Surpresas do Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 24
Revelações.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Depois de mais duas semanas ela volta, fingindo que nada aconteceu como sempre kkkk
Esse capítulo está com um final tão legal que não sei se vão me perdoar ou não pelo sumiço, mas eu amo vocês!
BOA LEITURA :D



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  Alex

 

  Minha consciência pesou no instante em que Anthony Whitmore entrou no elevador comigo e mais alguns funcionários da empresa. Nós já tínhamos superado toda aquela coisa de ameaça/olhar feio dele quando nos encontrávamos, mas dessa vez eu evitei ao máximo olhá-lo enquanto estávamos juntos naquela caixa de metal. Eu estava indo para o primeiro andar e, felizmente o pai da minha namorada desceu bem antes de mim.

  Quando entrei no amplo saguão que havia no andar logo acima da recepção ainda fiquei um pouco surpreso. Era muita loucura que esse lugar lembrasse não um refeitório, mas uma praça de alimentação completa. Era aqui que todos vinham comer em seus intervalos ao simplesmente dar um tempo quando podiam. Eu tinham vindo tomar um café antes de voltar ao meu andar.

  - Alex! – Matt me cumprimentou da fila da cafeteria e fui até ele recebendo olharem feios das duas pessoas atrás dele.

  - Eai? Está no intervalo?

  - Sim, vim tomar um café, você também?

  - Sim, quer dizer mais ou menos – murmurei pensando se devia me sentir mal por ter gostado tanto do que eu e minha namorada tínhamos acabado de fazer e o vi sorrir.

  - Olha, eu não sei qual o problema, mas se fosse você fechava mais um botão da camisa, da pra ver a marca roxa em seu pescoço e tenho certeza que você não entrou em uma briga.

  - Eu não acredito que ela fez isso – murmurei fechando o último botão e me sentindo sufocado. Graças a Deus Anthony não estava perto o suficiente de mim para ver alguma coisa. Vi Matt rir.

  - Você e minha prima estão se divertindo, em?

  - Você não faz ideia.

  - Se Drew estivesse aqui você não estaria dizendo essas coisas – ele comenta depois de fazermos o pedido.

  - Óbvio que não. Não preciso que o meu cunhado tenha um ataque de ciúme logo agora que parece estar gostando um pouco mais de mim.

  - Ele gosta de você – Matt diz divertido quando pegamos os cafés e seguimos para uma mesa. – Mas gosta de fingir que não, pra manter a fama de mal, sabe?

  - Seria mais fácil se ele não quisesse manter nada – murmurei suspirando, mas logo em seguida sorri me lembrando da pequena aventura que Analu e eu tivemos na sala de arquivos do sétimo andar.

  - Qual a graça?

  - Nenhuma.

  - Sei. No mínimo você e a Analu estavam fazendo sexo em algum lugar que não deviam aqui pela empresa – ele comenta tranquilamente e quase morro engasgado com o café quente fazendo Matt gargalhar e umas garotas que passavam ao lado de nossa mesa nos olhar. – Estavam, não estavam?

  - É a gente estava. Gostar disso e ter visto o pai dela meia hora depois no elevador e fingir que nada aconteceu me torna um tarado sem medo da morte?

  - Provavelmente – ele sorriu. – Mas não se sinta tão especial. Manu e eu já batizamos metade desse prédio.

  - Eu não precisava dessa informação – comentei sorrindo também. – Vamos só fingir que trabalhar no mesmo prédio que a namorada não é uma benção.

  Ele ri e nós brindamos com os copos de café.

  Matt e eu terminamos os cafés e subimos cada um para o seu respectivo andar. Eu tinha pouca coisa pra fazer, em plena quarta-feira às 17h00m e eu já tinha resolvido todos os trabalhos de que fui incumbido. Então meia hora depois eu tinha sido liberado pelo meu chefe e estava esperando Analu na recepção.

  Sentei em uma das poltronas do amplo espaço e estava divagando sobre o que fazer no jantar quando Analu apareceu, hoje ela usava uma saia social azul e uma camisa de babados branca com vários botões que eu tinha feito questão de abrir mais cedo. Manu estava com ela usando um dos seus muitos vestidos pretos, era parecia ter uma coleção deles.

  - Que lindo, a chefe vai embora e a secretária fica trabalhando, acho um absurdo – a ruiva reclama com uma porção de papeis nas mãos, mas está sorrindo.

  - Também te amo, e entregar algumas folha ali no balcão da recepção não é nem trabalho.

  - Vou fingi que não ouvi isso. Ah, oi Alex, tchau Alex – ela me cumprimenta quando as duas se aproximam e fico de pé sorrindo.

  - Oi e tchau Manu – cumprimento e vejo a ruiva seguir em direção ao balcão da recepção.

  - Oi amor – Analu se estica para me beijar e retribuo.

  - Oi.

  - Eu estava com saudades.

  - Eu também. Faz o que? Umas duas horas? – pergunto enquanto seguimos em direção à saída e ela sorri.

  - Mais ou menos.

  Hoje - como quase todos os dias da semana – Analu dormiu lá em casa o que significa que viemos juntos. Dessa vez no Blu. Minha namorada me deu as chaves quando chegamos perto do Jeep, tirou os sapatos e foi para o banco do carona, eu segui para trás do volante. Algumas vezes Analu fazia questão de dirigir, outras como agora simplesmente me dava às chaves, sentava no banco do carona e ia tagarelando sobre alguma coisa, hoje era sobre uma reunião que durou mais de três horas nas quais ela passou metade delas pensando em lanchar, sorri enquanto ela falava.

  Nós chegamos em casa, guardamos as coisas e o carro, cumprimentamos Rose do outro lado da rua e fomos buscar Tommy. O bebê como sempre brincava animado, pouca coisa acabava com o humor do meu filho, tirando ficar muito tempo preso ou sem comer, nada mais o abalava.

  - Papa! – ele exclamou quando me viu e eu sorri. Camilly o trouxe até nós.

  - Tommy se comportou muito bem hoje – ela disse quando o bebê já estava no colo de Analu sendo bombardeado com beijos.

  - Mama.

  - Também estava com saudades, meu amor – é como ela o responde.

  - Obrigada, Camilly. Dá tchau para a tia, Tommy.

  - Tia Mi! – ele acena animado. Depois de todos esses meses na creche Tommy tinha aumentado consideravelmente seu vocabulário.

  Nós nos despedimos e começamos a andar e Tommy quis ir andando o que significava que gastaríamos quase uma hora para chegar em casa mesmo que a creche fosse a poucas quadras de casa.

  - Meus irmãos se convidaram pra comer com a gente hoje e provavelmente pra dormirem no sofá – Analu diz sorrindo, cada um de nós está segurando uma mão de Tommy.

  - Quando foi isso?

  - Pouco antes de eu encontrar você no saguão da empresa. Mas eu deduzi uma três horas antes quando papai disse que ele e a mamãe vão jantar fora.

  - E seus irmãos acham mais fácil vim comer aqui que pedir uma pizza? Noah não vai cobrar alguma coisa para cozinhar para o Drew, vai perder essa oportunidade? – pergunto divertido e ela ri.

  - Ele teve treino de caratê hoje, ele ainda faz isso às vezes e tinha uma mensagem sobre ele estar quebrado e ser o tio favorito do Tommy e precisar ser alimentado para servir de babá quando a gente quisesse.

  - Ele é bom – digo sorrindo. – Muito bom. E Drew?

  - Só choramingou como sempre que ia morrer de fome se eu e meu incrível, foca na palavra incrível – ela sorri. – Namorado não o alimentássemos. Esse quer te ganhar na bajulação. Ele é ótimo em bajulação.

  - Estou vendo.

  - Noah acabou de dizer que está morto em nossa varanda nos esperando chegar. Ao que parece ganhou carona de um dos amigos de treino.

  - Melhor irmos então.

  E é o que fazemos, eu pego Tommy e nós nos apressamos e, por incrível que pareça, o adolescente está mesmo – de quimono e tudo – deitado em nossa varanda parecendo meio morto.

  - Tio Nono! – Tommy diz e isso é o suficiente para ressuscitar Noah do chão. Chocando exatamente ninguém, o tio que ele aprendeu o nome primeiro foi Noah e tinha um jeito todo especial de chamá-lo.

  O adolescente sorriu e eu coloquei Tommy no chão para ir até ele. Quando a escada se tornou um obstáculo Noah desceu até ele e o pegou no colo.

  - Oi meu aprendiz – meu cunhado cumprimentou o bebê e eu sorri.

  Essa história toda de aprendiz começou a pouco mais de um mês quando Noah deu a Tommy todo um kit de cozinha de brinquedo com panelas e tudo mais. Depois disso os dois passavam horas cozinhando comidas imaginárias, essa tinha se tornado de longe a brincadeira favorita de Tommy.

  - Depois vocês colocam o papo em dia, vocês dois estão imundos, é banho pra todo mundo, vamos – Analu abre a porta e indica a sala.

  - Sim, senhora – Noah sorri batendo continência, ele pega sua mochila e entra com Tommy, minha namorada vai atrás dos dois e vou atrás dela.

  Tem toda uma comoção para todos conseguirem tomar banho. Mas Noah garante um banheiro para ele e Analu pega o outro para dar banho em Tommy. Quando termina dá o bebê ao irmão e cada um de nós ocupa um banheiro o que é uma pena, e nos ocupamos e tomar um banho também. Uma hora depois Noah e Tommy estão no tapete da sala brincando com as panelinhas, minha namorada está cuidando a roupa suja – por que ela e sua mania de limpeza não descansam nunca – eu estou cuidando do jantar quando finalmente Drew chega.

  Às vezes acho estranho ver o meu cunhado mulherengo todo sério usando as roupas brancas que precisa em seu curso. Vê-lo com uma mochila cheia de livros que eu não nem tenho ideia do que dizem é interessante de um jeito novo. Drew é exatamente como qualquer um da família Whitmore, uma caixinha de surpresas, um ditado nunca serviu tanto para definir alguém como “As aparências enganam” para essa família.

  Anthony é o pai ciumento e preocupado que implica com o namorado da filha e vendo-o assim ninguém diz que ele é CEO de uma enorme empresa. Elisa é a pessoa mais divertida e incomum que conheço, que faz qualquer um se sentir a vontade ao seu lado e adora empanturrar todo mundo com comida e ninguém imagina que ela é esposa de um empresário rico e famoso como também dona da própria franquia de lojas.

  Analu é a rainha do campus, uma princesa herdeira de uma enorme fortuna e consegue ser uma das pessoas mais humildes de conheço, com o maior coração de todos, sempre preocupada em cuidar de todos. Drew é o clássico mulherengo pegador, é rico e popular, mas também um aluno aplicado e uma pessoa capaz de defender os irmãos com tudo que tem. E Noah é o cara mais tranquilo de todos, descolado e divertido que ama cozinhar, motos e, quando Analu me disse que ele lutava caratê – e muito bem, tinha medalhas e tudo -, fiquei surpreso, ele é a última pessoa que imagino entrando em uma briga.

  - Seu purê não vai se amassar sozinho, você está bem? – Analu pergunta surgindo ao meu lado na bancada da pia.

  - Só estava pensando – sorrio pra ela. E nós paramos para ouvir a discussão dos meninos na sala.

  - Drew me devolve ele! – Noah pede.

  - Nem pensar, você está sempre com ele, divide! Vem Tommy brincar com o tio Drew.

  Eles surgem na cozinha, Drew com Tommy no colo e Noah atrás dos dois.

  - Tio De! – é como Tommy chama Drew fazendo-o sorrir e fingir mordê-lo, o bebê gargalha.

  - Drew! – Noah exclama e o mais velho sorri para ele.

  - Qual é Noah, ele já gosta mais de vocês e todos nós sabemos disso. Deixa eu curtir ele um pouquinho que tal? – Drew pede e o mais novo arqueia uma sobrancelha. – Eu te levo para a escola pelo resto da semana, nada de ter que esperar pela mamãe.

  - Fechado, vou tirar um cochilo, quando o jantar ficar pronto me chamem – e dito isso Noah deu meia volta e seguiu outra vez para a sala.

  - Você não se sente mal por essas coisas, não? – Analu pergunta ao irmão que dá de ombros.

  - Não, agora vou brincar com Tommy. Namorem aí, mas não muito, eu estou com fome – ele anuncia e sorrio. Essa com certeza é uma das frases favoritas de Drew.

  Meu cunhado sai outra vez levando Tommy com ele e Analu e eu sorrimos olhando um para a outro. Eu realmente sou encantado com a família Whitmore e gosto de pensar que eu e Tommy nos tornamos um pouquinho mais parte deles durante todos esses meses.

  - E esse jantar, sai ou não? – Analu pergunta e sorrio.

  - Que tal me ajudar? Pode cortar umas coisas.

  - Não obrigada, tenho que estender minha roupa no varal. Boa sorte aí! – ela me dá um beijo rápido antes de fugir para a área de serviço agora usando um short jeans e uma camiseta minha do Batman.

  Sorrio voltando ao meu purê de batatas, se nós pudermos continuar assim nos divertindo e rindo juntos, tenho certeza que nossos dias serão incríveis. Mas, desde que meu pai apareceu um mês atrás, eu estou com um mau pressentimento. David Harper nunca foi das melhores pessoas, pelo menos a versão dele que eu conheci. Quando vovó falava sobre como papai parecia comigo quando mais jovem além de irritado eu ficava surpreso, meu pai, aquele homem, sentindo por alguém mais que indiferença e raiva? Eu não conseguia acreditar.

  Eu só esperava estar errado dessa vez e, que a visita de David não tenha sido nada demais. Eu ter ficado ansioso assim era só uma coincidência por que tinha visto os pais de Lucy por acaso uns dias depois da visita dele. E, todos eles juntos eram só uma lembrança dos piores momentos da minha vida, era esse o motivo de eu não conseguir esquecer essa sensação, tinha que ser.

  Respirei fundo e voltei às batatas, pensar nisso não ia melhorar nada, na verdade, só deixaria tudo ainda pior. E, eu esperava muito que não piorasse, por que eu não queria perder nada do que eu tinha conseguido, não queria, de jeito nenhum, deixar minha felicidade escapar por entre os dedos mais uma vez.

 

~X~

 

  Analu

 

  Eu não sabia se podia mesmo fazer isso, mas não tinha muita escolha, não quando meu professor do tempo dos fósseis não conseguiu encontrar o trabalho que eu lhe enviei por email.

  Apertei Tommy em minha cintura e sua bolsa em meu ombro enquanto caminhava pelo campus da faculdade.

  A coisa toda começou ontem à noite quando o representante de turma tinha me mandado uma mensagem dizendo que o professor não tinha recebido meu trabalho. E, enquanto meus irmãos brigavam pelo sofá maior da sala de Alex, eu tentei de todas as maneiras possíveis enviar o trabalho ao professor. No fim o homem não conseguiu acessar o arquivo de jeito nenhum o que me levou a esse momento.

  Já que eu tinha dito a Alex que quinta-feira não teria aula e queria ficar em casa com Tommy pela manhã e antes de ir trabalhar o levaria para a creche, ele não viu problema e cá estamos, os dois na faculdade por que eu tive que imprimir o maldito trabalho e trazer para o professor, por que eu definitivamente preciso de nota nessa matéria.

  Enquanto atravesso o pátio da faculdade em direção ao meu prédio, atraio olhares, o problema não são nem os olhares, com eles eu estou acostumada. O problema é estar sujeitando Tommy a isso, o que Alex vai pensar quando soube que eu trouxe nosso filho pra faculdade? Sorri em meio ao pânico só pela palavra “nosso”, eu adorava que Tommy fosse meu e de Alex.

  - Analu... E um bebê? – Angie me encontrou no meio do caminho e sorri aproveitando um rosto amigo para respirar fundo.

  - Angie este é Tommy, filho do Alex, meu namorado, acho que você o viu na festa do Matt daquela vez.

  - Ah, foi rápido, ele estava com a sua mãe, mas vi. Então por que você o trouxe aqui hoje?

  - Por que sou uma mãe completamente despreparada – comento fazendo ela sorrir. – E tinha que entregar a porcaria de um trabalho.

  - Entendo, minha amiga já é mãe. Isso é tão legal.

  - Não é estranho, não?

  - Você pergunta justo pra mim que não tenho uma única gota de sangue da minha mãe? – Angie pergunta divertida me fazendo sorrir. Ela fala desse assunto com leveza por que sabe que isso não importa. Espero que um dia Tommy pense igual sobre mim.

  - Certo, entendi. Mas agora vou indo por que não quero demorar com ele aqui. Se você vir o meu irmão, o Matt, o Alex ou qualquer um deles, por favor, não fala de mim.

  - Por quê?

  - Por que eu não sei o que o Alex acha disso e meu irmão e meus amigos não vão manter a discrição, tenho certeza.

  - Tudo bem então, mas acho que você, no mínimo, tinha que falar com Alex.

  - Eu também – murmuro a fazendo rir enquanto volta a seguir seu caminho, faço o mesmo.

  Consigo subir até minha sala e quando entro vejo que não sou a única entregando o trabalho potencialmente atrasado. Tem mais umas três pessoas da minha turma aqui. Passo por todos e vou até o professor, ele e todo mundo parece chocado ao ver Tommy, mas ninguém comenta nada. Eu entrego o trabalho, assino a lista de presença e estou prestes a sair sem falar mais que o necessário quando Carter, um cara da minha turma que Manu jura que tem uma queda por mim, para a minha frente.

  - Então é isso que a princesa Whitmore está escondendo, um filho? – pergunta com um sorriso e reviro os olhos.

  - Exatamente eu estive grávida durante o segundo ano de faculdade e ninguém percebeu – respondo irônica.

  - Mama – Tommy diz participando da conversa e tentando puxar meu cabelo, evito essa segunda parte.

  - Mamãe? – Carter pergunta e sorrio.

  - Sim Carter, eu sou a mamãe, algum problema?

  - Se ele não é seu filho alguma coisa está errada.

  - Eu nunca disse que ele não era meu filho, agora me dá licença que nós dois temos muitos planos para hoje – e dito isso passei por ele sem esperar uma resposta e sai da sala.

  - Mama?

  - Está vendo, Tommy? É assim que se termina uma conversa.

  - Mama? – ele me olha outra vez e finjo mordê-lo só para ouvi-lo rir.

  O plano está quase dando certo, eu consegui entrar e sair da faculdade sem encontrar ninguém além de Angie, mas quando o vejo e é claro que tinha que ser ele. Minha sorte estava boa demais para ser verdade.

  Estou indo em direção ao estacionamento da faculdade e Alex está vindo em minha direção.

  - Princesa? – ele me chama com uma calma assustadora quando me alcança e sorrio.

  - Oi amor, como está?

  - Surpreso na verdade. Por que ouvi o boato de que Anna Laura Whitmore estava andando pelo campus da faculdade com um bebê e pensei: “Não pode ser a minha Analu por que ela me disse com todas as letras que estaria em casa hoje de manhã”. E você?

  - Me desculpe, Ok? Eu devi ater te ligado, mas meu professor é um idiota e tive que trazer um trabalho até aqui e era pra hoje. Eu não tenho aula, mas enviei o arquivo e ele simplesmente não conseguiu encontrá-lo. Nós já estamos indo, sério.

  - Por que não me disse? – ele suspira acabando com a distancia entre nós e me apertando num abraço com Tommy ainda no meu colo sendo amassado também.

  - Não quis te preocupar, nem que ficasse irritado comigo por trazer Tommy.

  - Você se lembra o que eu te disse daquela vez em que Rose ficou no hospital? Se ele estiver com você eu não me importo, pode levá-lo aonde quiser, é a mãe dele afinal. Mas da próxima, por favor, me avise, eu realmente fiquei surpreso de ouvir sobre vocês.

  - Tudo bem, desculpa e eu te amo – resumo antes de beijá-lo e Tommy reclamar do aperto e nós nos afastarmos.

  - Bem que eu ouvi que a Princesa tinha um bebê, mas o que me surpreende é ele não ser dela. Já faz algum tempo, não é Analu? – Steven Peterson sorri a alguns metros de nós, como se fossemos realmente velhos amigos.

  - Infelizmente pra você ele realmente é meu – digo. – E infelizmente também não foi tempo o suficiente.

  - Não precisa se forçar, Princesa nós dois, digo – ele olha para Alex que está parado como uma pedra ao meu lado. – Nós três sabemos que esse é o bebê da Lucy, não é?

  - Como você...? – então eu paro quando Steven sorri. – Ah claro, você era namorado dela. Deve ter sido um golpe duro terminar com ela e ela engravidar de outro.

  - Ah, foi isso que o seu precioso Alex te disse? – ele sorri e fico sem entender. Olho para Alex e sua expressão é algo entre dor e pânico. – Thomas não é? – Steven dá um passo em nossa direção e recuo na mesma proporção subitamente nervosa. – Ele tem mesmo os olhos do pai.

  Seu tom de deboche acende vários alertas dentro de mim.

  - O que você quer Peterson? – Alex finalmente fala, sua voz é um sussurro contido e assustador.

  - Agora que sei da existência dele, meu pai quer Thomas e o que um Peterson quer ele consegue. Você vai ouvir os detalhes do nosso advogado ou talvez dos pais de Lucy, é só esperar. Eles são ótimas pessoas, não são? Me adoram. Bem, foi um prazer revê-los. Até – e tido isso Steven deu um último sorriso tranquilo, se virou e começou a se afastar de nós.

  - Alex? O que foi isso? – perguntei me virando para olhá-lo. Meu namorado parecia ter levado um soco no estômago.

  - Papa? – Tommy o olhou também e vi os olhos escuros de Alex marejarem.

  - Amo você campeão – ele diz tocando o rosto do bebê em meu colo e meu coração se aperta de um jeito inexplicável. E, finalmente meu namorado me olha, ele sorri, mas não há humor.

  - Você já viu não é? Que os olhos de Tommy são muito mais claros que os meus? – ele pergunta acariciando a bochecha do filho e reparo mais uma vez nesse pequeno detalhe. Os olhos de Alex são negros como carvão, mas os de Tommy são castanhos como um delicioso chocolate quente, e, se olhar bem de perto, quase se pode ver pontinhos dourados em suas íris castanhas.

  - Sim, eu percebi. E o que tem isso?

  - Você perguntou no dia em que meu pai apareceu o que Lucy era minha e eu finalmente posso responder a sua pergunta para explicar sobre a conversa com o Peterson.

  - Alex você não está fazendo sentido.

  - Lucy era minha melhor amiga, só isso. Eu a amei como você ama seus irmãos e nada mais, Analu. Então quando ela disse que estava grávida de um idiota e queria ajuda, quando disse que não contaria a ninguém sobre o pai do bebê, nem mesmo a seus pais, eu a apoiei, e, num momento de desespero menti por ela e não me arrependo nem por um instante.

  - Alex...? – murmuro sabendo o que vem em seguida e apertando Tommy um pouco mais em meus braços.

  - Tommy não é biologicamente meu filho, Analu.


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Notas finais do capítulo

Vocês não queriam? Então, aqui está! Reveladíssimo pra vocês! Quem acertou sobre o Tommy e o Alex? Gostaram? Odiaram? Teorias? E essa aparição do Steven? O que vocês acham quem vem por aí?
E e se eu falar pra vocês que, na versão original não ia ser exatamente assim, como faz? As teorias de vocês são tão legais que eu sempre pego elas e coloco na história!
Comentem o que acharam, por favor!
Beijocas, Lelly ♥



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