Surpresas do Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 26
Conversas.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Voltei! Como sempre atrasada...
Posso até demorar, mas volto, sempre volto.
Esse capítulo ficou pequeno por que estou cheia de coisa pra fazer do trabalho e da faculdade, mas no próximo vou me esforçar um pouquinho mais!
BOA LEITURA :D



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  Alex

 

  Quando os Whitmore decidem fazer alguma coisa, tudo se transforma em uma operação militar.

  Tinha apenas algumas horas que Analu tinha dito que precisava “Fazer algumas ligações” e agora toda a família dela andava pra lá e para cá na minha sala de estar.

  Elisa já tinha feito tanta comida que poderia alimentar um batalhão, Drew e Noah tinham vindo pra cá depois da aula e Anthony, por incrível que pareça foi o primeiro a aparecer. Ele abraçou Analu, mas suas primeiras palavras foram olhando diretamente em meus olhos.

  - Nós vamos dar um jeito nisso.

  Depois o resto da família chegou, nós almoçamos em meio todas as indignações sobre Steven, o que me fez sorrir. Eu definitivamente não estava sozinho nessa.

  E em meio a essa confusão, quando bateram na porta todos olharam pra ela, até mesmo Noah que brincava com Tommy no tapete. Foi Elisa quem alcançou a maçaneta. Um homem usando um terno marrom e carregando uma pasta estava parado lá fora, ele parecia jovem, talvez uns trinta e poucos anos.

  - Ralf – Anthony se adiantou até a porta e o cumprimentou.

  - Sr. Whitmore – foi como Ralf devolveu o cumprimento.

  - Vamos entre – meu sogro o chamou e depois apontou para mim. – Aquele é o seu cliente. Alex Harper, Alex, esse é Ralf Simmons filho de um grande amigo meu e um dos melhores advogados que conheço. Você foi muito bem recomendado pelo seu pai.

  Ralf sorri.

  - Meu está sempre aumentando as coisas.

  - O pai de Ralf, George, trabalha na empresa há quase vinte anos – Anthony explica e fico me perguntando como vou pagar os honorários de um advogado como esse.

  - Seguindo os passos do pai? – Analu sorri e ele faz que sim.

  - Assim como você.

  - Vocês se conhecem? – pergunto curioso e minha namorada sorri pra mim.

  - Mais ou menos senhor ciumento, já vi Ralf algumas vezes em festas da empresa e foi só.

  - Vamos ao que interessa então? – Elisa pergunta ansiosa.

  Depois e mim e Analu, ela quem ficou mais abalada com essa história toda de levarem Tommy. Os homens Whitmore parecem ter a certeza que isso não vai acontecer, ou, pelo menos, fingem muito bem.

  - Certo – diz Ralf. – Posso? – ele indica o sofá e faço que si. Depois que senta o advogado abre a pasta e pega alguns papeis. Então espera que nos sentemos também. Eu me sento perto dele e Analu ao meu lado, o resto se espalha pela sala.

  - Eles não podem simplesmente levar Tommy, não é? – para minha surpresa é Noah quem pergunta. Tommy está tentando escalar as costas dele e o adolescente o ajuda com uma das mãos.

  - Bem, pelo que o Sr. Whitmore me passou, perante a lei, o Sr. Peterson tem seus direitos. Mas isso não quer dizer que ele vá conseguir. Meu trabalho aqui é garantir que esse bebê não vá a lugar nenhum. Agora, Alex, desde quando você conhece a mãe de Thomas, Lucy Reynolds?

  Sorrio ao pensar o quão bem informado está o advogado e nas poucas horas que teve para isso. Quando Anthony disse que ele era bom, não estava brincando.

 - Para mim parece desde sempre, mas acho que nos conhecemos quando eu fui morar com meu pai, eu tinha em torno de três ou quatro anos quando a conheci.

  - Isso é ótimo, vocês se conhecem há muito tempo. E sempre foi você a cuidar de Thomas depois que ela morreu?

  - Sim, os pais de Lucy eram contra a gravidez, depois que ela se foi fomos só eu e ele.

  - Você tem fotos e registros desse último ano com o bebê?

  - Claro, tenho vários vídeos e fotos.

  - E pessoas para testemunhar sobre como sempre esteve com ele? – Ralf olha para os Whitmore e sorri.

  - Nós estamos aqui para isso – Drew responde.

  - E vamos levar isso em conta, mas imaginando que eles possam alegar que estão inventando alguma coisa já que Anna Laura namora com Alex, tem mais alguém?

  - Rose, Tessa, Camilly a professora da creche, os meninos – Analu enumera com um olhar determinado. Sua confiança é contagiosa. – Até mesmo o pessoal que trabalha na empresa já que papai leva Tommy lá pelo menos uma vez na semana, Marco e Jane, meus tios.

  - Ok – Ralf sorri. – Vou querer o nome de todos. E saber quem acompanhou Alex durante todo o ano com Tommy.

  - Você acha mesmo que tenho chance? – pergunto e odeio fazer isso, mas preciso saber, sinto Analu apertar minha mão com a sua.

  - Com certeza, vou te contar algo sobre como a forma trabalho, Alex. Eu não pego casos nos quais não acredito. Nós só precisamos mostrar ao juiz o que eu já vi nos minutos em que estou aqui, que Thomas está sendo bem cuidado e está feliz como não estria em nenhum outro lugar.

  A conversa se estende, Ralf faz mais perguntas, Elisa faz mais comida e Drew come mais. Eu não sei como está a empresa já que os dois chefes estão na minha sala de estar, mas nem Analu nem Anthony parecem com pressa de voltar ao trabalho. Depois de mais um lanche o advogado finalmente se levanta para ir embora. Eu o acompanho até a porta.

  - Sobre os honorários... – começo, mas ele me interrompe.

  - o Sr. Whitmore já cuidou de tudo, não precisa se preocupar – aquilo devia, mas não me surpreende. – Alex vocês vão ser visitados por um assistente social, talvez no fim dessa semana ou na próxima dependendo do quão rápido correr o processo e depois da avaliação dele provavelmente vão marcar a audiência.

  Cerro os punhos, mas assinto.

  - Entendi, obrigado.

  - Não me agradeça ainda – Ralf sorri. – Mas pode me agradecer quando ganharmos. Eu vou ligar para você para marcarmos a próxima reunião.

  E dito isso se despediu e foi embora. Eu entrei outra vez para encontrar Noah recolhendo a bagunça de copos e pratos da sala, Analu e Drew brigando por espaço na pia para lavarem a louça e Elisa brigando com eles lá na cozinha enquanto secava tudo. Anthony estava com Tommy no colo e conversava com o bebê.

  - Não se preocupe, o vovô não vai deixar você ir a lugar nenhum.

  - Bo? – Tommy o chamou e eu sorri. Anthony era “Bo” e “Bobô”, e, só quando o bebê queria mesmo articular as palavras que ele era “Vovô”. – Bola!

  - Certo, vamos jogar – ele concordou e finalmente levantou os olhos do bebê e me viu ali. – Quer se juntar a nós? Vamos jogar bola.

  - Claro, mas antes quero perguntar uma coisa. Por que fez isso?

  - O que? – Anthony pergunta calmamente enquanto Tommy tenta devorar sua gravata cara, ele não parece se importar.

  - O advogado.

  - Não é óbvio? – ele sorri. - Minha garotinha me ligou pedindo ajuda. É por ela, é por Tommy, para que não levem meu neto e é por você, garoto. Por que, por mais que me irrite um pouco admitir, você é parte dessa família. E meu Rio de Sol me ensinou que esses laços não precisam ser de sangue para serem verdadeiros.

  E então depois de todo esse discurso, ele simplesmente passou por mim e seguiu para a porta com Tommy no colo.

  - Pai espera por mim, estou levando a bola! – Noah grita da cozinha e consigo sorrir vendo a toda a cena e o barulho que se instalou com todos falando ao mesmo tempo.

  Eu sei que, assim como eu, todos estão nervosos com o que está acontecendo, mas talvez por Tommy, ou mesmo por mim, eles estão fazendo o melhor para deixar o clima o mais leve possível.

  - Será que eles vão parar de olhar em algum momento? – Mason pergunta e sorrio.

  Estamos todos em uma mesa do campus da faculdade e estamos chamando atenção. Quando eu digo todos, são todos mesmo – eu, Mason, Caleb, Will, Analu, Drew, Manu e Matt -, o fato de estarmos junto com o quarteto de ouro não passou despercebido por ninguém.

  Já tinham três dias que tínhamos visto Steven e também que tínhamos falado com Ralf e, depois de contar toda a situação a todos, esse ainda era o assunto da nossa conversa.

  - Provavelmente não – Manu dá de ombros. – Eles nunca param.

  - Isso é culpa sua por ser tão linda – Matt diz antes de beijar a namorada e todo mundo provocá-los.

  - Mas falando sério, nós não podemos mesmo só dar um sumiço no Peterson? – Caleb diz e suspiro, estou prestes a dizer que não quando mais voluntários se apresentam.

  - Eu ajudo – dizem Drew e Will ao mesmo tempo.

  - Levo a pá – Mason se oferece.

  - Eu arrumo o álibi – Manu sorri. – Se a gente organizar direitinho ninguém vai nem se dar conta do que aconteceu.

  - Amor você não pode compactuar com isso – Matt a repreende e a ruiva o encara.

  - Então você não faria isso pelo seu sobrinho não? Por Tommy?

  - Certo, eu confirmo tudo o que disser – Matt decide e só por isso tudo já sou mais que grato a todos eles.

  - Eu agradeço, mas infelizmente não podemos sumir com Peterson assim.

  - O que impede? – Drew pergunta divertido e Analu o olha feio.

  - A lei. E eu quero ganhar essa briga de forma justa pra ninguém nunca mais sequer pensar em tirar Tommy de nós – e dito isso minha namorada ficou de pé. – Preciso ir.

  Ela deu meia volta e nós ficamos ali a vendo se afastar.

  - O que foi isso? – pergunto e Manu me encara.

  - Se você que é o namorado não sabe, a gente não tem nem ideia.

  Fico de pé, pego minha mochila e vou atrás dela. Alcanço Analu no meio do caminho para o prédio da biblioteca.

  - Princesa, o que foi? A brincadeira do pessoal te chateou? – ela leva um instante para se virar para me encarar, mas para minha surpresa não parece com raiva e sim triste.

  - Não, as besteiras deles são besteiras e, às vezes, eu até gostaria de levá-las a sério. Mas não é isso, eu só queria um jeito de ter certeza que Tommy não vai se machucar nessa confusão.

  - Você acha que o Peterson pode...? – deixo a pergunta no ar, por que só pensar nela me deixa em pânico.

  - Não! – ela se apressa em dizer. – Nunca! Ele é nosso e não vai a lugar nenhum, não no que depender de mim. Mas e se precisarmos deixar que Steven o veja ou coisa assim? Não quero meu bebê perto daquela cara ou qualquer um que queira machucá-lo.

  - Obrigado – digo a puxando para um abraço. Eu amo ouvir Analu chamar Tommy de “Meu bebê” e, saber que ela o ama tanto assim só me faz amá-la mais.

  - Que lindo, estão se consolando em antecipação pra quando eu levar o garoto? – a voz de Steven Peterson nos alcança e sinto o corpo enrijecer quando o vejo. Preciso me segurar para não voar em seu pescoço ou acabar com seu sorriso presunçoso com um soco.

  Analu se soltou de mim e se virou para encará-lo.

  - Acho engraçado o fato de que você acha que vai levar Tommy a algum lugar – retruca minha namorada.

  - Ah minha querida Analu, é aí que você se engana eu não “acho”, eu vou levar Thomas comigo – eu cerrei os punhos com força ao lado do corpo e Analu parecia prestes a rosnar para Steven.

  - Isso é o que vamos ver – minha namorada decide pela civilidade, ela sorri e responde tão tranquilamente que é assustador. – Mas gostaria que me respondesse uma coisa.

  - Claro – Peterson diz e o sorriso presunçoso não deixa seu rosto.

  - Por que, de repente, decidiu que queria Tommy? Você teve um ano para isso, mas decidiu agora que, simplesmente, precisa dele em sua vida, por quê? Por que simplesmente não esquece isso e nos deixa em paz? Por que nós dois sabemos que você não quer Tommy – minha namorada não se altera, não grita, não há um pingo de deboche em sua voz. Ela, como sempre, foi sincera e o que quer de volta de Peterson é sua sinceridade, mas acho que ela sabe, assim como eu, que não a terá.

  Steven hesita por um segundo e então lá está outra vez o sorriso que quero desfazer com um soco.

  - Eu não sabia sobre Thomas, como poderia ter me aproximado dele? Pergunte ao seu namoradinho, Lucy não me falou nada sobre isso. Ela me disse que ele era filho de Alex, por que eu ia questioná-la?

  - Talvez por que vocês tivessem acabado de terminar e de repente ela aparece grávida, não é suspeito? Ou o simples fato que, e você provavelmente sabia, Lucy e Alex sempre foram como irmãos, como poderiam ter tido um filho juntos? – agora a voz de Analu se alterou um pouco, mas ela ainda não começou a gritar, mas deu dois passos em direção ao Peterson o fazendo recuar na mesma proporção. É impressão minha ou ele está com medo dela? O pensamento me faz sorrir.

  Vejo Peterson engolir em seco.

  - Ela não me disse nada! – ele insiste num grito esganiçado e minha namorada sorri de um jeito meio assustador. – Mas isso não importa! Ele vai ser meu e resta a vocês aceitar!

  - É o que veremos – Analu diz calmamente ainda sorrindo. Peterson cospe algo que soa como “Sua vaca”, dá meia volta e começa a se afastar. Quando se vira para mim outra vez Analu está sorrindo divertida.

  - Você é muito má – comento e seu sorriso aumenta.

  - Ele é um babaca. Viu como estava se borrando todo? Acho que ele realmente não quer o Tommy.

  - Como assim? – pergunto começando a caminhar ao seu lado em direção à biblioteca.

  - Foi só uma coisa que pensei, mas eu... Deixa pra lá – Analu pede e então seus olhos verdes se arregalam e se iluminam. - Preciso ir! Vou passar na sua casa para ver uma coisa, a gente se vê no trabalho! – ela anuncia quase correndo em direção ao estacionamento.

  - E a minha carona? – grito me lembrando que hoje vim de carro com ela. Analu sorri.

  - Pede ao Drew!

  - A Manu vai te matar! – comento lembrando que a ruiva também ia com ela e a ouço rir mesmo que já esteja longe.

  - Eu sei. Amo você! – ela grita no meio do campus atraindo atenção, mas não se importa nem um pouco. Penso em responder mesmo que a ideia me deixe desconfortável, gritar isso no meio da faculdade é um pouco demais pra mim, mas não preciso, minha namorada já sumiu em meio aos carros mais adiante.

  - O que foi isso? – murmuro para mim mesmo e dou meia volta seguindo para o prédio da minha próxima aula.

  É só a Analu sendo a Analu, digo a mim mesmo e sorrio. Mas logo começo a me perguntar, do que exatamente minha linda e louca namorada estava falando antes de sair correndo. Algo me diz que não vai demorar para eu descobrir.

  Agora só me resta tentar ter metade da coragem de Analu e encarar tudo isso de frente, foi Lucy quem me pediu para cuidar de Tommy e eu não pretendo decepcioná-la.     

 

~ X ~

 

  Analu

 

  Quando estacionei em frente à casa de Alex eu ainda queimava de raiva.

  Precisei de todo meu autocontrole para não bater em Steven bem ali no meio do campus da faculdade. Como alguém podia ser tão ruim? Como podia se quer pensar em tirar Tommy de Alex quando eles pai e filho? Tommy era o que? Algum tipo de prêmio que ele precisava para provar alguma coisa? Eu ainda acreditava em tudo o que lhe tinha questionado e queria saber as respostas. E não vou descansar até tê-las. Steven queria mesmo Tommy?

  Ainda sendo corroída por todas essas perguntas e remoendo a conversa com Steven eu entrei na casa de Alex que, já algum tempo era um pouco minha também. Sorri com o pensamento vendo minhas coisas espalhadas pelos cômodos.

  Segui direto para o que eu queria conferir, eu, em uma de minhas muitas faxinas, resolvi limpar o sótão de Alex e lá encontrei uma caixa, a princípio achei que era apenas lixo, mas quando comecei a conferir os papeis guardados ali me surpreendi, eram anotações e cadernos de Lucy. Eu ia falar sobre eles para Alex, mas com tudo o que aconteceu não tive tempo, e agora eu espero que aqui tenha alguma coisa que posso me ajudar a manter Steven longe de Tommy.

  Se Lucy queria que Tommy ficasse com Alex ela deve ter escrito isso em algum lugar. Certo?

  - Por favor, Lucy – pedi quando comecei a revirar os papeis. – Me ajude a cuidar do nosso garotinho.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! O que acham que vai acontecer agora? Comentem o que estão achando, por favor!
Muitas beijocas e até, Lelly ♥



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