Surpresas do Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 5
Fofocas e... Vocês se conhecem?


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores!
Eu aqui, hoje? Surto coletivo que fala né? Kkkkk
Espero que gostem do capítulo, BOA LEITURA :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/792625/chapter/5

 

  Analu

 

  Quando estacionei em frente a porta de casa e respirei fundo sentindo o cheiro de Alex foi aí que me dei conta que não havia devolvido seu moletom. Eu ri sem conseguir acreditar eu havia feito outra vez. Parecia que meu desastre triplicava quando eu estava com ele e tudo o que eu fazia era passar vergonha. Primeiro a moto, depois a livraria e agora o moletom.

  Será que havia uma explicação pra isso ou eu só era muito, mas muito desastrada mesmo? Desisti de pensar nisso e sai do Jeep depois de colocá-lo na garagem. Pelo menos estacionar eu conseguia sem grandes problemas. Ajeitei minha saia, peguei a bolsa e segui para casa.

  - Finalmente! – mamãe exclamou assim que entrei me dando um susto. – Onde você estava!? Seu pai chegou e nada de você.

  - Fui só buscar o Blu. Ele me ligou e eu expliquei, o papai não te disse nada não? – pergunto e o olhar mortal de mamãe se vira para o meu pai que estava sentado numa mesinha no canto da sala jogando xadrez com Drew.

  - Anthony Whitmore, Analu falou com você e você não me disse nada?

  - Ela disse que já estava vindo, raio de sol, achei que não precisava – ele respondeu depois de fazer uma jogada e finalmente olhar para nós. – Foi tudo bem, lá, meu amor?

  - Foi sim, papai.

  - De quem é o moletom que está usando? – Drew perguntou se virando também e mamãe que estava prestes a dizer alguma coisa parou no meio da fala para me olhar de cima a baixo.

  - Meu? – tentei muito mal e papai arqueou uma sobrancelha ao passo que mamãe segurou o riso.

  - Duvido e se não é meu nem do Noah, é de quem? – Drew perguntou e eu sorri.

  - Felizmente eu não lhe devo satisfações. Vou subir para tomar um banho.

  - Mas deve a mim, mocinha. De quem é o casaco? – papai perguntou e eu olhei suplicante para mamãe. Ela se limitou a dar de ombros, era uma fofoca boa demais para ela deixar passar.

  - De um amigo. Pelo menos eu acho que seja um amigo... – tagarelei e minha mãe sorriu.

  - Não me diga que é do Alex?

  - Mãe!

  - Espera! O cara da moto!? – Drew perguntou parecendo surpreso. – Por quê?

  - Por que a gente foi buscar o Blu e a moto dele. Eu já não disse? Estava frio e ele me emprestou e foi só isso. Vocês fazem muita tempestade em copo d’água, meu Deus!

  - Você tem algum relacionamento com esse rapaz, Analu? – papai perguntou e eu suspirei com vontade de sumir.

  - Não! Nem com ele nem com ninguém nos meus vinte e um anos de vida! E sinceramente, se algum dia esse milagre acontecer e eu tiver algum relacionamento com alguém, não conto a vocês! Não quero que ele fuja! Agora se me derem licença – eu não estava gritando, não ainda, mas estava com tanta raiva que não esperei por uma resposta e subi as escadas pisando duro.

  Eu amava meu pai e meu irmão, mas tinha horas que eles eram inconvenientes, para não dizer possessivos. O ciúme deles era loucura e normalmente eu fazia como mamãe e ignorava, mas às vezes, como agora me tirava do sério. Eu subi, fui direto para o meu quarto e depois para o banheiro para um banho quente.

  Depois de me cozinhar por uma meia hora eu sai, coloquei meu pijama de calças compridas e blusa com estampa da Minnie e me joguei na cama, cai em cima do moletom da causa do meu estresse e o levei até o rosto para sentir o perfume. Era ridículo, mas eu gostava mesmo das conversas com o Sr. Bad Boy, ele me irritava, me fazia rir e, em momentos como quando me emprestou sua blusa de frio, me encantava. Era o típico clichê que eu lia em livros, mas que nunca tinha acontecido comigo. Um garoto para implicar comigo depois ser todo carinhoso? Eu nem sabia que isso existia.

  Mas o pior de tudo era que ele, de mim, provavelmente só queria distancia, não eu não estava falando em um relacionamento, ou amor eterno ou coisa assim, só queria poder conversar normalmente com Alex e nem isso ele ia querer comigo. Tinha certeza. Eu era a louca que já o havia metido em muita encrenca, encrenca demais e, às vezes, eu tinha a impressão de que ele não gostava de mim, ou pelo menos que não gostava de estar perto de mim.

  Eu não podia nem culpá-lo, afinal, da última vez eu o arrumei confusão com o chefe e no final nem consegui o livro que queria e provavelmente não teria coragem de voltar lá, principalmente para não atrapalhar mais o Sr. Bad Boy dono do sorriso irônico mais fofo e da língua afiada mais irritante.

  - Posso entrar? – a voz da minha mãe me tirou dos meus pensamentos e eu suspirei sem me mexer de onde estava.

  - Pode.

  Quando Elisa Whitmore entrou no quarto eu sorri virando a cabeça para olhá-la. A mulher loira dona de enormes olhos verdes era encantadora. O apelido com o qual o papai e a vovó a chamavam era a cara dela, Raio de sol, afinal a mamãe era um pouco isso mesmo, um raio de sol que animava a todos e sempre nos envolvia com sua luz. As pessoas diziam que eu me parecia com ela, eu gostava de pensar que sim, mas às vezes eu tinha certeza que esse não era o caso. Afinal eu era só a princesa que não iluminava nem a si mesma.

  - Vim ver como você estava. Você sabe que não tem que levar a sério esses homens Whitmore, não é? Por que se levar você surta – ela diz divertida se sentando na cama comigo e puxando minha cabeça para o seu colo. Aceito de bom grado o carinho no cabelo que ela me faz.

  - Mas às vezes eu simplesmente não consigo. É irritante, mamãe.

  - Eu sei, eu realmente sei. Seu pai e seu tio são insuportáveis e criaram o Drew o Matt para serem iguais. Mas não se preocupe com isso minha princesa guerreira, eu sei que você consegue lidar com eles. Só que não foi sobre isso que vim falar, foi sobre sua noite. O casaco é mesmo do garoto da moto?

  - O Sr. Bad Boy? É sim.

  - Sr. Bad Boy? – mamãe ri. – aí, gostei do apelido. E o que aconteceu entre vocês?

  - Nada - suspiro. – Comigo nunca acontece nada.

  - Nada Analu? Você vive se metendo em confusão, desde criança.

  - A senhora entendeu! Nada nesse sentido, nada na vida amorosa, nada como os romances que leio. Nada.

  - Talvez as coisas comecem a mudar agora.

  - Duvido. Eu já causei tanto problema pra ele que eu duvido que ele queira ser ao menos meu amigo.

  - Isso tudo por causa da moto? Você está exagerando.

  - Bem...

  - Bem...? – mamãe insiste. – Não me diga que teve mais?

  - Talvez – murmuro e ela ri.

  - Pois me diga o que foi, deixa eu avaliar o estrago.

  Conto a mamãe sobre a livraria e a confusão que arrumei, conto sobre nossa conversa, eu adorava isso, poder contar tudo a ela, minha mãe e Manu eram minhas melhores amigas. Depois de uma hora, varias gargalhadas de mamãe eu tinha contado toda a história a ela. E dona Elisa teve a audácia de dizer que não era nada demais e que se fosse realmente para dar em alguma coisa daria e eu não precisava me preocupar com isso. Afinal, ela e papai fugiram tanto um do outro que terminaram casados.

  Com isso em mente eu aceitei quando ela me fez levantar da cama e me arrastou escada abaixo enquanto gritava Noah para se juntar a nós. Ele deixou o violão e nos seguiu sem reclamar, de nós três Noah era quem mais se parecia com a vó Cassy, tão Good Vibes que às vezes era irritante. Mas era de longe o irmão mais fácil de conversar, ele não tinha o ciúme louco de papai e Drew, na verdade ele aparentemente não tinha ciúmes nenhum e isso para os outros homens Whitmore era loucura.

  Eu achei que teriam mais comentários irritantes no jantar, mas o olhar mortal de mamãe acabou com qualquer um que pudesse aparecer. Nem mesmo papai teve coragem de dizer nada. Noah foi o único que falou alguma a coisa a respeito, ele olhou para todos nós e soltou um “O que está acontecendo?” o que, no fim, gerou muitas risadas.

  Nós conseguimos jantar tranquilamente e depois de terminarmos e eu e meus irmãos limparmos tudo, eu subi para o meu quarto outra vez e como sempre, fui ler e adormeci em meio aos meus romances, só que dessa vez sonhei com um par de olhos escuros e duas mãos grandes me segurando quando desabei sobre o dono delas.

  Acordei, me arrumei, tomei café, impliquei com meus irmãos e segui para a faculdade, felizmente eu tinha meu carro outra vez e não precisava esperar Drew e ouvir suas implicâncias. Nós nos dividíamos para levar nossos primos para a escola, hoje era eu quem estava com Noah, Becca e Maddie no banco de trás e Manu ao meu lado no do passageiro.

  - Eu ainda não acredito que você atropelou a moto de um cara, o meu pai riu demais quando escutou – Becca comentou e eu sorri também, mesmo a contragosto.

  - Óbvio que o tio Dan riu, ele é parente da mamãe.

  - Mas tipo, ele é bonito? – ela perguntou e eu corei.

  - É sim! Aposto! Manu, ele é, não é?

  - Com certeza! – minha amiga me entregou e eu suspirei agradecida por termos chegado à escola. – Um gato alto, moreno com um sorriso debochado e jaqueta de couro.

  - Ai Deus! – a garota se abanou arrancando risadas de todos.

  - Vamos Becca, depois você continua suspirando – Noah chamou e eu sorri o vendo olhar para a prima e vendo Maddie olhar para ele.

  Esses três eram uma incógnita para todos nós. A verdade é que sim, todas as mulheres da família tinham apostas sobre se havia ou não sentimentos românticos entre eles. Mamãe e tia Helena achavam que Maddie gostava de Noah e, ele por sua vez, tinha uma queda por Becca que sendo uma cópia do tio Dan era encantadora o suficiente pra isso, eu e Manu concordávamos, mas às vezes nós não tínhamos certeza. No fim, talvez todos eles fossem só amigos.

  Vi meu irmão e as primas descerem do Jeep e acenarem antes de se virarem e seguirem em direção à entrada do colégio.

  - Eu juro que se a Maddie não gostar do Noah eu nunca vou me sentir mais enganada. É até engraçado como ela vive encarando ele, principalmente quando ele falando com a Rebecca – Manu comenta quando coloco Blu em movimento outra vez.

  - Vai ver eles são só amigos.

  - Talvez – ela dá de ombros.

  - Ou talvez não.

  - Se decide, Analu! – ela pede e eu rio. – Sério, o que você acha?

  - Sinceramente? Noah e Becca pra mim são como Drew e Angie, eu não sei se eles são só amigos ou não. Mas a Meddie com certeza tem algum sentimento romântico por ele. E você não cansa de falar da vida dos outros não? Parece a tia Helena.

  - Por que parar se é tão divertido?

  - Se gosta tanto por que não me conta de você do Matt? – pergunto e ela fecha a cara no mesmo instante.

  - Não existe “eu e Matt”, pelo menos não mais.

  - Por que vocês dois são uns cabeças duras! Você sabe que o aniversário dele é semana que vem né? E vai ter festa e você vai simplesmente não ir?

  - Óbvio que eu vou, mas sinceramente preferia não ir. Pra ficar vendo ele beijar todas aquelas piriguetes?

  - Você ainda gosta dele – não é uma pergunta. Ela não nega. – Se esse é o caso, por que não conversam?

  - Por que o seu primo é um babaca! Por que eu dei meu coração a ele e ele não fez nada! Então não adianta eu ainda estar apaixonada por aquele idiota se pra ele isso não é importante.

  - Manu...?

  - Não tudo bem, não é culpa sua. Mas e então, você e o Alex? Aconteceu mais alguma coisa?

  - Talvez – comento para animá-la e ela sorri.

  - Ai meu Deus! Quero saber de tudo!

  E ela me arranca tudo mesmo. Conto a história e ela ri, me interrompe e mesmo depois de chegarmos à faculdade continuamos com a fofoca. É divertido e talvez, só talvez eu tenha procurado Alex pelo campus, mas como no resto da semana, não o vi. Isso era frustrante e eu já estava começando a achar realmente que ele estava fugindo de mim. Se esse fosse o caso eu já tinha minha resposta sobre ele me odiar ou não.

  Passei a manhã com Drew e nossos amigos e depois das aulas fui dispensada por Manu que foi ajudar a mãe na doceria então resolvi ir trabalhar também, mas como hoje era sexta-feira meu pai resolveu sair mais cedo, o que gerou menos trabalho, e meu chefe depois de gritar meu nome menos vezes que ontem, finalmente me dispensou também.

  Ainda era cedo e eu já não tinha mais o que fazer então resolvi dar uma volta com Blu pela cidade. Vi lojas, ruas, pessoas e fiz notas mentais de voltar em algumas das lojas. Sorri divertida cantando com a Taylor Swift a plenos pulmões, minha mãe não era muito de ouvir música, mas eu gostava e tia Helena tinha muita influencia em meu gosto musical estranho. Quando resolvi voltar para casa, por que eu já estava ficando com fome, foi que percebi que eu não fazia ideia de onde estava.

  Parei o Blu em um estacionamento e olhei em volta, algumas poucas lojas simples que incluíam uma sorveteria, uma padaria e uma farmácia, e um parque muito bem cuidado a minha frente, mas eu não tinha ideia de onde estava. Uma senhora empurrando um carrinho de bebê vinha na minha direção e a abordei.

  - Desculpa, com licença. A senhora sabe me dizer como eu chego ao centro? – perguntei da janela do carro e ela parou e sorriu pra mim.

  - É por ali mocinha. Mas acho que há essa hora o transito deva estar horrível.

  - É por ali tipo... Seguindo reto? – perguntei e ela segurou a risada.

  - Creio que não. Eu costumo andar apenas de ônibus então não tenho certeza, mas acho que há algumas curvas e desvios – ela disse divertida e eu encostei a testa no volante.

  - Obrigada – disse depois de voltar a levantar a cabeça. – Acho que vou tentar o GPS do celular e ver o que acontece.

  - Por que não sai daí e pede ajuda a alguém que possa te auxiliar melhor? – ela ofereceu e eu me senti mal. Peguei a bolsa e resolvi sair do carro.

  - A senhora foi ótima! Eu é que sou perdia geograficamente, sério. Só sei ir de casa para a faculdade e de lá para o trabalho.

  - Parece alguém que eu conheço - a mulher disse divertida e o bebê no carrinho resmungou.

  Abaixei-me para olhá-lo e sorri. O garotinho tinha os cabelos loiros, olhos escuros e umas bochechas gordinhas, era um conjunto completo de bebê fofo. Sentado ali no carrinho, eu tive vontade de mordê-lo.

  - Ele é lindo! – digo sinceramente. Ela começa a andar em direção ao parque e a acompanho simplesmente por que não sei mais o que fazer. – É seu neto?

  - Está mais para bisneto, mas é sim, um neto do coração – ela sorri amorosa para o bebê que está alheio a nossa conversa observando tudo a sua volta com olhos curiosos.

 - Esses são os melhores. Todos os meus avós são do coração e eu os amo demais.

  - Posso perguntar onde estão os biológicos?

  - Morreram antes de eu nascer. Mas se estivessem vivos isso me daria mais avós do que eu posso contar nos dedos – digo divertida. Nós alcançamos um banco, a senhora se senta e puxa o carrinho com o bebê para perto de si e então me olha.

  - Vai se juntar a nós? – ela me convida e sorrio aceitando o convite e me sentando ao lado dela. – Eu sou Rose Miller, esse é o Thomas.

  - Anna Laura Whitmore – digo sorrindo e vejo Thomas me olhar com curiosidade. – Mas pode me chamar de Analu, Sra. Miller.

  - Se é assim me chame de Rose, o único que insiste em me chamar de Sra. Miller é o pai do Tommy. Você não mora aqui, não é?

  - Não. Estava dando uma volta e me perdi. Vocês moram aqui?

  - Sim, a pouco mais de uma quadra, eu venho com o Tommy aqui às vezes. É o passeio preferido dele.

  - Aposto que é – sorrio para o bebê. Quando ele não esboça reação, faço uma careta e finalmente ele ri.

  - Tommy gostou de você. Nós costumamos sair pouco, mas ele é bem sociável, adora um passeio e uma conversa, puxou a mãe.

  - Pois saiba que a recíproca é verdadeira, pois eu acho que estou apaixonada – digo divertida ainda fazendo caras e bocas para o bebê que agora gargalha de uma forma contagiante. Chamo-o para o meu colo de brincadeira, mas para minha surpresa ele estica os braços gordinhos em minha direção. Olho para Rose. – Posso pegá-lo?

  - Claro. Ele é como o pai, não resiste a uma garota bonita.

  Rio com a afirmação e pego o bebê. Sinto seu cheirinho e por um instante tenho certeza que já senti um perfume parecido, mas depois descarto a ideia. Eu sentindo cheiro de bebê? Não sei onde poderia ser. Faço careta para ele e ele ri, mas suas mãos vão para o meu cabelo e em segundos Tommy já grudou um punhado de fios entre seus dedos e está puxando.

  - Hei, Tommy! Achei que éramos amigos, cara – digo divertida tentando livrar sua mão do meu cabelo ou meu cabelo da sua mão, o que eu conseguir primeiro. Rose ri vindo nos ajudar.

  - Esse rapazinho adora puxar um cabelo – ela comenta depois de me ajudar e jogar todo o meu cabelo para trás.

  - Percebi. E mesmo que eu esteja amando a conversa eu... – sou interrompida pelo toque do celular de Rose.

  - Um instante, querida – ela pede ficando de pé, mas não se fasta muito apenas uns dois passos.

  Olho para Tommy em meu colo.

  - Sua bisa é uma graça, Tommy. Aposto que seus pais são pessoas de sorte por terem ela e principalmente você – resolvi fazer mais careta apenas para vê-lo rir, por que risada de bebê é algo tão encantador e contagiante? – Um pequeno raio de sol, é isso que você é.

  - Obrigada – Rose volta. – Desculpe deixá-lo com você.

  - Não foi nada, e você estava a dois passos de nós – digo divertida. – Mas agora eu preciso ir.

  - Como vai voltar para casa? – a senhora pergunta preocupada e eu dou um ultimo beijo na cabeça de Tommy antes de devolvê-lo a ela.

  - Vou usar o GPS do celular, perguntar a alguém ou em último caso eu ligo para o meu pai vir me buscar.

  - Tem certeza que não precisa de ajuda?

  - Tenho. Obrigada pelo passeio e foi um prazer conhecer vocês. Tchau, Tommy! – aceno para o bebê que com ajuda de Rose acena de volta.

  Atravesso o parque, volto para o Jeep e bem, seja o que Deus quiser.

  Eu tento a ajuda e o GPS, mas no fim acabo ligando para o meu pai, ele não precisa vir me buscar, mas tem que me explicar em detalhes como eu chego em casa. Foi um caminho meio tortuoso, mas consegui chegar sem mais problemas e óbvio que Drew foi encher o meu saco quanto a isso, eu ignorei para não precisar agredir ele.

  Mas quando se é filha de Elisa Whitmore você não tem paz, mamãe não conseguiu não rir com Drew e a mim, só me restou ouvir o quão ruim eu era dirigindo. Não me abalei, por que isso acontece pelo menos uma vez na semana, então não ia me abalar com pouca coisa como insultos as minhas habilidades ao volante. Elas realmente não eram das melhores.

  Depois da sessão de piadas, nós fomos ver um filme juntos, a pérola da vez era a primeiro filme da franquia Velozes e Furiosos, simplesmente por que foi o primeiro que encontramos. Essa era uma regra da nossa noite de filmes, nós assistíamos um dos cinco primeiros filmes que encontrássemos por que aí assistiríamos de tudo e ninguém podia reclamar. E, dependendo da última pessoa que assistia a um filme na televisão, nós encontrávamos animações e até romances dramáticos que eu adorava.

  Nós jantamos, conversamos e rimos e eu fui dormir dessa vez sentindo o cheiro de Alex no moletom que ainda estava jogado em minha cama e, por algum motivo me lembrando também de Tommy. Acordei com meu celular tocando. Era papai me pedindo que fosse ajudá-lo na empresa com uma confusão envolvendo o departamento do meu chefe um cliente e, se eu não tivesse ouvido mal, uma torneira.

  Arrastei-me da cama meio tonta de sono, afinal não eram nem 07h00m da manhã ainda, mas consegui tomar um banho, acordar, descer só para descobrir que ainda não havia ninguém de pé além de mim, e já que estava atrasada, só dessa vez o café ficaria para mais tarde. Com isso em mente deixei um bilhete para minha mãe avisando onde estava e fui até o Blu. Felizmente o caminho para o trabalho eu sabia e consegui chegar lá sem maiores problemas.

  E quando cheguei descobri que tinham digitado um contrato errado e a palavra “torneira” constava nele, sabe Deus por que e ninguém absolutamente ninguém havia percebido isso até o cliente perguntar sobre. Papai estava tentando lidar com tudo enquanto brigava com meu chefe. No fim sobrou pra eu redigitar tudo, revisar outros erros que encontrei, me desculpar com o cliente e fazer sala pra ele por mais de meia hora enquanto sorria por fora e morria de fome por dentro.

  Quando tudo se acalmou, meu pai me dispensou, afinal estagiários não trabalhavam sábado, ele ficou com meu chefe que me olhou com verdadeiro ódio como se a culpa fosse minha. Eu até tinha me oferecido para digitar o contrato, mas ele não deixou. Com isso em mente, sorri para os dois e segui em direção à saída sonhando com uma enorme fatia de bolo da padaria que eu tinha visto ontem perto do parque onde eu conheci Rose e Tommy. O bolo na vitrine parecia delicioso. Quando cheguei à calçada notei uma movimentação em frente à livraria onde Alex trabalhava, pelo que anunciava em uma faixa hoje teria uma sessão de autógrafos de algum autor publicando seu novo livro, sorri, se eu não tivesse arrumado tanta confusão quinta-feira eu até iria até lá para vê-lo. Mas como eu provavelmente não teria coragem de voltar lá tão cedo, resolvi seguir meu caminho.

  Depois de ontem eu não me perderia mais, pelo menos eu achava que não. Felizmente consegui chegara até lá sem maiores problemas e dessa vez o GPS ajudou. Eu estacionei no mesmo estacionamento de ontem, desci do carro e segui até a padaria. Eu precisava daquele bolo. E eu o consegui, com coco e chocolate e mais chocolate na calda, eu terminei meu segundo pedaço mais do que satisfeita.

  Quando alcancei a calçada mais uma vez ainda deviam ser umas 08h30m da manhã e eu sorri aproveitando o sol no rosto. Eu já tinha acordado cedo mesmo então estava pensando em fazer os exercícios que eu sempre adiava. Será que era hoje o grande dia aonde eu iria finalmente criar coragem e fazê-los?

  - Você pode dar licença? - uma voz conhecida me tirou dos meus pensamentos e eu olhei para ver o dono dela. Surpreendi-me ao ver os olhos escuros.

  - Alex!?

  - Princesa? – ele perguntou e eu revirei os olhos.

  - Está fazendo o que aqui? – perguntei ignorando-o, mas ele não teve tempo de responder, por que mais alguém quis participar da conversa.

  Foi só então que notei que ele empurrava um carrinho de bebê. Quando Alex puxou a cobertura do carrinho me surpreendi mais uma vez ao ver Tommy, o bebê fofo que conheci ontem por acaso, sentado ali.

  - Tommy? – chamei o bebê só para ter certeza que não estava ficando louca e ele me olhou com os mesmos olinhos escuros encantadores e deu um gritinho animado.

  - Vocês se conhecem? – Alex perguntou e eu sorri, mas depois meu sorriso sumiu.

  Se ele estava empurrando o carrinho eu duvidava que Alex fosse um tio legal ou primo prestativo. E, se ele era pai, provavelmente Tommy tinha uma mãe e bem, isso explicava por que ele parecia me odiar e acabava de vez com minhas esperanças bobas. Essa coisa toda foi boa enquanto durou, isto é, se ela tiver existido em algum lugar além da minha imaginação.

  E lá se foi minha manhã encantadora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então gostaram do capítulo? Eu estou sempre exagerando com a Analu, espero que não se importem! Quero muito saber o que vocês acharam, por favor!
Odeio falar sozinha então comentem!
Beijocas e até, Lelly ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Surpresas do Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.