Aprendendo com a eternidade escrita por Beatrice Raimandes


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, mas já esta ai o capitulo novo e fresquinho!!

Boa leitura



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Capitulo 3

Anos 1850.

Aro mantinha seus olhos fechados. Seus pensamentos vagaram mais uma vez depois de tantos anos sem se lembrar dela e então em sua mente veio a imagem do dia em que Isabella tinha retornado ao castelo.

Ele não precisou de nenhuma palavra dos seus subordinados, bastou apenas tocar na mão estendida de Demitri para ver tudo o que precisava saber.

No primeiro instante ficou chocado ao descobrir que Isabella trouxe uma criança morta consigo, mas resolveu não intervir por hora. Isabella acordou em total plena consciência para ver o que era capaz de fazer e Aro temeu que aquilo a prejudicasse emocionalmente, mas acreditou que assim que chegasse a ânsia pela sede a vampira se tornaria de volta quem era e se tornaria rebelde mais uma vez brigando pelo sangue até que eles a pudessem a conter como sempre. Contudo o que ele tanto esperava nunca aconteceu, Isabella não se rebelou ou demonstrou qualquer tipo de emoção depois da morte da criança.

Por um momento temeu ter perdido seu maior troféu. Alguns séculos atrás ordenou que alguns vampiros fossem até ela e retirasse a criança dela. Um grande erro ele teve que admitir, pois todos os seus vampiros foram mortos. Inclusive Afton com seu dom de invisibilidade tentou tirar a criança de lá e não teve nenhum resultado.

Teve perda de bons vampiros e a partir daquele dia não soube o que fazer com Isabella. Aro era obcecado com ela a ponto de nem mesmo entrega-la para morte, isso se tivesse alguma chance. Ele preferiu mantê-la presa até encontrar uma alternativa.

Durante esses séculos decorreu mais três guerras e nenhuma delas Isabella participou. Graças a aquisição de Jasper como novo general ganharam todas, mas o sucesso teria sido bem maior se Isabella estivesse presente.

Ele ia todos os dias visita-la, até finalmente ver que era inútil. Ficava olhando-a deitava no chão por longos minutos sem receber um movimento sequer dela em troca. Não existia mais a carne da criança, o passar dos séculos fez a decomposição transcorrer seu ciclo natural deixando apenas os ossos no lugar. A última vez que ele a visitou faz pelo menos uns 70 anos e quase se esqueceu dela quando do nada veio essas lembranças.

Ele acreditou que a tinha perdido até hoje quando Jasper se aproximou fazendo uma reverencia diante dos três reis.

— Meu senhor. – Jasper ainda tinha o mesmo corte de cabelo nas alturas do ombro. O vampiro tinha se tornado o mais habilidoso presente depois de tantos séculos de lutas. – Vocês têm visitas.

— Visitas? – Aro sussurrou curioso, não eram de receber muitas visitas, nem se lembrava ao certo quando foi a última vez que recebeu uma. – Mande-o entrar. – Pediu polidamente.

— Sim, senhor. – Jasper se endireitou em uma postura ereta e se virou na direção das portas consentindo com a cabeça para que os vampiros abrissem as enormes madeiras grossa e de fina elegância.

Um vampiro com grande classe atravessou o salão. Ele andava como um lorde, seus cabelos loiros estavam penteados milimetricamente para trás, apesar da postura elegante ele não parecia ser arrogante e sabia exatamente qual era seu lugar. Ele não era do tipo que desejava riquezas ou poder, mas queria ter a oportunidade de conhecer os reis da sua espécie e entender um pouco mais da governança.

Algo em particular chamou não só a atenção de Aro e sim também dos outros reis. Os olhos daquele vampiro transmitia um dourado liquido brilhante. Uma cor de ouro derretido totalmente controverso dos olhos escarlates dos demais vampiros ali.

Como um lorde, o vampiro se aproximou e se reverenciou.

— Meu senhores. – Disse diplomaticamente com seu nítido sotaque londrino.

Aro se levantou do trono e sorriu ainda curioso com os olhos dourados que o fitavam com uma paz que nunca viu antes em um vampiro.

— Seja bem-vindo, senhor... – Deixou as palavras no ar para o jovem rapaz a sua frente completar.

— Cullen. Carlisle Cullen. – Sorriu o loiro impecavelmente belo.

Aro desceu os cinco degraus onde ficavam os tronos e caminhou em direção ao vampiro. Os demais vampiros da guarda se posicionaram observando analiticamente o vampiro desconhecido caso tentasse alguma coisa. Jasper se permaneceu em alerta se mantendo imediatamente três passos atrás do seu rei.

O Sr. Cullen era um dos mais sábios ali e analisou detalhadamente o comportamento de cada um ali. A última coisa que ele gostaria era causar qualquer má impressão que pudesse. Ele foi até ali em busca de conhecer mais sobre as leis vampiras e quem melhor que os próprios reis explicar o mundo a ele, também estava em busca de uma vida de monarca por um curto período se assim os reis permitissem sua breve estadia.

Carlisle abaixou os olhos e viu Aro estender a mão na sua direção. Ele já tinha ouvido falar sobre o fabuloso poder do Senhorio a sua frente e por mais que não tivesse nada a esconder por um milésimo de segundo se sentiu preocupado com a possibilidade de todas as suas memórias serem absorvidas por outra pessoa, porém prontamente estendeu a mão tocando a de Aro permitindo que visse todas as lembranças que se recordava.

Os olhos de Aro se desfocaram por alguns segundos a mente em outro lugar e assim que seus olhos voltaram a focar o momento real.

Abriu um largo sorriso.

— Fascinante. – Falou deslumbrado e sua cabeça começou a trabalhar a mil criando pela primeira vez na sua eternidade uma expectativa que encontrara as soluções do seu problemas.

Aro se virou aos irmãos e mostrou um sorriso iluminado.

— O Lorde Cullen é uma criatura com os princípios totalmente controversos da nossa espécie. Lidando sabiamente com autocontrole todos os dias.

Caius se remexeu em seu trono e levou a mão no queixo apoiando seu braço no braço do trono enquanto fazia uma perfeita pose de meditação soberba. Marcus se manteve apático como sempre.

— O que quer dizer sobre isso? – Questionou o rei tirano.

— Permite que eu conte brevemente sobre ti aos meus irmãos? – Não que Aro precisasse de sua permissão, mas o fez mesmo assim para manter a cordialidade e o respeito.

— Claro, meu senhor. – Carlisle respondeu sereno.

— Este vampiro tem seus próprios ideais e assim que se transformou abominou a ideia de ser um vampiro. Lutou contra si mesmo e a sede de sangue até descobrir que podia viver bebendo apenas de sangue animal.

— Sangue animal? – Cuspiu Caius como se tivesse nauseado. – Por que beber de um liquido repugnante se pode tomar a melhor procedência de um vinho?

De fato. O sangue animal nunca atraia os vampiros o cheiro de sangue era asqueroso e eles não cogitavam de provar. Os presentes seguraram os risos para eles por conta desse episódio consideravam Carlisle fraco nem imaginando que ele era o mais forte ali por ser o único a conseguir esse feito.

Jasper fora o único vampiro que não desmereceu o novo inquilino. Pela primeira vez ele ouviu sobre uma alternativa ao invés de beber sangue humano. Segurou a vontade de suspirar se tivesse forças ao menos para conseguir isso, jamais sofreria novamente com os sentimentos impactantes de dor, horror, angustia e vazio dos humanos toda vez que ele absorvia para si enquanto tomava até a última gota de sangue.

— Sim, não negamos a nossa vontade de beber, mas este senhor por beber apenas do sangue animal tem um auto controle formidável que o permite a viver diariamente entre os humanos.

— O que? – Caius disse perplexo. Nunca antes existiu antes um vampiro que conseguisse viver constantemente com os humanos. – Os humanos sabem sobre nossa existência?

Se os demais vampiros ali achavam Carlisle um pobre coitado ali tiveram que engolir o amargor dos próprios pensamentos.

— Não. Absolutamente não. O Sr. Cullen permanece de tempos em tempos em cada lugar antes dos pobres mortais desconfiarem que ele nunca envelhece e tem algo mais profano nisso tudo. – Aro parecia mesmo deslumbrado com a forma de viver do vampiro que estava a sua frente. Apesar de reconhecer que jamais viveria como o outro reconhecia o mérito deste. – Ele não só vive com os humanos como é um médico que salva frequentemente essas vidas humanas.

Caius rosnou.

— É algum tipo de piada? Tu zombas da nossa espécie se tornando um vampiro vegetariano e não satisfeito brinca de Deus?

Caius estava furioso. Ele sentia que o vampiro na sua frente era uma piada para a sua espécie, apesar de admitir que era autocontrole que nunca jamais aqui iria conseguir e desejava tentar, pois já saberia do resultado fracassado, mas também não podia permitir correr o risco do vampiro falhar uma única vez e se expor a todos do mundo dos humanos.

— A partir desse momento o Sr. Cullen é meu convidado por tempo indeterminado. – Aro disse autoritário enquanto andava em direção aos seus irmãos de consideração. – Se alguém aqui ofender a ele, estará ofendendo diretamente a mim.

Aro virou em direção a uma vampira no canto ao fundo da sala oval e a chamou.

— Heidi, leve o Sr. Cullen ao seu novo aposento. – Acenou com a cabeça para Carlisle. – Se sinta como fosse a sua casa.

O vampiro loiro se reverenciou. Ele temeu Caius e o que ele pudesse fazer a ele caso Aro não tivesse se intrometido. A única coisa que ele gostaria era aprender mais sobre a realeza vampira e não causar confusões e atritos entre eles.

Aro se voltou aos seus irmão, assim que Carlisle tinha saído.

— Meus queridos irmãos temos um assunto a tratar imediatamente.

...

A ideia de Aro era simples, porém dessa vez tinha uma chance de obter sucesso. Caius não ficou contente e temeu que todos poderiam sofrer as consequências. Contudo depois de longo tempo discutindo sobre o assunto, eles chegaram em um consenso.

Aro tinha visto muitas lembranças e pensamentos para saber que Carlisle era um homem integro, então poderia confiar nele com seu maior bem precioso.

Os dias tinham se passado e Carlisle estava deslumbrado com cada assunto que aprendia. Os vampiros da guarda Volturi podiam ser bárbaros opressores, porém com a idade que cada um ali tinha eram ricos em conhecimentos históricos ou culturas.

Dessa vez em particular Carlisle estava em frente da porta que dava para uma biblioteca particular. Ele fora convocado nessa manhã e assim que recebeu o recado foi diretamente no local combinado. Bateu na porta duas vezes e sem delongas a porta foi aberta por Jasper que deu espaço imediatamente para ele entrar.

Carlisle adentrou pela primeira vez no local luxuoso. Com moveis de madeira e detalhes como a moldura do espelho feita por ouro puro fez o vampiro novo de idade comparado com os dois ali dentro olhar cada mínimo detalhe e lógico que seus olhos atrevidos leram rapidamente alguns títulos dos milhares de livros empilhados na estantes que tinha ali.

— Se interessou por algum? – Aro rompeu o silêncio fazendo com que Carlisle o olhasse imediatamente. Jasper por sua vez já estava posicionado devidamente como um soldado atrás de Aro.

Na primeira vez que Carlisle reparou em Jasper viu marcas de mordida de vampiros espalhados por todo seu corpo dando um visual naquele general tão sombria como era sua personalidade.

— Vários devo confessar. – Respondeu tranquilo. Carlisle tinha uma forte sabedoria de se manter calmo independentemente da situação, talvez fosse por isso que Jasper achava fácil ficar na presença em frente ao Cullen. – Muitos desses livros não reconheço pelo títulos.

— Realmente não os conhece. – Aro confirmou. – Esta sala é exclusiva de algumas obras únicas.

Carlisle arregalou os olhos impressionado. Ele simplesmente amava leituras e fazia questão de escrever cada detalhe que descobria sobre os passados para que jamais fossem esquecidos na poeiras do tempo.

— Se desejar tem a minha permissão para ler o que lhe interessar.

Carlisle concordou animadamente a imaginação já aflorando com os livros que leria durante a maior parte das suas horas disponíveis.

— Ótimo. – Aro disse sorrindo. Suas mãos estavam segurando uma na outra atrás da sua costas mantendo sua postura perfeitamente ereta digna de um rei. – Mas não foi por isso que eu chamei-o até aqui.

Carlisle imaginava isso, mas não o interrompeu.

— Você é um vampiro diferente de qualquer um que já conheci em toda a minha existência. Um nobre com princípios e valores, além de ser o único que tem um autocontrole de dar inveja a qualquer um sem mencionar o não menos importante é um doutor com uma destreza rico em sabedoria da medicina. – Aro pontuou as principais característica do vampiro a sua frente. – Por isso eu gostaria muito da sua ajuda.

— Minha ajuda? – Carlisle questionou confuso.

— Sim. Acredito que você seja o único que pode me ajudar com alguém. Se você não for capaz, acredito que ninguém mais será.

— E quem seria essa pessoa?

— Minha maior preciosidade. Isabella Swan.

Carlisle franziu o cenho confuso. Não se lembra de ter conhecida nenhuma Isabella Swan pelo castelo.

— Desculpe a pergunta, mas quem é ela e como eu poderia ajuda-la?

Aro manteve o semblante sério e caminhou em direção a enorme janela que dava diretamente para o enorme jardim secreto, impecavelmente belo. Ali ele fitou suas rosas vermelhas como sangue e contou para Carlisle quem era Isabella Swan. Explicou desde seus primeiros anos de vida, sua força, os seus surtos de descontrole por isso mantida aprisionada e por fim detalhes da sua última fonte de alimentação e como isso a mudou completamente.

— E você acha que eu possa salva-la? – Carlisle estava chocado em descobrir que existe uma vampira extraordinariamente poderosa, porém que passou praticamente toda sua eternidade prisioneira da sua própria dor. Ele não sabia dizer com certeza se podia mudar algo. A vampira estava séculos presa em uma depressão que talvez não fosse simples assim ajuda-la.

— Você é minha última esperança. – Aro suspirou e fechou os olhos permitindo que o cansaço de séculos de responsabilidade pesasse sobre seus ombros. – Talvez você possa ensina-la a prender a se alimentar de sangue animal, eu acredito que isso a ensine controlar sua sede de sangue.

— Eu não sei... Eu acho que não conseguiria. – Carlisle falou preocupado balançando a cabeça.

— Eu lhe imploro. Você é um médico, o único capaz de tentar entende-la e ajudar. Por favor. – Aro se virou abruptamente seus olhos demonstravam o quanto ele precisava de uma esperança. Carlisle fitando diante daqueles olhos sofridos sem entender o motivo aceitou como se tivesse algo que o impulsionasse a isso. Aro sorriu agradecido. – Jasper te ajudará em tudo que você precisar.

O general arregalou os olhos. Ele não fazia ideia que seria posto no meio dessa loucura toda. Ele se lembrava exatamente da única vez que viu Isabella como se tudo tivesse acontecido ontem. Acreditava sinceramente que Isabella não tinha salvação, mas ele não contestaria uma ordem de seu rei.

— Como ele pode me ajudar? – Carlisle olhou com curiosidade para o general.

— O Sr. Halle tem um dom capaz de controlar as emoções de qualquer vampiro e uma vez ele conseguiu usar seu dom em Isabella, tenho certeza que vocês dois juntos podem salvar minha querida Isabella.

Carlisle encarando Jasper pela primeira vez nos olhos deixou que uma esperança surgisse dessa ideia toda. Talvez, apenas talvez ele tinha uma chance de mudar a vida da Isabella.

— Creio que podemos tentar, mas não posso garantir que vamos concluir essa missão com hesito.


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