Aprendendo com a eternidade escrita por Beatrice Raimandes


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Ola leitores lindos!!

Este capitulo será dedicado especialmente para a querida leitora Poly Cullen pela sua incrível recomendação!! São recomendações e comentários que anima o escritor continuar as historias, então deixe sua opinião, eh importante para nós rsrs

Boa leitura



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Capitulo 4

Anos 1928.

Carlisle estava sentado no seu escritório em suas mãos encontrava-se uma carta com uma escrita elegante feito à mão.

Sua mente vagou no passado distante. Ele se lembrava exatamente  de todos os dias que passou em Volterra e o motivo do pedido da carta ele não tinha dúvidas que Aro estava precisando mais uma vez da sua ajuda. Foram naqueles tempos, justamente aquela garota morena que deu esperanças a ele e graças a convivência com ela, seus conceitos mudaram e assim construiu uma família linda.

O vampiro centenário sempre acreditou que ensinou muito a Isabella, mas fora ela que ensinou muito a ele. A sorte dele era que falava italiano e Isabella entendia unicamente sua língua natal. Carlisle lembra dos dias difíceis que passou tentando convencer a vampira acordar do seu estado petrificado, se lembrando nitidamente da primeira reação dela por ele.

A primeira vez que ele a viu, marcaria para sempre suas memorias. A forma que ele a encontrou presa nas masmorras, foi uma cena um tanto perturbadora. Ao abrir a porta que a trancava do outro lado ele deparou com um corpo deitado ao chão, o cabelo castanhos extremamente comprido cobria todo o corpo e passava um pouco além dos pés. Foi se aproximando que ele então conseguiu enxergar a pele dela. Parecia que tinha apenas uma fina camada de pele mais branca que a neve cobrindo os ossos, conseguiu vislumbrar uma breve parte do rosto seco, se ele não soubesse que era uma vampira, diria que era uma múmia que foi recentemente retirada de algum sarcófago, contudo nada o preparou, para o que viu na frente dela. Aro não tinha comentado sobre ter de fato o esqueleto de uma criança na frente da vampira. Ele tinha comentado sim, sobre a criança que ela matou, mas não que ela a tinha carregado e se trancado ali com ela.

Ninguém ousou tocar nos ossos, enquanto ela estava ali.

Quando Carlisle uma vez se aproximou para tocar e testar alguma reação de Isabella. Jasper o segurou pelo braço e apenas negou com a cabeça olhando em direção a Isabella que não tinha se mexido nenhum milímetro. Carlisle soube só mais tarde naquele dia por Jasper que os sentidos de Isabella começaram a acelerar e pelo que sentia coisa boa não viria dali, foi naquele momento que Carlisle se perguntou quão poderosa Isabella era para até mesmo assustar o general dos Volturis?

Nos primeiros dias ele sentava ao lado dela e ficava horas em silêncio, esperando um mínimo gesto que ela pudesse fazer, e por um momento acreditou que ela podia estar morta. Nem mesmo tocando nela ou Aro falar em um monólogo, Isabella não reagiu, mas Jasper tinha garantido que ela estava viva e sentia suas emoções tanto que ele deseja ficar o mais longe possível, por serem intensos e sofridos demais. Finalmente após alguns dias que ele estava lá sentado de frente dela que acreditou ser o momento certo de contar como ele tinha sua alimentação “vegetariana” apelidado pelos outros vampiros. Naquela exata conversa Isabella tirou os olhos dos ossos e o olhou pela primeira vez, mesmo que seus olhos estivessem com toda a orba ocular escurecidos e opacos, ele criou uma pequena esperança e a agarrou como se sua vida dependesse disso.

Aos poucos um processo que teve de admitir ter sido bem lento, mas que aos poucos Isabella foi reagindo as histórias dele. O belo vampiro foi implementando a ideia de que Isabella poderia ter um auto controle se alimentando da mesma dieta dele. Contando sua história e como sua profissão ajudava o mundo humano, conseguindo enfim, aos poucos conquistar a confiança e a fascinação de Isabella até o ponto que ela cedeu e decidiu tentar se alimentar da mesma forma.

Jasper um dia a pedido de Carlisle carregava o corpo do urso marrom sobre os ombros e trazia mais um arrastando pelo chão, até a cela da vampira que tanto sentia curiosidade. Já o general não ficava muito tempo próximo deles, sempre se mantendo o mais afastado possível, mas dessa vez ele teria que ficar ao lado e usar seu dom para ajudar conte-la caso ela saísse do controle.

Carlisle escutou a respiração funda do outro atrás da porta de madeira e decidiu abrir imediatamente dando um sorriso que sabia ter incomodado o general. Sabia que o general não conhecia a paz e bondade dos outros, então sentimentos novos assim como de Carlisle era estranho para ele.

— Ah ai está, muito obrigado Sr. Hale. – Deu espaço para a entrada do vampiro de cabelos compridos na altura do ombro. Jasper apenas adentrou aquele quarto e se arrepiou ao ver os ossos da criança intocados ao lado da vampira que agora se encontrava sentada apoiada contra a parede.

Isabella parecia não teme-lo por sua aparência, assim como ele não temia pela forma que ela se encontrava e, supostamente se algum humano a visse nesse estado deplorável dela, a compararia com algum conto de fantasmas e assombrações das historias de terror que eram contadas para criancinhas antes de dormir.

Ele se aproximou sob seu reciproco olhar avaliativo e agachou colocando os dois ursos na frente dela. Carlisle olhava tudo com a atenção e agradeceu por Jasper ter atendido ao seu pedido em trazer os animais já mortos. Não seria bom Isabella matar logo de cara sendo que ela ainda estava em um processo de recuperação.

Jasper deu espaço e se posicionou atrás de Carlisle pronto para qualquer ação. Isabella ficou por longos minutos encarando com a respiração trancada os enormes ursos na sua frente. Os animais tinham pelo menos duas vezes o seu tamanho. Ela estava com medo, Carlisle sabia disso, mas acreditava nela e que daria certo. Por um breve momento finalmente quando ouve a troca de olhar entre eles, Carlisle tentou demonstrar todo seu carinho e confiança a ela.

Isabella se rendendo enfim soltou a respiração e inalou o cheiro do sangue animal. Todos esses anos ela estava afastada de qualquer tipo de cheiro de sangue e o cheiro desse animal após tantos séculos era como o cheiro mais suculento que ela tinha sentido na vida. Sua garganta queimou como se chamas em brasa estivesse escorrendo por dentro. Seus sentidos se aguçaram e a única coisa que ela enxergou foi sua presa ali de bandeja. Seu raciocínio sumiu e vagarosamente como instintos felinos se aproximou pronta para o bote. Mesmo com o corpo esquelético, ela tinha potencial para ser letal.

Os dois estudaram os movimentos dela, tinham a impressão que algum membro do corpo da jovem iria se partir a qualquer instante com um leve excesso de força que fizesse.

Como se estivesse hipnotizada pelo seu alimento assim que se aproximou liberou seus instintos avançando diretamente no pescoço do animal. Infelizmente não teve exito por tanto tempo. Ela começou tomando o néctar apenas pelo pescoço, porém a ânsia aumentou em querer mais em um curto período de tempo. Ela enfiou as mãos no estomago do outro urso estripando e tomando o sangue dos órgãos.

A bagunça foi inevitável. Isabella estava ensopada de sangue e a sua volta também. Carlisle olhava impressionado como a pele dela aos poucos foi ganhando volume, o tom embranquecido da cor ainda era presente. O corpo mesmo ela estando de costas para eles era nítido as formas surgindo rapidamente e dando uma aparência viva para ela.

Carlisle e Jasper não intervieram, apenas quando o sangue foi acabando Jasper teve que agir com seu poder e controlar o desejo além do sangue contra a vampira. Isabella rosnou e balançou a cabeça sentindo que não estava conseguindo controlar os sentimentos. Ela parecia em conflito querendo mais e ao mesmo se sentindo empanturrada. Sentiu finalmente a presença de outros ali com ela e temeu que eles fossem tirar dela o restante do alimento.

Com um movimento repentino e gracioso Isabella girou na direção deles e se agachou pronto para ataca-los. Carlisle assim como Jasper se desnortearam um pouco com a beleza agora visível dela, não se parecia nem um pouco com a vampira esquelética de minutos atrás. A beleza dela era linda a pele extremamente branca estava delicadamente esculpida como se fosse porcelana. Bochechas bem acentuadas e maxilar rígido. Os olhos ainda continuavam negros, e os lábios agora carnudos estavam vermelhos pelo sangue. O cabelo castanho que atingia o chão encharcado tinha ganhado brilho. Carlisle se perguntava internamente assim como Jasper, como pouco sangue conseguiu dar forças a ela incrivelmente em poucos minutos?

Jasper estava pronto para luta quando Carlisle estendeu a mão na sua direção pedindo que parasse. A partir daquele momento ele se aproximou e com suas palavras sabias junto do dom de Jasper trouxe aos poucos a consciência da Isabella de volta, claro que antes disso ouve uma pequena briga entre ela e Jasper que até chegaram rolar pelo chão. Naquele mesmo dia quando tinha consciência sobre os próprios atos dirigiu pela primeira vez a ele com um sotaque forte italiano ‘Grazie’(obrigada) a Carlisle.

A partir de então as coisas foram se progredindo e Isabella foi aos poucos criando confiança em Carlisle começando com pequenos diálogos italianos até tomar uma decisão simples que a fez finalmente se libertar dos fantasmas do passado.

Carlisle convenceu Isabella de enterrar o corpo da garotinha, dizendo que ele precisava descansar e assim ela também enterraria sua dor e poderia finalmente viver e tentar fazer o bem. No tumulo da garota onde se encontrava na colina das terras pertencentes aos Volturis, Isabella construiu um pequeno jardim feito das mais variadas belas flores e aquele lugar se tornou seu novo refúgio.

Carlisle voltou os pensamentos na atualidade no momento que decidiu que devia partir de Volterra, pois sabia que sua hora tinha chegado, tinha aprendido tudo que buscou atrás de conhecimentos e ele precisava seguir em frente. Mesmo com o coração partido ele deixou a garota que tanto se encantou para voltar a sua vida antiga e seu amor em salvar vidas humanas.

Isabella foi muito madura naquele momento delicado, ela apenas sorriu e com todo o carinho que aprendeu com ele o incentivou a seguir seu sonho. O vampiro se sentiu um menino naquele momento, pois não queria se separar dela, mas Isabella não se sentia preparada a enfrentar a vida mundo a fora e segui-lo em uma jornada.

Agora ele se encontrava em uma vida com uma mulher que a ama muito e um rapaz que o considerava um filho. Foi graças a Isabella que ele permitiu salvar essas vidas e lhe dar a si próprio uma chance de ser feliz.

Sua decisão já estava tomada e ele daria o comunicado a sua família o mais rápido possível. Carlisle saiu do seu escritório apenas no final da tarde quando Edward adentrou a casa.

O filho encontrou seu olhar, lendo seus pensamentos e ficando a par da situação sem antes do pai anunciar a notícia. Edward era um belo homem mesmo tendo a idade de 17 anos aparentava ter em torno dos 20 anos.

Por 10 anos ele se revoltou e atacou diversos humanos. Tentando achar uma dignidade em matar e se alimentar de assassinos ou estupradores como um motivo para justificar seu fracasso. Aos poucos ele foi tendo consciência que tinha se tornado em um monstro pior que aqueles que matava. Desde então ele foi recebido por aqueles que considerava seus pais de braços abertos e recebido total apoio deles para se tornar alguém melhor.

Uma vez Carlisle contou a eles sobre Isabella e tinha visto em suas memorias a mulher mais linda que já conheceu e para ele a imagem de Isabella seria apenas uma das memorias de Carlisle, no entanto ele não fazia ideia de que tudo estava prestes a mudar.

Carlisle chamou Esme e os três se sentaram. Carlisle se sentou na poltrona para assim poder ficar de frente de Esme sentada no sofá e Edward sentado no pé da escada.

Ele tinha a carta em suas mãos e a ergueu na frente de ambos.

— Recebi uma carta de Aro Volturi. – Comentou recebendo os olhares arregalados da esposa. – Ele fez um pedido para visita-lo e ajuda-lo.

— Ajudar? – Esme franziu o cenho para Carlisle antes de finalmente os olhos caírem em compreensão. – Seria algo sobre Isabella Swan?

Esme não sentia ciúmes da garota que tanto admirou por dar a volta por cima depois de tantos anos de sofrimento, mas ela temia que os reis não quisessem deixar Carlisle livre assim que pisasse Volterra, exigindo favores dele.

— Não vejo outro motivo. Eu sinceramente não faço ideia de como está Isabella, mas se ele está mandando uma carta para ir visita-lo e a Isabella, certamente as coisas não devem estar tão boas assim... – O vampiro encarou sua esposa. – Aliais é Princesa Volturi.

Esme piscou os olhos perplexa.

— Princesa Volturi? Você nunca mencionou que a garota é a princesa de Volterra.

Carlisle estava tão confuso quanto ela.

— Acredite, eu também não sabia. Aro deve ter dado o título pra ela em algum momento depois da minha partida, pois nunca a ouvi ser mencionada assim.

— Então você precisa mesmo ir? – Perguntou aflita, contudo jamais impediria seu marido de fazer algo que achava ser certo.

— Sim. Eu prometi a Isabella que eu voltaria se ela precisasse de mim algum dia. Pelo visto esse dia chegou.

Esme se levantou do sofá e se ajoelhou em frente ao marido que tanto amava. Pegou em suas mãos e o olhou amorosa.

— Pode contar com nosso apoio querido. Estamos aqui para o que precisar.

Carlisle sorriu sereno e levou as mãos da amada até a boca dando um breve beijo cheio de amor.

— Eu sei, por isso começarei a agilizar as coisas no hospital o mais rápido possível antes da minha viagem.

— Carlisle. – Edward finalmente se pronunciou dando seu sinal de vida. Ele estava sentado no penúltimo degrau da escada as mãos unidas sobre o joelho enquanto avaliava analiticamente. – Não gostaria que um de nós fossemos com você?

— Não se preocupe, eu acredito que não ficarei mais que algumas semanas. – Ele sorriu transparecendo serenidade, porém em seu íntimo Edward sabia que sua preocupação era trazer Volturi até sua família e também não controlar o tempo tendo que se estender mais ausente do que planejado deles.

O jovem vampiro fitou os olhos do mais velho e gostaria de contraria-lo, mas ainda era jovem e 10 anos nessa nova vida, ainda lhe tornava um recém transformado. Principalmente ele devia total credibilidade ao outro, chegou em casa a pouco tempo depois de se rebelar. Ele sem dúvidas se sentia o mais fraco ali.

Após tudo esclarecido. Antes de subir as escadas, Carlisle tocou no ombro de Edward e deu um leve aperto para conforta-lo e, assim seguir seu caminho até o quarto.

Os dias se passaram rapidamente. O movimento de vai e vem e o vento forte fez com que Carlisle mais uma vez ajeitasse o chapéu em sua cabeça antes de seus olhos notarem a primeira imagem das montanhas a frente.

A grandiosa Itália. O país que guarda seus verdadeiros tesouros tipicamente etrusca composta por velhas muralhas construídas na idade média. Aquele lugar continha tanta história além de ser belíssimo. Aproximadamente 1 hora dali de Cecina onde ele desembarcaria do navio, chegaria em Volterra.

Os carros ultimamente estão sendo desenvolvidos para serem mais rápidos e esse carro que veio buscar ele sem dúvida foi fabricado nesse ano. Um homem segurava um cartaz com o nome dele na área do desembarque do navio.

O dia estava nublado o que fez o vampiro franzir o cenho ao ver que quem dirigia o carro era apenas um humano. Riu internamente com os Volturis usando um humano para fazer seus serviços.

Conforme se aproximava de Volterra e ao longe conseguia avistar o castelo uma pontada de medo atingiu seu interior. Quando Carlisle era sozinho ele desejava vir mais uma vez para essa cidade e reencontrar Isabella que se tornara uma amiga especial, contudo após construir sua própria família agora com uma esposa e um filho esse sonho foi deixado de lado e ousava dizer que por um momento desejou nunca mais voltar pela segurança da sua família, mesmo que isso custasse dolorosamente não ver mais Isabella.

As circunstancias, no entanto nesse momento eram outras e ele sabia que Aro só chamaria sua presença se algo realmente preocupante tenha acontecido. Se agarrando nessa preocupação ele tinha certeza que sim, ele faria de tudo para ajudar Isabella.


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