Surpresas do Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 18
Bebidas e revelações.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores!
Voltei com a outra parte do capítulo (que nada tem a ver com a anterior kkkk) então espero que gostem!
BOA LEITURA ;)



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  Analu

 

  Olhei para Tommy no colo da minha mãe e me arrependi dessa ideia louca pela milésima vez. Eu e Alex estávamos na entrada da casa dos meus pais prontos para sair.

  A coisa toda começou há algumas horas quando meu gêmeo mais novo e chato me ligou, eu estava terminando o trabalho e ele veio com essa ideia absurda, ir a uma boate em plena quinta-feira? Por que não?

  - Analu, você sabe que é incrível, não sabe? – foi como ele começou o assunto. Aí, em todo esse amor eu sabia que tinha alguma coisa errada. – Então, tem essa boate que inaugurou, não quer ir comigo? Faz tempo que não saímos juntos.

  - Certo agora eu quero a verdade e talvez eu pense no caso. Por que está me convidando? – perguntei e o ouvi suspirar.

  - Por que você vai poder levar o seu namoradinho e eu quero carona. Odeio ter que dirigir quando saio assim e o Matt já me disse que não está afim e só vai se não precisar se preocupar em nos trazer pra casa.

  - Ou seja, eu vou ser sua motorista, é isso?

  - Bem, pense que vai poder namorar sem Tommy, ou eu, ou o papai por perto e eu acabei de mandar mensagem para Manu.

  - Eu quero carona também, Analu! – minha amiga gritou de sua mesa eu suspirei.

  - Tudo bem, mas só se o Alex topar. Mas com quem vamos deixar o Tommy?

  - A mamãe e o Noah vão adorar cuidar dele, tenho certeza.

  E foi isso. Eu falei com Alex e, para minha surpresa ele gostou da ideia, nós íamos deixar Tommy com a minha mãe que já se ofereceu para cuidar dele durante todo o dia seguinte também, não podíamos dizer não a ela. Eu e Alex nos arrumamos, eu com um vestido vermelho de decote ombro a ombro e ele usando jeans e camiseta preta e uma jaqueta da mesma cor.

  - Ele vai ficar bem, nós vamos ficar bem – mamãe me garantiu quando eu quis, não pela primeira vez, pegar Tommy e voltar para casa.

  - Tem certeza que não se importa, Elisa? – Alex perguntou. – Eu posso ficar com ele e Analu vai com o irmão e os amigos.

  - Nem pensar se você não for ela não vai e eu preciso dela, por que se Analu não for nem Matt nem Manu vão. Vê como é frágil esse esquema? – Drew pergunta aparecendo na porta com toda a sua pose de galã de novela, com a camisa verde escura com as mangas dobradas até os cotovelos e o sorriso perfeito. Meu irmão já tinha roubado muitos corações, mas eu estava curiosa pelo dia em que alguém roubaria o seu, eu precisava estar por perto para ver o que iria acontecer.

  - Você ouviu, Alex, tudo depende de você. Agora vão e divirtam-se e, por favor, me liguem quando chegarem – mamãe pediu e assentimos para ela.

  - Tchau meu amor – me despeço de Tommy.

  - Se comporte, campeão – diz Alex e o bebê não parece nem remotamente incomodado de ser deixado com minha mãe, principalmente quando Noah aparece, nos cumprimenta, pega o bebê e foge com ele para a sala.

  - É isso, perdemos, melhor irmos de uma vez – comento fazendo todos rirem e nós seguimos para o Blu.

  Nós vamos primeiro buscar a Manu e depois o Matt, nenhum deles parece muito satisfeito de ver o outro, mas não falam nada.

  - Analu, você precisa de um carro maior – Manuella reclama enquanto estamos seguindo para a boate, para sua infelicidade e por ser a menor, ela terminou apertada entre Matt e Drew.

  - E você precisa parar de reclamar da carona de graça – devolvi vendo pelo espelho ela cruzar os braços me fazendo sorrir.

  Quando chegamos foi difícil achar uma vaga, mas assim que o fizemos conseguimos sair todos do carro. Algumas garotas param para olhar os meninos, esses idiotas eram bem bonitos e chamavam atenção. Fiz questão de pegar a mão de Alex, ele sorriu pra mim ao ver nossas mãos entrelaçadas e beijou meus dedos.

  Nós estávamos ainda mais próximos depois de segunda-feira e meu ataque por causa dos raios. Papai brincava que tínhamos herdado isso da mamãe, mas ele e Noah ainda eram nossos salvadores, eu quase sempre fugia para a cama do meu irmão mais novo e o esmagava num abraça durante uma tempestade, Noah nunca reclamou disso, Drew fazia o mesmo, mas há alguns anos decidiu que estava velho demais para chorar para seu irmão menor e dizendo ele que tinha superado a fobia, mas todos nós sabíamos que era mentira, meu gêmeo tinha um travesseiro enorme e fofo que abraçava quando os raios o assustavam. Eu sempre preferi um abraço humano, fosse da mamãe – que estava tão apavorada quanto eu -, do papai, de Noah, Manu, a vovó ou quem quer que fosse, ter alguém por perto, mesmo que eu ainda pudesse ouvir os trovões, me acalmava.

  - Analu? – Alex me chamou me tirando dos meus pensamentos e eu sorri quando começamos a seguir os outros para a entrada do lugar.

  Dentro era bem legal, haviam luzes coloridas, fumaça, um bar muito bem abastecido e, é claro, música alta. Demorou uns 30min. – o que foi muito – até todos se separarem e restarmos apenas Alex e eu. Manu foi à última a sair eu sabia que ela não queria nos atrapalhar nem ficar de vela, mas garanti a ela que podíamos simplesmente conversar, mas ela disse que não, estávamos sem o Tommy em um lugar legal, nós tínhamos que namorar e dito isso foi em direção ao balcão do bar. Eu já estava até vendo que teria que arrastá-la pra casa.

  Drew dançava com uma morena e Matt também estava no bar – num canto oposto ao de Manu -, meu primo nessas últimas semanas não parecia muito animado com festas como Drew e eu sabia que era por causa de Manu e Will. Suspirei pensando se poderia ajudá-los de algum jeito.

  - Tudo bem? – Alex perguntou depois do meu suspiro e sorri, nós estamos sentados em uma mesa, eu com meu refrigerante e ele com uma cerveja.

  - Sim. Só estava pensando em Matt e Manu, esses dois tinham que conversar direito, mas são dois idiotas que não tomam uma iniciativa, alguma coisa me diz que algo realmente aconteceu quando estávamos na escola.

  - Eu sempre soube que eles já namoraram, mas ninguém nunca me disse o que aconteceu.

  - Você se tornou mesmo uma velha fofoqueira em Alexander Harper? – pergunto divertida e ele dá de ombros antes de me dar um selinho.

  - Culpa de uma certa Princesa.

  - Sei, mas você quer mesmo saber?

  - Claro, mas quero beijá-la também – e para provar suas palavras me puxa para seu colo e me beija.

  Entre beijos, cervejas e refrigerantes eu conto de uma forma resumida o que houve com Matt e Manu quando estávamos na escola. É estranho pensar e quanto mais eu falo sobre e reflito sinto que tem alguma coisa errada. Mas me livro desses pensamentos quando uma música mais lenta começa a tocar e Alex me puxa para dançar com ele. Depois da terceira música meus pés estão pedindo clemência e então Drew aparece já meio bêbado e com marcas de batom pelo rosto.

  - Eai cunhado, quando vai tomar uma comigo? – ele abraça Alex pelos ombros e meu quase namorado sorri.

  - Vão lá os dois fortalecerem a amizade, eu quero uma água e preciso achar a Manu e ver como ela está.

  - Tem certeza? – Alex pergunta e faço que sim lhe dando um último beijo.

  - Vai lá tentar conquistar o chato do meu irmão, a gente já se encontra.

  Eles se despendem e seguem em direção a uma pequena ilha afastada do bar que estão servindo umas bebidas quentes. Que Deus me abençoe tendo que levar todos eles para casa. Acho Manu ainda no bar a ruiva parece realmente meio bêbada, o que é uma surpresa, minha amiga era como eu, bebia, mas não era fã de dar vexame. Sento-me ao seu lado.

  - Uma água, por favor – peço ao barman e depois me viro para ela. – Não acha que já chega de beber? Quer dizer a noite começou agora.

  - Por que não me disse que ele vinha?

  - Por que achei que o Drew tivesse dito e você supostamente superado. Pelo menos foi o que me falou depois que brigaram semana passada. Qual foi o motivo dessa vez?

  - O de sempre, ele com ciúmes, eu com ciúmes, o término... Eu estou cansada disso. Só queria o meu namorado de volta. Isso é muito patético não é? Principalmente por que já faz tantos anos e foi ele quem terminou comigo... – ela murmura e vejo seus olhos escuros marejarem a abraço simplesmente por que amo Manu e sua dor me dói.

  Ela não costuma falar essas coisas, eu sei que sente, mas parou de falar sobre há muito tempo, então vê-la assim me faz querer quebrar a cara de Matt, mas até eu que estou completamente do lado de Manu sei que a culpa não é só dele, minha amiga também não o confrontou quando precisava e foi deixando e ficando por isso mesmo até chegarmos aqui.

  - Não é patético, você o ama. Acho que amar é isso, saber que não é fácil, mas querer tentar mesmo assim.

  - Pra você parece fácil.

  - Mas não é. Têm tantas coisas no meio que é por isso que eu quero fazer ser fácil e bom. Recuso-me a deixar o idiota do Alex estragar tudo por que eu sei que muitas ruins o aconteceram e ele não confia muito nas pessoas.

  - Você é realmente maravilhosa e corajosa.

  - Não sou não – sorrio. – Mas eu finjo até acreditar e fazer ser verdade. Então faça o mesmo, seja corajosa mesmo quando não se sentir assim.

  Nós continuamos conversando e eu consigo ao menos fazê-la rir. Tem mais ou menos uma hora que estamos no bar – com Manu tomando todas, que Deus me ajude! – quando eu lembro que viemos para cá com mais três idiotas.

  - Analu! – um deles chama meu nome, me viro e vejo Alex, andar é uma palavra forte, ele vem tropeçando em minha direção. Fico de pé e ele me alcança e me abraça. Sinto o cheiro da bebida e faço careta.

  - Você está bêbado – digo me afastando um pouco e não é uma pergunta, ele ri.

  - Um pouco. Mas é culpa do Drew e da tequila e eu acho que tinham mais culpados, mas eu não lembro o nome das outras bebidas – Alex ri outra vez e acabo sorrindo com ele. É estranho e divertido vê-lo assim.

  - A culpa é sua por beber, isso sim.

  - Eu sei – ele murmura se abaixando e escondendo o rosto em meu pescoço. – Fazia muito tempo que eu não ficava assim. Muito tempo mesmo, desde antes de Tommy. Desculpe.

  Sua declaração me pega de surpresa e eu sorrio o abraçando.

  - Eu sei que você tem se segurado por ele, mas eu estou aqui para cuidar dele, então não precisa se segurar comigo. Vou cuidar dele e de você então não precisa se desculpar.

  - Eu sei, mamãe – ele responde levantando o rosto e fico sem entender. Mas não tenho tempo para pensar muito por que Alex beija minha bochecha, a testa, o nariz e todo o meu rosto antes de finalmente me beijar os lábios com uma delicadeza imensa para alguém bêbado.

  - Oh casal! Se continuarem com isso eu vou chorar – Manu anuncia as minhas costas e nos afastamos para vê-la ainda no banco do bar fazendo bico. Suspiro.

  - Manu, vai dançar para se animar.

  - Não quero, aqueles homens estranhos vão ficar mexendo comigo, estou sem paciência para ser legal hoje.

  - Alex cadê Drew, o outro bêbado?

  - Disse que ia ao banheiro, por quê?

  - Por que eu quero ter certeza que ele está bem. Você pode me fazer um favor enquanto isso?

  - Qual? – vejo que seu cérebro de bêbado parece se esforçar para me acompanhar, isso me faz sorrir.

  - Dança com a Manu, assim os dois saem do bar e param de beber e ninguém mexe com ela.

  - Eu não quero – Manu faz bico e Alex sorri indo até ela.

  - Vamos Manu – ele cantarola. – A Princesa nos deus uma ordem, como súditos leais temos que cumprir.

  A frase totalmente aleatória de Alex a faz sorrir e eles se afastam depois de Alex me dar um último selinho. Acho que é melhor deixar os dois bêbados juntos que separados. Se minha vida fosse um livro e eu tivesse alguma “amiga” maldosa, provavelmente seria agora que ela faria algum comentário malvado sobre Alex e Manu juntos e bêbados, mas eu confio nos dois e sinceramente decidi há muito tempo que a opinião dos outros não me importa nem um pouco.

  E com isso em mento preciso achar os outros dois bêbados, por que quero ter certeza que Matt está bem também. E nem preciso andar muito para encontrá-los, os dois, sentados nas banquetas do bar de costas pra mim, cada um com uma cerveja, ambos bêbados e com a música e a bebida obviamente não me notam quando me aproximo, não me notariam nem se quisessem.

  - Por que você não fala com ela de uma vez? – Drew pergunta e fico imóvel. Alguma coisa me diz que essa conversa entre bêbados é muito importante.

  - Pra quê exatamente? – Matt devolve a pergunta. – Ela disse daquela vez que tinha se cansado! Que eu era um idiota e que a magoei.

  - Ela não falou pra você.

  - Óbvio que não, ela estava falando com a Analu. Ela falou sobre outro, duas semanas depois e ela já tinha outro? Acho que seu amor por mim não era assim tão verdadeiro.

  - Se a Manu te amar metade do que você a ama já é muito amor – Drew diz para minha surpresa. – Tem o quê? Quase três anos que você está em celibato e não fica com ninguém? Isso de sair comigo e fingir estar se divertindo muito nas festas, você fez tão bem que a sua fama é tão grande quanto a minha.

  Fingindo!? Meu cérebro grita. Matt estava fingindo esse tempo todo? Mas por quê? O que Manu falou comigo que o afastou e duas semanas depois minha amiga estava com outro? Que história é essa? A essa altura do campeonato Manu ainda estava morrendo de chorar por ele.

  - O que eu posso fazer se nenhuma é ela? – ele murmura e sinto seu sofrimento como o de Manu. Esses dois idiotas! – Eu queria esquecer a Manuella e tirá-la da minha vida, mas não consegui. Isso tudo por que entrei em pânico quando ela disse que me amava e eu a afastei. Isso tudo por que você me disse que era loucura achar o amor da nossa vida os dezessete anos!

  - Eu era um adolescente burro, Ok? Não acreditava nessa coisa de romance pra vida toda, ainda não acredito, não pra mim. Mas eu sei que disse merda, quantas vezes mais tenho que me desculpar? – Drew pergunta e quero, agora mais do que nunca, estrangular meu gêmeo.

  Então ele ajudou com essa merda toda? Indiretamente, claro, mas ajudou. Matt já era um idiota naquela época, mas agora pedir conselhos a outro idiota? Isso é muita burrice.

  - Não precisa mais se desculpar. Só para de falar sobre isso já acabou mesmo.

  - Ah, mas não acabou de jeito nenhum e você, Sr. Matthew vai me contar direitinho o que aconteceu com você e a Manu em nosso último ano ou eu juro que mato os dois idiotas! – digo e vejo os dois se virarem em minha direção com os olhos arregalados.

  - Analu? O que você está fazendo aqui? – Matt pergunta e sorrio.

  - Estava ouvindo a história de vocês e tendo certeza que toda essa merda foi um imenso mal-entendido por que você e a Manu são dois idiotas, mas apesar disso eu quero muito que sejam felizes, agora desembucha por que a ameaça de morte ainda está de pé.

  E ele fala, não sei se por estar bêbado, pela ameaça ou simplesmente por não aguentar mais segurar toda essa história que, no fim, quando ele termina, eu já amassei a latinha de um deles de raiva. Essa coisa é tão ridícula que tenho vontade de bater em Manu e Matt, respiro fundo e me recuso a vê-los separados mais um minuto que seja.

  - Escute bem, sábado é a festa de Tommy os dois vão estar sóbrios e juntos na casa de Alex então vá até ela e fale com ela, diga tudo o que aconteceu, o que você sabe ou acha que sabe. Berre cada verdade na cara da Manu e diga que a ama por que se não o fizer eu vou fazer e pense que vai ficar feio para a sua reputação eu ter conquistado sua namorada pra você.

  E dito isso eu simplesmente fiquei de pé e sai dali, eu precisava ir ao banheiro e tomar uma água, esses idiotas! Eu precisaria cuidar deles até quando? Sorri com a pergunta. Eu quase podia ouvir minha mãe rir ao dizer que pra sempre. Uma vez perguntei a ela, depois de quase me envolver numa briga por causa de Drew se esse sentimento um dia ia diminuir ela olhou pra mim e sorriu.

  - O amor que sente por eles? O desejo de cuidar de todos eles? Não, nunca vai diminuir mesmo quando seus irmãos ou seus primos e Manu a irritarem, mesmo que estejam brigados, ainda assim, vai amá-los e cuidar deles com tudo que tem.

  Eu nunca me esqueci dessas palavras, eu os amava, a cada um deles e, por isso, queria ver a felicidade deles mesmo que para isso eu mesma tivesse que ir lá e resolver as coisas.

  Depois de ir ao banheiro fui atrás de uma água encontrei Alex e Manu outra vez no bar – bebendo alguma coisa colorida pra variar – e suspirei, como eu levaria esse povo todo para casa? Resolvi nem perguntar, só peguei a água e me juntei a eles que estavam tendo uma conversa calorosa sobre a sequência de filmes de Vingadores.

  Depois de um tempo Manu disse que ia ao banheiro e sumiu e, talvez, só talvez, eu estivesse ocupada demais beijando Alex para me importar. Mas foi só quando Drew me mandou um áudio dizendo que ia sair com uma “amiga” e que eu não devia me preocupar – ele provavelmente estava bêbado demais para digitar -, foi que eu percebi que já estava realmente muito tarde. Conferi o celular e faltavam poucos minutos para as 04h00m da manhã.

  E então começou a minha luta para arrastar Alex comigo, um cara alto e bêbado tentando dançar enquanto passávamos pela pista de dança pode ser difícil de conduzir, mas eu precisava o fazer por que tinha que encontrar Matt e Manu para podermos ir embora. Só que a minha surpresa foi ao encontrar um, encontrar o outro. O casal estava se beijando – de um modo muito impróprio para um local público com direito a mão boba e tudo – num canto da boate. Até para desgrudar um do outro eu tive problema.

  Senhor dê-me paciência!

  No fim consegui arrastar os três bêbados comigo e consegui convencê-los a entrar no carro, Matt e Manu mal entraram no banco de trás e voltaram a se beijar, Alex se sentou no banco do passageiro e encostou a cabeça no vidro do carro. Antes de conseguir me sentar atrás do volante, tirar os saltos e dar partida no Blu, Alex já tinha dormido e o casal no banco de trás já tinha conseguido embaçar todos os vidros do carro. Suspirei abrindo o meu vidro e resolvendo deixar tudo isso pra lá, antes de finalmente sair do estacionamento da boate.

  Estávamos na metade do caminho quando eu escutei as sirenes e tive que parar o Blu. Olhei para o casal no banco de trás de suspirei.

  - Vocês dois, pelo amor de Deus! Chega! – rosnei um minuto antes do guarda aparecer ao lado da minha janela.

  - A senhorita estava um pouco acima do limite permitido – disse olhando para o interior do carro e consequentemente o trio que estava comigo.

  - Me desculpe. Eu geralmente me empolgo quando estou nervosa.

  - Está nervosa com o que senhorita? – ele pergunta e resisto ao impulso de gemer e bater com a cabeça no volante. Como dizer a ele que na verdade eu estou é com raiva de todos os bêbados que estão me irritando dentro do meu carro? – Pode me mostrar os documentos do carro e os seus?

  - Sim, senhor.

  Eu o faço e ele parece satisfeito, me devolve os documentos e por fim me olha.

  - Se importa de sair do carro um instante? Preciso que sopre o bafômetro – ele diz e olha para Matt e Manu que deram um tempo na agarração, mas estão rindo e se tocando, não consigo nem ficar chateada com os dois.

  - Como quiser – digo saindo do carro, Alex nem se mexe de sua soneca e o casal apenas me olha curioso antes de voltar aos cochichos e risos.

  Faço o teste e o policial parece satisfeito, ele sorri.

  - Fico feliz com o resultado. Tome cuidado no caminho para casa.

  - Eu vou. Obrigada.

  E dito isso volto ao Blu e dou partida no carro já exausta, nunca mais me comprometo a cuidar de todos eles de uma vez. Sozinha não. Penso aonde ir e me decido pela casa de Alex, eu não posso incomodar nenhuma das tias e também não posso fazer isso com mamãe e indo todos para a casa de Alex não vamos atrapalhar ninguém. Quando chegamos tenho que acordar Alex e o levar comigo assim como descolar os dois no banco de trás e trazê-los junto.

  Os meninos desabam um cada sofá e desisto deles, mas quando Manu faz menção em se enrolar em Matt no sofá, a paro.

  - Você vem comigo.

  - Mas Analu, quero ficar com o Matt. Eu estava com saudades!

  - Eu sei que sim e ele também, mas você vai me agradecer por isso amanhã, só vem.

  - Mas...

  - Manuella, vamos – digo a levando comigo para o quarto de Alex, só tem uma cama aqui e vamos dividi-la.

  Manu não precisa de muito incentivo antes de tirar os sapatos e o vestido, ela cai na cama só de lingerie e sorrio, não vai ser a primeira vez que vamos dividir uma cama assim, mas antes de me juntar a ela pego cobertores para os meninos, quando chego a sala outra vez eles já dormiram, os cubro e tiro seus sapatos, coloco dois copos de água e uma cartela de analgésico sobre a mesinha de centro, tranco a casa, apago as luzes e subo levando comigo mais um copo de água e remédio. Estou tão exausta que só faço como Manu, amanhã posso pensar em me vestir, eu cubro nós duas e apago logo em seguida.

  Nós esquecemos de fechar as cortinas então acordo com a luz do sol batendo em meu rosto de forma irritante, Manu ainda está dormindo como uma pedra ao meu lado. Olho o celular e está marcando 08h45m o que significa que dormi pouco e que todos nós vamos perder aula. Mas a essa altura duvido que qualquer um deles – que provavelmente vão acordar de ressaca – liguem pra isso. Na verdade quero ver é como esse pessoal pretende trabalhar hoje ainda.

  Saio da cama, tomo um banho e vejo meu último par de roupas limpo no armário de Alex, suspiro tiro ele e coloco sobre a cama para Manu usar e pego uma das camisetas do dono do armário que tanto gosto. Acho um último short perdido e o coloco sob a camiseta, amarro o cabelo e desço as escadas, Matt e Alex continham a dormir também. Sorrio e vou fazer um café, afinal todos eles vão precisar e eu também quero.

  Meu celular toca e sorrio ao ver o nome na tela.

  - Bom dia, mamãe.

  - Bom dia, o que aconteceu com o “Vou ligar quando chegar”?

  - Desculpa mesmo, mas era eu contra todos os bêbados, já estava exausta, mas estamos todos bem aqui na casa do Alex. Como está o Tommy?

  - Ótimo, dormiu e comeu agora está aqui choramingando procurando por vocês dois e Noah. Mas vamos ficar bem. E que história é essa de bêbados?

  - Uma muito longa. O Drew chegou bem?

  - Sim, hoje de manhã parecendo horrível, está no quarto dormindo até agora. Mas eu quero saber dos bêbados, entretenha-me ou eu vou dizer para o seu pai que você e Alex passaram a noite em um motel – ela ameaça e gargalho.

  - Amo você, mamãe. E se você falar algo assim ele infarta, mas não precisa nada disso, eu vou te contar tudo.

  Nós continuamos a conversar e em determinado ponto Tommy entra na conversa e sorrio ao ver que lá pelas 09h40 os meninos começam a acordar. Vai ser divertido vê-los trabalhando hoje.

  Mas melhor que isso vai ser ver Matt e Manu finalmente conversando amanhã, por que eles vão, nem que eu mesma tenha que fazer isso acontecer. Vejo Alex acordar e quando ele me olha com o rosto amassado e sorrio, estou com uma ótima sensação sobre amanhã. Principalmente depois de ouvir Tommy gritar do outro lado da linha o “Ma” que eu ainda não tenho certeza do que significa, mas algo me diz que vou adorar descobrir.


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Notas finais do capítulo

E então? Muitas descobertas? Curiosidade? Risadas? O que vocês acham que finalmente vai acontecer com esse pessoal? Quero saber tudo!
E, para aqueles que já queriam conversas e pedidos, eu quero me desculpar, eu precisava desses capítulos para seguir com os próximos então, por favor, tenham paciência!
Eu quero agradecer o carinho de vocês comigo no Insta, vocês são demais, amo todas! Obrigada por tudo ♥
Beijocas, Lelly ♥



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