Surpresas do Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 17
Primeiro dia e chuva.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Como estão? Voltei!
Acho que nem sei se devia me desculpar mais por que vivo sumindo kkkk mas sempre volto!
Espero que gostem do capítulo! BOA LEITURA :3



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  Alex

 

  Quando o professor da minha última aula finalmente liberou a turma eu já não aguentava mais ouvir seu falatório chato sobre o assunto da aula.

  Hoje era segunda-feira o que significava que além de eu ter a aula mais chata da semana ainda faltavam cinco dias até o sábado e a tão falada festa de Tommy sobre a qual eu não estava sabendo nada. Analu não dormiu lá em casa o que significava que já tinha quase um dia que eu não a via e já estava com saudades. A morena de sorriso encantador levou Tommy e eu até em casa e buscou seu computador que estava em minha mesa de centro então voltou para a casa dos pais. Era estranho não tê-la por perto.

  Foi estranho sair pela manhã e não vê-la me dar tchau com Tommy no colo, e também foi estranho levá-lo comigo e não deixá-lo na casa de Rose. Hoje foi o primeiro dia de Tommy na creche o que significa que ele chorou um pouco quando foi com a professora, isso até ela conversar com ele e ele tentar responder. Meu filho não tinha jeito, ele era como as mães, um tagarela.

  Parei no meio do corredor da faculdade quando me dei conta do que tinha pensado. “Mães” assim no plural, sorri, por que era isso mesmo, era como Rose tinha dito uma vez, Tommy tinha duas delas, uma que era uma estrela no céu olhando por ele e outra que era um anjo na terra para cuidar dele. Garoto de sorte. Eu só esperava que Analu também pensasse assim, por que Tommy não fazia mais distinção e para ser sincero, nem eu. E isso era um perigo.

  - Que cara é essa, Romeu? – Mason me tirou dos meus pensamentos quando colocou um braço sobre os meus ombros. Ele sorriu depois de me soltar. – Eu acabei de ver sua Julieta no pátio, ela estava procurando por você.

  - Não aconteceu nada. E eu acho que vou fugir dela um pouco mais mesmo que eu não queira.

  - O quê? Por quê? – ele pergunta quando começamos a andar em direção ao estacionamento pelo caminho mais longo.

  - Por que o pai dela me ofereceu um emprego na empresa dele e Analu ainda não sabe. Quero fazer uma surpresa.

  - Trabalhar para os Whitmore? Que sortudo filho da mãe! Será que não tem um bico naquela empresa enorme pra mim também não? Não aguento mais o Dave.

  - Ninguém aguenta – digo sentindo o celular vibrar pela milésima vez e mesmo antes de olhar eu sei que é Analu. Eu deixo tocar até cair, Mason vê o nome na tela e sorri.

  - Ela vai te matar.

  - Eu sei, agora vamos por que se ela me vê eu estou ferrado.

  Eu fugi com Mason pelo campus da faculdade como um procurado pela polícia, mas era isso ou Analu me encontrar. Nós subimos na moto com meu amigo dando graças a Deus que a empresa era do outro lado da rua e ele ainda ganharia carona para o trabalho. Estacionei em frente à livraria como sempre e fui com Mason para falar com Dave, mas não sem antes conferir o celular só para ter certeza que havia mais uma ligação perdida de Analu.

  Quando falei com Dave ele pareceu surpreso, mas depois só ficou irritado por perder mais um vendedor e nós fomos acertar os detalhes do contrato de demissão. Não demorou muito na verdade então por fim me despedi do pessoal e de Mason com meu amigo choramingando um “Me leve com você, por favor.” antes de eu sair, isso foi o suficiente para me fazer sorrir.

  Cheguei à empresa, falei com a recepcionista e ela me mandou subir depois que avisei quem era e com quem queria falar. Quando cheguei ao último andar as portas de metal do elevador se abriram para um grande hall com teto alto e bem iluminado. Uma mulher morena e bem vestida saiu de uma das portas adjacentes com algumas folhas de papel nas mãos, ela me olhou curiosa.

  - Posso ajudá-lo com alguma coisa, senhor? – ela pergunta deixando as folhas na mesa que há perto das enormes portas duplas de madeira escura.

  - Harper, Alexander Harper, vim falar com o Sr. Whitmore – digo e ela sorri.

  - É um prazer Sr. Harper, eu sou Kelsy a secretária do Sr. Whitmore, ele o estava esperando. Pode entrar – Kelsy indica as portas duplas atrás de si e assinto, mas não consigo dar um passo por eu alguém sai da sala onde eu ia entrar.

  - Kelsy esses contratos foram revisados e precisam ser enviados aos seus devidos setores e... – Analu para assim que me vê e arregala os olhos. – Alex!? fazendo o que aqui?

  - Oi – digo simplesmente e ela sorri, mas um segundo depois sua expressão se fecha.

  - Por que não me atendeu?

  - Por que queria te fazer uma surpresa.

  - Surpresa?

  - É, seu pai me ofereceu um emprego aqui – digo sorrindo e vejo sua expressão ir se suavizando até se abrir em um lindo sorriso. Ela vem até mim e se atira em meu pesco, bem ali na frente da secretária do pai.

  - É sério isso? Eu vou poder vê-lo no trabalho também?

  - Muito, ao menos eu espero que sim, por que já me demiti da livraria. Eu não queria vê-la na faculdade por que eu sabia que assim que a visse não conseguiria não contar.

  - Assim não vale! Você não pode ser tão fofo! Não é justo – ela reclama sorrindo.

  - Analu você tem uma reunião em uma hora com alguns advogados e eu preciso saber se marco ou não aquele evento com o pessoal de relações públicas na sua agenda. Kelsy você sabe se... – Manu para de falar assim que levanta os olhos do tablet que tem nas mãos. É estranho ver a ruiva com uma expressão tão séria. Então ela sorri ao me ver. – Ah, oi Alex. Veio fazer o que aqui?

  - Papai o contratou, não é demais? – Analu responde por mim.

  - Que comoção toda é essa aqui? – Anthony diz saindo de sua sala e vendo todos nós ali, ao que parece nossa reunião será no hall de entrada. Ele arqueia uma sobrancelha ao ver Analu ainda abraçada a mim, a garota não parece incomodada com o olhar do pai. – Que bom que conseguiu vir hoje Alex. Podemos? – ele indica sua sala um pouco sério demais tento me desvencilhar de Analu que só me abraça mais e sorri antes de me dar um selinho bem ali na frente de todos.

  - Boa sorte e não se deixe intimidar pela cara feia dele, papai é um amor – ela murmura em meu ouvido antes de se afastar.

  - Analu eu sei que você quer ficar beijando o Alex, mas temos a reunião em uma hora, vem.

  - Sim, senhora – resmunga. – Eu devia ser a chefe, sabia?

  Manu ri.

  - E felizmente você é, eu sou só a secretária, agora vem.

  As duas me sorriem uma última vez e seguem para uma das portas adjacentes.

  - Vamos? – Anthony me chama mais uma vez e agora sua carranca está pior. Engulo em seco e faço que sim. Tenho quase certeza que ele já se arrependeu de ter me oferecido o emprego.

  Para minha surpresa eu não fui expulso depois que entramos, mesmo parecendo de mal-humor Anthony foi educado e me explicou o que queria de mim no trabalho. Eu seria estagiário, mas de que isso importava quando era em uma empresa tão grande quanto a dos Whitmore? Depois de saber que ninguém menos que Henry Calvet era avô de Analu eu não sabia se ficava chocado ou achava graça da situação, mas essa família era realmente uma caixinha de surpresas.

  Depois de falar com Anthony eu sai de sua sala sabendo um pouco mais sobre onde ia trabalhar e com quem. Vi Kelsy em sua mesa digitando no computador, mas não vi nem sinal de Analu ou Manu, então me lembrei do recado da ruiva sobre a reunião, elas estavam ocupadas trabalhando e eu precisava fazer o mesmo.

  Não vi a garota que ocupava boa parte dos meus pensamentos durante o restante do dia, o que me deu bastante tempo para entender meu novo trabalho com meus chefes e pensar bastante em como Tommy estava se saindo na creche, mas gostava de pensar que estava tudo bem já que, felizmente, ninguém havia me ligado. Quando terminei o trabalho pouco antes das 18h fiquei receoso de perguntar se já podia ir, afinal era meu primeiro dia, mas eu precisava ir buscar Tommy. Suspirei frustrado em minha pequena mesa com já alguns projetos para organizar.

  - Alex ainda está aí fazendo o quê? – a voz de um dos chefes do meu setor me tirou dos meus pensamentos, o Sr. Blane era um homem de pouco mais de quarenta nos sorridente e divertido, o completo oposto de Dave.

  - Senhor?

  - O Sr. Whitmore nos informou que precisava sair um pouco mais cedo por causa do seu filho. Então pode terminar em casa ou amanhã quando chegar.

  - Sério? – pergunto surpreso e ele faz que sim sorrindo.

  - Claro, mas não precisa ficar tão chocado há vários funcionários aqui com horários mais flexíveis que os demais, o Sr. Whitmore faz questão de ajudar como pode.

  - Eu percebi – digo sorrindo e ficando de pé. – Então estou indo, até amanhã.

  - Até.

  Pego minhas coisas me despeço dos outros que conheci e desço até a entrada pelo elevador, quando chego ao hall de entrada Analu e Manu estão tendo uma conversa bem animada sobre, se eu não tiver ouvido mal, cremes de cabelo.

  - Mas por que eu vou comprar um pote tão grande? – pergunta Manu e Analu revira os olhos, as pessoas que passam por perto mal as olham é como se aqui isso fosse normal.

  - Por que é mais fácil que ficar comprando vários vidros pequenos, dá muito mais trabalho e no fim você gasta muito mais.

  - Vendo por esse lado – a ruiva pondera e então finalmente me vê ali. – Oi Alex.

  Analu se vira, me vê, sorri e vem me abraçar. Eu já percebi que ela é esse tipo de pessoa que transmite seus sentimentos tocando, pegando, abraçando e beijando, ela faz muito isso com a família, os amigos, para a minha sorte, comigo, mas o sortudo que tem recebido todo seu amor ultimamente foi Tommy.

  - Você demorou. Achei que iria sair mais cedo.

  - Eu não sabia que podia – digo sinceramente e ela sorri um pouco mais ainda presa a mim.

  - Pois agora sabe, nada de atrasar, não pode deixar o Tommy esperando – ela diz e logo em seguida suspira e apóia a testa em meu ombro. – Estou com saudades dele.

  - Quer ir buscá-lo comigo? – pergunto e Analu levanta a cabeça tão rápido que quase acerta meu queixo.

  - Posso?

  - Óbvio que pode, não precisa perguntar.

  - Gente dá pra parar de namorar na minha frente? Eu ficando deprimida – Manu comenta e nós dois olhamos pra ela. – Sério, é muita fofura e felicidade, hoje é só segunda-feira.

  - Você devia se resolver com você-sabe-quem logo de uma vez. Pelo menos não ia ficar chata assim.

  - Voldemot? Não, eu passo.

  - Tudo bem então, mas não diga que eu não avisei que tinha alguma coisa errada quando vocês forem se casar. E sobre a briga de ontem? Foi desnecessária e você sabe disso.

  - Como se eu ligasse. Eu passei os últimos anos vendo ele desfilar com uma garota atrás da outra e agora que eu tenho alguém, quero mais é que ele veja e morra de ciúmes como eu morri todos esses anos! – eu podia sentir a raiva de Manuella em suas palavras, eu que não gostaria de ser inimigo de nenhuma dessas duas.

  - Tudo bem. Que ele sofra, mas não faça a si mesma sofrer mais, você não merece isso, ou termina de vez ou se acerta com ele, só não fica como está.

  - Eu te amo – a ruiva diz de repente e vem abraçar Analu que está ao meu lado, posso sentir o amor entre elas. – Você tem a melhor garota de todas, Alex. Valorize-a!

  - Eu valorizo, mas nós precisamos mesmo ir, Tommy está nos esperando.

  - Certo.

  - E minha carona? – Manu pergunta e olha de mim para Analu.

  - Certo eu a levo em casa e te encontro na creche? – Analu olha pra mim e fico sem entender.

  - Eu posso te levar na moto.

  - Eu sei e ia adorar, mas preciso voltar pra casa por que o papai está reclamando que tenho ficado pouco lá e tenho que terminar um trabalho, e não quero estragar sua noite.

  - Você nunca estraga nada. Mas tudo bem, a espero na entrada da creche.

  - Ok – ela sorri e me dá um último beijo enquanto Manu resmunga alguma coisa sobre “pombinhos apaixonados”.

  Saio do prédio e sigo até minha moto, mando mensagem para Mason avisando que estou saindo e ele manda um áudio de quase um minuto entre me xingando por ter conseguido um emprego tão legal e xingando Dave por ser um babaca e no fim ele diz que ainda vai demorar e então manda um beijo para Tommy. Estou quase dando partida na moto depois de rir da mensagem quando me lembro de uma coisa e mando uma mensagem para Analu.

  Alex: Que história é essa de briga entre a Manu e o Matt ontem?

  Analu: Depois te conto. Você se tornou um fofoqueiro em?

  Alex: Você me transformou nisso.

  Analu: Sei... Estou saindo agora, te vejo daqui a pouco. Bj.

  Depois da nossa pequena troca de mensagens finalmente saio com a moto em direção a uma das metades do meu coração. Eu não demoro a chegar e como ainda tenho alguns minutos, estaciono a moto, deixo minhas coisas dentro de casa e vou ver Rose. Minha avó como sempre me recebe com um sorriso, me oferece café, pergunta sobre Tommy, Analu e o almoço de ontem, é até difícil de tentar acompanhá-la. Depois de uma xícara de café, 15min. de conversa e eu contar um pouco sobre o almoço para ela, finalmente saio e sorrio ao ver Analu estacionar o Jeep em frente a minha casa.

  - Achei que ia me atrasar muito – ela diz ao se aproximar, já sem a bolsa, o casaco e os saltos, aposto que tudo está na bagunça que é o banco de trás do seu Jeep. – Oi, Rose!

  - Olá minha linda. Veio visitar o Alex?

  - Também – Analu sorri pra mim. – Vim para ir com ele buscar o Tommy já estou morrendo de saudades.

  - Entendo como é. Melhor irem então.

   E é o que fazemos depois de nos despedirmos, andamos pelas ruas do meu bairro de mãos dadas sorrindo como bobos enquanto conversamos. Quando nos aproximamos da creche começo a ficar ansioso e Analu percebe, por que sorri e aperta minha mão. A professora sorri quando me vê.

  - Tommy, o papai chegou – ela anuncia e quando nos aproximamos eu posso vê-lo numa área aberta brincando com blocos, há outras crianças pequenas com ele. Os maiores ficam mais afastados.

  O bebê se vira a menção do seu nome e nos vê, sorri, larga os blocos e começa a engatinhar em nossa direção.

  - Ma! – exclama animado quando vê Analu e eu paro.

  Talvez seja só loucura da minha cabeça, mas tenho quase certeza do que ele quis dizer com “Ma” e a professora também, por que sorri. Analu parece não ter noção do que essa única silaba significa por que não esboça reação alguma, só vai até ele com o maior sorriso do mundo e o pega no colo.

  - Oi meu amor! Eu senti saudades! – ela o aperta e depois se vira para mim. – Ma? Essa é nova. Sobe o que significa? Por que “Dada” eu até hoje não sei o que é.

  Eu a amo, o sentimento me toda por inteiro e fico surpreso de me dar conta disso aqui na creche de Tommy. Mas sei disso só pela expressão que ela tem no rosto, pelo sorriso, por como trata Tommy, sei disso por que me lembro de vê-la com ciúmes da família com Tommy quando não precisa de nada disso quando ele a chama de mãe, do seu jeito e mesmo o amando como uma ela não entende. Chega a ser engraçado, ela tem os sentimentos, mas não aceita o título.

  - Você deve ser a mãe do Tommy, é um prazer conhecê-la – a professora sorri. – Eu sou Camily a professora dele.

  - Eu sou a Anna Laura, mas...

  - Ma! Ma! – Tommy exclama a interrompendo e grudando as mãos em seu cabelo, Analu é, definitivamente a única pessoa com quem ele faz isso.

  - Camily – chamo a morena baixinha que se aproxima de mim. – Analu é minha namorada, ou vai ser se aceitar o pedido, ela também não é a mãe biológica do Tommy, mas vai ser mãe dele se assim quiser.

  - Entendo. Mas acho que ela já aceitou – ela diz olhando para os dois que estão em meio a uma batalha sobre os fios de cabelo dela. – E ele também. É a primeira vez que ele diz “Ma”? – ela pergunta e faço que sim. – Pois ele passou hoje o dia todo chamando por você e por ela. Chorou um pouco, brincou bastante também, mas vez ou outra chamava pala Ma e pelo Papa dele. Acho que ela não percebeu.

  - Ainda não – digo sorrindo. – Mas vai e quando acontecer quero ser o primeiro a ver sua reação.

  - Estou torcendo pelo melhor.

 - O melhor em quê? – Analu se aproxima de nós depois de ter ganhado a batalha com Tommy.

  - Com Tommy aqui na creche – me apresso em dizer e Camily apenas sorri e faz que sim. - Então vamos indo.

  - Alex um instante, a diretora me pediu para falar com você sobre um item da ficha de cadastro do Tommy.

  - O que seria?

  - Os telefones para contanto. Você nos deu apenas o seu e aqui nós precisamos de pelo menos mais dois para o caso de algo acontecer com a criança.

  - Certo, acho que podem colocar o de Rose.

  - Então vocês podem me acompanhar um instante? – ela pede e fazemos que sim. Antes de irmos Camily avisa a uma das outras professoras que está ali nós seguimos para dentro.

  A sala é pequena e muito colorida, há números, letras e muitos desenhos colados as paredes, as mesas são pequenas assim como as cadeiras e há algumas caixas de brinquedos guardadas.

  - Aqui é lindo – Analu sorri.

  - Obrigada, nós damos o nosso melhor pelas crianças – Camily vai até sua mesa e pega algumas folhas, nos indica as pequenas cadeiras e nos sentamos com ela em uma das mesas, eu fico um pouco desconfortável. Um minuto depois Tommy desce do colo de Analu e vai mexer nos brinquedos. A morena faz menção em ir buscá-lo, mas a professora nega com a cabeça. – Pode deixá-lo.  

  - Então?

  - Ah certo, você tinha dito Rose?

  - Isso. Rose Miller.

  - O que ela é do Tommy?

  - Bisavó – digo sorrindo e vejo ela anotar o nome dela e o parentesco entre parênteses como fez com o meu logo a cima. Digo o telefone de Rose que já decorei e a professora anota também.

  - Certo. Quem mais?

  - Analu? – pergunto e a vejo sorrir.

  - Achei que tinha se esquecido de mim. Por favor, pode colocar o meu número aí também, vou ficar mais tranquila. Anna Laura Whitmore.

  - Ok, pode falar – Camily pede depois de colocar o nome de Analu na ficha e vejo quando entre parênteses na frente dele a professora escreve “Mãe”. Esse pequeno detalhe me faz sorrir. – Mas alguém?

  - Eu poderia dar o da minha mãe, mas ela nunca atende ninguém. Reclama do papai, mas faz igual. Porém acho que ela não ia se importar.

  - Tem certeza? – pergunto e ela faz que sim.

  - Elisa Whitmore – Analu diz e depois fala o número de telefone da mãe.

  - Ela é a senhora loira que veio matricular Tommy semana passada?

  - É sim – Analu sorri. – Minha mãe, aquela pessoa especial.

  - Ela disse que ela para o neto.

  - Isso não me surpreende – Analu diz e me olha. – Desculpa por isso.

  - Por sua família amar Tommy? Não desculpo não.

  - Mais algum número?

  - Se fosse só da minha parte nem teriam tantos – comento, mas Analu está pensando em alguma coisa.

  - Você acha demais colocar o número de Noah? Eu sei que ele é menor de idade, mas se todos estivermos trabalhando e Rose não puder ele vai ser a única opção. Camily?

  - Não é o indicado, mas quantos anos têm esse Noah e o que ele é do Tommy? – a professora pergunta e Analu parece não ter certeza de como responder.

  - Ele tem dezessete e é tio do Tommy – digo por fim e vejo Analu sorrir, só por esse sorriso já teria valido a pena, mas no fim eu não disse nenhuma mentira. E, que Mason não me escute, mas o adolescente atualmente é o tio favorito de Tommy.

  - Ótimo, isso já nos ajuda muito. E sobre o primeiro dia de Thomas, como podem ver – Camily indica o bebê que já tirou vários brinquedos de uma das caixas e se sentou no carpete para brincar como se estivesse em casa. – Foi bem tranquilo, ele é um bebê sociável que brincou e comeu muito bem, chorou um pouco, claro, mas seu dia foi muito bom.

  - Ah, que bom – Analu suspira. – Estava com medo dele não gostar.

  - Eu tinha certeza que ele ia se sair bem – digo sorrindo. – Afinal tem dois anjos cuidando dele.

  Nós conversamos um pouco mais sobre o dia de Tommy, mas no mais o bebê seguindo o exemplo das suas duas mães, riu, brincou e se socializou muito bem com as outras crianças e a professora, Camily está encantada com ele acho que fica com todos os alunos, ela tem aquele ar de pessoa que realmente ama crianças, acredito que esse seja um pré-requisito para ser professora.

  Por fim somos liberados e resolvemos ir logo para casa, por que o céu está escuro e parece que vai chover. O caminho de volta é feito com mais conversas, risos e beijos (esses por parte de Analu para Tommy), mas vi também como Analu olhava para o céu como se estivesse incomodada com alguma coisa, quando alcançamos a porta de casa o céu dava indícios de que íamos ter uma bela tempestade pela frente.

  - Eu preciso de um banho – murmuro colocando a bolsa de Tommy no sofá. Acho que vou comprar uma mochilinha para ele.

  - Eu também e Tommy – Analu enumera, mas olha pela janela para céu e parece apreensiva.

  - Tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

  - Não é... – ela para e parece envergonhada e indecisa quando coloca Tommy no tapete da sala, o bebê aproveita a oportunidade para ficar de pé segurando na mesa de centro.

  - Analu? – insisto e ela suspira e morde o lábio.

  - É só que eu sou ruim em dirigir na chuva – ela murmura, mas sem me olhar. – É só isso.

  - Ah, sendo assim é melhor você ir – digo e ela olha para Tommy, parece indecisa por um segundo, mas por fim sorri.

  - Não, eu vou ficar mais um pouco, pode ir tomar banho eu vou dar banho no Tommy e apertar esse bebê um pouquinho mais antes de ir.

  - Tem certeza? – pergunto e ela faz que sim.

  - Tenho.

  Então faço como ela disse, enquanto Analu sobe para dar banho em Tommy no banheiro do meu quarto eu entro debaixo do chuveiro no banheiro do andar debaixo. Lembrar que ela está aqui parece mais certo, parece que finalmente tudo está no lugar, mas lembrar que não vou vê-la de pijamas no sofá trabalhando ou vendo um filme com o Tommy enquanto cozinho faz parecer que está faltando alguma coisa em casa.

  No fim, como sempre, termino primeiro que ela, não importa se está se arrumando ou arrumando Tommy, Analu sempre demora. Quando voltam o bebê está muito fofo em seu pijama do Homem-Aranha e, como sempre, muito cheiroso. Quando penso que vai se oferecer para ficar um pouco mais, começa a chover e Analu parece quase em pânico para ir embora, eu não tenho tempo para perguntar nada, na verdade mal me despeço dela, a garota me beija e depois beija Tommy acena e vai correndo até o carro debaixo da chuva que já começou. Quando vejo o Jeep se afastar suspiro sem entender nada.

  - Ma? – Tommy pergunta em meu colo e consigo sorrir ao fechar a porta.

  - Ela foi embora, parece que estava fugindo de nós.

  - Ma! – ele insiste e suspiro.

  - Sua “Ma” teve que ir – digo, mas o bebê não liga, ele quer Analu e pronto. – A mamãe foi embora – falo a palavra toda e Tommy olhar em volta a procura dela e isso é só uma confirmação do significado dela.

  - Ma? – ele volta a pedir e o aperto contra mim.

  - Amanhã nós podemos tentar convencê-la a ficar – digo quando o raio corta o céu iluminando a sala, o barulho assusta Tommy por uns segundos, mas ele está mais preocupado em não ter Analu por perto que em se assustar com o que quer que seja.

  Quando outro raio corta o céu eu nem tenho tempo de pensar no que está acontecendo, vejo faróis de carro que parecem que vão entrar em casa com carro e tudo e no minuto seguinte a porta se abre.

 - Analu? – quando outro trovão faz barulho ela grita e no minuto seguinte estou a estou apertando contra mim mesmo que Tommy ainda esteja no meu colo, ela está encharcada e tremendo.

  - Ma! Ma! – Tommy exige e sei pelos olhos arregalados de Analu que ela nem registrou as palavras do bebê.

  Olho para fora e vejo por que os faróis do carro ainda iluminam a sala. Ela subiu com o Jeep no jardim, mas saiu tão apressada dele que deixou os faróis ligados, a porta aberta e tenho certeza que a chave ainda está na ignição.

  - Aqui, segure Tommy – lhe entrego o bebê que ainda esta dizendo “Ma”. Analu pisca como se para processar minhas palavras ela o pega e o aperta contra si. – Você está bem?

  - Eu, sim, eu só vim ter certeza que estavam bem – ela murmura ainda tremendo e sorrio beijando sua testa.

  - Tenho certeza que sim. Vou estacionar o Jeep e desligá-lo. Tudo bem? Você pode ficar com o Tommy?

  - Posso – sua voz ainda é um sussurro e é estranho vê-la assim. Volto a beijá-la na testa e corro até o carro e como imaginei a chave estava na ignição.

  Mesmo com a chuva não foi difícil dar ré e tirá-lo do jardim o fiz agradecendo por não ter tido nenhum raio nesse meio tempo. Estou surpreso por saber que Analu tem medo deles, mas fico feliz de ver mais e mais lados dela. Quando voltei depois de fechar o carro devidamente ela continuava parada no mesmo lugar com Tommy no colo, mas agora com o celular na orelha, outro raio cruzou o céu e Analu se encolheu apertando Tommy e o celular. No fim ela me estendeu o aparelho.

  - É o meu pai, ele quer falar com você.

  - Seu pai?

  - É, pega – e praticamente me jogou o aparelho.

  - Ma? – Tommy a chamou e Analu sorriu pra ele mesmo que eu não tenha certeza se ela está mesmo prestando atenção ao que ele diz.

  Vi pelo canto dos olhos os dois conversando meio aos sussurros enquanto levava o celular até a orelha.

  - Sr. Whitmore?

  - É bom ouvir sua voz, Alex – ele diz para minha surpresa. – Então Analu está mesmo com você e Tommy?

  - Sim, senhor.

  - Ótimo, odeio deixar qualquer um deles sozinhos durante uma tempestade – ele murmura e o ouço suspirar. Esse pequeno gesto me pega de surpresa. – A essa altura você já deve ter percebido que ela morre de medo de raios e trovões.

  - Sim, percebi.

  - Então gostaria de te pedir, mesmo que normalmente ela não precise disso, que cuide da Analu por mim.

  - Eu com certeza vou cuidar, não precisa pedir – digo vendo ela e Tommy brincando no tapete, ela sem nunca soltá-lo. Talvez o bebê tenha se tornado sua âncora da salvação.

  - Ela, como a mãe, provavelmente nem vai admitir que está apavorada então não a deixe sozinha e, por favor, não deixe que ela dirija assim. Eu ia pedir que você a trouxesse até aqui, mas Elisa me mata se descobre que eu pedi a você para sair na chuva com Tommy e Analu. Então só cuide deles, por favor.

  - Eu vou – digo e ele desliga logo em seguida.

  - Não acredite em tudo o que o meu pai falar – Analu comenta quando me aproximo para lhe entregar o celular. Sorrio.

  - Você já me disse algo parecido uma vez. Mas podemos discutir isso depois, você está toda molhada, melhor tomar um banho – disse e ela olhou pela janela. – Se eu ligar o som vai ajudar? – pergunto me sentando com eles no tapete.

  - Não seja fofo comigo, isso é constrangedor.

  - Não vejo como.

  - Eu vejo, estou aqui na sua casa toda molhada e em pânico com medo de ir tomar banho e ter um ataque – sorrio uma vez mais e me aproximo para beijar sua testa mais uma vez.

  - Eu não ligo pra nada disso e se quiser que eu fique de guarda junto com Tommy do lado de fora do box do banheiro eu fico. Só não quero que fique doente.

  - Isso não é justo – ela diz ficando de pé e deixando Tommy no tapete comigo. – Nada justo, e eu não preciso de guardas.

  - Tem certeza? – pergunto e ela faz que sim. – Então qualquer coisa pode gritar.

  - Eu vou mesmo – responde antes de começar a subir as escadas e finalmente sorri pra mim.

  Mas decido por segui-la e, enquanto Analu tomava banho no banheiro do meu quarto Tommy e eu fazíamos a maior bagunça na cama esperando por ela. Eu também resolvi ligar o som, imagino que se os sons dos trovões diminuírem, ajude. Quando Analu sai do banheiro está secando o cabelo e sorrio com sua escolha de roupas, ela está usando uma camiseta minha e uma de minhas calças de moletom, mas a calça é tão grande em todos os sentidos que quando ela levanta os braços para secar melhor o cabelo vejo que a única coisa que está impedindo que as calças caiam é a cordinha da cintura que ela amarrou mais apertado do que eu achei ser possível.

  - Gostou do modelito? – ela pergunta quando vê que eu a estou observando.

  - Está linda, mas achei que você só pegasse as camisetas.

  - Hoje está frio.

  - Entendi, você estando confortável é o que importa.

  - Você não liga mesmo de eu roubar todas as suas roupas? – ela pergunta se aproximando da cama e nego com a cabeça a puxando para se sentar em meu colo Tommy está tentando escalar minhas costas e o ajudo com a outra mão.

  - Não, desde que você começou a usar minhas roupas e lavá-las, elas estão bem mais cheirosas. Tudo nesta casa está melhor desde que você chegou então eu definitivamente não me importo.

  Analu abre a boca para me responder, mas antes que possa falar mais alguma coisa outro raio cruza o céu e ela se encolhe em meu colo, trago Tommy para perto de nós e só posso desejar tê-los assim em meus braços para sempre.

  Só espero que Analu pense igual.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e pra quem me segue no instagram (@autora.leticia.medeiros) e está se perguntando cadê a cena que postei a foto, a resposta é simples, dessa vez eu realmente exagerei e depois de muito pensar eu decidi dividir o capítulo, cuja as duas partes continuaram grandes, mas não se preocupem que como sempre posto o restante logo!
Mas agora quero saber, gostaram do capítulo? Eu achei muito fofo! O e Tommy e a Analu? Ah... meu coração não aguenta! Quero opiniões e não se preocupem! Esse pedido ainda vai sair!
Beijocas e até, Lelly ♥



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