Surpresas do Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 7
Uma proposta irrecusável.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, voltei!
Espero que gostem do capítulo!
BOA LEITURA ;3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/792625/chapter/7

    Analu

  

    Eu passei em frente à livraria onde Alex trabalhava pela quarta vez na última meia hora. As pessoas que estavam ali perto deviam, a essa altura, achar que eu pretendia roubar a loja.

  Eu tinha tomado a decisão de voltar ali depois de toda a minha confusão na sexta apenas para me desculpar outra vez e finalmente devolver o moletom de Alex que por acaso ainda estava comigo. Por que no sábado eu não me lembrei de entregá-lo ao dono.

  Ainda me lembrava do nosso encontro, ainda me lembrava do sorriso de Alex, do cheirinho de Tommy. Ainda me lembrava de estar a centímetros do meu Bad Boy e querer desesperadamente beijá-lo. Lembrava-me de tudo e isso tinha me corroído durante todo o fim de semana. Por que eu queria mais, só aquilo não havia sido o suficiente. Não mesmo. Nem por um segundo.

  No início eu achei que não tivesse chance, vai ver Alex e a mãe de Tommy eram um casal feliz construindo uma família, mas então ele me disse, meio relutante que ela já não estava mais aqui, aquilo me deixou muito surpresa, a ideia de uma garota que eu imaginava ser jovem como eu e não poder ver o próprio filho crescer me deixava mal, por que eu mal conhecia Tommy e já estava apaixonada por ele, então imaginar que ela, fosse quem fosse, tinha sido privada de algo tão importante era doloroso, principalmente por que isso significava que Tommy também não teria esse amor tão importante que era o amor de mãe. Eu não conseguia nem imaginar isso por que minha mãe, ainda hoje era uma das minhas melhores amigas.

  Suspirei frustrada abraçando o moletom e relembrando o cheiro de Alex, eu era patética parada ali sem saber se devia entrar ou não. Meu expediente com o meu chefe chato havia acabado há meia hora e desde então eu estava rondando o trabalho de Alex.

  - Desde quando você é tão covarde, Analu? – perguntei a mim mesma e vi uma mulher que passava na calçada ao meu lado me olhar curiosa. Senti as bochechas corarem e decidi entrar de uma vez.

  Assim que pisei na livraria um vendedor apareceu. Eu tinha quase certeza de já ter o visto em algum lugar, mas alguma coisa me dizia que não tinha sido aqui na livraria. Ele tinha um sorriso divertido no rosto fino, cabelos escuros que quase alcançavam os ombros presos por um elástico e, olhos castanhos claros que me olhavam como se eu fosse uma existência exótica, e foi ai que eu soube de onde o conhecia mesmo antes dele abrir a boca.

  - Você é Anna Laura Whitmore, certo? A princesa do campus? – eu revirei os olhos diante da pergunta. Esse apelido só não era ridículo quando minha mãe me chamava assim. E, recentemente, quando Alex o fazia também.

  - E você estuda lá na faculdade não é? – perguntei ignorando sua pergunta, mas isso não pareceu abalá-lo, por que ele continuou sorrindo.

  - Sim. Mason Stuart ao dispor. Ai meu Deus eu não acredito que estou mesmo falando com você! – ele exclamou e eu sorri. Mason parecia uma pessoa bem fácil de conversar.

  - Eu sou só uma garota, não é nada demais.

  - Com certeza é! Eu vejo você e seu irmão e imagino como deve ser conversar com vocês – Mason suspirou e eu ri sem conseguir me conter. – Mas não vou mentir que fiquei curioso quando te vi parada do lado de fora da livraria.

  - Você me viu? – pergunto sentindo as bochechas corarem mais uma vez.

  - Todo mundo viu.

  - Maravilha – resmunguei.

  - Mason, certifique-se que a cliente vai levar alguma coisa – eu vi o chefe de Alex me olhar feio. Obviamente ele se lembrava de mim.

  - Sim, senhor – Mason respondeu, mas revirou os olhos assim que o homem se afastou. O garoto me olhou e sorriu. – Não ligue para ele, Dave é esse amor todo aí com todo mundo mesmo e pelo amor de Deus não se sinta abrigada a levar nada.

  - Tudo bem, não é culpa dele. De qualquer forma, antes de olhar os livros você pode me ajudar?

  - Claro – ele disse divertido. – Estou aqui para isso e você é Anna Laura Whitmore e eu ainda não acredito nisso.

  - Já disse sou só uma garota. Mas enfim, um vendedor chamado Alex está aqui?

  - O Alex? Alexander Harper? Esse Alex? – ele perguntou parecendo não acreditar e fiz que sim. Então vi Mason olhar alguma coisa por cima da minha cabeça e depois se voltar para mim sorrindo. – Sim, nós temos esse exemplar, é por aqui. Pode vir comigo – fiquei sem entender, mas o segui, nós paramos em um corredor qualquer. – Dave estava nos encarando outra vez. Mas você conhece meu Alex?

  - Seu? – perguntei interessada e ele riu, riu de se dobrar ao meio e eu senti mais uma vez as bochechas corarem. Eu precisava perguntar assim?

  - Você está interessada nele? Isso é uma fofoca das boas!

  - Você seria uma ótima companhia para Manu – resmungo.

  - A sua linda e ruiva amiga Manuella? Se ela tiver interesse eu ia amar ser amigo dela – ele suspirou. – Eu a acho o cúmulo do estilo.

  - Mason – pedi suspirando e ela riu. – Tudo bem. Beleza. O Alex não está.

  - Ok, eu... Espera! O quê? – perguntei sem acreditar e ele deu de ombros.

  - A senhora que cuida do filho dele teve algum problema e ele saiu mais cedo e o Dave está uma fera, afinal ele já não veio trabalhar sábado.

  - Espera, calma. A Rose está bem? E ele tinha trabalho sábado?

  - Você é muito bem informada sobre ele. Agora eu definitivamente quero saber da fofoca – o garoto cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha.

  - Eu te falo, mas primeiro você me conta por que ele não veio. Afinal, o Alex disse pra mim que não trabalhava sábado.

  - Beleza, mas eu vou cobrar, Ok? – ele perguntou e eu assenti. – O Alex geralmente não trabalha sábado, mas graças a uma confusão com uma cliente que ele nunca me disse quem era. O Dave ficou uma fera com ele então ele ia trabalhar dois sábados já que estávamos sem pessoal. Mas sábado passado ele não veio e se não vir no próximo ele vai ser demitido. Agora desembucha. Como você o conhece?

  - Eu atropelei a moto dele e depois só o encontrei por coincidência e ele me ajudou e foi só – digo mordendo o lábio pensando nas palavras de Mason. O Alex estava encrencado por minha causa. Não era à toa que ele parecia querer distância de mim.

  - Como se eu fosse me contentar só com isso. Dá pra ver nesses seus enormes olhos veres que esse não é nem o começo da fofoca. Vai, por favor – ele pede me fazendo rir. – Você sabe alguma coisa sobre a confusão da livraria? Por que o Alex não quis me contar nada.

  - Não! - Eu arregalo os olhos me entregando e ele sorri.    

  - Ah, mas com certeza sabe!

  - Mason, já te falaram que você fala demais?

  - Sim, mas eu não ligo. Você também fala pra caramba que eu percebi, então vamos, desembucha.

  Eu ri e pensei que não havia problema em contar a esse quase estranho sobre a minha confusão, afinal, ele além de ser amigo de Alex era extremamente simpático.

  - Se eu te contar uma coisa você promete que não que não fala para o Alex que eu te disse?

  - Não posso prometer nada – comenta e eu sorrio.

  - Beleza então. Era eu a garota que fiz a maior bagunça aqui sexta-feira.

  - Eu não acredito! Era você quem estava rolando no chão com o Alex!?

  - Nós não estávamos rolando no chão!

  - Agora você precisa me dizer a versão completa, por favor. Eu preciso dessa fofoca. A princesa do campus e o meu melhor amigo! Charlie vai surtar quando souber!

  - Charlie? – é tudo que registro diante das várias informações.

  - Meu namorado – ele suspira. – A gente passou o fim de semana tentando arrancar de Alex quem era a garota. Não é à toa que ele não falou.

  - Você tem um namorado? – pergunto sorrindo quase aliviada. Eu não devia me sentir assim, a vida amorosa de Alex não era da minha conta, mas eu insistia em me importar.

  - Anna Laura você está mesmo interessada no Alex? – ele pergunta divertido e eu coro. – Não vou negar que você tem um ótimo gosto por que meu amigo é um gato, mas não se preocupe, felizmente ele é hétero e eu comprometido.

  Acabei sorrindo divertida.

  - Me chame de Analu, é como meus amigos me chamam.

  - Ai meu Deus! Eu sou seu amigo!? – Mason perguntou arregalando os olhos e atraindo olhares curiosos de algumas pessoas. Nós resolvemos ir para o próximo corredor. – Bem, se você não quiser, não precisa, eu não sou mais tão boa nesse lance de fazer amigos como era antes.

  - Óbvio que eu quero. Mas isso quer dizer que eu posso te cumprimentar na faculdade onde você tem aquela aura de gente rica intocável? – ele perguntou e dessa vez eu gargalhei.

  - Sim, pode. Afinal, eu quero muito saber sobre Alex.

  - Então vamos nos dar muito bem – ele disse divertido.

  Eu e Mason continuamos a conversar pela livraria, ele me arrancou tudo sobre a confusão de sexta-feira, e realmente, ele e Manu seriam melhores amigos, precisava me lembrar de apresentá-los. No fim eu acabei comprando dois romances de época para que meu mais novo amigo tivesse a sua comissão. Eu queria mesmo era o livro de capa dura que eu vi aqui no dia de toda a confusão com Alex, ele era o último e eu não o encontrei mais nenhum, alguém deve tê-lo comprado. Apesar disso sai da livraria satisfeita, eu tinha uma fonte de informações confiável sobre Alex, um novo amigo e mais dois novos livros de romance, minha noite tinha sido ótima.

  Fui o caminho todo até em casa pensando no que Mason disse, que por causa de toda a confusão que arrumei para Alex, ele teria que trabalhar sábado, um dia que ele não devia por que Rose não podia cuidar de Tommy no fim de semana. E precisava arrumar um jeito de ajudá-lo. Mas o que eu podia fazer? Quando estacionei Blu na garagem me veio uma ideia louca. Por que eu não cuido de Tommy?

  Ia ser só um fim de semana, o que podia dar errado?

  Com esse pensamento em mente entrei em casa decidida a, pelo menos tentar ajudar Alex, mas alguma coisa me dizia que o Sr. Bad Boy não ia gostar nada da minha ideia.

  Minha noite foi tranquila, hoje eu jantei macarrão instantâneo sozinha no meu quarto, Noah tinha ido dormir na casa da Becca por causa de uma apresentação que teriam na escola no outro dia, Drew tinha saído com Matt e uns amigos e papai e mamãe foram a um encontro, eles faziam isso às vezes e eu amava que mesmo depois de estarem casados há tanto tempo eles saíssem e namorassem como um casal que tinha acabado de se conhecer.

  Dormi em meio ao meu romance de época sonhando com um cavalheiro de olhos escuros e sorriso debochado. Era quase ridícula toda essa minha animação por nada. Quando desci para tomar café vi Drew de óculos escuros e ri, de ressaca terça-feira? Esse era o meu irmão. Ele e Matt às vezes tinham péssimas ideias.

  - A noite foi boa? – provoquei e se eu pudesse ver seus olhos teria certeza que ele me olhava feio.

  - Cala a boca, Analu – Drew resmungou e eu ri.

  Encher o saco do meu irmão sempre melhorava o meu dia.

  Segui para a casa de Manu para buscá-la depois disso feliz da vida, afinal meu dia tinha começado muito bem. Contei a ela sobre Drew e isso para Manu foi o fim da sua felicidade, por que nós duas sabíamos que ele e Matt iam a essas festas e bares não era apenas para beber. Minha amiga ainda era apaixonada pelo meu primo e eu só queria que eles se resolvessem logo de uma vez. Era horrível ver duas pessoas que eu amava, e que, claramente se amavam, sofrendo assim.

  Quando chegamos ao campus ela ainda comentava sobre não ser apaixonada por ele como se alguma de nós duas acreditasse nessa mentira descarada.

  - Eu não quero ouvir o Matt falando sobre suas conquistas, a gente pode tomar um café em algum lugar longe dos meninos hoje? – Manu pergunta desviando o olhar da nossa mesa de sempre onde Matt e Drew estão se sentando.

  - Por mais que eu fosse amar irritar Drew, não me importo de irmos para outro lugar. Que tal uma fatia de bolo para acompanhar o café? – pergunto e ela sorri quando começamos a andar na direção oposta aos meninos.

  - Vou amar.

  Estamos atravessando o campus quando vejo Mason com mais dois garotos perto de uma mesa, sorri vendo-o, nossos olhares se encontraram e eu acenei para ele. Vi quando ele me olhou parecendo em duvida se eu falava com ou ele ou não.

  - Vem, Manu, quero te apresentar uma pessoa – disse a minha amiga e a levei comigo até onde estava meu novo amigo.

  - Anna Laura? – um dos garotos com ele, um loiro de olhos castanhos claros, me olhou como se eu fosse uma assombração. Sorri e olhei para Mason.

  - Ontem eu não peguei o seu telefone. Quando a fofoca for boa demais para esperar ia ser legal poder te mandar uma mensagem – digo divertida e Mason pisca divertido.

  - Você está mesmo falando comigo na faculdade?

  - Achei que eu podia – digo sem entender e ele ri.

  - E eu achei que você estava só sendo simpática ontem para saber sobre bem... – ele se interrompeu olhando para os amigos. – Seu assunto preferido.

  - Ele não é o meu assunto preferido!

  - Se for quem eu acho que é – Manu se intrometeu e olhou para Mason. – É com certeza um dos assuntos preferidos dela.

  - Manu! – repreendo-a e eles riem. – Que seja. Como prometido. Mason essa é a Manuella minha melhor amiga que adora uma fofoca. Manu, esse é o Mason meu novo amigo que também adora uma fofoca – os apresento e eles trocam um aperto de mão.

  - Não vai nos apresentar suas amigas não, Mason? – o garoto loiro que tinha perguntado primeiro sorri.

  - Se eu quero que elas sejam minhas amigas, não – ele diz divertido e vejo Manu trocar olhares com o de cabelos castanhos que ainda não havia falado nada, eu até poderia estar achando divertido se não tivesse visto um par de olhos escuros mais adiante.

  - Alex – murmurei.

  - O quê? – Manu perguntou e eu neguei com a cabeça.

  - Nada. Continuem aí, eu já volto – e sai praticamente correndo em direção à Alex sem esperar por uma resposta.

  Quando o alcancei o segurei pelo braço fazendo-o parar, Alex pareceu surpreso com o súbito ataque, mas eu não me importei, ele parecia fugir de mim na faculdade, mas dessa vez não ia dar essa opção a ele. Alex me olhou nos olhos com suas íris escuras entre curiosas e surpresas. Nós estávamos tão perto que eu conseguia sentir seu perfume – o mesmo que já estava espalhado pelas minhas cobertas já que eu insistia em dormir enrolada em seu moletom -, pisquei ainda a centímetros dele e me obriguei a me afastar.

  - Analu? – ele perguntou curioso e nós dois parados ali no meio do pátio da faculdade chamávamos muita atenção, eu chamava muita atenção.

  - Eu quero muito falar com você, pode vir comigo?

  - Eu não acho que nos vermos assim na faculdade seja boa ideia – ele olha em volta para os curiosos que já estão cochichando.

  - Alex, por favor.

  - Eu não consigo pensar em nada realmente importante para falarmos, eu não quero que você vire alvo de fofocas, Ok? – Alex diz para minha surpresa e eu acabo por sorrir.

  Mas ao invés de seguir seu conselho, agarro sua mão e o arrasto comigo, ele se deixa ser levado, por que eu não moveria Alex contra sua vontade nem mesmo se quisesse muito.

  - Eu não ligo a mínima para a opinião de pessoas que não me conhecem – digo sem olhá-lo enquanto ainda estamos andando. – Nunca liguei.

  Quando finalmente paramos debaixo de uma arvore mais afastada e eu me viro, Alex me olha com um sorriso tão lindo que me desconcerta, queria saber a causa dele. Nós ainda estamos parados perto demais, mas ninguém fala nada, finalmente Alex olha para nossas mãos ainda juntas e eu solto-o.

  - O que de tão importante você tinha para me falar? – ele pergunta e eu respiro fundo.

  - Eu quero te ajudar com Tommy e o seu trabalho, afinal a culpa é minha que seu chefe tenha ficado bravo.

  - Do que você está falando? – Alex pergunta com uma calma assustadora e uma expressão indecifrável no rosto e eu começo a ficar nervosa.

  - Eu soube que você precisa trabalhar sábado por causa da confusão de sexta-feira, então quero te ajudar – digo vendo-o dar um passo para trás.

  - Quem te disse isso?

  - Não importa. O importante é que eu sei que a culpa é minha, então me deixa te ajudar.

  - Eu não preciso de ajuda – ele diz finalmente me olhando quase com raiva. – Não precisa ficar com pena. Isso eu não quero de você.

  - Não é pena. Pelo amor de Deus, Alex! Eu só quero ajudar.

  - Então me ajude não se intrometendo – Alex diz num desafio mudo e sustento seu olhar. Se ele acha que vou me encolher ou desviar o olhar, está muito enganado, eu estou queimando de raiva, esse garoto acha que eu sou o que?

  - Você é realmente um idiota, sabia? Você acha mesmo que a essa altura eu posso não me intrometer? Ah, faça-me o favor! Isso não é pena, eu estou querendo ajudar por que eu... – me interrompo. Eu o que? Quero beijá-lo? – Eu te devo ao menos isso.

  - Você não me deve nada, Analu.

  - Como se nós dois não soubéssemos que é tudo culpa minha. Só cala a boca e aceita. Eu sei que Rose não pode cuidar do Tommy e você precisa trabalhar – digo determinada e cruzo os braços sob meus seios.

  - Você não vai desistir, vai? – ele pergunta depois de um longo momento encarando meu decote. Sorrio gostando demais da atenção para achar ruim.

  - Não, não vou. E isso não é pena, nem nunca foi. Estou fazendo isso pelo Tommy – digo sem coragem de acrescentar que também é por ele, o cara incrível que já me ajudou e sorriu pra mim mais vezes do que eu posso contar.

  - Se é por ele, tudo bem – Alex cede. Eu tenho a impressão que por Tommy ele aceitaria qualquer acordo. – E como pretende me ajudar? E só para deixar claro, eu não quero seu dinheiro.

  - Não é como se eu tivesse pra te dar de qualquer forma – digo e ele sorri, um sorriso de lado que me deixa curiosa sobre o gosto de seus lábios. Repreendo-me pelo rumo dos meus pensamentos. – Eu pensei em te emprestar meus serviços. Posso cuidar de Tommy para você.

  Alex me olha como se eu tivesse dito que matei uma pessoa.

  - Como é!?

  - Eu posso cuidar de Tommy. Você por acaso é surdo? – pergunto e ele sorri. Dessa vez um sorriso tão grande que sorrio também. – Qual a graça?

  - Por que você se importa tanto, Analu? – Alex pergunta dando um passo em minha direção.

  - Por que sim – minha reposta sai em um sussurro enquanto encaro-o tão perto. – Eu só quero ajudar.

  - E você cuidaria mesmo de Tommy? – ele insiste e faço que sim com a cabeça quando Alex dá mais um passo e agora estamos tão próximos quanto estávamos quando chegamos à árvore.

  - Cuidaria – respondo firme sustentando seu olhar.

  Alex num movimento que parece quase inconsciente toca uma mecha do meu cabelo e a coloca atrás da orelha. Eu estou consciente de cada pequena parte dele tão próxima a mim como não estive de nenhum outro homem. Não desse jeito. Nesse momento parece que nós somos os únicos no mundo e eu quero beijá-lo. Quero tanto que se me esticasse alcançaria seus lábios com os meus, mas não sei se posso fazer isso sem Alex fugir de mim depois. Nem mesmo sei se ele quer tanto isso quanto eu.

  Quando ele se dá conta que sua mão ainda está ao lado do meu rosto a abaixa e se afasta como se de repente eu estivesse em chamas.

  - Desculpa – ele pede e eu preferiria que não o tivesse feito. Por que gosto de pensar que Alex tenha gostado desse momento tanto quanto eu.

  - Você aceita? – pergunto ignorando seu pedido. Ignorando o momento, ignorando a sensação de sua mão em meu rosto e definitivamente ignorando meu coração bobo e acelerado.

  - O quê? – Alex pergunta piscando como se minhas palavras não fizessem sentido.

  - Minha proposta, Alex. Posso cuidar de Tommy, é um dia e assim posso tentar ajudar pelo menos um pouco com a confusão que arrumei. E, por favor, pense bem. É pelo Tommy.

  - Aceito. Vou aceitar dessa vez, pelo Tommy – parece que se passaram um milhão de anos quando ele finalmente fala.

  - Então está combinado. Sábado. Pode levar ele até a minha casa.

  - Você tem certeza que...

  - Só para de falar, eu já disse que vou fazer isso – digo o cortando e ele assente.

  - Então muito obrigado.

  - Não por isso – digo divertida começo a me afastar por que não quero ficar ali o vendo tão perto, mas então paro e o olho mais uma vez. – E nem tente fugir de mim aqui na faculdade que vou encontrá-lo.

  E com um último sorriso dele começo a andar outra vez em direção à mesa onde estão Mason e Manu. Eu digo a mim mesma que não vou me virar, mas me viro assim mesmo apenas para ver Alex desviar o olhar no momento em que o pego me olhando. Sorrio divertida seguindo meu caminho, pelo menos bonita ele me acha, já é um começo.

  Óbvio que quando voltei ao Mason e a Manu eles já tinham começado uma linda e sincera amizade baseada em falar sobre mim e Alex. Eu não poderia ter ficado menos surpresa com isso. Eles até tentaram me perguntar aonde eu fui e com quem estava, mas me fiz de desentendida. Dessa vez eu os deixaria na curiosidade. Queira guardar esse pequeno momento só pra mim.

  Há minha semana passou rápido, entre fofocar com Mason – que tinha se tornado um ótimo amigo -, ir as compras com Manu para comprarmos o presente de Matt e roupas para a festa e aturar meu chefe insuportavelmente chato, eu não tive muito tempo para ficar remoendo como seria meu dia com Tommy e como seria mais esse encontro com Alex. Não até ele estar – literalmente – batendo em minha porta.

  - Droga! – resmunguei sozinha depois de quase cair tentando calçar os chinelos e vestir minha blusa ao mesmo tempo.

  Eu sabia do meu compromisso com Alex hoje, mas tinha esquecido de programar o despertador e estava muito atrasada. Eu acordei com meu celular tocando e ele me ligando para abrir o portão, então eu desci correndo, abri o portão e voltei correndo para o quarto para me trocar, mas claramente não consegui. Eu ainda vestia o shortinho cor de rosa do pijama quando desci as escadas amarrando o cabelo num rabo de cavalo.

  - Oi – disse sorrindo quando abri a porta, fingindo que estava tudo bem.

  Alex me olhou de cima a baixo, o olhar se demorando em minhas pernas e se fixando em meu rosto inchado de sono, bem era agora que ele fugia de medo. Tommy em seu colo me olhava com curiosidade.

  - Está tudo bem?

  - Tudo ótimo, eu só tive um probleminha com o despertador. Oi, Tommy – cumprimentei o bebê no colo de Alex que sorriu pra mim. Estendi os braços para ele, e Tommy veio para o meu colo com facilidade, estava começando a achar que nossos sentimentos eram recíprocos. Por que eu definitivamente estava apaixonada por esse bebê.

  - Vejo que continuam muito amigos – Alex sorri, tira a bolsa do bebê do seu ombro e para a centímetros de me entregá-la. – Tem certeza que você pode fazer isso, por que eu...

  - Alex, sério, vai trabalhar. Nós vamos ficar bem – o interrompi revirando os olhos e pegando a bolsa de suas mãos e colocando no ombro. – Tommy e eu temos o bolo de chocolate da minha mãe para comer. E temos também vários filmes para assistir. Pode ir.

  - Se é assim, eu vou. Obrigado mais uma vez.

  - Por essa fofura? – pergunto beijando Tommy que retribui o carinho colocando as mãozinhas no meu rosto. – Eu faria outra vez.

  - Tchau, Tommy. Se comporte, amo você campeão. Até mais tarde, Analu – Alex se despede e sorrio vendo-o partir.

  É só quando ele atravessa o portão que entro e o fecho. Assim que me viro dou de coara com minha mãe no meio da sala me olhando curiosa.

  - Posso saber quem é essa fofura e com quem você estava falando? – ela pergunta e suspiro.

  - É Tommy, nosso dia vai ser, muito, muito longo – digo ao bebê que me olha curioso me fazendo rir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram do capítulo? O que vai ser da Analu com Tommy? E o Alex, será que vi demorar a se render aos encantos da nossa princesa guerreira?
Comentem, por favor!
Beijocas e até, Lelly ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Surpresas do Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.