Verdadeira Identidade escrita por Vitória M


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

BOA LEITURA



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POV Bella

Estava tão bom que chegava a ser obvio que eu estava sonhando. Um ótimo sonho. Estava deitada em cima de alguma coisa quente e macia, alisava por inteiro passando minha mão de cima para baixo. Desci um pouco mais com ela sempre apalpando por onde passava. Queria saber o que era.

Escutei um fraco gemido e sorri. Resolvi aproveitar um pouquinho. Se o que eu alisava não fosse quente, eu até pensaria que era Edward. O abdome tinha a mesma textura que o dele.

Com a intenção de beijar seja quem fosse em meu sonho, abri os olhos e dei o maior berro agudo que eu já tinha dado na minha vida, rolando rapidamente para o lado. A pessoa se assustou com meu grito e assim que eu sai de cima dela, rolou para o lado também. O problema era que ele não tinha para onde rolar e caiu da cama. Fala sério, agora eu tinha que acordar todo dia gritando, ou com alguém caindo da cama?

- Ai sua maluca! – gritou Draco Malfoy. Olhei para ele e não consegui evitar rir. Ele estava estatelado no chão, com uma expressão de dor. Tinha caído de costas – dá para parar de rir? – ri mais ainda, porém fui ajudá-lo a se levantar, e assim ele conseguiu sentar-se lentamente. Como eu ainda não havia conseguido parar de rir ele olhou-me com raiva, porém lentamente esse olhar passou a ser de malícia – belos peitos – ele disse. Olhando para baixo, constatei que estava apenas de sutiã e calcinha. Arregalei meus olhos, eu estava seminua! E na frente de um garoto!

- OMG! – dei um empurrão no Malfoy, e ele voltou a se deitar, gemendo de dor.

Olhei em volta afoita, e achei uma camisa larga na guarda da cadeira. Peguei-a sem ligar se era realmente minha. OMG ², como eu acordo na cama de um garoto, seminua!? O pior nem era como, mas sim com quem!

- Seu tarado! – dei um tapa na cara dele, que já estava sentado novamente, e voltou a deitar-se, agora esfregando o rosto no local onde havia ficado a marca de meus dedos.

Senti uma forte ardência na minha mão, mas não demonstrei a minha dor, na verdade, ela fez com que eu pensasse com mais clareza. Eu não lembrava de ter transado com o Malfoy, e não estava sentindo dor. Na verdade, a única dor era na minha mão, apesar de eu ter alguns arranhões e machucados espalhados pelo corpo.

- O que você fez comigo? – exigi saber.

- Nada – respondeu seco. Seus olhos faiscavam de raiva.

Vi minha varinha em cima da cômoda e peguei-a rapidamente. Malfoy não viu meu ato, estava preocupado em se apoiar em algo para somente assim poder levantar. Apesar de tudo, senti um pouco de culpa, que esvaiu-se rapidamente quando vi minha roupa em cima de uma poltrona, do outro lado do quarto. 

- Sangue – disse com os olhos arregalados – o que aconteceu comigo?

- Achei você caída na escada – disse Malfoy lentamente, talvez tentando controlar a raiva – trouxe-a para cá – observando melhor o local, percebi que tinha muita coisa verde.

- Você me trouxe para o dormitório da sonserina? – perguntei incrédula e horrorizada. Ele abriu um sorriso maroto.

- Com medo? – revirei os olhos.

- Com nojo – ele riu.

- Sei, sei. – disse irônico

- Sou uma grifinória idiota – ele gargalhou. Olhei-o com raiva.

- E...? – ele disse sarcástico.

- E grifinórios são fortes e corajosos – afirmei. Ele abriu um sorriso cínico.

- Não foi isso que vi há dois dias – fechei a cara. Ele, obviamente, estava se referindo a quando me viu chorando, depois de ter reencontrado Edward – porque você estava chorando, afinal?

- Não te interessa – respondi, ríspida.

- Mas porque é que você me trouxe justamente pra cá? – mudei de assunto rapidamente, e ele sorriu novamente. Se aproximou de mim, e instintivamente dei um passo para trás.

-Teríamos que dar explicações embaraçosas por nós dois estarmos juntos fora do salão comunal depois do horário permitido, caso eu te levasse para a enfermaria – corei.

- E porque você estava fora? – retruquei-o levantando uma sobrancelha.

- Não te interessa – ele sorriu cinicamente, e ficamos alguns instantes em um silêncio constrangedor. Olhando para tudo, menos para ele, vi que estava com uma blusa dele, e ela, graças a Merlim, ia até os joelhos. Se fosse possível teria corado mais ainda.

- Você podia... hã... se virar?  - ele olhou-me curioso.

- Para quê?

- Para eu por minha roupa – respondi olhando para baixo, envergonhada.

- Nada do que eu já não tenha visto – respondeu malicioso, e olhei instantaneamente para ele, os olhos brilhando de fúria.

- Você se aproveitou de mim! – acusei, irritada. Ele arqueou uma sobrancelha.

- Não era eu que estava te alisando – acho que meu rosto nunca esteve tão vermelho como estava no momento.

- Você quer ter o outro lado do rosto marcado também? – ameacei-o e ele riu, apesar de eu ver um certo desconforto em seus olhos.

- Você é fraquinha – bufei, e peguei brutalmente minhas roupas. Com um aceno de varinha, elas voltaram a ficar limpinhas.

- Era só ter feito isso. Não é difícil – disse ironicamente, apontando para as roupas limpas. Ele sorriu malicioso.

- A ideia de ver seu corpo era mais tentadora – ah, ele havia passado dos limites.

Segurei com força minha varinha, e estuporei ele. Malfoy arregalou os olhos, e voou para trás, batendo com força na parede. Fiquei boquiaberta comigo mesma. Corri até ele, e constatei que saia sangue de um corte na cabeça. Oh meu Merlim, e agora?

- Levicorpus – sussurrei, e o corpo de Malfoy levantou-se. Eu que não ia ficar carregando ele. Levei-o até a cama, e fiquei pensando em algum feitiço. Eu sempre quisera ser medi-bruxa, e as vezes estudava algumas magias de cura. Mas fazia tempo, não lembrava muito bem. O jeito era, infelizmente, levá-lo a enfermaria. Bufei de raiva, até desacordado ele me enchia o saco!

Coloquei minha roupa rapidamente, e abri a porta lentamente. Ainda era muito cedo e a maioria devia estar dormindo. Mas, mesmo assim, eu tinha que ter cuidado. Estava no covil inimigo de um jeito ou de outro, pelo menos tinha a sorte pelos sonserinos acordarem sempre em cima da hora. Ou era isso que eu esperava.

Olhei para os lados. Vazio. Ainda levitando o corpo de Malfoy e fui com ele até o fim do corredor. Eu tinha um problemão: não sabia o caminho. Respirei fundo, tentando me acalmar. Ninguém poderia me pegar aqui, se não quisesse entrar num grande problema. Fui tentando achar o caminho, mas aquilo parecia um labirinto. Evitei abrir portas. Estava suando frio quando passei por um arco e sai no salão comunal, suspirei em alivio ao perceber que estava mais perto da saída.

Praticamente sai correndo em direção a passagem fazendo de tudo para não fazer barulho. Porém, sou uma desastrada e nunca tive boa coordenação. Acabei batendo na perna de uma mesa, fazendo com que um objeto caisse no chão. Não me dei o luxo de ver o que era e arrumar o estrago, olhei quase que desesperada para os lados e então, quando me certifiquei que ninguém ouvira o barulho, corri para fora. Com o corpo do Malfoy, claro. Quando eu já estava na enfermaria, me arrependi de tê-lo trazido. Eu poderia simplesmente ter deixado ele lá. Mas, infelizmente, sabia da culpa que me assolaria mais tarde.

- Madame Pomfrey! – ela não demorou a aparecer com meus gritos. Vestia um roupão por cima do pijama.

- Senhorita Potter? – disse de olhos arregalados para mim – você está machucada?

- Não, não. – garanti - É o senhor Malfoy – sai da frente, mostrando para ela o corpo do Malfoy que levitava.

- O que aconteceu com ele? – perguntou imediatamente, indicando-me para deixá-lo numa maca.

- Essa é uma ótima pergunta - afirmei sem graça. Ela percebeu minha falta de jeito e olhou-me, analisando-me.

- Senhorita Potter, onde esteve ontem? Estavam todos a sua procura – fingi olhar preocupada para o Malfoy, como se estivesse realmente me importando se ele estava bem, enquanto pensava no que responder – srta. Potter? Onde esteve ontem?

- Hm... eu... bem, sabe... – tentei enrolar – na verdade, eu estava indo falar com Dumbledore sobre isso. Fui – e praticamente sai correndo, deixando-a confusa. Fui caminhando sem rumo, arrependendo-se logo em seguida por não ter ficado na ala hospitalar. Assim que eu dobrei o corredor, Harry apareceu, lívido de fúria.

- Posso saber por que você estava no salão comunal da sonserina com Draco Malfoy?

POV Edward

Minha visão estava embaçada e aos poucos fui perdendo-a. Estava a ponto de desmaiar a qualquer momento, algo chocante para um vampiro. Algo já esquecido por mim há muito tempo. Sentir-se fraco, sem saber onde está ou como foi ficar do jeito que está. Era assim que eu estava. Nem me lembrava como era desmaiar, e até que não era tão ruim. Quase fazia-me parecer humano. Não sentia nada. Parecia que estava dormindo, numa imensidão escura. Imagens em preto e branco passavam por minha mente, e quando tentava concentrar-me nelas, me sentia fraco. Era assim desmaiar? Ou é ainda mais doloroso quando se é vampiro? Eu não sei, só sabia que o motivo de eu estar aqui tinha nome, o nome da mulher de minha existência: Bella Swan. Eu tinha certeza que estava daquele jeito por causa dela, por causa da dor que me causou. Mas o que ela fez? Eu não lembrava; doía pensar. E então, entregando-me completamente à escuridão, não pensei em mais nada.

POV Carlisle

- Edward, Edward. O que aconteceu com ele? – perguntava Esme aflita, e doía-me vê-la daquele jeito. Mas não era para menos, Edward estava desacordado. O que era impossível. Apesar de ser fascinante existir essa possiblidade, eu estava preocupado. Não sabia o que fazer. Não adiantaria nada examinar Edward, ele não tem batimentos cardíacos nem pulsação. E, de qualquer forma, não tinha nada para que eu pudesse examiná-lo. Estávamos no cemitério, a família toda em volta de Edward, o pessoal da reserva observando de longe.

- Alice, não consegue ver quando ele vai acordar? – Jasper perguntou nervoso, devia estar sobrecarregado com nossas emoções nada boas.  Alice tinha o rosto contorcido de frustração.

- Não consigo ver nada. – grunhiu de frustração – o que faremos Carlisle? – mesmo não precisando, respirei fundo, tentando controlar minha preocupação.

- Teremos que esperar.

- É realmente incrível, não? – ouvi a voz de um rapaz da reserva – que que aquela garota é?

- Não é normal – disse outro homem – alguém viu ela chegar com aquele ruivo? – todos balançaram a cabeça, até mesmo minha família que ouvia a conversa.

- Que eu saiba, ela tinha deixado Forks. A morte de Charlie é culpa dela – tentei, novamente, manter o controle. 

- É claro que não é culpa de Bella – rosnou Alice, que apesar de seu tamanho dava para perceber sua raiva.

- Calma, Alice – disse, tentando aparentar tranquilidade.

- Mas talvez – continuou o homem, provocando – ela tenha vindo até aqui e matado o pai. Quem sabe o que ela é. Uma feiticeira maligna? Uma fada do mal? Uma bruxa sem verruga?

- Não sei o que ela é, mas coisa boa não é. Teremos que procurá-la. Se preciso for, matá-la. Ela pode ser boa contra um, mas nós todos ela não consegue enfrentar – falou Sam, sério. Segurei Alice, que preparava-se para atacar.

- VOCÊ SE ARREPENDERÁ SE TOCAR UM DEDO NA BELLA SEU CÃO IMUNDO! – Alice estava totalmente descontrolada.

- Ei, calma Sam. Olha, Bella não fez nada de mal aqui. E não temos provas que ela matou Charlie, não podemos acusá-la. – disse Jacob nervoso.

- Claro, você não iria querer que a sua Bells fosse morta não é? – ironizou outro rapaz – ela nem se lembra de você, seu idiota. Não viu ela com o ruivo? Cheia de intimidade – Jasper veio me ajudar a conter Alice, mas parece que esqueceram-se do rapaz chamado Jacob. Ele se descontrolou completamente, e transformou-se ali mesmo. Para nossa sorte, não tinha ninguém no cemitério. O lobo amarronzado atacou o outro, que também se transformara para se defender.

- Parem agora – e os dois pararam. Não pude evitar olhar impressionado; a maneira com que eles obedeciam o alfa... – vamos sair logo daqui. Precisamos ver que situação tomar.

- Mas Bella não fez nada! – exclamou Emmet.

- Não sabemos. Além do que, ela sabe o que somos. Ela pode falar para os humanos e estaremos todos ferrados.

- Dou minha palavra que Bella não falará nada – disse, tentando acalmar os ânimos. Jasper também estava ajudando.

- Vocês não a conhecem direito. Vocês nem se importam com ela – cuspiu Jacob, que depois de ir atrás de uma árvore para se transformar voltou a forma humana.

- Mas é claro que nos importamos com ela! – exclamou Alice, ofendida, assim como todos da família.

- Bella é como uma filha para mim – afirmou Esme.

- Então por que a deixaram? Vocês não viram como ela ficou quando vocês a deixaram. Era difícil até fazê-la comer – oh meu Deus, o que fizemos a Bella?

- Nosso mundo era perigoso para ela – disse Alice, um tanto insegura. Jacob riu amargamente.

- Então...

- Jacob, deixa. Bella tinha escolhido ficar com esses sanguessugas. Agora vamos embora. Precisamos conversar – Jacob assentiu a contragosto, mas deu um sorriso de escárnio na direção de Edward.

- Digam-lhe que a maquiagem ficou linda. Combinou com ele – e saíram, transformando-se em lobos.

- Realmente, a maquiagem ficou bonita – falou Emmet rindo. Rosalie tentava apagá-la, mas pelo jeito estava difícil tirar.

- Isso... não... sai – e bufou, raivosa, desistindo. 

- Pode me soltar, Carlisle – pediu Alice, mais calma. Soltei-a.

- Tem certeza que está bem querida? – perguntou amavelmente Esme, olhando Alice tão preocupada quanto eu.

- Estou. Agora que consigo ver novamente, estou.

- E Edward?

- Esperem – seus olhos saíram de foco por um momento, e então ela olhou preocupada para onde Edward estava deitado, com uma careta de dor. 


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Notas finais do capítulo

Gente, eu queria saber uma coisa: vocês preferem os capítulos assim, ou vocês querem eles menores? Se vocês quiserem, posso dividir os capítulos em duas partes, depende do que vocês escolherem. Sei que as vezes é cansativo ler um capítulo grande.

E aí, alguem quer que o Edward acorde? kk
Beijos, e comentem bastante.