Surpresas do Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 33
Feliz natal!


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores!
Vocês sabem que não costumo deixar recadinhos aqui em cima, maaaaas dessa vez eu queria dizer que:
Primeiro, esse capítulo era pra ter saído semana passada, mas não consegui postar, então me desculpem!
Segundo que eu não costumo fazer muitas datas comemorativas nos meus livros, mas achei que vocês iam gostar desse especial.
E terceiro que, eu acho que estava devendo uma narração do nosso Bonitão de Terno a vocês tem muuuuuito tempo, então espero que gostem do capítulo!
BOA LEITURA!



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  Anthony

 

  Vejo Elisa andar de um lado para o outro da cozinha e me pergunto, não pela primeira vez, como ela consegue fazer isso. Minha esposa sempre organiza as festas da nossa família e, às vezes, festas da empresa e da sua loja de doces e faz isso parecer quase fácil.

  - O que foi Bonitão? - ela pergunta depois de passar por mim outra vez. Elisa para a minha frente com um pano de prato nas mãos.

  Sorrio para ela, eu sempre amei ouvi-la me chamar assim.

  - Só estava pensando em como você sempre faz essas festas enormes darem certo. Meu Raio de Sol é incrível.

  - Ainda bem que sabe. Agora vem aqui que eu preciso de ajuda.

  - Deixa eu adivinhar - brinco seguindo-a. - Precisa dos meus advogados para processar alguém?

  - Ainda não, mas quem sabe daqui para o final do dia. Eu preciso mesmo é que alguém faça os pisca-piscas da entrada funcionarem, alguma luzinha deve ter queimado por que nada mais acende.

  - Raio de Sol eu não sou eletricista e hoje é véspera de natal, duvido que eu ache alguém disposto a trabalhar.

  - Seu genro é um pouco eletricista, Noah é bom com essas coisas, Miguel pode ajudar e tenho quase certeza que foi Rebecca quem arrumou a fiação de uma de nossas lojas semana passada, então só peça ajuda a algum deles e, por favor, dê um jeito nisso. Eu ainda tenho uma ceia de natal para preparar e minha mãe e Helena estão atrasadas para me ajudar. Mas se quiser nós podemos trocar, e então, o que vai ser?

  - Eu dou um jeito no pisca-pisca - decido quando Elisa me lança um de deus olhares fulminantes. Como olhos tão lindos podem ser tão assustadores?

  - Ótimo. Agora vai - ela aponta a entrada me expulsando da cozinha.

  - Que cara é essa, papai? - Noah pergunta quando alcanço a sala. Ele está de pijama e com o cabelo longo bagunçado. No fim não foi nenhuma surpresa ele deixá-lo crescer, Noah sempre foi do tipo tranquilo que vai com a maré.

  - Sua mãe está no “modo festa” - faço aspas no ar e ele ri.

  - Ela fica assustadora em dias assim.

  - Demais, agora vai se trocar que preciso da sua ajuda.

  - Com o quê?

  - As luzes da entrada, ao que parece não estão acendendo como deviam e sua mãe me mandou resolver, como se eu soubesse fazer isso - resmungo e Noah ri um pouco mais. Seu riso expansivo me lembra Elisa de todas as formas assim como sua personalidade, mesmo que, fisicamente, ele seja uma pequena cópia minha.

  Vejo Noah voltar para cima ainda rindo e vou para a entrada, o clima hoje está ameno, mas frio que quente, mas não chega a ser um incomodo, não agora às 11h00m da manhã. Olho para as luzes presas as paredes sem saber exatamente o que fazer. Passo os olhos pelo jardim e sorrio, a muito essa casa deixou de ser um lugar grande demais para minha solidão e se tornou um lar que, às vezes, fica até meio apertado com tanta gente.

  Eu ainda lembro como era antes de Elisa, como ficou depois que meus pais morreram e sobrou apenas eu, uns poucos empregados, Marco e Jane. Ainda lembro como foi quando vi meu Raio de Sol pela primeira vez e tudo mudou, esse era um dia que eu nunca ia esquecer.

  Estava indo a uma reunião - que no fim cancelei por causa dela - com Marco e estávamos debaixo de uma chuva horrível e, num minuto eu estava digitando no celular e no outro o carro freava bruscamente e eu era atirado contra o cinto de segurança. Marco saiu do carro e como não voltou resolvi fazer o mesmo e foi então que a vi. Elisa estava encharcada e ainda sim conseguia me encarar de frente.

  Meu primeiro pensamento quando a vi foi como era ela linda e o segundo foi como, provavelmente, parecia ser meio louca, ainda me lembro de suas palavras pra mim antes de se virar e ir embora.

  — Tudo bem – ela resmungou. – Que seja. Meu dia já está uma droga, um atropelamento a mais ou a menos não vai fazer diferença mesmo. Até nunca mais.

  E é claro que não foi bem isso que aconteceu, por que eu fui atrás dela.

  E acho que foi ali que eu soube que seria Elisa.

  Talvez ainda não estivesse apaixonado, mas estava encantado e sabia que ela era diferente e que se fosse para alguém aceitar minha proposta um tanto quanto incomum, essa pessoa seria ela, seria meu Raio de Sol, seria Elisa.

  E no fim estava certo, ela aceitou, me deu dois filhos lindos e de brinde muita confusão e amor. Todas e cada uma das situações em que me meti por causa de Elisa foram uma brisa de felicidade e um raio de sol em minha vida. Mas acho que me apaixonei por ela quando soube sua história através de Miguel no casamento dele. Por que pensar que, apesar de tudo que tinha lhe acontecido, Elisa ainda estava ali vivendo a vida e sendo vida por onde passava me encantou e quando vi, ela já tinha meu coração.

  Mesmo com todos os altos e baixos, as discussões e acidentes eu não mudaria nada, nenhum beijo, sorriso ou calda de caramelo, por que foi tudo isso que me trouxe até aqui, até essa família que meu Raio de Sol me deu.

  Sorri quando vi parte dela chegando em um jeep azul que ainda me dava muito trabalho.

  Analu saiu pela porta do passageiro e me sorriu antes de ir buscar Tommy no banco de trás. Eu ainda me lembrava de ficar surpreso com a possibilidade de os gêmeos serem duas meninas e agora sei que não era nem por causa da empresa – que Analu vai herdar no fim das contas -, mas por que eu provavelmente não daria conta das três. Elas iriam me engolir vivo, coisa que Elisa e Anna Laura já fazem tranquilamente com nós três – eu, Drew e Noah – mesmo sendo minoria.

  Quando minha garotinha colocou Tommy no chão ele correu em minha direção todo animado e sorri antes de me abaixar para pegá-lo no colo. O ergui assim que seu pequeno corpinho se chocou contra mim. Analu namorar foi um das coisas mais estressantes que me ocorreu em muito tempo, mas até eu era obrigado a admitir que Alex e Tommy só faziam bem a ela. E é claro que meu Raio de Sol deixou mais que claro que eu não tinha permissão para interferir enquanto Alexander não fizesse nenhuma besteira e, até onde eu soube não teve nenhuma. Infelizmente.

  - Vovô a gente veio! – Tommy disse divertido e beijei seu rosto. Ser avô era uma experiência completamente nova, mas que eu adorava, por que amava esse garotinho independente da forma que ele tinha chegado até nós.

  - É vocês vieram, nós vamos jantar juntos hoje.

  - É! E amanhã tem pesente! – ele se sacudiu animado em meu colo e tive que segurá-lo para não cair.

  No auge dos seus três anos Tommy estava se mostrando uma pequena cópia de Analu, que por sua vez tinha puxado a Elisa, ou seja, era só mais um membro dessa família que era extremamente animado e falante, falando alto demais sem se importar com quem estava perto. A ideia me fez sorrir.

  - Tem é? Quem te contou isso?

  - A mamãe! Fala pra ele, fala pro vovô dos pesentes, mamãe! – ele pediu se remexendo para descer do meu colo e foi até Analu que tinha se aproximado com Alex, os dois traziam só algumas sacolas de mercado com compras de última hora para a ceia mesmo que fossem passar a noite aqui.

   - Vão ter vários presentes, papai. Mas só amanhã – Analu me sorri e vem me abraçar mesmo com as sacolas, beijo sua testa.

  - Isso é ótimo. Que bom que chegou Alex, Elisa está precisando de ajuda com a comida. Lena e Cassy ainda não chegaram e ela está surtando lá na cozinha, mas não fala pra ela que eu disse isso – peço e ele sorri. Mesmo a contragosto eu aprendi que Alex era parte da família e, sendo sincero, ela ter aumentado só me deixava mais feliz.

  - Pode deixar que não falo nada, mas vou lá ajudar. Me dá as sacolas Princesa – ele pede a Analu e ela as entrega, então ele acena e entra em casa.

  - Mamãe, vodento achar o tio Nono e a vovó! – Tommy anuncia e vai atrás do pai. – E o tio De também! – nós o ouvimos gritar antes dele sumir dentro de casa.

  - Esse aí é exatamente como você, sua mãe e Noah – comento e Analu sorri.

  - Eu sei. Alex acha isso um máximo, só não sei se vai continuar achando quando ele crescer e continuar falando e rindo escandalosamente.

  - Aposto que vai – digo sinceramente. – Eu ainda amo que vocês dois sejam como sua mãe.

  - E ela diz que acha muito fofo que Drew seja como você, vocês dois são uma melação sem fim – ela finge reclamar, mas está sorrindo. – E eu amo isso. Quero estar assim com Alex daqui alguns anos.

  - Aposto que vai estar, você não é do tipo que aceita menos do que toda a felicidade que merece – digo a abraçando e Analu retribui me apertando.

  - Aprendi com a mamãe, mas estou curiosa. O que o senhor está fazendo aqui fora?

  - Os pisca-piscas queimaram e eu supostamente tenho que dar um jeito. Depois vou lá perguntar ao Alex se ele tem alguma ideia de como me ajudar.

  Analu ri e sorrio com ela.

  - Boa sorte com isso, agora vou lá dentro ver as confusões que meu filho está arrumando – ela começa a se afastar em direção a porta então para e me olha. – Papai, o senhor sabe se meu moletom vermelho ficou aqui?

  - Não tenho nem ideia, isso é com a sua mãe, mas como agora seu quarto está cheio de coisa deve estar lá no meio.

  - Deve mesmo – ela suspira. – Vou olhar lá mais uma vez, mas em minha defesa aquele guarda-roupa não foi feito para ser de três pessoas. Acho que vou arrumar tudo mais uma vez.

  - Analu isso é dema... – paro de falar quando ela me acena e entra em casa, me ignorando por completo, acabo sorrindo.

  Esse era o motivo dos três não precisarem trazer roupas ou malas quando vinham aqui. Analu tinha levado quase todas as suas roupas para a casa de Alex, mas tinha deixado algumas coisas aqui e, nesses últimos anos, tinha trazido várias coisas de Alex e Tommy e deixado por aqui em seu antigo quarto que era onde os três ficavam quando vinham passar a noite, então agora tinham coisas do seu noivo e do filho em seu antigo guarda-roupa e nem ela e sua mania de limpeza estavam dando conta da confusão.

  Olhei para o jeep estacionado perto do jardim e sorri. Alex e Tommy tinham sido um acréscimo mais do que bem-vindo à família, todos amavam os dois e o pequeno bebê tinha ganhado o coração de todos assim que chegou. Eu era um desses que ele tinha conquistado na primeira oportunidade, ainda me lembro da nossa primeira excursão pela empresa, eu amava ter um neto para sair mostrando por aí.

  Mas como as luzinhas de natal não iriam se arrumar sozinhas eu fui tentar resolver o problema do qual fui incumbido, felizmente Noah e Alex chegaram um pouco depois para me ajudar, como eles conseguiram se livrar da Elisa e de Tommy era um mistério, mas fiquei grato pela ajuda. Depois de algumas tentativas com as luzinhas que piscam Miguel e a família chegaram, as meninas entraram e ele e Matt se juntaram a nós na empreitada de consertar as luzes, assim como Drew que desceu depois de finalmente acordar. No fim éramos seis homens e meio – Tommy veio se juntar a nós também – tentando dar um jeito em um pisca-pisca queimado.

  - Nunca pensei que ir atrás daquela loira escandalosa e toda molhada naquela noite terminaria assim – penso alto depois que Drew comenta que achou mais uma luzinha com defeito.

  - E achou que ia terminar como? – Miguel pergunta sem desviar os olhos do fio que concerta, ele e Alex são os únicos que sabem realmente o que estão fazendo.

  - Com um café e um não. Ou talvez até um sim, mas sem nenhuma complicação.

  - Minha irmã e sem complicação na mesma frase? – ele sorri pra mim. – Só nos seus sonhos mesmo.

  - Bem, me dá um desconto, Ok? Na época eu não conhecia meu Raio de Sol – comento fazendo todos rirem.

  - O senhor se arrepende de alguma coisa? – para minha surpresa é Drew quem pergunta me olhando. – De virar sua vida de cabeça pra baixo? Ou sei lá, ter arrumado uma mulher e dois filhos do nada?

  - Não me arrependo de nada – respondo sem hesitar. – Para você que é praticamente um espírito livre e nunca teve uma namorada séria, talvez seja difícil de entender, mas eu não mudaria nada do que me aconteceu. Por que foi assim que ganhei sua mãe, você e Analu. E depois teve Noah. E antes de vocês minha vida não era nem de longe tão especial quanto se tornou depois.

  - Vocês todos são assustadores – o mostro comilão comenta parecendo indignado, mas está sorrindo quando olha para os comprometidos. – Mas é legal saber como você e a mamãe se apaixonaram apesar de tudo.

  - Estou aguardando a minha vez – Noah diz tranquilo. Esse não tem medo de encontrar o amor.

  - Pois pode ficar com o meu lugar na fila – Drew oferece nos fazendo rir mais uma vez. Depois de negar tanto, acho que meu mais velho vai ser do tipo que vai amar com todo o coração, mas é claro que não vou falar isso a ele.

  Nós continuamos a conversa e felizmente conseguimos fazer o pisca-pisca voltar à vida uns momentos antes de Elisa Whitmore vir conferir nosso serviço e nos chamar para almoçar. Minha esposa sorri encantada e fico preso em seu sorriso mesmo depois de tantos anos juntos, eu amo essa mulher com todo o coração. Depois disso seguimos todos para dentro atrás de comer.

  Como a mesa de jantar está cheia de travessas e panelas – cheias e vazias – para a ceia mais tarde hoje é um daqueles dias em que comemos todos espalhados pela casa. Noah está no chão com Tommy, o garotinho ainda ama comer com ele, Analu, Alex, Drew, Matt e Maddie se apertam e dividem a bancada da cozinha, Miguel e Helena dividem uma cadeira e apóiam os pratos em uma pontinha da mesa entulhada de coisas e Elisa está sentada em meu colo em outra cadeira da mesa, nós seguramos nossos pratos com as mãos e todos comem apressados.

  Estamos terminando de comer em meio a essa confusão quando Cassy e Louis chegam, eles se juntam ao almoço improvisado depois de explicar que seu ônibus atrasou.

  Depois disso a tarde passa em meio a mais confusão, gente passando pra lá e para cá, gritaria e Elisa espalhando ordens como quem entrega panfletos. Meu Raio de Sol consegue arrumar coisa para todos fazerem e nas horas que se seguem nossa casa vira um pequeno campo de guerra. O pessoal da cozinha e que sabe cozinhar – Cassy, Elisa, Helena, Alex, Noah e Maddie – está a todo vapor enquanto nós o pessoal que não cozinha – eu, Drew, Analu, Miguel, Matt e Louis – temos que organizar a casa e mantê-la assim até o restante do pessoal chegar, o que significa, no mínimo, evitar que Tommy derrube a enorme árvore de natal da sala até pelo menos a meia noite.

  Quando a comida fica pronta, um baita milagre em minha opinião, Miguel e a família se despedem para irem se aprontar em casa e começamos outra operação militar. Elisa ainda insistiu para que o irmão ficasse, mas com Cassandra, Louis, Alex e Tommy nossa casa já atingiu um grande contingente se contar as poucas horas até o restante dessa família escandalosa chegar.

  Então recomeça o entra e sai de gente nos quartos e nos banheiros, a gritaria atrás de um sapato ou brinco e as mulheres da família se trancando dentro dos referidos banheiros sem dar se quer a chance a alguns de nós que estavam cochilando – não é Drew? – a tomar banho antes de os convidados chegarem.

  - Pai – Drew chega reclamando em meu quarto. Estou terminando de dar o nó em minha gravata. – Nossa o senhor está demais – ele sorri ao me ver se esquecendo momentaneamente da reclamação.

  - Sua mãe fez questão que estivéssemos combinando – digo sorrindo e me olhando no espelho depois de terminar com a gravata.

  Estou usando um terno completo com colete vermelho vinho, uma camisa branca e a gravata preta. Minha esposa disse que seu vestido é da mesma cor do meu terno – ela não me deixou vê-lo – e que devíamos estar belíssimos mesmo que o natal fosse em nossa casa. Então me vesti a caráter, eu é que não ia discutir com Elisa Whitmore.

  - Isso não me surpreende – ele sorri, mas logo em seguida seu sorriso morre e ele se joga de costas em minha cama, ainda usa a camiseta e a bermuda de hoje cedo.

  - O aconteceu?

  - Sua mulher, sua filha e sua sogra estão ocupando os banheiros todos e o único que sobrou Noah se trancou dentro para lavar o cabelo. Eu preciso tomar banho, pai. Isso aconteceu.

  Sorrio pelo jeito que ele falou.

  - Elas não são nada suas, não é?

  - Quando quero tomar banho e não saem do banheiro? – ele dá um meio sorriso. – Não. O senhor, o vovô e Tommy são os únicos que conseguiram um tempinho no banheiro antes delas tomarem conta.

  - Falando nele. Cadê Tommy?

  - Com o vovô enquanto Alex foi implorar um espaço no banheiro a minha gêmea. Mas como vocês conseguiram tomar banho antes de elas se apossarem?

  - Isso foi que não estávamos dormindo a tarde toda.

  - Isso foi algum tipo de acusação? Por que em minha defesa a faculdade está acabando comigo.

   - Sinto muito, foi você quem fugiu de mim e da empresa – comento divertido e ele se senta na cama sorrindo também.

  - Como se todos nós não soubéssemos que seria Analu a mandar em tudo depois do senhor. Eu só fiz a minha parte em arrumar algum curso totalmente diferente e surpreender a todos. Agora vou ir chorar para a única mulher dessa família que estaria disposta a me ceder uns minutos no banheiro.

  - Sua avó? – pergunto divertido e ele faz que sim antes de sair do quarto.

  - Exatamente.

  Ainda estou dando uma ajeitada no cabelo quando vejo Elisa sair do banheiro do nosso quarto pelo reflexo do espelho. Sorrio me virando para olhá-la, minha esposa está com os cabelos presos em um coque baixo sem um único fio loiro fora do lugar. Ela sorri de volta ajeitando o laço do robe na cintura, é Elisa ainda não está vestida.

  - Aquele que estava choramingando aqui era o seu filho?

  - Ele mesmo, aparentemente as mulheres dessa casa se apossaram dos banheiros.

  - Ele deu mole – ela sorri se aproximando e então toca as lapelas do meu paletó. – Você está um gato Bonitão, esse terno e esses fios brancos no seu cabelo o deixam muito sexy – então ela se estica e cola os lábios na minha orelha. – Não vejo a hora de tirar esse terno de você.

  A reação é imediata, sinto um arrepio me percorrer e aperto a cintura de Elisa contra mim. Eu amo que mesmo depois de todo esse tempo ainda temos esse fogo, que a vontade de estarmos juntos não diminuiu. Amo meu Raio de Sol por ser assim inteira e nunca hesitar em dizer exatamente o que está pensando.

  - Eu posso começar com o seu robe, o que acha? – sussurro de volta e sinto quando ela ri.

  - Infelizmente acho que nossos convidados vão chegar e não podemos – ela comenta se afastando um pouco e arqueio uma sobrancelha a olhando. – Tudo bem, alguns beijos não farão mal a ninguém.

  Ela cola nossas bocas e sinto seu sabor doce em um beijo suave e calmo, aperto mais sua cintura e só queria ter tempo de continuar com a brincadeira que começamos.

  - Pai manda a Analu sair do banheiro pelo amor de Deus! – Drew entra no quarto gritando e eu e Elisa nos separamos o olhando. Drew está exatamente como estava minutos atrás.

  - Eu achei que depois que eles crescessem esse tipo de coisa ia parar de acontecer, Bonitão – Elisa sorri e Drew dá de ombros.

  - Eu sei que vocês se amam e tudo mais. Mas eu preciso tomar banho, por favor! – ele choraminga então vê a porta do nosso banheiro aberta.

  - Nem pense nisso Andrew Whitmore! – minha esposa tenta, mas nosso filho já correu para o banheiro e fechou a porta. Elisa então me olha ainda em meus braços. – Está vendo isso, Bonitão? É tudo culpa sua! Eu ainda tenho que me maquiar!

  - Você não precisa de maquiagem para ficar linda, mas que tal usar o espelho aqui do quarto e deixar o podre Drew tomar banho? – pergunto lhe dando um beijo no nariz e ignorando totalmente a parte sobre ser minha culpa. Isso era uma coisa que nunca mudaria.

  - Tudo bem – ela sorri e segue para a penteadeira cheia com seus cosméticos e maquiagens.

  Estou quase saindo do quarto quando me lembro de algo.

  - Drew! – grito.

  - O quê? – ele grita de volta do banheiro.

  - E sua avó, não te deu chance no banho, não?

  - Até deu, mas Alex foi mais rápido que eu!

  Elisa gargalha e sorrio finalmente saindo do quarto. Eu definitivamente era apaixonado por essa louca família.

  Encontro Louis e Tommy na sala brincando de carrinho no tapete, ambos com seus ternos, meu neto usa até um suspensório, está estiloso demais. No fim me junto a eles por que Tommy me chama e provavelmente nunca vou negar nada a ele. Elisa vai ter um ataque quando ver nossas roupas amassadas e cheias de pelos do tapete, mas uma coisa de cada vez. Agora preciso fazer a sonoplastia de uma retroescavadeira.

  Quando Miguel e a família voltam ainda estou no tapete, mas quando Maddie assume a brincadeira com Tommy, eu e Louis vamos nos juntar aos mais velhos para conversar. Matt está ao telefone com a noiva e Lena sobe as escadas atrás de Elisa sobrando eu, Miguel e Louis em uma conversa sobre negócios por que, já diria meu Raio de Sol, esse é um dos meus assuntos preferidos.

  Aos poucos o resto da família vai descendo ou chegando. Mike e Chloe não vêm, foram visitar os pais dela, mas Manuella chega pouco depois e é recebida por Matt, mas logo vai atrás de Analu. Noah e Cassy descem primeiro seguidos de Alex e Drew. Quando Daniel e Caitlin chegam com Rebecca nós já somos um pequeno batalhão onde todos falam ao mesmo tempo e o mais alto que podem para se fazerem ser ouvidos. Os últimos a chegar são Eva e Henry.

  Finalmente Elisa desce as escadas e tenho que admitir que minha esposa está linda, em um vestido vermelho vinho que abraça suas curvas até os joelhos e se abre logo depois disso, ele tem uma única manga comprida com uma fenda que mostra o seu braço. Helena vem com ela e as meninas – Analu e Manu – vêm também.

  A conversa continua, tem bebidas e aperitivos e estão todos espalhados pela casa. Elisa, Helena, Cassandra, Caitlin e Eva estão na cozinha vendo os últimos detalhes do jantar, mas a verdade é que todos sabem que elas estão na verdade é fofocando. Matt, Alex, Drew, Noah e Rebecca estão na sala de televisão em meio a um jogo de videogame. Analu e Manu estão ajeitando a mesa de jantar enquanto conversam e Maddie está dividindo um prato de sopa com Tommy já que perdeu a namorada para os meninos e o videogame.

  Louis e Henry estão tomando uísque e conversando na varanda e sobramos eu, Miguel e Daniel de pé perto da porta da sala de jantar observando a movimentação e tomando nossas bebidas.

  - Como elas conseguem ter tanto assunto? – Daniel pergunta olhando para as mulheres na cozinha depois de tomar um gole da sua cerveja.

  - Está aí um dos maiores mistérios da humanidade – Miguel brinca olhando também.

  - É impressão minha ou vocês realmente se tornaram duas velhas fofoqueiras? – pergunto e eles me olham.

  - Olha quem fala – comenta Dan. – Você também não era assim não Bonitão.

  - Não me chama assim – digo seco e Daniel gargalha.

  - Tudo bem, Tony. Apesar de eu amar a Elisa você ainda é o meu melhor amigo, não precisa se preocupar.

  - Nós não somos amigos – digo apenas por que essa é outra brincadeira que nunca terá fim.

  Estou sorrindo e Daniel também, a verdade é que ele é com certeza meu melhor amigo, o único que esteve comigo naquela parte triste e cinza da minha vida depois da morte dos meus pais e antes da Elisa chegar.

  - Ainda com isso? Você sabe, né? Que a Lisa teve me convidar para estar aqui hoje por que você ainda se recusa a me receber?

  - Ele é um idiota, esquece isso, Dan – Miguel comenta e reviro os olhos. Esse é outro que vai implicar comigo como se estivéssemos na escola sempre que ele puder, o irmão da minha esposa nunca ia se esquecer de me encher o saco.

  - Vocês dois são insuportáveis – respondo bebendo meu uísque.

  Como Dan não consegue ficar calado ele olha em volta atrás do próximo assunto. Então sorri.

  - E o casamento do quarteto. Sai quando?

  - No próximo mês – Miguel responde sorrindo. – E o Tony está adorando.

  - Ainda não aceitou Tonynho? A Analu e o Alex já são praticamente casados há uns dois anos – Daniel diz divertido. - Você vai ter que superar em algum momento.

  - Miguel até hoje não aceitou que eu sou casado com a Elisa então eu não sou obrigado a nada.

  - Touché— meu primo ri antes de beber mais da sua cerveja.

  Nós continuamos com nossa conversa que sei que não vai levar a lugar nenhum, mas que sempre se desenrola quando nós três nos juntamos até Elisa ir até perto da mesa e pedir atenção. Louis e Henry voltam para dentro e os meninos pausam o jogo de videogame para ouvirem.

  - Em primeiro lugar queria agradecer a todos que vieram hoje – Elisa sorri. – Amo vocês pessoal, sério. Depois que meu pai morreu eu achei que ia ficar sozinha, mas a verdade é que Deus foi muito generoso comigo e ganhei uma família enorme. E em segundo lugar, o que vocês querem fazer primeiro: comer ou revelar o amigo oculto?

  - Comer! – obviamente é Drew quem grita da sala de TV. – Até todo mundo falar quem tirou eu já morri de fome.

  - Mais algum voto? – minha esposa pergunta divertida.

  Depois de toda uma confusão, sempre tem com fusão com todos juntos, nós decidimos jantar por que realmente está ficando tarde e daqui a pouco Tommy vai querer dormir e os meninos beber e amanhecer o dia no sofá como acontece sempre.

  Então a próxima operação militar se inicia: todos se servirem para poder comer. Tem fila, exclamações sobre gente furando a fila, pratos sendo derrubados e gritaria por que é assim que resolvemos as coisas por aqui, tentando falar mais alto que a outra pessoa. Então depois que todos se servem a maioria de nós senta-se à mesa de jantar, mas como, mesmo com ela sendo enorme, não cabe todo mundo alguns se dispersam. Noah como sempre acaba no tapete com Tommy; Matt, Manu, Rebecca e Maddie dividem a bancada da cozinha e o resto de nós se acomoda à mesa.

  Todos comem e conversam, contam histórias e quando – finalmente – paramos de ouvir o barulho dos talheres batendo nos pratos e todos ajudam a juntar um pouco da bagunça, nós nos reunimos na sala. Tem gente nos sofás, poltronas e cadeiras e no tapete no chão, Tommy caminha por entre todos e eu divido uma poltrona com Elisa.

  - Quem vai começar? – Analu pergunta ansiosa.

  - Eu! – Noah se oferece.

  Nessa hora o celular de Caitlin toca e ela sorri se desculpando, atende e deseja feliz natal a quem quer que seja, a ligação duras uns dois minutos e ela finalmente desliga.

  - Desculpa, era a Vick. Ela e o Edu desejaram feliz natal pra todo mundo.

  - Por que eles não vieram mesmo? – Elisa pergunta e Cait sorri.

  - Eles estão fora do país por causa do trabalho do Edu, eles e os meninos. Meus pais foram passar o natal com eles, vão ficar lá até o ano novo. Eu, Dan e Becca vamos passar o ano novo lá com eles e depois voltar.

  - Já que não temos as mordomias de ficar uma semana de folga. Nossos chefes não são tão legais – Daniel comenta e Elisa me olha sorrindo.

  - Isso foi uma indireta, Bonitão?

  - Com certeza – comento. – Mas vou fingir que não ouvi.

  - Não custa tentar – meu primo dá de ombros e a esposa dele revira os olhos.

  - Não estávamos começando um amigo oculto? – Cait pergunta e olha para Noah. – Começa aí mini Bonitão.

  - Pode deixar – meu caçula vai até a árvore de natal e pega um embrulho enorme, uma caixa retangular que se fosse mais final poderia ser muito bem uma televisão.

  - Eu quero esse! – Drew comenta e Noah ignora o irmão antes de começar a falar.

  - Meu amigo oculto é... – ele para e sorri. – É uma das pessoas que mais amo nessa família. Simples assim.

  - A mamãe? – Analu tenta e ele nega com a cabeça.

  - Eu obviamente – diz Daniel e Noah volta a negar sorrindo.

  - Eu te amo tio Dan, mas não é você.

  - Eu sei quem é – Elisa sorri em meu colo. – Um embrulho desse tamanho? Só pode ser para o amor da vida dele.

  Nessa hora todos olhamos para Tommy.

  - Tommy – dizem todos juntos deixando o garotinho confuso.

  - Aqui para você meu amor – Noah diz a ele mostrando o embrulho enorme e o garotinho corre até ele animado.

  - Tio Nono! O que é?

  - Abre que você descobre – Noah responde e Tommy não precisa de um segundo incentivo antes de começar a rasgar o papel de embrulho. O tio o ajuda e no fim vemos o que tem na caixa enorme.

  - Uma bici... – o garotinho se interrompe e olha para Noah que completa a palavra.    

  - Cleta – ele diz divertido. – Gostou?

  - Sim! – responde animado e se vira para Alex e Analu que estão sorrindo e tirando fotos do garotinho. – Mamãe, papai! O Tio Nono me deu uma bici... queta.

  - Estou vendo – Analu sorri para ele quando seu pequeno corpinho se joga em seu colo.

  - Vamos continuar se não a gente vai ficar aqui para sempre! – Rebecca reclama e ela bem que tem razão sobre o tempo que vamos gastar para que todos possam falar.

  Como Noah tirou Tommy ele é o próximo. Analu pega uma caixinha pequena na base da árvore e dá ao garotinho então diz alguma coisa em seu ouvido.

  - Para quem é o seu presente, Tommy? – Alex pergunta a ele e Tommy sorri olhando diretamente pra mim.

  - Para o melor vovô de todos!

  Elisa sai do meu colo e vou até meu neto para o apertar em um abraço. Tommy se agarra ao meu pescoço e beija o meu rosto, sorrio beijando sua testa, eu definitivamente amo esse garoto.

  - Obrigado – digo a ele quando me entrega a caixinha, Tommy então desce do meu colo e volta para o da mãe.

  Abro a caixinha e sorrio ao olhar para a gravata verde. Essa tinha se tornado minha cor favorita nos últimos anos e tinham três pares de olhos responsáveis por isso. Pego meu presente, é um envelope que Elisa me fez decorar.

  - Meu amigo oculto é alguém que já ameaçou quebrar meu nariz mais vezes do que é saudável em uma relação – digo sorrindo e Miguel fica de pé antes mesmo de alguém dizer seu nome.

  Nós nos abraçamos e ele pega o presente, quando abre sorri.

  - Passagens, sério?

  - Elisa falou que você queria viajar com a Lena. Pode escolher a data e o local.

  - Talvez eu goste um pouco mais de você agora – meu cunhado ri e reviro os olhos voltando para o meu lugar.

  A típica brincadeira de natal continua e Miguel dá pistas sobre seu amigo oculto que no fim é Rebecca e ele deu a garota um livro que ela queria. Becca continua e em meio a risadas e gritos os outros vão mostrando seus presentes e dando pistas de quem tiraram. Tommy dorme nos braços de Analu no meio do caminho e em determinado ponto ela sobe para colocá-lo na cama. Quando ela volta é Elisa quem está de pé com seu presente nas mãos. Uma caixa quadrada e bem decorada.

  - Eu conheci meu amigo oculto enquanto comíamos chocolate e decidíamos se amendoim era ou não um veneno colocado no doce – ela sorri e os outros parecem meio perdidos com a descrição, mas me lembro disso.

  De uma de suas muitas tagarelices. De mais uma das vezes em que Elisa me surpreendeu sendo essa pessoa encantadora que é e ganhando não só a confiança de Henry, mas também sua amizade que dura até hoje. Nossos amigos não têm filhos nem irmãos, então acabamos nos tornando sua família.

  - Felizmente naquela ocasião não tinha amendoim no chocolate ou você teria tentado me matar, Raio de Sol – comento e ela me sorri.

  - , mas quem é o amigo oculto da mamãe? – Noah quer saber olhando de mim para Elisa.

  - O Henry – minha esposa responde e nosso velho amigo sorri ficando de pé. 

  - Que história é essa de amendoim e chocolate? – Analu pergunta e nós três sorrimos.

  - Depois te conto, Princesa – Elisa garante antes de abraçar Henry e depois lhe entregar a caixa.

  Ele a aceita e abre o papel colorido e sorri vendo o que tem dentro.

  - Uma caixa de chocolate – Henry ri e meu Raio de Sol ri com ele.

  A troca de presentes continua e quando finalmente terminamos já é meia noite. Há muitos desejos de “Feliz natal!”, abraços e cumprimentos. Os meninos é claro que vem com fogos de artifícios e saímos todos para o jardim para ver as crianças grandes se divertindo acendendo as dezenas de luzes brilhantes. Alex entra para ver como está Tommy e volta com o garotinho no colo, ele se empolga com os tios e os fogos.

  Fico abraçado a Elisa vendo o céu se iluminar e sorrio vendo nossa família se divertir com os fogos. Pensar que foi essa mulher em meus braços que me deu tudo isso e que é graças a ela que a expressão em meu rosto é sempre um sorriso. Eu amo meu Raio de Sol e, nunca vou ser grato o suficiente a ela por ter entrado em minha vida e me amado.

  - O que foi Bonitão? Pensando em quê? – a mulher alvo dos meus pensamentos me pergunta levantando os olhos verdes para me olhar. Coloco uma mecha que escapou de seu coque atrás da orelha, ela sorri.

  - Em como te amo e como sou grato por você me amar.

  - Droga! – ela reclama e fico sem entender. – Assim não vale. Não pode fazer umas declarações dessas assim do nada.

  Sorrio beijando sua testa.

  - Você é realmente...

  - O quê? – ela me estreita os olhos e nego com a cabeça beijando seus lábios dessa vez.

  - ...Incrível – completo e ela sorri.

  - Eu sei e também te amo, só para constar. E obrigada por me fazer aquela proposta maluca, Bonitão.

  - Obrigado você por tê-la aceitado, Raio de Sol.


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Notas finais do capítulo

E foi isso meus amores!
Espero que tenham gostado e, por favor, comentem o que acharam desse momento em família!
Um recadinho: o próximo capítulo é o último, depois teremos o epílogo e acabou, agora é oficial.
Espero ver todos por aqui na nossa reta final, beijocas e até,
Lelly ♥



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