Surpresas do Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 25
Lembranças.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Olha quem voltou mais cedo? Vamos só aproveitar o milagre sem questionar kkkk
Espero que gostem do capítulo por que ele está muito especial!
BOA LEITURA ;)



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  Um ano e meio antes...

 

  Lucy

 

  Eu sabia que essa minha decisão sobre o bebê acarretaria muitas e muitas escolhas, renuncias e algumas brigas, mas nunca achei que seriam tantas.

  Tem quatro meses que descobri sobre o bebê e tem cinco ele está crescendo dentro de mim, toquei minha barriga inchada e completamente visível sob a camisola do hospital, olhei as paredes brancas, o sofá velho, a TV presa em um canto da parede e suspirei, já tinha três dias que eu estava ali e não tinha nem ideia se eu sairia logo.

  Quando descobri a gravidez surtei, eu estava no meio do meu curso de arquitetura e um bebê não estava nos planos de jeito nenhum, mas mesmo que eu soubesse, mesmo que me magoasse um pouco, que se eu dissesse que o bebê era do Steven meus pais podiam encarar a gravidez de outra forma e não como fizeram quando descobriram, mas eu não o fiz.

  Primeiro por que eu estava pensando se contaria a Steven sobre ele e por que depois do acidente mês passado, eu meio que sei, para desespero de Alex e meus pais, que talvez eu nem consiga chegar até o fim da gravidez. Discuti com meu pai e cai da escada, quase perdi o bebê e desde então passo mais tempo em camas de hospitais que na minha.

  Eu não contei nada sobre o bebê a ninguém por que se eu me for mesmo quero que ele seja de Alex. Quero que as palavras que ele disse aquele dia aos meus pais se tornem uma verdade incontestável. Mesmo que para mim elas já sejam.

  Nós estávamos voltando para a casa da faculdade, já tinha quase um mês que eu sabia sobre a gravidez e Alex era o único que sabia. Eu não tinha contado a mais ninguém, só meu irmãozinho estava comigo nessa – ele odiava o fato de eu ser quatro meses mais velha que ele -. Nós fomos para minha casa, a ideia era maratonamos filmes da Marvel, mas não foi bem isso que aconteceu. Meus pais estavam em casa nesse dia e não estavam muito contentes.  

  - Lucy, o que é isso? – foi a primeira pergunta que minha mãe me fez quando passei pela porta. Eu estava rindo com Alex dos meninos e parei na mesma hora. A expressão em seu rosto era indecifrável.

  Só tive tempo de colocar a mochila e os materiais que tinha levado para a aula em cima do sofá antes de olhar o que ela tinha nas mãos. Era uma folha de papel, mas assim que me aproximei o suficiente e vi o cabeçalho na folha sabia que não era um papel qualquer. Era o resultado do meu exame de sangue, o que tinha feito duas semanas atrás para confirmar a gravidez. Eu congelei onde estava.

  - Onde a senhora encontrou isso? Estava vasculhando as minhas coisas? – perguntei um pouco ofendida.

  - Vasculhando? Eu estava limpando um pouco daquela bagunça, eu pedi para você fazer isso, mas não quis então fui eu mesma. E olha a minha surpresa quando encontrei um exame de gravidez com seu nome e o resultado positivo. Isso está certo, Lucy? É verdade mesmo? Você está grávida?

  - Eu... Eu...

  - Lucy? – minha mãe insistiu e senti Alex ao meu lado apertar minha mão, respirei fundo.

  - Estou. Já tem quase dois meses.

  - E você diz isso assim tranquilamente!? – papai pergunta se exaltando. – E quanto à faculdade? E o seu futuro? Na verdade, quem é o pai? Você nem mesmo está mais namorando com Steven, se ao menos fosse ele o pai.

  As palavras de papai vão penetrando meus sentidos como uma massa escura, “Se ao menos fosse ele o pai”. Eles não ligavam que eu estivesse grávida se fosse de um cara rico, mas caso contrário é uma loucura, é isso?

  - E se não for dele? – pergunto esperando que qualquer um deles diga que não tem problema, que o bebê pode ser filho de qualquer um que via ser amado de qualquer jeito.

  - Como assim? – papai devolve.

  - Lucy, quem é o pai desse bebê? Você sabe que vai precisar de ajuda com ele não sabe? É uma vida dependendo de você. E você vai ter que parar a faculdade por pelo menos um semestre. Você tem certeza que quer um filho agora? Um que nem mesmo vai ter uma boa herança para ajudá-la?

  Estou passando mal, enjoada e tonta escutando as palavras de mamãe. Dou um passo para trás e me apoio em Alex, meu amigo aperta minha mão com mais força, ele ouviu tudo, mas não disse nada, sei que Alex só não saiu daqui para nos deixar conversar sozinhos por que está preocupado comigo e agradeço por isso, se eu estivesse sozinha talvez eu tinha caído sentada no chão.

  - Como a senhora pode dizer algo como isso? Se o bebê não for filho de um herdeiro não serve para você é!?

  - Não foi o que eu disse – ela se defende e nego com a cabeça.

  - Se não foi isso, foi o que então?

  - Que dependendo das circunstancias, a gravidez ainda está no início – ela olha pra mim e meu ventre ainda plano. – Talvez você queira, sabe? Dar fim ao problema.

  - Dar fim ao problema? A senhora está se ouvindo!? Ele é meu filho e independente de quem seja o pai e não vou tirá-lo se é isso que está sugerindo mamãe!

  - Lucy se aclame. Talvez você queira pensar melhor no assunto. Isso é claro se ele não for filho do Steven.

  - Ele não é! – explodo sentindo o corpo tremer. – Meu filho não tem nada a ver com a família Peterson e nem nunca vai ter, somos eu e ele se for só isso!

  - Vocês nunca vão estar sozinhos – Alex diz ao meu lado beijando meus dedos que estão entrelaçados aos seus fazendo meus olhos marejarem, eu só queria me esconder em seu abraço. O melhor do mundo.

  Alex para mim era feito de amor, com um coração enorme que já havia sido tão pisado, mas que mesmo assim insistia em acolher todo mundo mesmo que ele não percebesse isso. Às vezes me perguntava como alguém que tinha sofrido tanto conseguia ser tão bom, mas talvez esse fosse o motivo, ele sabia o que era a dor e não deseja isso a ninguém.

  - Você é mais do que eu preciso – murmuro e ele sorri. – Obrigada por estar aqui.

  - Onde mais eu estaria?

  - O que o Alex tem a ver com isso? – mamãe pergunta e estou prestes a dizer que nada, mas meu amigo é mais rápido e diz às palavras que são tão verdade quanto o céu ser azul.

  - Eu sou o pai do bebê de Lucy – Alex diz tão sério e direto que não o desminto, nem contesto. Por que quero que seja verdade. Por que amo meu bebê e amo Alex, meu melhor amigo, meu irmãozinho e agora, meu parceiro nessa loucura.

  - É isso – digo simplesmente para horror e choque dos meus pais.

  Depois disso a conversa se tornou uma sucessão de gritos e acusações e Alex aceitou todas e cada uma delas calado, de cabeça erguida e ao meu lado sem soltar minha mão um único momento.

  E desde então eu não consigo nem começar a devolver tudo o que ele tem feito por mim. E depois de aceitar ser o pai do meu bebê, a maior coisa que fez foi aceitar o ódio dos meus pais, que juram que tudo que está acontecendo é culpa dele. Eu já disse que se ele quiser desistir dessa loucura eu digo aos meus pais a verdade e o livro disso tudo e todas às vezes ele só sorri e diz que escolheu isso e que está animado em conhecer o filho e toda vez que se refere ao bebê assim meus olhos marejam, se for para Alex ser o pai dele sei que vai ficar tudo bem.

  - Talvez eu não fique aqui com você muito tempo – digo acariciando minha barriga e olhando para a agulha intravenosa presa ao meu braço. – Não foi escolha minha, mas se eu me for mesmo, saiba que eu encontrei para você o melhor pai de todos. Ele vai te amar por nós dois, disso eu tenho certeza, então me desculpa se eu não conseguir – murmuro sentindo as lágrimas molhando minhas bochechas. A gravidez e todas essas visitas ao hospital tinham me tornado uma manteiga derretida.

  - Você está bem, Lucy? – Chris a enfermeira que cuidava de mim perguntou aparecendo na porta e eu nem havia notado ela ali.

 - Estou, só estava lembrando de umas coisas aqui. Você sabe quando vou poder ir embora?

  - O médico ainda não me disse nada – ela diz checando meu soro, depois olha para mim. – Desculpa.

  - Tudo bem, obrigada assim mesmo.

  - O Alex vem hoje?

  - Provavelmente – sorrio. Ele tinha vindo aqui todos os dias desde que me internei. Meus pais vieram no primeiro dia, souberam que minha saúde não estava bem, ficaram bravos comigo mais uma vez por causa do bebê e foram expulsos pelas enfermeiras depois de brigarmos, desde então não voltaram mais.

  Nossa relação está tão ruim que às vezes acho difícil enxergar qualquer coisa do casal amoroso que me criou, que acolheu Alex em nossa casa como um filho quando seu pai o machucava. Como eles conseguiam agir desse jeito quando tudo o que eu queria era que amassem meu bebê como eu já amava e como sei que Alex amava também?

  Mas eu sabia o motivo.   

  Eles não me perdoavam por escolher o bebê, do mesmo jeito que a mãe de Alex o escolheu e o pai dele nunca o perdoou por isso, como se Alex tivesse tido alguma escolha. Mas meu medo era que meus pais agissem exatamente como David, mesmo que sempre repreendessem suas ações, depois de tudo que me disseram eu não sabia mais se ele teriam coragem ou não de fazer o mesmo. De culpar meu bebê se algo acontecesse a mim.

  Toquei minha barriga mais uma vez depois que Chris foi embora e suspirei. Não era uma escolha, eu o amava e por isso o protegeria, ele era meu filho e eu não conseguia pensar na hipótese de não cuidar dele com tudo que tenho. Como não o escolher se eu precisar o fazer? Como não o amar até o fim? Como se quer pensar em tirá-lo quando tudo que quero é segurá-lo em meus braços e ver se vai se parecer comigo?

  - Hei, eu devia te dar um nome. Deve ser chato ser chamado de ele o tempo todo. Que tal o nome do seu pai? Alex odiou a ideia, mas ia ser divertido ter outro Alex para amar. O que me diz, posso chamá-lo de Al enquanto nós decidimos? – olhei para minha barriga e ele se mexeu sob a palma da minha mão, sorri com o movimento. – Também amo você, Al, que tal me ajudar a convencer seu pai?

  Ele podia não se parecer fisicamente com Alex, mas eu esperava que ele herdasse seu sorriso, sua alegria e grande coração. De mim se ele herdasse minha tagarelice que Alex tanto acha divertido para mim já estava bom.

  - Você vai conversar bastante, não vai? Fazer muitas amizades? Seu pai é incrível, mas não precisa herdar o jeito fechado dele. Vamos combinar assim? Vamos ser os raios de sol na vida do papai, ele precisa muito deles, principalmente nos dias ruins. Amo você – digo depois de uma pausa em minha tagarelice. – Amo demais você, nunca se esqueça disso.

  - Ele não vai. Você vai estar aqui todos os dias para lembrá-lo – Alex diz do batente da porta e a julgar por seu sorriso não ouviu toda a conversa. Isso me faz sorrir também.

  Mesmo com os médicos dizendo que meus exames não estão muito bons meu amigo insiste em fingir que nada está acontecendo, mas não o julgo nem mesmo toco no assunto de que talvez eu possa não estar aqui por muito mais tempo, por que sei que esse medo de Alex não é infundado, ele só não quer perder mais ninguém, e eu, não quero ir a lugar nenhum.

  - Vou sim – digo sorrindo e estendendo a mão para ele. – Vem aqui, estava com saudades.

  - Você me viu ontem e sei que não é a minha companhia que quer – ele sorri tirando o enorme pacote de batatas fritas da mochila. Alex me entrega o pacote com um meio sorriso divertido no rosto. – Acho que eu não devia te dar isso, não.

  - Ah, com certeza devia – suspiro saboreando a batata salgada e crocante, passei o dia pensando nela então enviei uma mensagem a Alex para que trouxesse um pacote para mim.

  - Sempre achei que desejo de grávida fosse mais estranho que batatinhas e sorvete de chocolate com fatias de laranja.

  - A laranja com o sorvete foi estranho – comento e ele ri, por que foi mesmo, mas uma noite acordei morrendo de vontade de comer isso.

  Desci até a cozinha, encontrei um pote no congelador e uma laranja na fruteira, Alex desceu para beber água e quase morreu de susto ao me ver ali, sua reação foi hilária.

  Logo depois da briga onde me machuquei eu simplesmente peguei minhas coisas e fui morar com Alex, ele já havia me chamado antes, mas não aceitei. Morar com meus pais estava difícil, mas não queria me distanciar mais deles então resolvi ficar e tentar, mas estava cada vez pior nossa convivência, por causa do bebê e das acusações contra Alex. Então naquele maldito dia eles, e principalmente meu pai, gritaram tantas coisas que eu já não enxergava mais nada quando fui descer as escadas e pisei em falso, rolei o resto dos degraus e acordei no hospital depois de me dizerem que perdi muito sangue e por pouco não perdi o bebê e, depois disso eu não vi mais motivos para ficar lá.

  - Hei, Lucy? Está me ouvindo?

  - Desculpe, me distrai com as batatas – menti. Se ele soubesse o rumo dos meus pensamentos com certeza ficaria preocupado. – Era sobre o quê?

  - Nós podemos fazer compras quando sair daqui, que tal?

  - Alex, não precisamos gastar muito. Nosso mini Alex está bem com o que tem e as doações que Rose conseguiu de uma amiga. Tessa também me disse que vai me dar umas coisinhas que eram de Dylan.

  - Primeiro que o nome dele não vai ser Alex a gente já falou sobre isso.

  - Você falou – resmungo comendo mais batatas.

  - E segundo que não gosto que precise ser tudo doação, Lucy. Gosto de poder dar ao menos algumas roupas ao meu filho – Alex diz sério e sorrio, no fim eu havia mesmo escolhido o melhor pai de todos para ele.

  - Certo, nós vamos fazer compras então para o Al.

  - Al? – ele pergunta sorrindo e faço que sim.

  - Alexander Harper Segundo – digo apenas para vê-lo fazendo careta.

  - Nem pensar. Ele não vai ter o meu nome.

  - É o que veremos – desafio e vejo Alex sorrir e consigo sorrir também.

  Nossa pequena bolha de felicidade é estourada pelo doutor com más notícias: se não antes, agora depois do segundo sangramento em um mês a gravidez se tornou de risco. É repouso absoluto para podermos cuidar de mim e do bebê. Eu odeio isso, odeio a expressão de Alex, odeio as reações dos meus pais, odeio que eu estar assim não machuque só a mim. Na verdade as minhas dores físicas não chegam nem perto que eu sei que Alex está sentindo. Mas ele também não tem ideia de como vê-lo mal e não poder fazer nada além de sorrir me dói.

  Alex como todos os outros dias passa à tarde comigo e só vai embora quase uma hora depois do horário de visita terminar, ele ter conquistado o carinho de Chris tinha seus méritos, a senhora de quase quarenta anos era apaixonada por ele. Depois que ele foi embora eu voltei a ficar a sós com meus pensamentos e, às vezes, essa não era uma boa ideia por que cada vez mais eu pensava que talvez não estivesse aqui para confortar as pessoas que amava.

  Depois de um onda de dor lacerante na barriga, todo mundo entrar em pânico – inclusive eu -, vários exames e eu receber remédios para dor na veia, a situação foi controlada. Mas no fim pedi a Chris papel e caneta, tinha uma última coisa que eu precisava fazer.

  - Não se preocupe meu amor – disse olhando para minha barriga antes de começar a escrever. – Mamãe vai te proteger e cuidar de você, sempre, independente de qualquer coisa. Eu te amo, nunca se esqueça disso.

 

~ X ~

 

  Hoje...

 

  Analu

 

  Eu e Alex voltamos para casa num silêncio assustador, na verdade eu nem me lembrava do que tinha acontecido depois que ele tinha dito aquelas palavras, “Tommy não é biologicamente meu filho, Analu”. Eu mal tinha registrado qualquer coisa depois disso.

  - Analu você está me assustando, acho que nunca te vi tanto tempo calada. Não vai falar nada, Princesa? – a voz de Alex demonstrava todo o medo que parecia sentir, me senti mal por isso.

  Fiquei de pé e comecei a andar pela sala da casa de Alex, Tommy dormia em seu cercadinho e nós dois tínhamos chegado ali há algum tempo e ele tinha me contado um pouco sobre como, num ímpeto de loucura, coragem e amor ele tinha dito aos pais de Lucy que era pai de Tommy. Alex me disse também que além de Lucy nunca ter dito ao Steven sobre meu bebê ela também não falou sobre ele com os pais e que a convivência deles tinha se tornado horrível nos últimos meses dela.

  - Eu odeio isso – digo por fim e a julgar pelos olhos surpresos do meu namorado escolhi as palavras erradas, mas não me importo e continuo mesmo assim. – Eu odeio que Lucy não esteja mais aqui. Eu odeio Steven por ser um babaca que além de sem noção aparentemente também estava ameaçando tirar Tommy de você. Droga! Eu odeio não poder fazer nada.

  - E eu amo você – é como Alex responde e sorrio. – Eu achei que isso tivesse te assustado.

  - O Steven? Ele é um idiota e não tenho medo dele. Ele tem um advogado? Ótimo, papai tem vários ele nem vai ver o que o atingiu. A não ser que você esteja falando sobre assa coisa insignificante de você e Tommy não terem o mesmo sangue. Grande coisa, eu não tenho nenhum pingo do sangue dele e ainda assim herdei esse título incrível de Lucy.

  - Eu fui um idiota de achar que você se importaria, Princesa.

  - Foi mesmo. Eu tenho uma amiga, Angie, acho que você a conheceu na festa de Matt, ela e sua mãe não tem laços de sangue, Seth, um amigo de treino de Noah, também não é filho biológico da mãe dele, e isso não poderia importar menos. Você sabe que não ligo, pra mim não mudou nada, ele ainda é seu filho. Não vai ser um teste de DNA ou a palavra de Steven que vai mudar isso.

  - Mas seus advogados podem. Eu nunca adotei Tommy legalmente, apenas o registrei em meu nome. Ninguém o queria, era apenas nós dois então eu nunca imaginei que um dia o cretino do Peterson fosse aparecer querendo-o de volta. Eu nunca pensei que ele pudesse ser tirado de mim, Analu.

  - Ele não vai – digo firme, por que preciso, mas também por que acredito nisso. Eu vou fazer tudo o que eu puder para que Tommy não vá a lugar nenhum.

  - Obrigada por estar aqui.

  - Onde mais eu estaria? – pergunto o fazendo sorrir e só isso pra mim já vale muito. – O que foi?

  - Nada, só lembrei de uma coisa aqui.

  Estou prestes a perguntar o que, quando vejo o semblante de Alex escurecer.

  - Alex? – pergunto e ele começa a andar de um lado para o outro e posso ver as engrenagens do seu cérebro girando e ele parecendo cada vez mais irritado.

  - Se nem Lucy contou a ele. Como Steven Peterson soube sobre Tommy? – eu sei que a pergunta não foi pra mim quando Alex nem olha em minha direção, ele está falando praticamente sozinho. – Foi aquele cretino! Tem que ser, em uma semana ele aparece na minha porta me vê feliz e uma semana depois tudo desmorona? Parece o tipo de coisa que ele faria. Acabar com tudo de bom que eu tenho é o quê? Um jogo?

  - Seu pai? – pergunto me colocando em seu caminho e o fazendo me olhar. Estou tentando entender se ouvi certo.

  - É David Harper.

  - Mas como ele poderia saber sobre Tommy? – pergunto e isso faz um pouco da raiva de Alex abrandar.

  - Eu não sei – ele suspira se jogando no sofá, me sento ao seu lado. – Mas não consigo pensar em mais nada. Os pais de Lucy não sabiam, disso eu tenho certeza, se soubessem já teriam levado Tommy para o idiota do Peterson e esse último só viu Tommy hoje e talvez o tenha visto na festa do Matt. Só sobra meu pai que...

  - Também não sabia de nada – completo e Alex faz que sim. – Talvez os pais de Lucy tenham descoberto alguma coisa em algum registro dela que encontraram, é mais possível que seu pai ter feito isso. Mas realmente importa quem descobriu?

  - Importa, por que quem o fez e contou para o Peterson não gosta do meu filho, e eu quero distância de pessoas assim.

  - Tudo bem, não falo mais nada, porém o que fazemos agora? Vamos só sentar e esperar? – pergunto e ele está prestes a responder quando a campainha soa assustando nós dois.

  Alex vai até lá antes que eu possa fazer o mesmo, quando ele volta está pálido como um fantasma e tem uma folha de papel nas mãos, ele finalmente me olha, não consigo decifrar sua expressão.

  - É uma notificação judicial, Steven Peterson quer Tommy de volta. De volta – Alex ri sem humor. – Como se ele já tivesse sido de Steven, como se Tommy tivesse sido de mais alguém além de Lucy antes de eu cuidar dele.

  - Eu não devia ter levado Tommy na faculdade hoje – murmuro. – Droga, se tivesse deixado o maldito trabalho pra lá nós teríamos mais tempo.

  - Não é culpa sua, Princesa – Alex vem até mim e beija minha testa. – Tome, veja a data, já tem mais de uma semana que o documento foi feito, mas só chegou hoje. Talvez para ser uma coincidência doentia, mas você ter levado Tommy hoje só serviu para o Peterson conhecer o bebê que supostamente quer de volta.

  - Isso é ridículo! – exclamo depois de terminar de ler. É sobre a visita de um assistente social, audiências e adoção. As palavras formais que já vi algumas vezes em contratos na empresa me deixam enjoada. – Como podem querer tirar ele de você?

  - Eu não sei, mas não pretendo deixar. O último pedido de Lucy foi que eu cuidasse de Tommy e assim eu vou fazer nem que tenha que fugir com ele – Alex sorri finalmente me olhando nos olhos. – Você viria conosco?

  - Para qualquer lugar.

  - E a sua família?

  - Eu mando cartões postais dos lugares exóticos aonde vamos nos esconder. Mas antes disso vamos lutar, por que se depender de mim, ninguém vai encostar um único dedo em nenhum fio de cabelo loiro de Tommy.

  - Você é incrível, Lucy escolheu bem quando trouxe você até nós.

  - Acha mesmo que foi ela? – pergunto quando Alex enlaça minha cintura e faz que sim.

  - Gosto de pensar que sim. O anjo que cuida de Tommy do céu mandou um anjo na terra para fazer o que ela não pode.

  - Perdê-lo no shopping? – pergunto para aliviar o clima e funciona por que Alex sorri e beija meu nariz.

  - Isso e defendê-lo com unhas e dentes. Obrigada por nos escolher, Princesa.

  - Obrigada por me aceitarem, Sr. Bad Boy. E já que esse título de mãe me foi dado, então vou honrá-lo e não vou deixar que meu bebê se machuque no meio disso tudo. Não vamos deixar que ninguém o leve.

  - Você quem manda – Alex ainda sorri, mas posso ver a preocupação em seus olhos negros.

  Eu não sei o que vai acontecer de agora em diante, mas pretendo honrar minhas promessas, se depender de mim, Tommy não vai a lugar nenhum.

  - Eu preciso fazer algumas ligações.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam desse capítulo com uma narradora mais que especial? Poxa até eu fiquei com saudades da Lucy...
Depois do último capítulo tiveram vários comentários sobre toda essa história com Alex e Tommy e desculpe se os rumos do livro não agradaram a todos, mas estou fazendo o meu melhor.... E espero que que eu ainda possa arrancar algumas lágrimas e sorrisos de vocês até o fim da história dessa família.
Espero que tenham gostado! Quero opiniões!
Beijocas e até, Lelly ♥



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