por pedras que formavam suas estruturas.

Ela simplesmente amou o ambiente, o chão era feito de uma madeira fina, uma lareira destacava o meio da sala e grandes janelas deixava o ambiente iluminado. Ao canto quase ao fundo avistou um piano, sem poder controlar caminhou até ele e apertou uma tecla fazendo um som agudo vibrar pelo ambiente.

Isabella sorriu encantada, nunca vira nada igual.

— Este piano é de Edward. – Esme comentou se aproximando da garota enquanto a olhava com um sorriso. – Você devia ouvi-lo tocar, ele é muito bom. – Elogiou ao filho.

— Nunca ouvi algum instrumento clássico. As festas na Itália, são mais bastidas de palmas entrosadas com cantorias enquanto os humanos dançam em voltas segurando grandes canecas de vinhos em mãos.

— Deve ser incrível, ver algo assim.

Isabella olhou para cima e contemplou que a mulher falava sincera e concordou prontamente. Para a jovem ainda era estranho conhecer uma vampira que demonstrava sentimentos amorosos e generosos.

— E é mesmo, deve vê-los enquanto dançam sobre as uvas ao preparo para o vinho. Tudo se torna mais engraçado quando ficam bêbados e tropeçam nos próprios pés. – Isabella deu um pequeno riso. – Isso os torna humanos.

Esme naquele momento percebeu que Isabella não desprezava a vida humana. A jovem era como ela e sua família que zelava cada alma viva naquele mundo. Isabella sem dúvidas, se encaixaria perfeitamente naquele lugar.

Os rapazes adentraram a casa, interrompendo a conversa das duas.

— Com licença querida. – Carlisle apareceu com uma mala enorme carregando em suas mãos. – Você já cuidou dos quartos dos nossos convidados?

— Claro que sim. – Esme falou e olhou em dúvida para o marido. – Eu tinha separado os dois últimos quartos, porém creio que podemos usar apenas o da direita, podemos futuramente ampliar aquele quarto com o do lado para dar mais espaço a eles.

— Como? – Isabella quase engasgou. Os americanos tinham o costume de dividir o mesmo quarto? Ela gostava de Jasper, mas seria estranho compartilhar do mesmo quarto.

Esme a olhou sem entender.

— Caso queira o outro tudo bem, mas achei que vocês iriam preferir que futuramente aumentássemos o quarto para dar mais espaço a você e seu marido.

Naquele momento Isabella abriu a boca pasma. Uma vergonha tremenda a atingiu e certamente se fosse humana seu rosto estaria no mais puro vermelho.

Edward encarava curioso a reação da jovem, ela parecia envergonhada quando olhou desesperada para Jasper.

— Nós não somos casados. – Jasper comentou sério.

— Oh não? – Agora quem fora pega de surpresa era Esme, Edward e até mesmo Carlisle que não tinha conseguido definir se o relacionamento deles era baseado em amizade ou amor.

— Não. – Isabella disse numa voz quase fina, como se aquilo fosse loucura. – Jasper é meu amigo.

Edward não pode evitar do seu corpo vibrar de felicidade. Os sinais indicavam tudo como se fossem um casal, não só ele, mas Carlisle e Esme também achavam então ele não era tão desatento assim.

Pelo visto a vampira não queria nada com o general, mas ao contrário do outro, Edward sabia que ele não estava muito feliz com a ideia, ainda mais com o olhar fulminante em cima dele. O general sabia o que ele estava sentindo, mas como? Se ele não tinha demonstrado nenhuma reação quanto ao comentário de Isabella?

— Eu sinto muitíssimo pelo desentendimento. – Esme se desculpou envergonhada e entendo a reação da jovem.

— Não se preocupe. – Isabella a tranquilizou, se recuperando da vergonha. – Então tudo bem para vocês nos manterem em quartos separados?

— Claro. Se vocês não estão juntos, isso é o ideal.

Eles ainda viviam um costume do qual não era comum deixar um homem e uma mulher se não eram casados dormir o mesmo quarto. Os vampiros ali, eram bem abertos as ideologias e era a favor de muitas coisas que humanos consideravam um escandalo, mas uma coisa ou outra eles ainda mantinham as regras da sociedade que aprenderam.

Imediatamente os rapazes subiram para guardar as coisas. Esme aproveitou o momento para apresentar a casa para Isabella. Que olhava cada mínimo detalhe apaixonada.

Achou apenas que a cozinha era desnecessária, eles não comiam comidas de humanos, mas quando Esme explicou que cozinhava para as visitas, Isabella achava que não se surpreenderia mais.

— Então vocês comem comida humana? – Perguntou descrente enquanto Esme mostrava o segundo andar da casa.

— Na maioria das vezes fingimos que comemos antes deles chegarem ou conseguimos enrolar a comida no prato, mas Edward lê a mente deles quando alguém desconfia, só passamos por isso uma vez e para tirar isso da mente do humano tivemos que comer.

— Edward lê mentes? – Isabella questionou. Carlisle não tinha falado nada a ela e Jasper.

— Sim, achei que sabia. – Esme disse sem importância.

— E você possui alguma?

— Não. – Esme negou e isso não a incomodava. A maioria dos vampiros que Isabella conhecia era obcecado pelos seus dons e sempre acabavam disputando entre eles para ver quem era o mais forte.

As duas adentraram o quarto de Isabella.

— Bom, acho que Edward vai se decepcionar em não poder ler minha mente.

— Esse é o seu dom?

Isabella assentiu enquanto olhava o enorme quarto que continha um banheiro privativo e um closet para guardar as suas roupas.

— Tenho um escudo que me protege de qualquer dom mental. Agora os físicos, podem me afetar normalmente. Eu até consigo bloquear, se envolver meu escudo no cérebro de alguém eu consigo tirar todos os sentidos das pessoas isso inclui seus dons, essa parte se assimila muito ao dom de Alec Volturi, mas exige um esforço e uma concentração enorme. O dom de Jasper, por exemplo, que é saber o que as pessoas sentem além de controlar suas emoções é algo físico, então ele constantemente está mudando o humor das pessoas próximas a ele quando vê a necessidade e isso afeta normalmente a mim, mas se eu bloquear a mente dele com meu escudo, o dom dele deixa de funcionar. Ainda assim é mais fácil envolver meu escudo envolta e proteger nós de ataque mental que me focar em uma pessoa e proteger de ataque físico.

Por mais que não era do direito de Isabella contar sobre o dom do Jasper e sim o próprio a fazer, dessa vez ela não viu problema nisso. Não tinham nada a esconder desses vampiros, eles se tornariam uma família e começar um relacionamento a base de mentiras é fácil de ser quebrado a confiança.

— Você se surpreenderá ao saber que Edward detesta ler a mente dos outros. Ele não consegue controlar, não existe um mecanismo que ele pode desligar. Meu filho vai se sentir muito bem ao seu lado, ficar perto de alguém que ele não precisa ouvir a mente.

Isabella pensou por um momento.

— Acho que posso ajudar ele com isso. – Falou olhando para cima enquanto ampliava seu dom para todos os moradores daquela casa.

Antes que Esme perguntasse o que ela queria dizer com isso. Elas ouviram passos pela escada e logo Edward apareceu na porta do quarto suas mãos estava no bolso da calça. Ele inclinou o corpo encostando no batente da porta.

— Desculpa interromper. – Ele disse com os olhos brilhando para Isabella. – Mas isso o que fez é simplesmente perfeito.

 Edward estava admirado. Pela primeira vez desde que se transformou em vampiro ele não ouviu nenhum sinal das mentes com tanta gente por perto.

Era algo único e magico.

— Se achar que estou invadindo seu espaço posso tirar.

Edward arregalou os olhos e adentrou o quarto.

— Não, por favor, não faça isso, eu imploro. – Disse sinceramente. – Você simplesmente me deu o que eu sempre quis.

O jovem achou que não podia se encantar mais por ela, mas estava enganado. Ele tinha a plena certeza que Isabella só traria alegria em sua vida.

— Não exigirá muito de você se expandir seu dom? Não quero que se desgasta ou fique vulnerável por causa de mim. – Ele questionou.

— Não se preocupe. Tive muitos anos de pratica, consigo fazer isso com naturalidade.

Isabella ficou feliz por saber que era capaz de ajudar Edward de alguma forma e ficou entusiasmada que ele a olhava de uma maneira terna. Conseguiu finalmente ser útil em algo assim que chegou.

— É... – Esme pigarreou sorrindo discretamente quando percebeu que um não parava de olhar para o outro. Pelo visto finalmente seu filho tinha encontrado alguém que chamasse sua atenção. – Edward, porque não leva Isabella e os demais para caçar. Todos estão famintos.

— Claro. – Edward olhou para a mãe e nada veio da mente dela. Isso era muito bom para ele. – Nas reservas daqui tem muitos ursos, acho que você vai gostar do sabor. – Comentou encarando os olhos negros de Isabella. Talvez um não fosse o suficiente e ela precisaria de mais um e pelo menos um cervo ou dois.

— Ótimo. Vou apenas me trocar e encontro com vocês lá embaixo.

Ambos saíram para dar privacidade a Isabella. A garota foi até sua mala em busca de uma roupa mais confortável.

Agachada no chão e com uma muda de roupas na mão. Isabella sorriu com a lembrança do primeiro momento que olhou para Edward. Ela encostou a roupa no nariz, ainda não entendia bem o que estava sentindo, mas não queria parar de sentir, era algo que ela jamais tinha experimentado e ela estava disposta a conhecer o desconhecido.


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