Surpresas do Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 16
Um almoço interessante.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Voltei!
E olha o outro dia aleatório aí...
Desculpem o sumiço mais uma vez, bloqueio criativo mais feriado não ajudou a ter
capítulo novo, de qualquer forma espero que gostem do capítulo.
BOA LEITURA ;)



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  Alex

 

  Acordei com alguma coisa fazendo cócegas em meu nariz e sorri, eu sabia o que era, abri os olhos apenas para ver os cabelos de Analu espalhados pela cama e perto do meu rosto. Eu descobri depois de duas noites que nós aparentemente sempre íamos acabar enrolados um no outro na cama. Sorri um pouco mais a vendo se aconchegar em mim sem realmente acordar.

  Desde sexta-feira quando a pedi para ficar, Analu ainda não tinha ido para casa, hoje era domingo, o dia do almoço de família para o qual fui convidado e dessa vez ela voltaria, mas como ela mesma disse ontem, me levaria junto. A parte boa de ter apenas uma cama em casa era essa, dormirmos colados um ao outro. Na primeira noite foi meio que um acidente, nós ficamos conversando até tarde e acabamos dormindo, mas ela no fim ela não me deixou ir.

  - A gente acabou cochilando - disse a uma Analu só meio acordada depois de olhar no relógio que marcava 03h04m da manhã. Eu tinha ficado de pé e a olhava se espalhar pela cama - Eu vou lá pra sala, pode ficar com a cama e voltar a dormir.

  - Alex só cala a boca e volte para a cama - ela murmurou de volta voltando a fechar os olhos e, depois que voltei a me deitar, se aconchegando mais a mim.

  No fim eu não tive muito mais o que fazer, não sabia dizer não a Analu e dessa vez eu definitivamente não queria, então só a abracei e voltei a dormir. Na noite anterior não tivemos nem discussão nenhuma, Analu apenas vestiu o pijama e se juntou a mim então nós conversamos e nos beijamos até pregarmos no sono. Nós não havíamos feito nada e como Analu tinha pedido para irmos devagar, eu não tinha a menor pressa, tudo estava perfeito como estava. Seu eu a tivesse em meus braços eu não precisava de mais.

  - Por que você sempre acorda antes de mim? – Analu perguntou me fazendo olhá-la. Sorri.

  - Por que você sempre dorme até tarde.

  - Não é justo – ela bocejou e beijei seu nariz e ela fez bico me fazendo rir. Analu ia dizer alguma coisa quando o choro de Tommy chegou até nós, o bebê exigia atenção. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa ela ficou de pé e sorriu. – Vou buscá-lo.

  E então ela saiu sem dizer mais nada. Eu não poderia competir com Tommy, para Analu ele sempre ganharia e isso me fez sorrir. Eu amava que eles se amassem assim. Dois minutos depois ela voltou com Tommy no colo, o bebê já todo encantado com ela, os dois voltaram para a cama onde eu nem tinha me mexido e minutos depois éramos um emaranhado de pernas, braços e risos. Analu e Tommy se acabavam de rir de toda a bagunça que fazíamos. No fim ela consegue escapar da cama e volta ficar de pé.

  Sorri ao olhar Analu de cima a baixo e ver seu pijama, que era, nada mais nada menos que um short com estampa de morangos e minha camisa vermelha com estampa do Mario, essa parecia ser sua favorita.

  - O que foi? - ela pergunta me olhando curiosa enquanto Tommy que está sentado em minha barriga resolve que é um ótimo momento pra começar a pular. Faço careta.

  - Só estava olhando seu pijama - meio gemo meio respondo enquanto Tommy aperta meu estômago. Analu ri.

  - Gostou? - ela pergunta e faço que sim. - Que bom, por que eu vou acabar roubando essa camiseta. Estou indo fazer o café, os dois senhores não demorem por que a gente tem que ir para a casa dos meus pais - e dito isso ela deu meia volta e eu a vi rebolar para fora do quarto.

  - Muito mandona essa nossa garota, não acha, Tommy? - pergunto ao bebê que como resposta recomeça a pular.

  Não demora a eu e Tommy descermos e encontrarmos Analu tirando do forno o bolo de creme e morango que eu tinha feito ontem quando cheguei do trabalho - ela aparentemente gostava da fruta vermelha - sorri vendo-a, se esse fosse o caso eu poderia facilmente conquistar essa garota pelo estômago, ela estava amando que tivesse mais alguém para quem pedir comida além de Elisa e Noah e quando disse isso no dia anterior quase me matou de rir.

  - Qual a graça? - ela pergunta vindo até mim para pegar Tommy depois de me dar um selinho.

  - Nada - sorri. - Nada.

  - Sei... Mas vamos comer logo de uma vez que minha mãe já me ligou pra saber se estamos indo. Ela já ameaçou vir aqui nos buscar e você sabe que ela vem mesmo.

  - Certo, já entendi.

  Nosso café é rápido, Analu, durante essa semana adquiriu o famoso superpoder dos pais e consegue fazer de tudo com uma única mãe e com Tommy no colo, como agora, que ela está comendo, dando comida a ele, falando comigo e respondendo Manu no celular tudo ao mesmo tempo. Mulheres eram realmente multifunções. Depois de toda a conversa eu vou dar banho em Tommy por que sei que Analu vai passar uma pequena eternidade se arrumando. E, no fim é exatamente isso que acontece, eu termino com Tommy, ponho o bebê em seu cercadinho e resolvo tomar meu próprio banho.

  - Analu estou indo tomar banho, o Tommy está no cercadinho! - grito do andar de baixo e Tommy me olha curioso.

  - Certo! Já estou descendo! - ela grita de volta e sei que está mesmo vindo, afinal é para Tommy.

  - Sorte sua de ter conquistado o coração dela - digo ao bebê e ele sorri como se soubesse do que eu estou falando.

  Entrei no banheiro e consegui tomar um banho rápido, mas a verdade é que eu estava preocupado com Tommy, e se Analu não tivesse descido? Quando sai do banheiro só de bermuda e com a toalha pendurada no pescoço sorri. Analu estava na sala com o bebê no colo passando perfume nele, ela estava maquiada e seu cabelo escuro estava preso em uma trança que começava um pouco acima de sua orelha esquerda e terminava em seu ombro direito, mas mais surpreendente que isso era só sua roupa, ela usava um short jeans e mesma camiseta do Mario de mais cedo. A garota se virou com Tommy no colo e sorriu pra mim, ela me olhou de cima a baixo sem nenhuma discrição e seu sorriso cresceu, isso me fez sorrir também.

  - Gostei da roupa – provoquei e ela deu de ombros.

  - Eu não sabia que ia ficar aqui tanto tempo, não tenho mais nenhuma roupa limpa e as que eu lavei ontem ainda não secaram. Quando chegar em casa me troco. E você também está lindo, vai assim?

  - Não sei, o que acha?

  - Que você vai colocar uma camisa por que essa visão eu não vou querer dividir – ela dá um meio sorriso e quero beijá-la até perdermos o fôlego, mas agora não posso, estamos atrasados demais pra isso.

  - Como quiser, Princesa. Já volto, precisa de alguma coisa?

  - De achar aquele carrinho de borracha do Tommy, você o viu? Eu já arrumei sua bolsa e ele vai sentir falta daquela coisa.

  - Como você faz isso?

  - Isso o quê? – ela volta a me olhar depois de ter abaixado com Tommy ainda no colo para procurar o brinquedo.

  - Tudo parecer tão fácil.

  - Se essa é a impressão que você tem então estou fazendo errado. Por que não é nada fácil ser... – ela se interrompe desviando os olhos. – Cuidar do Tommy, trabalhar e saber onde estão coisas como esse maldito carrinho. Mas eu gosto, é bom me sentir útil.

  - Você é mais que útil, Analu. Com certeza. Quando éramos só eu e Tommy, estávamos sempre atrasados.

  - Então que bom que pude ajudar – ela sorri voltando de trás do sofá com o carrinho na mão. – Agora vá se vestir por que se não daqui a pouco minha mãe aparece ai para nos buscar. E estou falando sério.

  - Sim, senhora – bato continência e a vejo revirar os olhos antes de subir para o quarto.

  Não demoro a me trocar e voltar a descer, eu encontro os dois no tapete, Analu está tentando convencer Tommy a se soltar da mesinha de centro e andar até ela, ele ainda não se arriscou a dar seus primeiros passos sem auxilio.

  - Vamos meu amor, venha aqui – ela o chama e sorri quando me vê, Tommy hesita, mas não vai. – Tudo bem, quando você estiver pronto – Analu vai até ele e o pega no colo, depois olha pra mim. – Vamos?

  - Vamos – digo pegando a bolsa no sofá.

  Analu segue para o Jeep sem me esperar e a sigo depois de fechar a casa. A cadeirinha de Tommy já tem um lugar garantido no banco de trás do carro da Princesa, ela como sempre se debruça no banco de trás para prendê-lo e agora eu sei que ela o faz de propósito eu, é claro, me farto com a visão. Quando Analu se vira está sorrindo inocente.

  - Você dirige, eu quero terminar de me maquiar – ela avisa, pega a bolsa de Tommy e se dirige ao banco do passageiro.

  Só depois de me sentar atrás do volante que a olho.

  - E como vai se maquiar? – pergunto manobrando o carro. Ela puxa o que deve ser um pó, ou blush ou qualquer coisa assim de um dos bolsos da bolsa de Tommy juntamente com um pincel e sorri pra mim.

  - Assim.

  Nosso caminho é silencioso por que Analu está ocupada com a maquiagem e eu faço o máximo para não termos muitos solavancos, em determinado ponto da viagem ela liga o som e desiste da maquiagem para conversar comigo, eu só vou sorrindo e tentando acompanhá-la. Quando chegamos Analu abriu o enorme portão da casa dos pais e nós entramos.

  - Finalmente! – foi como Elisa nos recebeu assim que descemos do carro. Ela abraçou Analu e elas amassaram Tommy que pareceu não se importar. Então veio até mim e me abraçou também. – Estou precisando de você na cozinha, Noah está falando alguma coisa sobre um bolo de morango.

  Eu acabo rindo, o adolescente tinha ido lá em casa ontem depois de voltar da casa das primas, brincou com Tommy e comeu do bolo o que gerou uma discussão entre ele e Analu sobre sobremesas.

  - Eu vou adorar ajudar.

  - Ótimo, assim teremos mais um homem na cozinha além de Noah – a loira riu e, antes de seguir para dentro, pegou Tommy do colo de Analu.

  - Mãe devolve o meu bebê!

  - Nem pensar você passa o dia todo com ele – e tido isso Elisa praticamente fugiu fazendo eu e Analu rir.

  A garota dos incríveis olhos verdes me pegou pelo braço e começou a andar em direção a casa me arrastando junto.

  - Só não se assuste com os meus avós, eles tendem a ser barulhentos.

  - Mais que você e sua mãe? – pergunto realmente curioso e ela sorri.

 - Quem você acha que nos ensinou? – ela diz simplesmente e começo a ficar nervoso, mas é tarde demais por que assim que nós entramos na sala nos tornamos o centro das atenções.

  Ali há pessoas que já conheço, como os pais de Analu e seus irmãos, os pais de Matt, ele e sua irmã, Manuella e seus pais, mas há alguns que não conheço. Uma senhora que está ao lado de Elisa e sorri pra mim com o mesmo sorriso divertido da loira, com seus olhos verdes ela se parece muito com Miguel, há um senhor de bigode espesso que a olha divertido e um casal mais distante que também me olha com curiosidade.

  - Já que eu posso ver a curiosidade corroendo todo mundo, eu vou apresentar eles. Pessoal, esses são Alex e o bebê mais fofo do mundo e filho dele, Tommy. Alex, Tommy, aquela ali ao lado da minha mãe é a minha avó Cassandra, mas todo mundo chama ela de Cassy, mãe da minha mãe e do tio Miguel. O do bigode é o vô Louis, ele é marido da vó Cassy. E o casal lá atrás são a vó Eva e o vô Henry eles meio que não são nada dos meus pais – ela sorri com carinho para os avós. – São só amigos mesmo, e estão faltando a vó Marta e o vô Joe, eles são pais da tia Lena, mas não puderam vir.

  - Eu nunca pensei que alguém pudesse ter tantos avós – disse sinceramente e isso fez Helena, Elisa, Drew, Matt e Analu rirem. – Eu disse alguma coisa engraçada?

  - Não, é só que isso nos lembrou uma confusão envolvendo a barraqueira da minha irmã – Drew comenta e Analu o olha feio.

  - E os encrenqueiros do meu irmão e do meu primo.

  - A gente estava te defendendo – Matt comenta e ela dá de ombros.

  - Sei...

  - Certo, agora que o namorado da Analu chegou, nós podemos continuar com o almoço? – Cassandra pergunta sorrindo pra mim. – Eu soube que você gosta de cozinhar, que tal nos ajudar, Alex?

  - Vovó... – Analu diz e Cassandra está rindo quando vem até mim e me segura pelo braço.

  - Vamos?

  - Eu adoraria, mas também tenho que ficar de olho em Tommy.  

  - Precisa não, eu cuido dele – Noah se oferece e Elisa nega com a cabeça.

  - Nada disso, a sobremesa não era por conta dos meninos?

  - Perdeu, Noah, dá ele aqui, tia. Eu cuido – Manu se ofereceu e foi até Elisa.

  - Depois quero de volta – a loira avisou entregando Tommy a Manuella que foi com ela sem nem reclamar, eu tinha descoberto durante essa semana que ele tinha se apaixonado pela cor do cabelo da ruiva.

  - Depois sou eu – Cassandra disse pegando a bolsa do bebê do meu ombro e entregando a Analu. A senhora me olhou e sorriu. – Viu? Ele vai ficar bem, não se preocupe.

  Depois disso não tive escolha, nem eu, nem Noah, nós fomos arrastados para a cozinha junto com a enxurrada de mulheres, as avós de Analu não perderam a oportunidade de me encher de perguntas. Onde eu morava? O que fazia da vida? Estudava? Onde estava a mãe de Tommy? Nessa eu hesitei e me limitei a dizer apenas que ela havia morrido, então elas não tocaram mais no assunto e mudaram o rumo da conversa. Eu e Analu estávamos juntos há muito tempo? Nessa eu corei e não soube o que responder, Elisa, Helena e Noah estavam claramente se divertindo as minhas custas.

  - Alex, você deve ser alguém muito especial – Eva sorriu pra mim depois de um tempo enquanto eu e Noah tentávamos decorar o bolo com os morangos restantes.

  - Por que você diz isso? Eu não tenho nada de especial, sou só um cara comum.

  - Eu não acredito nisso, Analu o escolheu e aquela minha neta é especial e você com certeza é especial também. Para alcançar aquele coraçãozinho é preciso muito esforço.

  - Disso eu sei. A Analu é um ser humano único e fico feliz dela ter entrado na minha vida. Às vezes me pergunto se ela é uma mulher ou um anjo.

  - Ótima resposta, garoto – Cassandra sorri. – Obrigada por cuidar dela, mesmo que aquela princesa não precise.

  - É ela quem cuida de mim e Tommy, pode ter certeza disso.

  - Eu imaginei, Analu não é muito de esperar as coisas aconteceram calmamente.

  - Eu escutei meu lindo nome, vovó o que você está falando para o Alex? – Analu surge na porta usando um vestido verde claro de alças parecendo incrivelmente encantadora.

  - Se for babar avisa que eu arrumo um balde – Noah provoca e desvio o olhar fazendo todas as mulheres na cozinha rirem.

  - Noah, deixe-o em paz! – Analu pede vindo até mim. – Não acredite em todo o que eles disserem, sério essa minha família tem o péssimo habito de falar demais.

  - Que você herdou, não é? – Elisa pergunta e vejo Analu olhar feio para a mãe que já está rindo outra vez.

  É difícil acompanhar todas elas, mas eu tento, no fim nós terminamos o almoço e todos vem ajudar com os partos e quando estou levando um jarra de suco para a enorme mesa no jardim na qual vamos comer, me surpreendo ao ver Tommy no colo de ninguém menos que Anthony Whitmore, o bebê parece tão a vontade que me surpreende. Coloco a jarra na mesa antes de parar para observá-los melhor. O pai de Analu conversa com ele de forma animada e o meu filho ri e conversa de volta naquela linguagem babada e gemida que só os bebês têm. Tommy ainda não evoluiu muito em sua fala que se resume a “Papa” e, recentemente “Dada” que pode significar qualquer coisa já que ele usa pra tudo.

  Analu passa por mim com uma travessa, a coloca na mesa e depois volta para o meu lado, ela olha o pai e Tommy e sorri.

  - Desde quando seu pai e meu filho são amigos? – pergunto realmente curioso.

  - Desde terça-feira quando o levei a empresa e eles foram dar uma volta juntos. Eu tive que voltar lá algumas vezes durante a semana e deu nisso. Papai me dava um monte de trabalho, pegava Tommy e os dois iam andar pela empresa, tenho certeza que todo mundo lá já o conhece.

  - É sério isso?

  - Muito – ela sorri. – Papai acabou de ganhar o segundo lugar no ranking de amizades do Tommy com os Whitmore, o primeiro ainda é do Noah e eu só estou sendo rebaixada, o que não é justo já que fui a primeira a conhecê-lo e com certeza o amo mais que todos – no fim ela cruza os braços e faz bico num gesto tão fofo que não resisto a abraçá-la colando suas costas em meu peito.

  - Você é especial, não se preocupe – garanto a ela que levanta a cabeça para me olhar. – Eu já disse uma vez, mas queria agradecer de novo o carinho da sua família com o Tommy.

  - Como se fosse muito difícil de se apaixonar por aquele bebê – para minha surpresa é Noah quem responde, ele está passando ao nosso lado com uma bandeja cheia de copos nas mãos. – E não chora, Analu, é só aceitar que eu sou o tio preferido do Tommy.

  - Isso é obvio, a outra opção é o Drew e ele é um chato – Manu responde se juntando a nós e rimos, Noah vai guardar os copos e Drew e Matt se aproximam.

  - Eu ouvi isso, Ok? – o gêmeo de Analu pergunta e a ruiva dá de ombros.

  - Não é como se eu estivesse mentindo.

  - Olha quem fala.

  - Eu posso até ser chata, Drew, mas ninguém é mais chato que você, aceite.

  - Analu, olha a sua amiga.

  - Analu, olha o seu irmão.

  - Você está vendo, certo? O que eu passo? Eles são umas crianças, quando éramos pequenos era a mesma coisa e lá tinha eu que ir separar as brigas ou brigar também, dependendo do assunto – ela sorri e acho graça.

  Drew e Manu ainda estão discutindo quando vejo Noah ir até o pai e os dois começarem uma discussão por Tommy, é divertido de assistir. No fim o adolescente ganha e o bebê vai com ele todo feliz, mas um minuto depois já está no chão com Noah segurando seus braços, ultimamente ele é o único com disposição para ficar curvado daquele jeito segurando os braços de Tommy.

  - Perdeu também, Bonitão? – Elisa pergunta parando ao nosso lado, Drew já fugiu para a cozinha para tentar pegar alguma coisa e vi Manu entrar e Matt segui-la, nessa hora Analu e eu nos entreolhamos, essa garota está me transformando em um fofoqueiro.

  - Eu não tive chance – ele suspira e vem até a esposa.

  - Bem-vindo ao clube – Analu resmunga ainda presa em meus braços. – Eu fui abandonada.

  - Não me diga que está com ciúmes? – Elisa pergunta divertida e Analu faz bico e isso só faz a loira rir. – Analu, meu amor, em se tratando do Tommy você sempre vai ter um lugar especial.

  - Com certeza – digo olhando para o bebê que ri se segurando em uma única mão de Noah agora e anda em nossa direção.

  - Viu? Encontramos eles – diz o adolescente.

  - Papa! – Noah exclama animado e deixo Analu para ir até ele. O bebê se agarra em meu pescoço e fico de pé.

  - Vamos comer! – Cassandra grita perto da mesa e todos sorriram.

  Analu pegou Tommy e eles seguiram com Elisa, ela dizia que tinha sido abandonada, mas contra ela eu não tinha a menor chance, a vi com o bebê preso em um braço lutando por uma concha e sorri. Era bom me sentir parte dessa enorme família, mesmo que só um pouco.

  - Às vezes ainda acho que isso é um sonho – Anthony diz para minha surpresa.

  - Isso o quê?

  - Essa família enorme que conquistei. Foi meu Raio de Sol que me deu tudo isso.

  - Vendo vocês é difícil imaginar um momento em que não fossem assim – digo sinceramente vendo Drew e Analu brigarem enquanto Noah enche o prato com pedaços de carne.

  - Nós sempre fomos assim, mas eu já fui um cara sozinho e rabugento.

  - Rabugento talvez não, mas sozinho eu fui e sou um pouco. Então fico feliz de ter Analu por perto mesmo que isso talvez não o agrade.

  - Não agrada – ele diz, mas está sorrindo vendo a garota alvo da nossa conversa saindo vitoriosa da briga com Drew. – Mas vocês fazem bem a ela, então vou tentar não me importar com isso.

  - Obrigado.

  - Não me agradeça ainda. Quando vocês forem realmente namorados a gente vai voltar a conversar, não se preocupe.

  - Quando? – pergunto animado e Anthony me olha feio.

  - Se você está aqui hoje é por que aquelas duas gostam de você, então talvez você tenha alguma chance.

  - Sorte a minha – digo vendo a outra mulher que é alvo da nossa conversa se juntar aos filhos, Elisa vem gritando para pararem com a confusão que tem mais gente querendo comer.

  - É, sorte sua.

  - Acho que vou me juntar a eles.

  – Quero te oferecer um emprego – Anthony quando começo a me afastar e paro.

  - O quê!?

  - Soube que você está tendo problemas financeiros e eu posso ajudar. Vai ser um estagiário trabalhando de segunda à sexta-feira depois da faculdade com os melhores engenheiros do país.

  - Por quê? – é tudo que pergunto ainda sem acreditar no que ele diz.

  - Por que o avô de Analu é Henry Calvet e ele ainda é um dos maiores empresários do ramo da construção e nós temos uma sociedade antiga o que me dá certos privilégios.

  - Henry Calvet? – pergunto vendo o senhor rir enquanto tenta se servir, Analu está rindo com ele.

  - Ele mesmo.

  - Ótimo, o pai é um CEO de uma enorme empresa e o avô também – murmuro e vejo Anthony sorrir.

  - Ainda bem que sabe. E então o que me diz? Posso esperá-lo amanhã?

  - Foi Analu quem lhe pediu isso? – pergunto e ele nega com a cabeça.

  - Não, ela nem sabe que eu estou aqui te oferecendo um emprego. Ela só disse que queria poder ajudá-lo e não é difícil juntar um e um quando se é casado com Elisa Whitmore.

  - Eu ouvi meu lindo nome, o que os rapazes estão conversando? Você não está sendo inconveniente não, certo Bonitão? – Elisa pergunta olhando feio para o marido.

  - Óbvio que não, Raio de Sol.

  - Sei... Alex, o Tony se comportou? – ela me olha e sorrio.

  - Sim, senhora. Ele na verdade estava sendo bem legal.

  - Que bom – ela sorri.

  - O Sr. Whitmore me ofereceu um emprego – digo e vejo os olhos verdes tão parecidos com os de Analu me olharem surpresos. – E eu agradeço a oportunidade e vou dar o meu melhor. Só não tenho certeza se vou conseguir chegar no horário amanhã por que tenho que falar com o meu antigo chefe.

  - Tudo bem, mas se conseguir, por favor, vá falar comigo.

  - Vou sim, muito obrigado outra vez, mesmo que você faça isso pela Analu.

  - Não é por ela, é por aquele bebê fofo em seu colo e por que eu acho que você tem potencial. Não o contrataria se esse não fosse o caso, então me prove que eu estou certo.

  - Sim, senhor.

  - Alex, vem! Você vai acabar sem carne se depender dos meus irmãos! – Analu me chama e sorrio.

  - Vai lá – incentiva Elisa e assim o faço.

  Nosso almoço é regado à conversa, muita conversa, e riso. Para todos parece que eu sou o namorado de Analu, mas ela é a única que parece não pensar assim, não que pareça se importar, mas para todos ela me apresentou como Alex. Apenas isso, nem mesmo como amigo, só Alex. Eu não sabia bem o que eu queria, mas se eu estava em seu almoço de família, então esperava que ela me considerasse alguma coisa, ou não era esse o caso e eu estava só ficando ansioso sozinho?

  Depois de comermos as pessoas foram se espalhando pelo jardim, ainda nas cadeiras, nos bancos que havia ali ou mesmo na grama, Tommy adorou quando o soltei no chão e ele se viu livre para engatinhar pela grama e sujar sua roupa.

  - E então, hoje vai ter música? – Manu perguntou e eu fiquei sem entender. Música?

  - Ninguém falou nada sobre música – Noah responde.

  - Ah, mas sempre tem! – a ruiva reclama.

  - Vai Noah, por favor! – a irmã de Matt, Madison, pede e o garoto suspira.

  - Só se minha cantora me acompanhar e ela já fugiu – ele diz olhando em volta procurando alguém. – Vou buscar o violão, alguém vai ter que a encontrar.

  - Deixa comigo! – Manu se oferece e os dois somem para dentro de casa.

  - Música? – pergunto para ninguém em particular e Drew que está do meu lado sorri.

  - Você vai ver. É nosso entretenimento familiar.

  Fico curioso, mas os outros parecem animados, alguns minutos depois Noah volta com um violão nas mãos e Manuella vem arrastando Analu.

  - Aqui estão – a ruiva anuncia. – Vai ter pedido de música hoje?

  - Algumas, não dá pra atender todo mundo – Noah reclama se sentando em uma cadeira e ajeitando o violão, Analu olha pra mim e sorri.

  - Você canta? – pergunto e ela dá de ombros.

  - Eu tento.

  - Certo, eu tenho prioridade, quero pedir primeiro – Cassandra diz se aproximando dos netos, ela sussurra alguma coisa no ouvido deles que sorriem.

  - Ok, primeiro a dá vovó – Analu diz animada. – Ela dedicou para a mamãe e o papai.

  Quando os primeiros acordes soam eu tenho a impressão de já ter ouvido a música, Noah toca muito bem e quando Analu começa a cantar fico surpreso com o quão boa ela é.

 

“Eu encontrei um amor para mim
Amor, entre de cabeça e me siga
Bem, eu encontrei uma garota, linda e doce
Ah, eu nunca soube que era você quem estava esperando por mim

[...]

Bem, eu encontrei uma mulher
Mais forte que qualquer pessoa que conheço
Ela compartilha dos meus sonhos
Eu espero que um dia eu compartilhe seu lar
Eu encontrei um amor
Para carregar mais do que apenas meus segredos
Para carregar amor, para carregar nossos filhos”

Perfect — Ed Sheeran.

 

  Quando eles terminam, todos aplaudem inclusive eu. Estou realmente surpreso, mas gosto de descobrir coisas novas sobre Analu. Manu é a mais empolgada, ela assobia e contagia a todos.

  - Mamãe, papai a música de vocês – Analu sorri. – Mais algum pedido?

  Uma pequena confusão surge, mas Manu ganha e Analu canta uma música animada que não conheço. Estou de novo me perguntando se sou o único a estar ansioso com o meu relacionamento quando a ruiva que já tinha aparecido ao meu lado e está cantando junto para e me olha com curiosidade.

  - Não está se divertindo?

  - Estou e muito, só estava pensando em umas coisas.

  - Tipo?

  - Tipo o porquê da sua amiga não me apresentar como nada além de “O Alex”, não somos nem mesmo amigos? – pergunto e Manu sorri.

  - Vocês com certeza são mais do que amigos, mas a Analu não vai aceitar nada menos que um pedido de verdade. Se quer ser seu namorado e quer que ela o apresente assim é só fazer o pedido, a conhecendo como eu conheço, ela só está esperando por isso – ela diz para a minha surpresa. Então a música acaba e Manu corre até Analu e Noah. – Eu quero pedir outra!

  Estou sozinho pensando nas palavras da ruiva e então outra música começa e sorrio, se é um pedido que ela quer, eu só preciso fazê-lo e vendo Analu se divertindo tanto cantando com o irmão, eu já sei o que quero, só vou precisar de uma ajudinha do meu futuro cunhado, felizmente é do que gosta de mim.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo não foi dos meus favoritos, mas espero que tenham gostado, e, se tudo der certo o próximo terá várias emoções!
Quero aproveitar para desejar um Feliz Natal atrasado e um ótimo 2021 para todos!
Beijocas, Lelly ♥



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