Verdadeira Identidade escrita por Vitória M


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Demorou mas saiu : )

Boa Leitura



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- Bella! – fui acordada por um delicado grito de Hermione. Essa, assim que viu que eu abri os olhos, sonolenta, pulou em cima de mim, me abraçando. – graças a Merlim você está bem!

- Ficarei melhor se você sair de cima de mim. Você esta me sufocando – falei com um fiapo de voz, praticamente sem ar. Hermione, assim que viu meu rosto roxo, levantou-se rapidamente, com uma expressão preocupada. Dei uma olhada de esguelha para as outras camas; Lilá e Parvati ainda dormiam tranquilamente.

- Você está bem? – perguntou-me, depois de ter me avaliado atentamente. Entendi imediatamente do que ela estava falando.

- Não – falei num suspiro, e algumas lágrimas vieram-me aos olhos. Mione prontamente me abraçou.

- Ah, Bella. Nós ficamos tão preocupados com você. Harry parecia um louco querendo te procurar em tudo que é lugar. – desvencilhei-me delicadamente de seu abraço, olhando para seu rosto em que algumas lágrimas já caiam.

- Desculpe, desculpe. Eu prometi que não causaria mais sofrimento para vocês, e olha só o que fiz! Eu sou um monstro mesmo – falei amargurada.

- Não, não Bella. Não se culpe. Vem, vamos lá chamar o Rony e o Harry. Eles provavelmente ainda não acordaram, está muito cedo ainda. – concordei me levantando da cama. Vestimos-nos rapidamente, e fomos até o dormitório masculino. Assim que passamos pela porta do dormitório deles, fiquei observando Harry dormir. Ele era o único que não tinha fechado a cortina em volta da cama, e ainda estava de roupa. Sua testa estava franzida, mesmo enquanto dormia parecia preocupado.

- Acorda o Rony. Ele vai adorar ser acordado por você – falei inocentemente para Hermione que foi prontamente acordar seu príncipe encantado, enquanto eu acordava meu irmão. Sentei em sua cama e passei as mãos pelo seu rosto. Ele abriu os olhos assustado, levantou-se rápido demais. Seu movimento repentino me fez cair da cama.

- Ai – reclamei, quando senti meu bumbum dolorido.

- Bella? – perguntou Harry, totalmente incrédulo. Olhei para ele e fechei a cara.

- Não venho te acordar nunca mais – reclamei, levantando-me. Harry prontamente correu para me abraçar.

- Desculpe. – falou rapidamente – é que fiquei assus... – ele foi bruscamente interrompido pelos gritos de Rony.

- ERA SÓ VOCÊ NÃO TER ME ACORDADO ASSIM! – gritou Rony com Hermione, que parecia a beira de lágrimas novamente.

- VOCÊ NÃO ACORDAVA! QUERIA QUE EU FIZESSE O QUÊ?! – berrou Hermione. Dino, Simas e Neville acordaram assustados.  

- ERA SÓ TER ME CHAMADO! E POR QUE É QUE VOCÊ ME ACORDOU? – oh Merlim, ele não falou isso. Olhei com receio para Hermione, esta estava descontrolada, assim como Rony.

- PORQUE EU PENSEI QUE VOCÊ QUISESSE VER A BELLA E SABER QUE ELA ESTA BEM! – e chorou. Olhei para ela incrédula. Meu Merlim! Ela também esta de TPM!

- Parem de gritar! Rony, eu que pedi pra Mione te acordar. Desculpa. Da próxima vez, não viemos mais acordar vocês – falei com frieza, olhando também para Harry.

- O que? Agora a culpa é minha? – perguntou indignado.

- Ah, não. Foi o Rony que me fez cair no chão – falei irônica, no que Harry arregalou os olhos.

- Desde quando você é irônica? – Rony perguntou surpreso.

- Ora essa, todo mundo é irônico pelo menos uma vez na vida – defendeu-me Hermione, que parecia tão ultrajada quanto eu. As lágrimas ainda escorriam por seu rosto e ela olhava magoada para Rony.

- Não é não. Eu nunca fui irônico – rebateu Harry. Eu e Mione o fuzilamos com os olhos.

- Está sendo agora – falei, fria.

- Não estou não. Só estou tentando dizer que... – e parou, quando me viu chorando – o que... Não... – falou desconcertado.

- Tudo bem Harry – funguei – se você quer dizer que estou diferente, chata, feia e irônica, não precisa – funguei de novo – eu sei que estou assim! - pelo canto do olho, pude ver Neville, Simas e Dino nos olhando com a boca aberta, não sabiam se interferiam ou fingiam que nem estavam ali. Pareciam atordoados com as lágrimas. Olhei para Hermione, que assentiu, sorrindo marota.

- QUE É QUE ESTÃO OLHANDO? – gritamos juntas para os três, e eu juro que os vi se encolher.  Eles prontamente foram para suas camas, e deitaram, fingindo dormir.

- Calma, não precisam chorar – falou Rony, parecendo apavorado sem saber o que fazer.

- COMO NÃO? VOCÊ SÓ SABE GRITAR COMIGO! VIVE BRIGANDO COMIGO POR MOTIVOS BOBOS. CANSEI DISSO! Vamos Bella. – ela falou calmamente para mim, pegou minha mão e ambas saímos rapidamente do quarto, deixando os dois em choque

- Que é que deu nelas? – ouvi Harry dizer para Ron

Já no salão comunal, nos entreolhamos e começamos a rir juntas.

- Então, quando foi que você percebeu que eu estava fingindo? – perguntei divertida para ela, limpando as falsas lágrimas.

- Quando você foi irônica – respondeu rindo. – e você?

- Quando você começou a chorar – rimos novamente – mas então, porque você e o Rony estavam brigando? – ela corou instantaneamente.

- Hm... é que... tipo, eu não resisti e comecei a acariciar o rosto dele e tal... só que ele acordou e ficou assustado, ele parecia em...  dúvida.  É! Isso, em dúvida. Ele perguntou o que eu estava fazendo e começamos a discutir – eu teria rido se Hermione não parecesse tão chateada.

– Você realmente gosta dele não é?

- Muito. Mas é como eu falei, vivemos brigando por motivos bobos. Não daria certo – falou tristonha.

- Não seja idiota, Hermione. Ele também gosta de você. Só é muito imaturo para entender seus sentimentos – ela sorriu.

- Falou a adulta – brincou, e fiz uma careta. Idade nunca foi algo muito agradável para mim, e já era ruim o suficiente eu ter dois anos a mais que todos meus colegas do 6º ano - mas esqueça meus problemas – falou rapidamente, ao ver que não achei engraçado o que ela disse - Você ainda não me contou o que aconteceu ontem – ao ver minha expressão relutante, acrescentou depressa – não precisa contar, se não quiser.

- Não, tudo bem. Aconteceu o seguinte – contei tudo a ela. Nos mínimos detalhes. Como me senti ao ver meu pai morto, ao rever Edward e Alice, ao ver Voldemort em pessoa... Só não contei para ela sobre o Malfoy. Eu ainda nem sabia o que tinha acontecido direito, muito menos conseguiria contar. No fim, eu estava chorando, e Hermione deu-me um forte abraço. Separamo-nos e Mione me lançava um olhar de dó e pavor. Antes que pudesse dizer algo, Harry e Rony apareceram. Lançaram-nos um olhar estranho, e fingi estar braba. 

- Desculpem – pediram os dois timidamente, de cabeça baixa. Não aguentei e gargalhei, chamando a atenção de alguns alunos que já estavam no salão comunal. Os dois olharam pra mim sem entender.

- Quando é que vocês vão entender as mulheres? – perguntei divertida. Os dois se entreolharam e falaram ao mesmo tempo:

- Nunca – e nós quatro desatamos a rir novamente.

*-*

Meu dia foi conturbado. Todos me olhavam, a história de que encontrei Voldemort vazou, acho que alguém ouviu quando contei para o Harry e Rony. Por todo lugar que passava, os cochichos me seguiam: “será que é verdade?”, “aposto que não, deve estar falando só para chamar atenção”, “ o que será que aconteceu de verdade?”, “como ela se safou!?”.

Quando conseguia entreouvir o que diziam, sentia meu rosto quente. Odiava minha mania de corar por tudo. As aulas passaram rapidamente, não conseguia prestar atenção. Minha mente vagava até os Cullen, Charlie e Voldemort.

Será que os Cullen desconfiaram? E se desconfiaram? O que iriam pensar de mim? Será que me aceitariam de volta? Recriminei-me por esse pensamento. Eu nunca voltaria. Os Cullen me magoaram mais do que pensei que fosse possível. E Charlie? Eu precisava voltar para Forks. Talvez alguém tenha visto alguma coisa. Visto o comensal entrar ou...

- Sra. Potter, pode fazer o que pedi, por favor? – olhei assustada para os lados, a turma toda me olhava. Harry me cutucava, tentando chamar minha atenção. Professora McGonagall lançava-me um olhar estranho.

- Desculpa professora, o que a senhora pediu?       

- Pedi para a Srta. fazer uma demonstração, transfigurando o rato em xícara por feitiço não-verbal – disse pacientemente, apesar de ainda olhar-me de um jeito estranho.

- Claro – olhei atentamente para o rato na minha frente, concentrei-me e fiz o feitiço não-verbal. O rato transformou-se rapidamente em xícara.

- Muito bem. Como viram a senhorita Potter... – e continuou sua aula, explicando para aqueles que não conseguiram.

Olhei distraída para os lados; Hermione me lançava um olhar de inveja. Droga. Quando viu que eu a olhava, virou-se para Harry e rapidamente ajudou-o com a lição, fingindo não ter acontecido nada. Suspirei pesadamente, tentando prestar atenção na aula.

*-*

- Sra. Potter, fique um instante, por favor. – disse a professora McGonagall, assim que o sinal bateu. Assenti, perguntando-me o que a professora iria querer comigo.

- Sim, professora? – perguntei, quando todos já tinham saído.

- Queria saber o que aconteceu, Potter, para você não prestar atenção na aula – disse severamente, mas com aquele olhar estranho.

- Desculpe professora, mas tem muita coisa acontecendo... – falei com um fiapo de voz, sem olhá-la nos olhos. Sua expressão suavizou-se.

- Entendo. Saiba que sempre que precisar estarei aqui Bella – falou com um sorriso. Olhei para ela sorrindo também, não era a toa que a professora McGonagall sempre fora minha professora preferida.

- Obrigada. Posso ir agora professora?

- Tem mais uma coisa. Amanhã de tarde será o enterro de seu pai – falou suavemente, olhando atentamente minha expressão – a senhora quererá ir?

- Sim – respondi rapidamente, meu rosto sem nenhuma expressão.

- Presumi que diria isso - falou num suspiro – veremos alguém da ordem para ir com você...

- Professora, não posso ir sozinha? – ela me olhou incrédula.

- Receio que não, principalmente agora que você-sabe-quem sabe que você voltou.

- Harry pode ir comigo. Ou Rony – acrescentei rapidamente, com certeza não deixariam eu Harry sairmos sozinhos – prometo que cuido dele. Quer dizer, ele cuida de mim. – falei, quando ela arqueou uma sobrancelha.

- Conversarei com Dumbledore sobre isso. Amanhã falarei com a senhorita.

- Obrigada. Posso ir?

- Não, só mais uma coisa. Essa semana você terá as aulas particulares. Aqui estão os horários - entregou-me um pergaminho. Peguei-o rapidamente. Eu queria ficar sozinha, desde que cheguei não pude fazer isso. - Está dispensada.

- Obrigada professora – fui direto para sala comunal, enquanto os outros alunos deviam estar jantando. Fui rapidamente para meu dormitório, onde novamente deixei as lágrimas escorrerem, não tinha como contê-las. Era muita coisa acontecendo. Amanhã reveria muitas pessoas de Forks, e as lembranças de lá não eram muito boas.

Eu estava tão cansada... Eu já estava na cama... Era só deitar... Mas eu devia ir comer alguma coisa... Sem perceber, minhas pálpebras fecharam, e dormi.

Tive um sonho ruim. Hermione esfregava na minha cara um dever de transfiguração em que ela tirou O, mas então, o pergaminho transformava-se num livro, pequeno, violeta com brilhos, e então, eu estava numa sala branca, o corpo de Edward estava ali, sua cabeça no outro canto da sala, Harry estava com um olhar maligno, olhando para o corpo de Edward, então eu via os Cullen, Hermione, Rony, Harry e Charlie – que parecia um fantasma - olhando acusadoramente para mim e então, acordei.

 Eu ofegava, olhando assustada em volta, esperando ver as pessoas mais importantes na minha vida me acusando, mas eu estava no meu dormitório, ouvindo a respiração das garotas. Aos poucos, fui acalmando-me, tentando pensar em coisas boas, menos no sonho. Depois de um tempo, voltei a dormir.

*-*

- Harry, eu já disse. Não deixariam você ir. É por isso que o Rony irá – tentava acalmar Harry, que ficara profundamente irritado e magoado quando soubera que Rony iria comigo, e não ele.

Hermione não falara comigo desde que acordamos. Lançava-me olhares raivosos, que pioraram quando soube que Rony iria comigo. O mesmo ficara confuso quando Mione passou a ignorá-lo também. Precisaria ter uma conversa séria com ela.

- Mas então, Bella, o que faremos lá? – balbuciou Rony, engolindo rapidamente a comida.

- Iremos ao en... enterro do meu pai – minha voz tremeu ligeiramente com a palavra enterro, e Hermione esqueceu um pouco sua frieza e olhou-me penalizada.

- Vai dar tudo certo.

- Tomara - sussurrei

- Pera aí. Os Cullen não vão estar lá, vão? – perguntou bruscamente Harry, tocando em mais uma de minhas feridas.

- Acho que não – respondi triste e sinceramente; o que os Cullen fariam no enterro de meu pai? Deviam estar acostumados de ver os humanos morrerem.

- E então, o que teremos hoje de aula? - Tentei mudar de assunto rapidamente, antes que insistissem muito.

POV Edward

Havíamos acabado de chagar a Forks. Em pouco minutos, a casa já estava arrumada e totalmente limpa. O clima estava tenso. Brigáramos com os Denali. Na verdade, Tânia brigou comigo por não ter dado chances a ela e no momento estar fugindo.

Minha família me defendeu, e todos acabaram envolvidos. Eu obviamente sentia-me culpado; não gosto quando minha família briga por mim. Apesar de que Alice e Rosalie terem afirmado que brigariam com Tânia a qualquer momento “Ela estava insuportável”.

À noite seria o enterro. Isso só fazia que minha culpa aumentasse. Se eu não tivesse deixado minha Bella, nada disso teria acontecido. Eu poderia ter evitado que Charlie morresse. Mas não, eu sempre fazia as coisas erradas.

No fundo, eu tinha esperanças. E se Bella fosse? Eu precisava vê-la novamente, precisava fazer perguntas a ela, precisava desculpar-me. Ajoelharia-me sob seus pés se precisasse, mas Bella precisava me perdoar por tudo que fiz.

*-*

Chegamos tarde ao enterro, Alice nos atrasou com a sua indecisão sobre roupas, porém estava com a impressão que ela fizera isso propositalmente, sua mente estava lotada com coisas aleatórias, era praticamente certo que ela estava aprontando uma.

O enterro já havia acabado, não havia mais nenhum humano ali, os únicos que haviam restado eram os lobos. Sam se posicionou na frente com os outros rosnando atrás, eles só haviam ficado porque tinham sentido nosso cheiro. 

- O que estão fazendo aqui? – perguntou Sam, o alfa.

 - Viemos para o enterro, mas acho que chegamos atrasados – disse Carlisle calmamente. Paul rosnou excitado, já pensando em uma possível briga.

 - Enterro? – riu sem humor Jacob, seus pensamentos, além do ódio por nós, estavam relacionados à Bella. Rosnei baixo para ele. – desde quando se importam com alguém? – mentalmente, Emmett pensou em varias respostas, nenhuma delas educadas o suficiente.

- Nós apenas viemos aqui para prestar nossas condolências e deixar algumas flores – Carlisle indicou para Esme que carregava um buque.

- Fariam melhor se fossem embora – disse uma voz conhecida, amargurada. Olhamos além dos lobos, para a origem da voz. Bella estava olhando para o túmulo, abraçada a um garoto ruivo um pouco mais alto que ela cheio de sardas no rosto. Rosnei baixinho, enciumado. Seria um namorado?

Todos estavam amedrontados, de onde eles saíram? Não os vi chegando, era mais ou menos o pensamento de todos; menos o de Jacob, seu rosto iluminara-se com a chegada de Bella, apesar de haver preocupação em seus pensamentos, a mesma preocupação que eu tinha. Apesar de Bella continuar linda, tinha profundas olheiras, seu rosto estava muito abatido. Parecia mais frágil que nunca.

Ela soltou delicadamente a mão do garoto, que lhe lançou um olhar preocupado, se virou para olhar-nos, parecia que ela queria dizer algo, porém se controlou e virou novamente para sepultura do pai, com aquele mesmo pausinho que colocou medo nos Volturi. Apontou para o mármore, fez alguns movimentos e uma guirlanda de flores apareceu.

 - Bella? Hm... Tem trouxas aqui – falou o garoto ruivo nervoso, e olhei atentamente para ele. Não conseguia ler seus pensamentos também. O que ele quis dizer com trouxas? Acho que estava insultando-nos. Os outros olhavam boquiabertos para Bella e para as flores, com perguntas incoerentes nos pensamentos.

- São trouxas, mas não são humanos – falou delicadamente Bella, sem se virar.

- Como assim? – perguntou Jacob, arregalando os olhos. Como ela sabe?

- O que? – perguntou Bella, distraída, secando uma lágrima que escorria. Corri até ela, sem me preocupar na velocidade, não aguentava vê-la chorando, queria poder consolá-la, protegê-la em meus braços. Mas, antes que pudesse chegar, o garoto falou algo como “protego” e eu bati numa parede invisível, sendo lançado bruscamente para trás, batendo numa árvore.

 - Edward? Edward? Você está bem? – minha família me chamava, aflita.

 Os garotos da reserva riam, apesar de olharem assombrados para o garoto. Juntando ele ter me atacado, e eu estar morrendo de ciúmes dele por estar com Bella, não pensei antes de correr e atacar aquele ser desprezível.

Peguei-o de surpresa, consegui desferir um soco em seu rosto, mais forte do que eu queria. Antes de conseguir dar o segundo, cordas se enrolaram em volta de minhas mãos e pernas, fazendo-me cair. Tentei de tudo, mas não consegui me soltar. As cordas machucavam-me. E uma coisa era óbvia, fora Bella quem havia feito isso.

POV Bella

- Rony? Ron? Você está bem? Ah, desculpe Rony. Eu não devia ter vindo mesmo... – eu estava histérica. Edward se debatia a poucos centímetros de mim.

Rony estava com o nariz sangrando muito. Com o crac que deu, pareceu ter quebrado. Os outros olhavam para Edward e eu, em choque, sem saber o que fazer. Mas eu não ligava. Estava apavorada. O que Hermione diria se Rony voltasse assim? Disse para McGonagall que cuidaria dele...

- Já estive pior – falou Rony com dor na voz. – agora, fique calma. – respirei fundo, tentando esvaziar a mente do pânico. Peguei minha varinha, e com alguns feitiços, seu nariz voltou ao normal, e parou de sangrar. O roxo de seu olho também sumiu,

- Como é que não pensei nisso antes? – murmurei assombrada, olhando para minha varinha. Como me esqueci que eu era bruxa? Sou uma retardada mesmo. Ri comigo mesma, mas então ouvi gemidos de dor vindo de Edward. Virei-me furiosa para ele,

- Como você é baixo. Como teve coragem de atacar Rony, sabendo que ele está comigo? Já não causou dor o suficiente em mim? Ter me deixado, ter me feito ir até Volterra para salvá-lo e ter arriscado minha vida já não bastaram? Tem que machucar meu amigo e ainda no dia do enterro de meu pai? – joguei as palavras na sua cara, com a voz ressentida. Edward não falou nada, continuou se debatendo, agora seu rosto com mais dor ainda.

- Bella, onde você esteve? – perguntou-me Jacob. Virei-me para ele, e dei um sorriso triste. Eu sentira falta dele.

- Hogwarts – falei simplesmente, mas a verdade. Não adiantaria mentir, Jacob me conhecia bem.

- Onde? – exclamaram todos, perplexos. Olhei para os Cullen, e minha expressão tornou-se fria. Foi o máximo que consegui fazer para esconder minhas emoções. Saudade, dúvida, mágoa... Minha mente era uma confusão.

- Não interessa – falei fria para os Cullen, e Rony sorriu.

- Por que você disse que não somos humanos? – perguntou-me um dos garotos que estavam com Jacob, um dos metamórficos. Fora fácil identificá-los, Hagrid havia nos ensinado sobre eles quando eu estava no 5º ano. Fiquei realmente surpresa quando vi que Jacob também era um.

Bem, estava tudo perfeito, não? Tenho problemas com uma família de vampiros, um dos meus melhores amigos é um metamórfico, a maioria das pessoas que conheço são bruxas... O que falta?

- Vocês são humanos? – ergui uma sobrancelha, indagadora. Antes que eles respondessem, Rony apontou sua varinha para Edward, parecendo irritado.

- Ah, cala a boca. Silencio – e Edward calou mesmo a boca, o que achei bom. Bem ou mal, não estava gostando de ouvi-lo sentir dor, por isso tentei nem olhá-lo, depois sentiria remorso pelas cordas.

- E o que vocês são afinal? – Rosalie perguntou, enquanto os outros Cullen ouviam tudo atentamente, e Jasper e Emmet tentavam tirar as cordas, sem sucesso.

- Não te interessa. – respondi mais uma vez rude

- Como você conseguiu curar seu amigo tão rápido, Bella? – perguntou um Carlisle impressionado.

- Isabella – corrigi-o rispidamente. Ele pareceu ofendido – bem, agora, nós temos que ir. Preciso estudar.

- Ah é. Coitada de você Bella. Você viu quantos deveres já temos? Peça ajuda para a Hermione, ou não vai conseguir acompanhar a turma – falou Rony

- Terei aulas particulares com os professores.

- Ah, é... – todos olhavam para nós, os rostos confusos. Dava até para ver a pergunta silenciosa deles Do que eles estão falando? Ri baixinho, e olhei mais uma vez para a sepultura do meu pai. Eu vingaria sua morte, com certeza. O comensal que fizera isso se arrependeria de ter nascido. – eu mato o retardado que fez isso – disse baixinho. Rony ouviu e pegou minha mão novamente.

- Calma, provavelmente foi você-sabe-quem, ou alguém muito chegado. – ele falou só para mim, mas eu sabia que todos haviam ouvido.

- Mato do mesmo jeito – falei mais raivosa ainda, Voldemort já não tinha feito o suficiente tirando meus pais biológicos? – assim me vingo pelos meus pais também. – ele suspirou, Rony sabia que nada que ele dissesse tiraria isso da minha mente. - Vamos Rony? – falei em um tom mais feliz um pouco mais alto

- Espere só um pouco – apontou sua varinha para Edward; o cabelo ficou rosa-choque, na testa, ficou escrito Gay, parecia ter sido escrito com batom vermelho. Os olhos foram pintados com uma cor forte de azul, e ele usava um batom roxo. Sem conseguir me conter, gargalhei – sempre quis fazer isso – comentou Rony feliz – isso é por ter feito Bella sofrer. Agora podemos ir – tirei as cordas de Edward, peguei a mão de Rony, e aparatamos.

Aparecemos, como sempre, na Casa dos Gritos.

- Odeio esse lugar. Vamos sair logo daqui – resmungou Rony, mas rapidamente o segurei.

- Espere Rony. Escute! Você sabia que Hermione está cheia de pretendentes em Hogwarts? – perguntei desesperada, sem saber o que falar para ele se tocar que gosta de Hermione, minha melhor amiga que no momento estava com raiva de mim.

- O que? – falou desconcertado

- Rony, se liga. Acha que a Mione vai te esperar para sempre? – pior que eu achava que ela esperaria, mas eu não falaria isso – não fala nada – disse rapidamente, quando vi que ele ia retrucar – apenas pense. Agora vá, vou ficar um pouco aqui.

- Que...? Não, você vai comigo. Harry deve estar preocupado.

- Eu já vou indo Rony – falei cansada – só preciso ficar um pouco sozinha – ele me lançou um olhar preocupado, mas saiu, parecendo desconcertado.

Assim que ele saiu, as lágrimas saíram, sem eu conseguir segurar. Saí da Casa dos Gritos, já era de noite, todos já deviam estar no dormitório.  Andei trôpega, a vista embaçada. Fora tudo horrível.

Eu não esperava que os Cullen estivessem lá. Edward se comportou muito mal, mas acho que o pior de tudo era saber que eu o tinha machucado. Mas eu não pensei. Quem mandou machucar meu amigo?

E também, era muito difícil olhar para os Cullen. Eu queria abraçá-los, estava com saudades, apesar de tudo. Estranhei Alice não ter falado nada. A fadinha parecia concentrada, e na hora não me importei.

E, será que falei demais? Não devia ter dito onde eu estava. Quer dizer, claro que eles nem deviam imaginar que Hogwarts existe, mas e se eles conhecem algum bruxo?

A imagem da sepultura de meu pai ainda estava na minha mente (agora eu já estava dentro de Hogwarts). Jacob também não fora muito fácil de rever. Seu rosto estava radiante quando me viu, será que não fui muito dura? Será que ele pensa agora que sou uma pessoa má? Será que fiz certo em...

Aterrorizei-me, tropecei num degrau da escada. Rolei escada abaixo, com a imagem do sonho, de todos me olhando acusadoramente, e desmaiei.

POV Draco

Estava nas escadas da escola quando ouvi um barulho. Recém tinha saído da sala precisa; o armário sumidouro não estava dando certo. Eu não estava conseguindo realizar a tarefa, e a cada vez eu ficava mais aterrorizado. E se eu não conseguisse? O Lorde das Trevas me mataria, ou mataria à minha mãe, como ele não cansa de me ameaçar? Será que eu deveria aceitar a ajuda de Snape? Não. Ele só quer ter a glória, que eu irei conseguir.

Quando ouvi o barulho, escondi-me rapidamente atrás de uma pilastra. Quando ficou tudo silencioso novamente, saí de mansinho, e como não tinha ninguém, voltei a caminhar até a minha sala comunal. No caminho dela, porém, vi uma forma deitada na escada. Chegando mais perto, percebi que era uma pessoa. Olhei nervoso para os lados. Não tinha ninguém. Virei o rosto, e vi que era ela.

Apavorei-me, a Potter tinha arranhões no rosto e nos braços. Um machucado profundo começava no pescoço e sua blusa tampava o resto. Sem pensar, completamente amedrontado, peguei-a nos braços, e levei-a até o meu quarto na sala comunal da sonserina.

Todos tinham um quarto para si, por isso não havia problema de eu levá-la para o meu, certificando-me que não tinha ninguém em volta. Deitei-a delicadamente em minha cama. Fiz uns feitiços simples para melhorar os arranhões, já estava acostumado à fazer os mesmos feitiços na minha mãe, quando meu pai nos batia. Tive que tirar sua camisa para curar seu machucado, e olhei encantado.

A barriga lisinha, um sutiã roxo simples, mas que mostravam seios fartos, que sempre estavam escondidos pelo uniforme da escola. Respirei fundo, tentando me controlar.

Tentei não olhar para seu corpo e terminei logo de curar alguns arranhões. Coloquei o lençol em cima dela, para tapá-la, a camisa estava cheia de sangue, não a colocaria de volta. A Potter nem se mexeu. Observei-a melhor, e pela primeira vez flagrei-me pensando: ela é linda.

Balancei a cabeça, tentando afastar os pensamentos. Deitei ao seu lado, deixando uma distancia considerável entre nós. E tentei dormir, sem querer pensar nas consequências do que fiz.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, porque os reviews estão diminuindo?
A fic está chata, cansativa? Por favor, comentem, como muitos autores falam, este é o nosso "combustível".

Se não gostarem, falem, digam o que não gostam para que eu possa melhorar.

Bem, era isso. Beijos, espero que tenham gostado do capítulo. Tentei colocar um pouco de tudo, Bella, Cullens e Draco.
beijos,...