Surpresas do Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 32
C de... Cadeia? Não! De casa comigo!


Notas iniciais do capítulo

Depois de duas vidas e mais um pouco ela finalmente está de volta!
Voltei meus amores!!!! Eu sei, eu sei, estou total e mortalmente atrasada, maaaaaas voltei isso conta, né?
Lembrem-se sempre que amo vocês e não desistam de mim!
Espero que gostem do capítulo!
BOA LEITURA ♥
PS: O título entregou, mas vamos ter mais pedidos de casamento sim!!!



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  Matt

 

  Eu encarava a caixinha com o anel completamente nervoso. Ela diria sim, ou ao menos eu esperava que dissesse, mas não podia não me sentir ansioso com o pedido eminente.

  - Você estava nervoso quando fez o pedido? – perguntei ao Alex que estava sentado comigo no sofá da sala do nosso novo apartamento – meu e de Manu -. Meu amigo sorriu e fez que sim.

  - Apavorado, mas aí sua prima estragou tudo e pulou várias partes do meu roteiro então acabei ficando mais tranquilo.

  - Meu Deus – começo a ficar realmente preocupado. – E se Manu resolver me pedir em casamento no meio do jantar?

  - Então você tem duas opções: ou diz sim ou ignora. Eu ignorei Analu, ela ficou indignada. Lembro até hoje da sua expressão irritada.

  - Se eu ignorar minha Pimentinha ela acaba comigo.

  - Então o jeito é aceitar – Alex diz divertido e me jogo no sofá grunhindo em frustração.

  Minha esperança era pensar que Manu não faria algo como isso comigo.

  - Papai! – Tommy veio correndo do quarto com uma das minhas gravatas presa bem precariamente ao redor do pescoço. – O tio Matt tem umas gavatas igual as suas.

  O garotinho sorriu e nem consegui ficar bravo com a possível bagunça que fez no quarto. No auge dos seus três anos Tommy continuava uma fofura em forma de criança, com os cabelos loiros e olhos escuros brilhantes.

  - Tem mesmo, mas onde o senhor achou isso? – Alex perguntou e o garotinho olhou para todos os lados menos para o pai.

  - Na gaveta – Tommy murmurou baixinho e tive que conter o riso.

  - E quem disse que você podia mexer na gaveta do seu tio?

  - O tio Matt deixou, não deixou tio? – ele olhou para mim e não consegui não sorrir, esse garotinho ia conseguir absolutamente tudo de mim e eu nem conseguia me envergonhar disso.

  - Com certeza – disse o puxando para o meu colo e lhe fazendo cócegas, o garotinho se remexeu todo tentando sair e quando finalmente o soltei suas bochechas estavam vermelhas.

  - Que bom que seu tio deixou – Alex me olhou feio. – Agora vai lá arrumar tudo o que você bagunçou por que daqui a pouco vamos para a casa encontrar a mamãe, e se você deixar tudo bagunçado ela vai brigar com nós dois.

  - bom! – Tommy respondeu animado como só um garotinho de três anos poderia ser e voltou correndo pelo corredor.

  - Você não pode compactuar com essas coisas, Matt – Alex reclama assim que Tommy some outra vez. – Sério, eu não sei quem é pior, você, Mason, Drew ou Noah.

  - Felizmente eu sou só o tio, você e Analu que lutem por que eu vou continuar concordando com ele sempre que sorrir pra mim com aqueles olhinhos brilhando.

  - Você não tem vergonha de dizer umas coisas dessas não? – meu amigo perguntou incrédulo e sorrio negando com a cabeça.

  - Nenhuma.

  - Estou vendo, mas acho que vou pegar meu filho e voltar pra casa por que a sua mulher deve estar chegando e a minha me esperando. Não acredito que você me fez esperar dois anos para poder me casar com a minha Princesa.

  - Nem todo mundo tem uma casa mobiliada para morar com a noiva como você. Vocês deram sorte que os meus pais e os de Manu nos ajudaram com o apartamento se não teria demorado muito mais. Mas você devia culpar elas por essa promessa.

  - Você vai querer contestar alguma delas? – ele ofereceu ficando de pé e nem cogitei a ideia, eu não era louco.

  - Nem pensar, essas duas juntas são assustadoras.

  - É sobre isso – Alex diz divertido. – Agora vou lá no quarto ver o estrago. Você devia ver com Analu se elas já estão voltando.

  Vejo Alex se afastar e ligo para minha prima.

  - Oi Alex, nós já estamos terminando aqui – é como ela me atende.

  - Alex?

  - É.

  - Você não quer que ela saiba com quem está falando, é isso?

  - Exatamente – ela cantarola do outro lado da linha. Sorrio, as mulheres dessa família são todas um pouco loucas. - Tudo pronto para nosso filme agora à noite?

  - Está tudo certo, só estou esperando seu noivo e seu filho irem embora. Se estiver tudo Ok pode trazer Manu aqui.

  - Então está combinado. Já estou indo.

  - Vou ficar esperando e obrigado por tudo, Analu.

  - Não tem pessoa mais feliz com isso que eu – ela diz e sei que é verdade. Se tem alguém que torce por nossa felicidade essa pessoa é Analu, minha prima é demais.

  Nós nos despedimos e desligamos, depois disso Alex volta com Tommy e dessa vez ele não usa nenhuma de minhas gravatas.

  Eles também se despedem e saem e por fim estou só no apartamento.

  Alex não se importou de passar sua tarde de sábado aqui comigo cozinhando para mim e Manu, na verdade ele estava bem animado, acho que a ideia eminente que esse seria meu jantar de noivado o tinha deixado feliz por que isso significava que ele e Analu poderiam finalmente se casar. Minha prima e o noivo tinham tido tempo nesses últimos dois anos para reformar a casa deles o que significava que tinham pintado as paredes, restaurado alguns moveis e o mais importante – de acordo com Noah – eles agora tinham quartos de hospedes e os irmãos de Analu não precisavam mais dormir nos sofás.

  Nesse meio tempo eu e Manu com a ajuda dos nossos pais conseguimos comprar e mobiliar nosso novo apartamento e foi só então que decidi pedi-la oficialmente em casamento.

  Então agora era oficial, eu iria ficar noivo se tudo corresse bem, mas eu devia saber que, em se tratando da minha família, dificilmente alguma coisa ia correr exatamente bem ou como o planejado.

  Esperar por Manu sozinho no apartamento era ainda mais inquietante que com a companhia de Alex, por que sozinho eu podia pensar em tudo o que podia dar errado ou na possibilidade – quase impossível, dizia meu lado racional – dela dizer não. Mas depois de quase uma hora e nada da minha namorada eu comecei a realmente me preocupar, afinal, Analu disse que estavam saindo de lá.

  Eu estava prestes a ligar para Manu quando meu celular começou a tocar em cima da mesinha de centro. Levantei num pulo do sofá para atender.

  - Número desconhecido? – murmurei confuso antes de levar o celular à orelha. – Alô?

  - Matt, graças a Deus – Manuella suspirou do outro lado da linha me surpreendendo.

  - Pimentinha? O que aconteceu? Por que não me ligou do seu celular?

  - Então... – ela começou, mas foi interrompida por uma voz ríspida de fundo.

  - Rápido aí, senhorita! Tem mais gente pra ligar!

  - Manu, onde você está? – perguntei com cautela tendo um péssimo pressentimento.

  - Então, já que estou sem tempo, vai um resumo. Só que primeiro, lembra que eu te amo, Ok? Mas basicamente eu a Analu fomos detidas pela polícia junto com mais algumas pessoas por causa de uma confusãozinha de nada numa loja de departamentos.

  - Vocês foram o quê!? – perguntei sem acreditar.

  - Foi um acidente envolvendo uma mal-educada que não sabe perder por que Analu com certeza pegou aquele par de botas primeiro.

  - Vocês foram presas por causa de um par de botas?

  - Teve o livro também e depois talvez alguém tenha xingado um segurança e depois disso só lembro da Analu sendo arrastada pra fora da loja junto com a mal-educada.

  - E você foi parar aí por quê? – pergunto respirando fundo e procurando uma calma que definitivamente não sinto.

  - Não é óbvio? Como eu ia deixar minha melhor amiga ser levada sem fazer alguma coisa? Talvez eu tenha pulado no meio da confusão enquanto gritava para os guardas soltarem ela.

  - Manu, pelo amor de Deus... – murmurei sem acreditar, mas acabei sorrindo. Era isso, era por essa mulher louca e encantadora que eu tinha me apaixonado e com quem queria passar o resto da minha vida, isso é claro, se eu conseguisse tirar ela e minha prima barraqueira da cadeia antes disso.

  - Seu tempo acabou— a mesma voz ríspida de antes soou do outro lado da linha e Manu só teve tempo de dizer onde estavam antes que a ligação fosse encerrada.

  Meu celular que estava em minha mão sinalizou uma nova mensagem e eu acabei sorrindo um pouco mais, era de Alex.

  Alex: Você já deve saber das novidades sobre nossas mulheres, passa aqui em casa, quero ir com você e elas levaram o jeep.

  Matt: Ok.

  Alex: Por que não podíamos ter noivas normais?

  Essa era uma boa pergunta. Esse foi meu ultimo pensamento antes de guardar o celular e ir para o estacionamento do prédio buscar o carro, mas antes de sair dei uma última olhada para a mesa decorada com velas, o jantar definitivamente iria ter que esperar.

  Gastei pouco mais de 20min. para chegar a casa de Alex, sorri ao passar pelo jardim bem cuidado, as plantas sempre foram uma paixão de Analu e agora ela tinha muito espaço para cultivar flores e temperos e mais um monte de plantas que eu nem sequer sabia o que eram.

  Não me dei ao trabalho de bater na porta por que vi a luz ligada e ouvi as vozes dentro da casa, assim que entrei me surpreendi ao ver não só Alex e Tommy, mas também Noah, Becca e Maddie.

  - Estão fazendo o que aqui? – foi minha primeira pergunta fazendo todos sorrirem.

  - Minha lindíssima namorada começa a faculdade no próximo semestre, então íamos comemorar em uma festa – é Rebecca quem responde e olho para minha irmã.

  Meddie dá de ombros. Minha irmãzinha tinha decidido fazer faculdade de engenharia química o que surpreendeu muita gente e me fez sorrir, ela era inteligente o suficiente para fazer qualquer curso e sempre soube que qualquer que fosse ele começaria com “Engenharia”, era a cara de Maddie.

  - Foi ideia dos dois – minha irmã sorri me respondendo. - Só íamos nos divertir e como era aqui perto resolvemos pedir abrigo ao Alex e a Analu pra não termos que ir muito longe no meio da noite.

  - Você não era assim não – digo divertido. – Essa sua namorada e seu primo são péssimas influencias para você, irmãzinha.

  - Olha, não é assim também não – Noah comenta e o olho de cima abaixo.

  Rebecca pintar metade do cabelo rosa e a outra metade azul nem foi uma grande surpresa pra ninguém, mas agora meu primo com os cabelos compridos nos surpreendeu, seus cabelos agora alcançavam os ombros, exatamente como meu pai, esses dois não se pareceriam tanto se fossem pai e filho. Eu queria saber se minha irmã ia seguir esses dois, eu esperava muito que não.

  - Independente disso no fim das contas nossa festa deu ruim, não foi? – Becca pergunta juntando os cabelos coloridos para prendê-los em um coque. – Alguma coisa sobre as namorada de vocês terem sido presas.

  - Você não ia pedir a Manu em casamento hoje? – Meddie me olha e suspiro.

  - Ia do verbo vou ter que tirá-la da cadeia antes.

  - Aposto que foi minha irmã que fez as duas irem parar na cadeia – Noah diz divertido se jogando no sofá e Tommy vai se jogar sobre ele. Esses dois ainda são o amor da vida um do outro e acho que isso nunca vai mudar.

  - Eu não duvido, minha noiva é louca – Alex concorda sorrindo, no fim acho que já estamos cientes de onde estamos embarcando.

  - Então nada de festa? – Meddie pergunta e parece quase esperançosa com a ideia.

  - Não. Pelo menos não pra você Noah. Eu preciso que você cuide do Tommy para eu poder tirar sua irmã da cadeia – Alex diz ao cunhado antes de começar a andar pela sala atrás do que pode ser a carteira ou o celular.

  - Tranquilo, se as meninas ainda quiserem ir para a festa tudo bem, eu e Tommy vamos maratonar os filmes da Barbie.

  - Eu prefiro a Barbie, amor – Maddie choraminga para a namorada e vejo a garota dos cabelos coloridos sorrir.

  - Claro que prefere. Eu faço a pipoca então – Becca se oferece suspirando e indo em direção à cozinha. – Vai ser qual filme?

  - Vamos ver qual filme da Barbie, Tommy? – Noah pergunta ao garotinho e ele sorri.

  - As mosquetelas! – diz animado.

  - Sabia – meu primo ri. – As três Mosqueteiras é o favorito dele. Nós já sabemos cantar todas as músicas, não é?

  - É sim, tio Nono. Vamos cantar!

  - Ótimo. Bom filme pra vocês então. Beijo campeão, eu vou buscar a mamãe, Ok? Comporte-se com os seus tios. – diz Alex indo até o sofá e beijando a testa do filho, depois vem até mim. – Vamos?

  - Vamos. Vamos tirar nossas mulheres da cadeia. Tchau pessoal!

  Despeço-me e nós seguimos para o carro e só consigo pensar que essa noite tinha tudo para ser tranquila e romântica, mas não, essas loucas tinham que me aprontar uma dessas.

  - Você está pensando que era para ter sido um pedido simples e uma noite normal, não é? – Alex pergunta divertido depois que entramos no carro e eu o coloco em movimento. Acabo sorrindo.

  - Era pra ter tido no máximo umas declarações de amor. Não pensei que ia ter que começar a exercer minha profissão pra tirar minha mulher da cadeia.

  - Você não vai mesmo seguir totalmente os passos do seu pai, não?

  - Não. Desde a adoção do Tommy que eu venho pensando nisso. Não quero trabalhar com empresas e finanças como meu pai. Quero ajudar pessoas e famílias, conversei com tio Tony sobre isso e ele disse que vai ajudar quando aparecerem clientes sem condições e que eu queira ajudar.

  - Anthony vai ajudar a pagar por casos em que seus clientes não tiverem dinheiro, é isso?

  - É. Mas você nem parece surpreso.

  - E não estou, isso é bem a cara do meu sogro – Alex ri. – Quem vê aquela cara de mau dele nem imagina o tamanho do coração daquele homem. Mas acho essa iniciativa de vocês incrível.

  Nós continuamos a conversar simplesmente para não pensarmos no inevitável: estávamos indo buscar nossas mulheres na cadeia. Eu e Alex falamos sobre o fim da faculdade, nossos empregos e o fato de que ele, no fim das contas, foi trabalhar com o Henry. Sorri ao pensar no avô que ganhei graças aos meus primos, Alanu e Drew eram os lideres do nosso pequeno pelotão, então adotar Henry e Eva como avós foi à coisa mais natural do mundo já que eu via meus primos os chamando assim.

  - Chegamos – anunciei parando o carro em frente à delegacia.

  Havia vários carros ali, parecia que não éramos os únicos numa noite de sábado tendo que buscar alguém envolvido na confusão.

  Nós descemos e seguimos em direção à delegacia, e havia, de fato, uma pequena comoção lá dentro e uma quantidade absurda de sacolas de compras em um dos cantos da sala sendo vigiadas por um dos guardas.

  - Sou a policial Robins. Posso ajudá-los? - foi uma guarda que perguntou quando eu e Alex nos aproximamos do balcão que estava cheio de gente em volta.

  - Nós viemos pelo é... Incidente - disse quando não achei palavra melhor. - Do shopping. Minhas clientes foram... Detidas por engano.

  - Aposto que sim, sempre são - a policial sorriu e Alex não estava ajudando muito enquanto ria também. - Preciso dos nomes delas.

  - Com certeza foi por engano - Alex murmurou e eu o olhei feio.

  - Você não está ajudando - comentei e ele deu de ombros.

  - Os nomes - a policial Robins insistiu e eu resolvi deixar meu amigo pra lá.

  - Anna Laura Withmore e Manuella Campbell.

  - Ah, as arruaceiras - a policial sorriu depois de digitar algo no computador a sua frente. - Suas clientes estão detidas com a nova amiga que arrumaram e vocês podem falar com o capitão sobre isso, é só seguir por aquele corredor e entrar na primeira sala à esquerda. Boa sorte.

  - Obrigado - agradeci e Alex fez o mesmo antes de seguirmos até o lugar indicado. - Não gostei das palavras da guarda.

  - Elas já têm até companheira de cela, acho que isso definitivamente não é um bom sinal - Alex concorda antes de bater na porta de madeira a nossa frente.

  - Entre - uma voz autorizou e assim fizemos. O capitão estava sentado em uma cadeira confortável atrás de uma mesa de madeira escura, era um homem que parecia ter a idade do meu pai, alguns fios de cabelo branco, um bigode espesso e uma expressão séria que parecia gravada em seu rosto. - Em que posso ajudá-los, senhores?

  Eu repeti o que tinha dito à policial Robins e o capitão assentiu. Ele fez menção em falar alguma coisa, mas o telefone do Alex foi mais rápido e começou a tocar.

  - Desculpa - meu amigo pediu se afastando para atender.

  - Então - comecei olhando para o capitão. - Qual a situação das minhas clientes?

  - Vejamos - começa o capitão olhando alguns papeis em sua mesa. - Elas estão sendo acusadas de desacato a autoridade, agressão, desordem e furto.

  - Furto? - pergunto sem acreditar. O resto eu até já esperava, mas furto era demais.

  - Elas roubaram alguém? - Alex pergunta retornando à conversa. Para a minha pergunta muda sobre o telefonema ele responde com um mover de lábios e algumas palavras, “Noah” e “Está tudo bem”.

  - Não exatamente - diz o capitão e então aponta para o canto da sala onde há algumas sacolas no chão. - Quando suas clientes saíram da loja acompanhadas pelos policiais, elas trouxeram suas compras que não estavam pagas consigo. Mas não se preocupem, a maioria dos que estavam envolvidos na confusão fizeram o mesmo.

   - Não sei se isso me conforta - admito. - Mas então, o que precisamos fazer para tirá-las daqui?

  Há papeis para assinar, tramites legais e mais algumas burocracias antes de finalmente estarmos esperando pelas duas na entrada da delegacia. Felizmente nenhuma delas tem antecedente e nós conseguimos resolver tudo que era necessário e elas não precisaram passar a noite detidas.

  - Ai estão nossas delinquentes - é como Alex as cumprimenta. Analu vem até ele para abraçá-lo e Manu joga os braços ao redor do meu pescoço também.

  - Só vocês duas mesmo para serem presas por causa de compras - digo depois delas se afastarem.

  - Olha, preciso dizer que a culpa não é minha, Ok? Foi aquela mulherzinha ridícula que se meteu onde não devia - Analu argumenta e eu a olho arqueando uma sobrancelha.

  - E com quem não devia pelo que eu fiquei sabendo - comento e ela me olha feio. Então seus olhos verdes se arregalam e ela olha de mim para Manu.

  - Amor nós temos que ir! - minha prima exclama se agarrando ao braço do noivo.

  - Por que a pressa agora que saímos da cadeia? - Manu pergunta curiosa e Analu sorri.

  - Por que já deve ter umas dez horas que eu não vejo meu bebê, estou com saudades. Então tchau pra vocês! - ela se despede levando Alex consigo, meu amigo se despede também e se deixa ser levado por ela, mas antes de ir minha prima se vira e me olha sorrindo. – Obrigada por me tirar da cadeia! – exclama animada e então faz com os lábios “Boa sorte”.

  - Analu é doida - Manu diz divertida quando começamos a andar em direção ao carro.

  - Com certeza. Você precisa de amizades novas.

  - Infelizmente não dá mais tempo, são muitos anos juntas - minha Pimentinha sorri pra mim. - E eu a amo demais.

  - Eu até poderia ficar com ciúmes se não soubesse que em uma disputa, ela venceria.

  - Ainda bem que sabe - ela diz e finjo indignação.

  - Por isso não pergunto. Agora vem, vamos pra casa.

  - “Vamos pra casa”. Essas foram às palavras mais bonitas que me disse hoje – ela brinca e sorrio pensando que em algumas horas pode ser que isso mude.

  Nós vamos conversando sobre a loucura que foi o fato de que Manu e Analu foram presas hoje e que amanhã provavelmente todo mundo já vai estar sabendo, por que em nossa família é assim e por que Becca sabia e ia espalhar para o tio Dan, se a própria Analu não contasse antes para a tia Lisa, e qualquer um deles saber (ou minha mãe), significava que a família toda ia ficar sabendo.

  Eu ainda estava rindo da fofoca – e do entretenimento – que isso ia gerar para os fofoqueiros de plantão quando me lembrei do fato pelo qual, para inicio de conversa, Analu tinha saído com Manu hoje, eu pretendia pedi-la em casamento e agora não teria nenhuma surpresa já que tudo estava arrumado em nossa pequena sala de jantar.

  Será que tinha como eu enrolar Manu e entrar primeiro no apartamento e acender ao menos as velas? Olhei para minha namorada quando saímos do carro e a resposta era não, ela não ia acreditar em nada que eu inventasse agora, então que seja o que Deus quiser.

  Sorri com o pensamento, essa noite está sendo uma surpresa inesperada atrás da outra, só esperava que ela terminasse com um “Sim” por parte da ruiva mais encantadora de todas. 

  - Mas talvez você tenha razão e eu precise de novas amizades – Manu ia dizendo enquanto subíamos pelo elevador. Eu tentava prestar atenção, mas minha cabeça estava no pedido eminente que eu faria a ela. – Ah quer saber? Melhor não, minha vida não teria tanta graça sem Analu nela.

  - Ainda estou surpreso que você se meteu entre ela e a polícia – digo e minha ruiva me sorri.

  - Sério mesmo? Vai me dizer que você não faria isso por Drew ou Maddie? Eu não tenho irmãos, então tenho que brigar pela minha melhor amiga.

  - É faz sentido – pondero sorrindo também. – Eu com certeza iria preso por algum deles.

  - É sobre isso – ela brinca.

  - E está tudo bem – completo a fazendo gargalhar.

  Quando alcançamos a porta do nosso apartamento volto a ficar nervoso, depois que ela visse a mesa toda decorada não teria mais como fingir que nada estava acontecendo.

  - Você acha que a gente se arrisca a cozinhar hoje ou... – Manu para de falar quando acende a luz da sala e vê a mesa mais adiante, então termina de iluminar o apartamento. Ela olha para a mesa mais uma vez e então olha pra mim com um sorriso no rosto lindo. – O que é tudo isso?

  - Surpresa – digo sem saber mais o que fazer e isso só faz minha Pimentinha rir.

  - Hoje é alguma data especial e eu esqueci? – ela pergunta enquanto entramos e então começa a listar nos dedos algumas datas me fazendo sorrir.

  - Talvez se torne – respondo e ela volta a me olhar. Os olhos arregalados e o sorriso ainda no rosto.

  - Matt?

  Respiro fundo olhando para as panelas no fogão, a essa altura nosso jantar já esfriou então só me resta pulá-lo e ir para o que realmente interessa. Então olho para Manuella e sorrio, por que tenho certeza do que eu quero.

  - Eu conheço você desde sempre. Pelo menos é como parece pra mim, você sempre esteve por perto e eu sou apaixonado por você desde que me lembro, mas acho que tive certeza disso na renovação de votos dos tios onde nós demos nosso primeiro beijo. Eu era só um garoto e tive a sorte de encontrar o amor da minha vida, isso é uma coisa que poucos podem dizer que fizeram assim tão novos. Mas claro que estraguei tudo, só que felizmente você é uma garota incrível e me deu uma segunda chance e como te prometi naquele dia na casa da Analu eu estou me esforçando todos os dias para te merecer e provar que eu te amo.

  - Matt...? – Manu murmura outra vez com a voz tremula quando me ajoelho a sua frente, seguro sua mão e respiro fundo mais uma vez antes de continuar.

  - E quero continuar fazendo isso Pimentinha. Quero passar o resto da minha vida ao seu lado te mostrando o quanto eu te amo, o quanto sou feliz ao seu lado e o quanto você faz minha vida mais feliz e melhor. Eu te amo, Manuella Campbell e queria te perguntar, finalmente, depois de tantos anos te amando se você me daria à honra de se casar comigo?

  - Sim! – ela diz depois de um instante e solto a respiração que nem me dei conta que estava segurando e agora sei que, nesse momento não tem homem mais feliz que eu.

  Minha Pimentinha disse sim, ela escolheu ficar comigo pelo resto de nossas vidas e isso é muito especial, e só por isso poderia amá-la um pouco mais, mas isso é difícil quando já a amo com tudo que tenho.

 

~X~

 

  Manu

 

   - Sim! Sim, sim e sim! – repito a resposta antes de Matt finalmente ficar de pé e me beijar. – Ai meu Deus! Você me pediu em casamento! Vamos nos casar! – digo depois de interrompermos o beijo e meu noivo sorri ainda me abraçando.

  - Vamos, você disse sim então vamos nos casar. Finalmente.

  - Finalmente – concordo sorrindo e penso que essa é a única expressão que vou ter pelos próximos dias. Um sorriso enorme no rosto.

  - Quase esqueci – Matt ri se separando de mim. – Aqui – ele pega uma caixinha preta do bolso e a abre. Lá dentro tem um anel delicado com uma pedra vermelha e duas brancas menores a adorando.

  Estendo a mão esquerda e ele coloca o anel no meu dedo anelar.

  - Amo você – digo e ele me beija outra vez.

  - Amo você, Pimentinha. Disse sim, agora é pra sempre.

  - Para sempre - concordo e dessa vez sou eu a beijá-lo.

  Matt me aperta mais contra si e eu envolvo sua cintura com minhas pernas, nosso beijo se aprofunda e quando dou por mim Matt está nos deitando no sofá. Ele se afasta para me olhar e sorri daquele jeito safado que amo.

  - Que tal estrearmos o sofá?

  - Adorei a ideia. A próxima é a mesa de jantar quando ela não estiver toda decorada.

  - Eu definitivamente amo você – ele diz sorrindo antes de voltar a me beijar.  

  Seus beijos desceram pelo meu pescoço até minha clavícula e eu senti todo o meu corpo arrepiar. Eu sempre reagiria a Matt e disso eu tinha certeza. Ele abaixou uma alça do vestido que eu usava e mordiscou e beijou meu ombro, mas resolvi adiantar seu trabalho puxando o tecido leve e o tirando. Vi os olhos do meu noivo se iluminarem ao perceber que eu não usava sutiã.

  - Assim você me mata - foi seu único comentário antes de abocanhar meu seio direito e o mordiscar e chupar me fazendo estremecer de prazer. Você quem vai matar, pensei quando ele apertou o bico do outro com a mão livre. Depois da pequena tortura sua trilha de beijos desceu pelo vale entre meus seios, a barriga e por fim a borda da minha calcinha. - Essa é uma das minhas favoritas.

  Sorri com suas palavras enquanto ele se livrava da peça de renda preta que lembrava um shortinho. Por fim ele alcançou o lugar onde eu mais precisava dele, mas não usou a língua como eu queria que ele usasse, Matt me beijou e passou a língua tão levemente em meu centro quente que eu estremeci mais uma vez. Quando movi meu corpo em direção ao seu rosto o senti rir em minha pele e até isso despertou meus nervos.

  - Você vai me fazer implorar? - arfei e ele levantou o rosto para me olhar. - Justo hoje quando me pediu pra casar com você?

  - Talvez - ele murmurou para logo em seguida passar a língua naquele lugar excitadamente dolorido e eu estava prestes a pedir quando ele finalmente desistiu de me torturar e me beijou ali como sabia que eu gostava.

  O bom de estar a tanto tempo com alguém era conhecer essa pessoa e Matt me conhecia, ele me chupou, beijou e lambeu até eu gemer, me contorcer e me agarrar em seus cabelos antes de me derreter em sua boca. Ainda estava recuperando o fôlego quando ele veio me beijar, o sorriso safado e satisfeito em seu rosto era extremamente sensual.

  - Assim você que vai acabar comigo - comentei depois do beijo quando nos sentamos no sofá e seu sorriso só aumentou. - Agora quero retribuir o favor, mas sabe, acho que você está vestido demais para a ocasião.

  - Quer tirar? Pode ficar a vontade - ele ofereceu abrindo os braços.

  - Ah, eu vou tirar, pode ter certeza - murmurei em seu ouvido para logo em seguida começar o meu trabalho de despi-lo.

  Fui abrindo os botões da sua camisa e distribuindo beijos pelo seu peito, mordisquei sua pele e o ouvi praguejar, sorri ainda com a boca encostada nele e me livrei da sua camisa. Matt estava sentado no sofá a minha disposição e só precisei da sua ajuda para me livrar da sua calça e da cueca de uma única vez. O admirei do mesmo jeito que ele fazia comigo e sorri, não tinha vergonha de estar completamente nua a sua frente, na verdade isso só me deixava ainda mais excitada.

  Sorri para Matt, passei a unha em seu peito e fui descendo em direção a sua cintura, circundei seu umbigo e vi seu abdômen se contrair e continuei minha brincadeira indo até a parte interna da sua coxa e passando a unha preguiçosamente ali, meu noivo meio gemeu meio grunhiu diante do contato.

  - Isso é maldade, Pimentinha - ele reclamou com a voz rouca. Sorri.

  - Será? - perguntei subindo com a unha leve e lentamente pela extensão do meu objeto de desejo.

  - Porra Manuella, isso não se faz! - ele praguejou finalmente e eu sorri satisfeita antes de abocanhar de uma vez tudo o que consegui de sua extensão firme e quente.

  Ouvi Matt gemer e só isso já teria valido toda a brincadeira, mas eu continuei meu trabalho com as mãos e a boca por que queira vê-lo se derramar pra mim também. E depois de alguns minutos eu consegui, o líquido pegajoso que sujou meus seios e a barriga quando terminei a brincadeira com as mãos veio junto com um gemido grave do meu noivo e vê-lo ali entregue para mim só me fez sentir ainda melhor.

  - Só vou limpar essa bagunça, antes da gente continuar - murmurei no ouvido de Matt antes de sair em direção ao banheiro rebolando pra ele.

  Meu noivo assobiou pra mim, me fazendo gargalhar.

  Quando voltei ele estava sentado exatamente no mesmo lugar e a julgar por sua animação evidente, pronto para outra.

  - O que acha que sentar aqui comigo? - Matt me convidou e eu sorri indo até ele da forma mais sensual que consegui o fazendo sorrir. - Você é linda e eu um sortudo por ter dito sim pra mim.

  - Eu te amo - é como o respondo me aproximando e o beijando.

  Vejo Matt colocar o preservativo antes de me sentar em seu colo sentindo aos poucos ele me preencher completamente. Matt segura minha cintura e eu o abraço antes de começar a me movimentar, subindo e descendo devagar e aumentando o ritmo aos poucos até não conseguir me conter e ser guiada apenas pelo desejo de dar prazer a ele e receber de volta.

  Estremeço de prazer quando ele acerta um tapa em minha bunda e sei que está perto de alcançar o prazer quando seus dedos se apertam mais em minha cintura. Nosso pequeno momento dura uma eternidade dolorosa e prazerosa. Eu também estou quase lá e quando alcanço o ápice do prazer e me derreto em seu colo Matt faz o mesmo dentro de mim. Encosto a cabeça em seu ombro tentando recuperar o fôlego.

  - Acho que não consigo sair daqui - murmuro e sinto quando ele ri.

  - Eu não vou me importar de tê-la no meu colo assim por mais um tempo, não se preocupe - e, para provar seu argumento, ele me dá mais um tapa na bunda me fazendo arrepiar.

  - Matt, é sério, eu preciso comer e quem sabe tomar um banho - reclamo sorrindo ao levantar o rosto, ele sorri de volta pra mim.

  - Então nada de segunda rodada? - ele brinca e mordo de leve seu ombro.

  - Nós com certeza vamos ter a segunda rodada. Mas antes preciso de forças.

  - Acho que agora é uma boa oportunidade para comermos o jantar que Alex fez pra gente.

  - O Alex que cozinhou? - pergunto curiosa e ele faz que sim. - Ele sabia? A Analu...?

  - Por que acha que ela a tirou de casa tão cedo hoje? Todo mundo sabia.

  - Menos eu - murmuro finalmente me levantando do seu colo.

  Matt tira a camisinha para descartá-la e dá de ombros ficando de pé.

  - Era uma surpresa, e uma bem organizada antes de você e Analu serem presas - ele me lembra indo em direção ao banheiro e o sigo.

  - Você não vai se esquecer disso, não é?

  - Não - ele sorri quando o alcanço. Matt entra no box. - Nunca.

  - Tudo bem - o sigo sorrindo e fechando a porta de vidro atrás de mim. - Posso viver com uma ficha suja, meu noivo é um advogado afinal.

  Ele ri antes de ligar o chuveiro e me beijar sob a água quente. É, acho que nosso jantar vai ter que esperar. Mas não me importo, temos o resto da vida para comemorar e essa é com certeza a melhor parte.

 

“Eles não sabem sobre as coisas que fazemos
Eles não sabem sobre os eu te amo que dissemos
Mas eu aposto que se eles soubessem
Eles ficariam apenas com ciúmes de nós
Eles não sabem sobre todas as noites
Eles não sabem que eu esperei toda a minha vida
Apenas para encontrar um amor dessa forma
Amor, eles não sabem sobre, não sabem sobre nós”

They Don't Know About Us — One Direction.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
A julgar pelos pedidos de casamento vocês já perceberam que o livro está no fim, certo? Mais um ou dois capítulos e acabou.
E esse "hot" perdido aí no meio? Gostaram? Eu achei que esses dois mereciam esse mimo! Mas como sempre quero saber a opinião de vocês! Comentem, por favor!
E depois de anos e anos sumida (olha o drama kkkk) foi isso, maaaas depois de estar ocupada estudando, trabalhando e lidando com um senhor bloqueio criativo quero muito ver se consigo voltar uma última vez antes do ano acabar, torçam aí para eu conseguir!
Beijocas e até, Lelly ♥



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