Surpresas do Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 20
Amo você.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Olha quem voltou no dia certo dessa vez? Um milagre talvez? Melhor a gente nem perguntar u.u
Então, BOA LEITURA :D



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  Matt

 

  Eu amava Manu. Essa era uma verdade inegável, eu sabia disso do mesmo jeito que sabia que precisava de ar para respirar.

  Eu a conhecia desde sempre. Pelo menos era assim que parecia, ela sempre esteve em minha vida, a garotinha ruiva e tímida que cresceu e se tornou uma mulher linda, não só por fora, mas principalmente por dentro. Manu foi meu primeiro e único amor, foi minha melhor amiga, foi meu primeiro beijo e também a minha primeira vez.

  Nós já éramos um do outro, mas quando fomos um só pela primeira vez e então ela disse que me amava foi tão definido que me apavorou. Eu era um garoto, tinha dezessete anos e tinha achado o amor da minha vida, aquilo me deixou em pânico.

  E, como qualquer bom adolescente burro, fui pedir ajuda ao meu melhor amigo e seu conselho, talvez com a melhor das intenções, não foi dos melhores, ainda hoje me lembro exatamente das palavras de Drew pra mim.

  - Ela disse que te ama? Cara vocês são duas crianças e nós estamos indo pra faculdade, você quer mesmo passar o que podem ser seus melhores anos namorando? Desse jeito.

  - Que jeito? – perguntei sem entender.

  - Como se quisesse, sei lá – ele fez careta diante dos próprios pensamentos. – Casar com ela.

  - E isso é ruim? É a Manu afinal, eu meio que penso, pensava – suspiro depois de lembrar dos olhos marejados da minha pimentinha quando eu não respondi nada e praticamente fugi dela naquela noite. – Eu quero ficar com ela.

  - Desse jeito? Sério? Eu não faria isso, mas se é o que quer... Só se lembra de que você tem tipo, a vida toda pela frente.

  O que eu não sabia naquela hora era que a única vida que eu queria era com ela e nós dois nos privamos disso, por quê? Por mal entendidos? Eu ainda não acreditava no que Analu tinha me dito no dia do bar quando eu contei a minha versão da história e Analu a versão que a Manu conhecia.

  - Você vai falar com ela – minha prima me tirou dos meus pensamentos. Depois do namorado dela fazer toda aquela declaração eu meio que não estava muito interessado em ficar perto deles.

  A festa de Tommy estava dando o que falar, principalmente com o bebê chamando Analu de mãe.

  - O quê?

  - Você vai falar com ela, eu mandei a Manu lá em cima para o quarto de hospedes com os armários, agora vai até lá e resolva as coisas com ela, e caso não tenha entendido – Analu sorriu antes de começar a se afastar. – Isso não foi um pedido.

  Vi minha prima se afastar e sorri, agora como no passado, ela estava sempre cuidando de todos nós e alguma coisa me dizia que isso ia continuar pelo resto da vida. Respirei fundo e fui em direção a casa. Eu precisava disso e Manu também. Era a hora de colocar tudo em pratos limpos. Subi as escadas cada vez mais em pânico, apertei a caixinha em meu bolso para me acalmar, essa caixinha tinha sido meu amuleto da sorte e de paz nos últimos quatro anos e hoje, se tudo desse certo, eu finalmente poderia entregá-la a verdadeira dona.

  Quando alcancei o batente da porta parei, lá estava ela, linda e encantadora como sempre, com os cabelos ruivos soltos e balançando enquanto praguejava sobe Analu. Minha Pimentinha não percebeu minha presença, não de imediato, mas se virou como se soubesse que tinha alguém a olhando e me viu, seus olhos escuros nos meus e vi quando os arregalou de susto. Encarei suas feições delicadas, a pele clara, as sardas pelo rosto e a boca tingida de vermelho que eu conhecia muito bem a textura e o gosto, engoli em seco e a vi corar.

  - O que faz aqui? – perguntou, sua voz não passava de um sussurro.

  - Eu vim é... Preciso...

  - Melhor eu ir – ela diz, começa a andar, mas como eu estou no meio da porta, para a pouco mais de um passo de mim, tão perto que sinto seu cheiro.

  - Manu eu quero conversar com você.

  - E se eu não quiser falar com você?

  - Mesmo depois daquela noite? De todos aqueles beijos? – pergunto e ela me olha desafiadora e depois suspira.

  - Principalmente depois daqueles beijos, eu quero uma última lembrança boa de nós.

  - Não precisa ser uma lembrança.

  - Não!? – ela grita, por que aprendeu com nossas tias e Analu. Nenhuma delas é dada ao silêncio. – Você é o idiota que me largou sem mais nem menos e que mesmo assim eu continuo gostando, é patético e prefiro deixar as coisas como estão. Então, se me der licença, minha melhor amiga está muito feliz, vou lá compartilhar da felicidade dela.

  - Eu te amo – digo simplesmente quando ela está passando por mim, Manu para e me olha em choque, respiro fundo e sei que é a hora de começar a falar. – Eu te amo, Manuella. Foi isso que voltei para te dizer uma semana depois de remoer tudo o que você me disse e o Drew disse também. Eu te amo, foram essas palavras que ensaiei vezes sem conta para te dizer e nunca tive a oportunidade. Por que da primeira vez que se declarou, você foi mil vezes mais corajosa que eu, que entrei em pânico por ter encontrado você, o amor da minha vida tão cedo.

  - Por que está dizendo isso agora? – ela murmura com os olhos marejados dando dois passos para trás. Dói-me vê-la chorar e saber que mais uma vez o motivo sou eu. – Por que quer voltar com essa história? Por que não me deixa em paz!?

  - Por que eu te amo e por que cansei de vê-la ao alcance das minhas mãos e não poder te tocar, de vê-la com outro e morrer de ciúmes, cansei desse joguinho, cansei de não ter você. Se você não quiser voltar comigo nem nunca mais olhar na minha cara tudo bem, mas, por favor, me ouça – peço, imploro com o coração tão acelerado de expectativa que temo que ele irá parar de bater.

  - Fala – sua voz volta a um tom normal, mas vejo que alguma emoção queima em seu olhar, se raiva ou expectativa eu não sei dizer.

  - Naquela noite depois da formatura, na nossa primeira vez, eu te amei Manu. Mas naquela época não sabia disso, não entendia um sentimento tão grande quanto esse, eu te amei ali naquela noite mágica e inesquecível. Mas quando você verbalizou as palavras eu entrei em pânico, como eu disse, tinha dezessete anos e encontrei algo que muitos passam a vida inteira buscando sem sucesso, eu encontrei você, encontrei o amor da minha vida e isso tudo me apavorou e então eu surtei e fugi.

  - Quando fez isso transformou a mais linda noite da minha vida na pior delas, por que eu tive certeza que você não me amava. Eu tinha dezesseis anos e tinha certeza que você era o amor da minha vida e, graças a minha melhor amiga, tive coragem de dizer a você como me sentia, só para me sentira abandonada depois – Manuella diz e sua voz não demonstra nenhuma emoção, mesmo que seus olhos transbordem todas elas. – Você partiu meu coração naquela noite quando o dei a você, Matt.

  - Graças ao meu melhor amigo eu achei loucura que você fosse o amor da minha vida. Achar o amor tão cedo? Era loucura, mas lá estava você. Mesmo depois dos conselhos idiotas do Drew e pensar e repensar tudo durante uma semana, eu decidi que não me importava.

  - Comigo, não é!? Com meu amor! Com a gente! – ela grita, o rosto ficando da cor de seu cabelo deixando-a linda. Mas suas palavras me ferem. – Você voltou uma semana depois, para gritar comigo e terminar tudo depois de me ignorar! Não me responder e nem dizer o que eu fiz! Além é claro, de amar você!

  - Eu não me importei com as palavras de Drew! Eu não me importei com o que os meus amigos diriam quando eu dissesse que queria me casar com você, eu não me importei em ir para a faculdade namorando por que eu sabia que você era, é, e sempre será a única pra mim, eu não me importei em dizer a todos que eu amava você!

  - Me amava!? Não me faça rir! Você voltou só para me acusar, eu nunca ouvi essas três palavras da sua boca, não dirigidas a mim, não antes de hoje pelo menos! Você não foi atrás de mim para dizer que me amava, não mesmo! – Manu berra a centímetros de mim e nós dois estamos pegando fogo, é raiva, mas também tudo aquilo que sempre existiu entre nós.

  - Não falei por que quando voltei, quando fui te encontrar você estava com a Analu chorando por outro! Uma semana e você já tinha alguém? – perguntei debochando, eu já sabia a verdade, já entendera o que aconteceu, mas ainda assim doía lembrar.

  - Eu sofrendo por outro!? Uma semana depois da nossa noite Analu e eu... – Manu para, cobre a boca com a mão, me olha e finalmente entende. – John Tuker – ela murmura. – Nós falávamos dele uma semana depois xingando-o por ser um idiota, mas não era por minha causa. Analu tinha ficado com ele e depois descobrira que ele tinha uma namorada em outra escola.

  - Você também falava com ardor sobre como ele era um idiota, mas o amava e o queria de volta.

  Para minha surpresa, Manu sorri para mim, mesmo que os olhos estejam marejados.

  - Analu falava do John, eu nunca disse o nome dele. O idiota que eu amava e tinha sido um idiota era você, sempre foi – ela dá de ombros e consigo sorrir por que Analu tinha me dito isso em nossa conversa, eu sabia que o que tinha acontecido e me odiado por tirar conclusões precipitadas. Mas ainda tinha uma última coisa que eu precisava saber.

  - Se isso é mesmo verdade e Deus sabe que hoje sei que é – digo. – Na época eu não sabia e isso acabou comigo, por que eu estava pronto para dizer que te amava e você falava de outro. Eu tentei imaginar que fosse um mal entendido, ia esfriar a cabeça e depois falaria com você por que eu não queria mais brigar. Mas, me diga então Manu, por que eu a vi o beijando depois disso? Por que no dia seguinte você estava beijando John Tuker?

  - Você viu aquilo...? – agora sua voz tem alguma entonação, é surpresa e receio.

  - Vi e você também quebrou meu coração por que disse que me amava e uma semana depois beijava outro, depois de falar dele. No fim Drew riu e disse que sabia que isso era loucura, amar aos dezessete anos? Quem faz isso? Bem, acho que ele estava certo, não?

  - Ele me agarrou – ela diz como se escolhesse as palavras e a olho arqueando uma sobrancelha. – Eu fui falar com ele sobre Analu. Eu estava irritada com você mesmo, queria descontar a raiva em alguém. Nós brigamos e no final ele riu dizendo que não sabia por que eu chorava por você se você já estava com outra e eu disse que ele estava errado, que você não faria isso, mas Jonh riu mais uma vez e me puxou para si dizendo que era exatamente isso que você já estava fazendo com outra e me beijou. Mas não tinha ninguém no jardim da escola aquele dia, como você me viu? Por que você estava lá?

  - Você nem imagina? Eu estava atrás de você, eu sabia que provavelmente estava na biblioteca e que passaria por ali em algum momento então esperei como sempre entre as árvores e quando você finalmente apareceu, estava com ele, eu não quis acreditar, não consegui ouvir a conversa de vocês, mas vi muito bem o que aconteceu depois.

  - Então você me viu o empurrando, você viu que eu gritei com ele, que...

  - Você acha que eu fiquei para ver a minha até então namorada que supostamente me amava beijar outro depois de eu a ouvir falar dele para a melhor amiga? Eu fui embora, morrendo de ódio, ciúmes e decepção, por que eu amava você, por que amo e pensar que tudo isso foi um mal-entendido e...

  - E a Ritha? – ela me interrompe andando a minha frente como se juntasse as peças do quebra-cabeça que já está quase pronto em minha mente: nós entendemos tudo errado, culpamos um ao outro por coisas que não aconteceram e isso só foi gerando ódio e mágoa e mais ódio e mágoa.

  - Quem?

  - Ritha Walker a garota do terceiro ano de cabelos rosa com quem você estava um dia antes de aparecer e nós brigarmos e você terminar comigo. Você não estava ficando com ela?

  - Ritha? – meu cérebro leva alguns segundo para raciocinar sobre o que Manu fala e então rio. Simplesmente rio por que tudo é tão absurdo que quero apenas dar com a cabeça na parede até eu ver que foi tudo um sonho ruim. – Ritha Walker foi a última conquista de Drew na escola, ele a queria, mas ainda não tinha terminado com a conquista anterior então me pediu para ir falar com ela, nós conversamos, ela rui sobre eu não saber mais se estava namorando e mesmo assim ser fiel a você, me deu um beijo na bochecha meio perto da boca, mas ainda sim não foi nada. Ela queria o meu primo galã e eu só queria você. Mesmo que naquele momento eu me sentisse um idiota traído, eu ainda amava você.

  - Então... Então... Não teve nada? – sua voz treme assim como suas mãos que cobrem seu rosto. Eu entendo o sentimento, eu realmente entendo tudo que Manu sente por que eu sinto o mesmo. O sentimento de ter perdido o melhor da vida por uma besteira. – Então depois quando você veio falar comigo quando gritou e me acusou de traí-lo era sobre Jonh?

  - Era, e quando você gritou comigo e me acusou também era sobre a Ritha. No fim, foi sobre nada, não teve nada. Eu ainda era seu. Sou seu Manu, sempre fui.

  - Mas e depois? No seu primeiro ano de faculdade? As festas? As garotas? Você me trocou sem nem pensar! – ela dá um passo para trás quando tento alcançá-la e paro.

  - As primeiras duas, talvez três histórias sejam verdadeiras, eu estava mal, me odiava por continuar te amando quando você aparentemente não se importava mais comigo. Mas depois eu vi que aquilo era uma grande idiotice, nenhum beijo era o seu, nenhum sorriso iluminava minha vida como o seu, nenhuma delas tinha o seu cabelo ruivo ou seu fogo, nenhuma delas era minha Pimentinha, nenhuma delas era você. Mas eu não ia deixar você saber que tinha levado a melhor por isso eu ia às festas, pegava uma bebida e às vezes bebia até me esquecer de tudo e termos eu e Drew que voltar de táxi, às vezes só ficava em algum lugar sozinho, sóbrio e me lembrando de você. Quando você entrou para a faculdade, além continuar a mesma, linda por dentro, parecia ainda mais linda por fora, e aquilo me tirou do sério, eu odiava tê-la ali ao meu lado e não poder tocá-la, não poder dizer a todos que era minha, então comecei a sair mais e mais apenas pelo prazer de saber que eu ainda lhe provocava alguma coisa, nem que fosse raiva.

  - Então era... Era tudo mentira? As festas? As garotas? – sua voz volta a ser um sussurro e dou um passo em sua direção, dessa vez ela não se afasta. Seus olhos presos nos meus e sorrio, um sorriso que só ela consegue tirar de mim.

  - O que você acha minha Pimentinha? Durante esses quatro anos eu fingi ser o cara mais feliz do mundo só para você não ver que sem você eu já não era mais eu. Como uma pessoa pode ser ela mesma sem o coração?

   - E... E a garota na sua festa?

   - Que garota? – pergunto sem entender e seu olhar entrega suas emoções, expectativa é a maior delas.

  - A que estava abraçada com você logo depois de nos beijarmos? – Manu insiste e tenho que me forçar a lembrar, logo depois sorrio me aproximando um pouco mais, ela recua uma última vez e encosta as costas na parede atrás de si.

  - Brenda era uma amiga dos amigos do Alex, ou era amigo do Drew, sinceramente não me lembro. Só lembro que a garota passou mal na minha frente e quase caiu no chão, então eu a amparei, foi só isso, a estava levando para fora quando duas amigas dela apareceram e a pegaram. Depois disso só me lembro de vê-la com aquele idiota do Will e morrer de ciúmes.

  - Não diga isso, o Will é meu amigo – ela diz e tenho vontade de me socar por ter deixado chegar a isso. Eu a perdi e tenho que aceitar. Tento me afastar, mas para minha surpresa Manu segura meu braço. Ela sorri pra mim, um sorriso tão lindo que só quero beijá-la outra vez mesmo sem saber se posso, se tenho esse direito. – E ele só isso, Matt. Meu amigo, eu e Will nunca tivemos nada. Naquela noite ele estava me ajudando por que eu estava chateada com você. Só isso, mais nada.

  - Mais nada? – pergunto e ela sorri dando um passo em minha direção e colando nossos narizes, quando responde sinto seu hálito quente em minha pele me fazendo arrepiar.

  - Nada. E agora, o que fazemos?

  - Me diz você, Pimentinha. Afinal é você quem manda.

 

~X~

 

  Manu

 

  Estou a centímetros de Matt depois de saber que tudo o que eu achei que tinha acontecido na verdade foi a porcaria de um enorme mal-entendido. Estou a centímetros dele depois de esclarecermos tudo, estou aqui agora e tudo que quero é beijá-lo.

  - E agora, o que fazemos? – pergunto e ele sorri tocando meu rosto num carinho suave, quase fecho os olhos para aproveitar a sensação, mas não o faço, quero olhá-lo e vê-lo responder.

  - Me diz você, Pimentinha – Matt usa esse apelido ridículo que me deu e sorrio sem conseguir me conter, ele é o único a me chamar assim. – Afinal é você quem manda.

  Eu recordo já ter ouvido essas palavras, era o que ele sempre dizia quando estávamos juntos. Era eu quem decidia, eu impunha os limites, principalmente no inicio do nosso relacionamento e ele simplesmente aceitava, sorria, me beijava e dizia que tudo bem.

  Eu o amo, amo tanto que dói, vendo agora eu provavelmente não deixei de amá-lo durante nenhum momento desses quatro anos, agora mesmo, tenho certeza que isso não vai mudar.

  - Vamos ser felizes – peço. Talvez soe como um pedido idiota, mas Matt sorri. – Eu cansei, cansei de chorar, cansei de não ter você também, cansei de perder tempo, cansei de não ser feliz. Você disse que não pode ser feliz por que estava sem seu coração e eu tampouco o posso fazer sem o meu e eu o dei há você muitos anos atrás e ainda é seu. Eu te amo, Matt e isso provavelmente nunca vai mudar e eu...

  Ele me interrompe colando seus lábios nos meus e o beijo me pega de surpresa, mas não o afasto, pelo contrário, envolvo minhas mãos em seu pescoço enquanto ele me puxa para si pela cintura. Beijá-lo é como voltar a respirar depois de um longo tempo sem oxigênio. Eu sinto como se, finalmente depois de muito tempo, tudo estivesse no lugar. O beijo se aprofundo e sinto o fogo que me envolve sempre que estou com ele, Matt faz tudo em mim queimar, meu corpo e meu coração.

  - Amo você – são suas primeiras palavras depois que nos separamos. – Me desculpa por ter sido um idiota. Naquela noite e depois dela pelos últimos anos. Desculpa ter feito você sofrer, era orgulho ferido e um coração machucado, mas Manu, se me aceitar uma segunda vez vou passar o resto dos meus dias me desculpando com você, dizendo que te amo e provando o quanto isso é verdade – Matt se ajoelha a minha frente e sinto os olhos marejarem. – Você me perdoa e me aceita outra vez? Quero amá-la e fazê-la feliz pelo resto das nossas vidas.

  - Você está me pedindo em casamento? – pergunto entre surpresa, emocionada e apaixonada. Ele sorri.

  - Ainda não, mas isso não vai demorar a acontecer. Mas como nem Analu, nem eu me perdoaria se eu não perguntasse como se deve outra vez, você Manuella Campbell aceita ser minha namorada uma segunda vez?

  - Sim, sim e sim. Amo você! – digo o puxando para cima para poder beijá-lo e assim o faço.

  Ainda estamos nos beijando quando Matt de repente se afasta de mim, eu o olho sem entender, mas ele sorri colocando a mão em seu bolso e tirando de lá uma caixinha de veludo negro parecendo gasta.

  - Quase esqueci. Isso é seu, já faz um tempo que quero te dar. Se precisar de uma última prova das minhas palavras, aqui está – ele me entrega a caixinha e eu a abro e sorrio com o conteúdo.

  É um pulseira de prata formada com elos de diferentes tamanhos a deixando delicada e divertida, mas o que me chama atenção são seus dois únicos pingentes, o primeiro é uma pimenta vermelha, a única coisa colorida na pulseira e o segundo um coração de prata como a pulseira, de um lado está escrito “Te amo” e do outro está gravada a data da noite da nossa primeira vez. Finalmente noto que até o interior da caixinha onde a pulseira está parece gasto.

  - Ela é linda, eu amei. Mas há quanto tempo você está com ela? – pergunto e vejo Matt desviar os olhos. – Matt?

  - Tem quatro anos que ando por aí com essa pulseira. Eu a comprei e mandei gravar na semana em que brigamos, ia te dar no dia em que fui procurá-la e a vi com o John, pensei seriamente em jogá-la fora. Mas nunca tive coragem, é quase como se algo me dissesse que eu ia conseguir entregá-la a você como sempre quis fazer. E consegui.

  - Obrigada – murmuro sorrindo. – Será que meu namorado pode me ajudar a colocá-la?

  - Vai ser um prazer.

  Ele me ajuda com a pulseira e voltamos a nos beijar até ouvir alguém pigarreando, interrompemos o beijo sem nos soltarmos e olhamos para a porta para ver quem é. Maddie sorri para nós com seus olhos verdes brilhando.

  - Analu me mandou aqui para ver se não tinham se matado. Mas ao que parece está tudo bem – ela sorri um pouco mais. – Vocês voltaram, certo? Diz que sim, Manu, por favor! Não aguento mais ouvir meu irmão choramingando por sua causa e vocês são tão lindos juntos!

  Eu e Matt nos olhamos e sorrimos.

  - Nós voltamos – ele diz finalmente olhando para a irmã e Maddie corre até nós para nos abraçar e quase caímos os três no chão.

  É realmente muito bom estar feliz.

  Nós resolvemos descer com ela depois de confirmarmos mais uma vez que realmente estávamos juntos outra vez. Não demorou um minuto se quer para sermos bombardeados de perguntas – por parte de Analu e principalmente das tias – e quando falamos que tínhamos nos acertado e finalmente éramos um casal outra vez tiveram muitas palmas, assobios e abraços, mas o mais significante de todos foi o de Analu, ela apertou Matt e eu juntos nos esmagando com o maior sorriso de todos no rosto.

  Eu amava essa menina-mulher que era mais que especial pra mim e ver que minha felicidade era tão importante pra ela só me fazia amá-la ainda mais.

  - Obrigada – disse quando ela nos soltou.

  - Eu só fiz meu trabalho de irmã mais velha, mas não pensem que estou disposta a fazer outra vez. Se vocês ficarem por aí se machucando outra vez eu juro que bato nos dois – ela diz séria, mas com um enorme sorriso no rosto.

  - Não se preocupe, Analu. Não pretendo deixar Manu ir nunca mais – Matt responde enlaçando minha cintura e sorrio para ele.

  - Bom mesmo – minha amiga sorri.

  - Hei Analu! Vamos cantar – Noah a chama e ela nos olha.

  - É a minha deixa, não saiam daí a próxima música é pra vocês casal!

  E dito isso correu até o irmão, Analu diz alguma coisa a ele e minutos depois a melodia da música começa e sorrio. Uma vez tinha dito a ela que essa música me lembrava Matt e ela aparentemente não se esqueceu. Meu namorado pega minha mão e estamos girando pelo jardim de Alex enquanto minha melhor amiga canta para nós.

 

“As pessoas dizem que nós não deveríamos estar juntos
Somos muito jovens para saber o que é eterno
Mas eu digo, eles não sabem o que estão falando
Porque esse amor só está ficando mais forte
Então, eu não quero esperar, por mais tempo
Eu só quero dizer ao mundo que você é minha, garota

Eles não sabem sobre as coisas que fazemos
Eles não sabem sobre os eu te amo que dissemos
Mas eu aposto que se eles soubessem
Eles simplesmente ficariam com inveja da gente
Eles não sabem o que é ficar acordado todas as noites
Eles não sabem que eu esperei toda a minha vida
Somente para encontrar um amor dessa forma
Amor, eles não sabem sobre, não sabem sobre nós

[...]

Eles não sabem o quanto você é especial
Eles não sabem o que você fez para o meu coração
Eles podem dizer o que quiserem porque eles não nos conhecem
Eles não sabem o que fazemos melhor
É entre mim e você, nosso pequeno segredo
Mas eu quero dizer a eles, eu quero dizer ao mundo que você é minha, menina”

 They Don’t Know About Us - One Direction.

 

  Quando a música termina, nós paramos de dançar e sorrimos bobos um para o outro, há riso, provocações e assobios, mas não ligo, por que finalmente estou no lugar de onde nunca devia ter saído. Os braços do meu príncipe encantado que por vezes pode ter sido um sapo, mas que em momento nenhum desistiu de mim ou eu dele.

  - Amo você – digo a Matt pelo prazer de poder dizer essas palavras e vê-lo sorrir.

  - Também amo você – ele devolve antes de me beijar outra vez.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam desse capítulo mais que fofo desse nosso casal que merece todo o amor do mundo?
Espero que tenham perdoado o Matt, por que eu particularmente passo pano pro meu bebê sim kkkkk
Mas quero meeeesmo saber a opinião de vocês, gostaram? Odiaram? Foi bom, ruim? E cá estamos com outro capítulo que posso apagar e fingir que não aconteceu...
Por favor falem comigo!
Beijocas e até, Lelly ♥



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