Contos de Uma História Sem Fim escrita por Leh


Capítulo 8
Weasley Girls


Notas iniciais do capítulo

Capítulo BEM longo pra mostrar um pouco sobre a minha visão sobre as garotas da nova geração da família Weasley❤️
Espero que gostem e, principalmente, que tenham paciência para ler tudo haha
Boa leitura!



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  As garotas Weasley eram muito diferentes entre si. Em uma visão geral, todas se davam bem, mas era engraçado a forma como se mostravam tão distintas e ao mesmo tempo tão semelhantes.

  Victoire fora a primeira. Assim que nasceu todos souberam que estava destinada a ser uma princesa.

  Toda a atenção do mundo era reservada pra ela. Nenhum de seus tios tinha filhos, por isso dedicavam todo o seu amor para a menina agitada, engraçada e tagarela.

  Quando pequena, estava sempre com as roupas sujas de terra, o cabelo desarrumado, subindo em árvores, voando com o auxílio de um dos tios, ou de qualquer outro adulto. Afinal, qualquer adulto gostaria dela, uma criança de alegria contagiante e que sempre divertia as pessoas com suas palavras. Já mais velha, não se diferenciava muito disso.

  Amava as tranças que sua avó fazia nela, era quase impossível que fosse à Toca e não pedisse a Molly que trançasse seus cabelos loiros. Tais tranças geralmente caiam sobre o ombro e deixavam alguns fios soltos que a davam um charme inocente.

  Era uma menina bonita, mas o que a diferenciava de qualquer outra menina bonita era o fato de que sua beleza era extremamente simples. Você dificilmente a veria usando maquiagem – no máximo um batom clarinho por insistência da mãe. Também não andava por aí esbanjando roupas de marca ou vestidos em que suas belas curvas se destacariam. Pelo contrário, gostava de blusas largas cor-de-rosa.

  Outro fato sobre Victoire: preto não é sua cor. Ela gostava das cores, por mais que suas favoritas fossem as claras. Amava seus tons pastéis e você veria isso se fosse ao seu quarto. Caso você estivesse lá, também poderia ter uma leve impressão de que estava dentro do mar, embora ninguém nunca soubera dizer o porquê. Nem mesmo ela sabia.

  Numa visão geral, a garota era simples. Uma de suas principais características era sua humildade, fato esse que fez o chapéu seletor cogitar colocá-la na Lufa-Lufa, além de que ela acreditava de que tudo poderia dar certo caso trabalhassem duro. Porém, foram apenas curtas reflexões, porque a menina era uma perfeita Grifinória.

  Algumas coisas também interessantes sobre ela eram que Victoire Weasley era uma fiel taurina. Extremamente teimosa, levemente ciumenta, sendo “levemente” um grande eufemismo, e apaixonada por tortas. Comidas, no geral, mas principalmente tortas salgadas. Por fim, era um desastre em francês.

  Não havia uma única palavra nessa língua que ela pronunciasse de forma perfeita. Conseguia se apresentar e dizer coisas curtas como “obrigada”, “onde fica o banheiro?” e alguns palavrões que ela nunca diria na frente de Fleur. Dominique era boa em francês, Louis era perfeito, ela era um desastre.

  Com pouco mais de três anos, seu reinado de princesa única chegara ao fim com o nascimento de Molly Weasley II.

  Victoire tinha as sardas de uma Weasley, Molly tinha tudo. Seus cabelos tinham um belo tom próximo ao vermelho, mas não chegava a ser tão vibrante quanto o de sua tia Ginny.

  Sabe aquele tipo de pessoa pela qual você precisa insistir um pouco para descobrir o quão incrível é? Essa é a forma mais rápida de descrever Molly Weasley.

  A garota que nasceu no verão se parecia mais com a primavera; amava as cores e as flores. Mas não qualquer cor.

  As de tons vibrantes. Como amarelo, laranja e roxo. E, também, não qualquer flor.

  Ela não seria a pessoa para quem mandariam rosas ou lírios, ela era a garota dos girassóis.

  E amava desenhos, pinturas, maquiagens, esmaltes, sapatilhas. E amava moda.

  Porém seu jeito próprio de se vestir era delicado; era uma pessoa delicada, afinal.

  Também era tímida e reservada quando acabava de conhecer alguém, entretanto, com seus amigos, era a mais pura alegria. A garota desde nova se apegara muito a família e consequentemente, a todos os amigos que conquistara com o passar do tempo. Aliás, não se engane com a cara de boa menina, fora responsável, muitas vezes, por ajudar James e Fred, juntamente com sua melhor amiga, Dominique, em todas as pegadinhas e confusões nas quais se meteram. Sabe-se lá, Deus, como se tornou monitora e monitora-chefe.

  E odiava quadribol. Ok, odiar é uma palavra forte, porém ela o achava estúpido e só começou a ir assistir os jogos porque James e Fred insistiram muito.

  Era criativa. Muito criativa. Quase foi para a Corvinal, mas era uma boa Grifinória e amava sua casa de tons vibrantes. Inclusive, foi ela quem teve a ideia de enterrarem uma cápsula do tempo n’A Toca, em sua infância.

  Sua amizade com Dominique era um tanto não convencional. Provavelmente, se tivessem se conhecido em Hogwarts, não seriam amigas, mas, por alguma razão, o destino as fez primas e elas acabaram se tornando irmãs.

  Começaremos, então, a falar sobre Dominique Weasley, o segundo pequeno furacão de Bill e Fleur. Apesar de ter nascido quase um ano depois de Molly, no dia 31 de agosto de 2004, era comum que pensassem que ela era a mais velha, por sua simples maturidade natural – por favor, não confundam maturidade com juízo.

  Era uma Victoire invertida, em todos os sentidos. Enquanto sua irmã mais velha era loira e possuía sardas, Dominique era ruiva e tinha o rosto totalmente limpo. Um ruivo claro, que ao sol podia ser confundido com loiro. Era comum que as pessoas considerassem a mais nova também a mais bonita, porque como disse, Victoire possuía uma beleza simples, enquanto Dominique era completamente deslumbrante.

  Uma vez, aos doze anos, James Sirius disse que Vic era a mais bonita, porque era bonita sem tentar. Naturalmente bonita. Dominique, basicamente, possuía muitos traços que lembravam o de uma veela, e gostava disso.

  Parecia deslizar ao andar, como se fosse a coisa mais natural do mundo, e seus lábios estavam quase sempre exibindo um sorriso de lado, um tanto debochado, que dava a ela um certo charme. Perfeita em tudo. Ou quase tudo.

  Era a pessoa mais desajeitada no mundo em uma vassoura, e não gostava nem um pouco de altura. Voar não era seu forte, de forma alguma. E era naturalmente péssima em poções, mas se esforçava na matéria mais do que qualquer outra coisa em sua vida, por seu sonho ser se tornar uma auror, que suas notas eram boas. O outro sonho, viajar o mundo. Queria conhecer os países da África, e os da Ásia, e a América Latina. Não se via parada em um lugar por muito tempo, ela era um espírito livre.

  Personalidade forte, do tipo que não se cala por nada. Gritava muito, também. E nunca chorava, ou quase nunca.

  Todavia, outra forma de defini-la seria “o oposto de Molly”. Molly era quieta e observadora, enquanto Dominique era escandalosa e possuía toda a dificuldade do mundo para compreender uma pessoa. Molly manifestava ideias a todo momento, Dominique era uma pessoa prática e bastante pessimista. Molly lembrava um pôr do sol de primavera, Dominique era uma madrugada fria de inverno.

  Era engraçado pensar que as duas haviam sido selecionadas para a mesma casa e que eram tão inseparáveis. Mais do que quaisquer outras garotas Weasley jamais seriam.

  E então viera ao mundo Roxanne. Fora a bebê mais calma da família e, talvez, de todo o mundo bruxo. Nunca chorava, dormia muito e quando estava acordada observava silenciosamente tudo o que os pais faziam. Ginny disse uma vez a Angelina que ela era assim para compensar todo o trabalho que Fred, na época com pouco mais de um ano, dava.

  Roxanne continuou assim na infância. Uma criança obediente, simpática, educada, comportada e que sempre dividia seus brinquedos com qualquer criança que encontrasse. Nem parecia uma filha de George Weasley.

  Também gostava de pintar as unhas cada uma de uma cor diferente. E sorria muito, coisa que não mudou nunca.

  Era mais sorridente do que qualquer outra pessoa em sua família. Sorria sempre, ria de qualquer coisa e possuía uma gargalhada curiosamente contagiante. Viciada em café mais do que em qualquer outra coisa. Otimista, alegre, animada, amigável e compreensiva. Fora a primeira de sua família a não ir para a Grifinória.

  O chapéu seletor foi rápido em mandá-la à Lufa-Lufa e ela, sorrindo, foi se juntar aos seus companheiros de casa. James e Fred, aos doze anos, acharam uma traição. Molly disse a eles que estavam sendo ridículos, Dominique deu de ombros.

  Era uma pessoa tão fácil de lidar e, entre outras palavras, tão boa, que não parecia de verdade. Também ajudava muito na loja de seu pai, e amava ouvir as histórias de seus tios, principalmente as de Ron, por isso sempre que ia às Gemialidades Weasley, seu tio já remexia a memória atrás de alguma boa história para contar à menina.

  E era a melhor de sua família em quadribol – que Ginny Weasley não ouça isso. Todavia, era a mais pura verdade; era uma apanhadora mil vezes melhor que seu tio Charlie. Sendo assim, conduziu a equipe a diversas vitórias e troféus. Não foi surpresa para ninguém quando ela se tornou capitã.

  Por fim, tinha seu sorriso. Seu cabelo era bonito, tinha cachos vivos em um tom castanho, estando sempre bem hidratado. No geral, não lembrava muito uma garota Weasley. Se a colocassem ao lado de qualquer outra de suas primas, ninguém deduziria que eram parentes, já que ela era a única das meninas que não possuía nenhum traço que remetesse a família. Só quatro netos de Molly e Arthur eram assim: ela própria, seu irmão, Fred, Albus e Louis. Mas ela era a única garota. De qualquer forma, existiam algumas coisas que poderiam chamar atenção nela, mas nada como seu sorriso.

  Tinha covinhas, um olhar alegre 99,9% do tempo e seus dentes eram naturalmente bem alinhados, mas não era só. Seu sorriso era lindo, apenas isso.

  Cerca de um ano depois, nascia a primeira filha de Ron e Hermione.

  A primeira confusão da vida de Rose Weasley, era descrever sua cor. Não era branca, mas também não era negra, era um contraste entre a pele de seu pai e de sua mãe. Um dia, uma de suas colegas de dormitório disse:

  —Você tem a pele escura demais pra ser branca e clara demais pra ser negra.

  Parda seria uma definição certa? Não, porque ela não gostava de se definir como parda. Foi a partir de seus quinze anos que ela decidiu que caso alguém perguntasse, ela se diria negra, independente dos olhares que levasse.

  Seus cabelos eram os de sua mãe nos tons de seu pai. Seu olhos, azuis. Diversas sardas salpicavam seu rosto e parte do corpo. Também corava com muita facilidade, fazendo com que algumas pessoas pensassem que aquele tom rosado era seu natural.

  Possuía uma alto-estima extremamente baixa e era repleta por inseguranças. Tudo começou com o seu corpo, depois foram seus cabelos, então passou a implicar com todas suas pequenas características, mas o pior foi quando começou a se odiar por ser quem era. Caso você já tenha passado horas chorando por ser quem é, você sabe o quão desgastante é a situação, e Rose sabia melhor do que qualquer outra garota Weasley.

   Amava histórias, principalmente em livros. É claro que gostava de ouvir as histórias de seus pais, tios, padrinhos ou avós, até as história de Teddy e Victoire sobre Hogwarts eram interessantes, mas o que a entretinha mesmo eram os livros. Rose era uma aluna aplicada e tinha sempre boas notas, mas o que gostava mesmo era de livros de histórias. Amava romances, aventuras, dramas e certa vez se arriscara em livros de terror, mas de fato não era seu tema favorito. Lembrava de uma vez pedir um livro de presente de natal e algumas pessoas terem ficado surpresas com aquilo. Garotas gostam de maquiagens, roupas e sapatos, afinal. Por que aquela menina queria um livro?

  Também gostava de cozinhar, mas talvez aquele fosse um mecanismo de defesa que adquirira com o tempo, pois a comida de Ron tinha um gosto estranho e Hermione era péssima na cozinha. Hugo se tornava a pessoa mais feliz do mundo quando seus pais anunciavam que almoçariam ou jantariam n’A Toca, na casa dos Potter ou em qualquer outro lugar.

  Rose aprendeu ainda nova a fazer doces e era boa nisso, o que deixava seu pai e seu irmão extremamente alegres e agradecidos. Gostava daquilo e a deixava mais calma, então cozinhava com frequência, pois sempre precisava se acalmar.

  Desde nova, a ruiva tinha problemas com ansiedade. Lembrava-se de não conseguir dormir antes de ir viajar ou antes de datas especiais, às vezes até chegando a vomitar. Com o passar dos anos foi criando uma dificuldade em respirar por nenhum motivo aparente. Em um segundo estava bem, no outro milhares de coisas passavam por sua cabeça e tinha que arrumar um jeito de se manter calma e tranquila.

  A única exceção eram as provas, talvez porque escrever e pensar em outras coisas a deixavam calma. Amava aritmancia porque exigia foco e controle total, então afastava maus pensamentos.

  Se tornara monitora e também monitora chefe em Hogwarts, sendo da casa Grifinória, como quase todas as meninas de sua família – no geral, os meninos é que eram mais diferenciados quanto às casas.

  Caso a perguntassem qual era seu lugar favorito no mundo, ela rapidamente diria “a casa na árvore d’A Toca”, que fora construída lá pouco antes dela nascer, por pedido de Victoire. Por alguma razão, que ela nunca conseguiu compreender, parecia que aquele lugar era imune à sua ansiedade. Parecia banhado em calmaria e paz.

  Era uma menina tranquila e que não levava detenções, apenas um pouco questionadora e curiosa demais, mas nada que a levasse a confusões. Seu primeiro beijo foi só aos dezesseis anos, no Natal, mas o grande fato não foi esse. O grande fato foi que aquele beijo aconteceu com Scorpius Malfoy, seu completo oposto, melhor amigo de seu primo, Albus, pessoa pela qual ela possuía grande antipatia quando mais nova. Era uma garota romântica e os dois pareciam ter saído de um livro de romance de época, aquilo a deixara, de fato, realizada.

  Lily Luna era a segunda das garotas Weasley a receber o nome de uma flor e gostava muito daquilo. Gostava que seus nomes tivessem significado, não apenas por serem os nomes de sua avó falecida e de sua madrinha, mas por ser o nome de uma flor e o nome “lua” em espanhol. Gostava que as coisas tivessem significados, e ficara encantada quando descobriu que na família de Scorpius, melhor amigo de Albus, todos deviam seus nomes a estrelas e constelações. Com um mínimo esforço, se lembrou que seu irmão mais velho também possuía o nome de uma estrela e acabou se tocando de que não era uma tradição da família Malfoy, mas da família Black. Passara uma tarde toda conversando sobre estrelas, constelações e tradições familiares com Andromeda.

  Era ruiva, possuindo cabelos que caiam como cascatas de um jeito encantador, poucas sardas e pés feios, mas o que mais a irritava eram seus olhos. A garota não cansava de se queixar do fato de que a maioria de sua família materna tinha olhos azuis, seu pai e seu irmão tinham olhos verdes e ela nascera com os olhos castanhos. Várias pessoas diziam que seus olhos eram lindos, ela mandava essas pessoas irem à merda. Era um pouco traumatizada com questões que remetessem cores de olhos.

  Era uma criança bastante inquieta e dificilmente ficava parada por muito tempo. Aquilo só piorou com o passar dos anos.

  Jogou como artilheira no time da Grifinória durante alguns anos e era boa. Não era ruim, tampouco era incrível, mas era boa. O mesmo se dizia em relação a poções e herbologia. Era só uma questão de esforço e dedicação.

Também gostava muito de crianças e vivia dizendo a Teddy e Victoire que já estava na hora de se casarem e terem filhos, mesmo que em um tom de brincadeira. Aliás, Teddy era uma de suas pessoas favoritas no mundo. Era o único de seus “irmãos” que a dava atenção quando pequena e que brincava com ela, então se apegou muito a ele e sentiu um leve ciúme de Victoire quando eles começaram a namorar, o que era bastante cômico.

  No começo, ela amou muito o fato de eles estarem juntos, porque assim Teddy realmente faria parte de sua família, mas então, eles começaram a passar tempo demais juntos. Não era como se eles não estivessem sempre passando tempo juntos, mesmo antes de namorarem, mas agora era diferente, e Lily, como a criança rancorosa que era, implicava muito com a prima.

  Como dito, era rancorosa e costumava guardar ressentimentos como se sua vida dependesse disso. Seus irmãos eram diferentes dela, quanto àquilo.

  James não conseguia ficar com raiva de alguém por muito tempo, por um simples fato: ele se esquecia. Uma vez tivera uma briga muito feia com Dominique e eles pararam de se falar; no dia seguinte se sentou e começou a puxar assunto com ela de forma animada. Ele nunca entendeu por que ela levantou-se e saiu.

  Albus era vingativo. James o irritava, ele quebrava alguma coisa na cara de James e pronto. Simples assim.

  Lily, não. Ela guardava as coisas e esperava a hora certa de esfregar aquilo na cara de alguém.

  Seu gênero favorito de filmes era terror. Uma das pouquíssimas coisas que os bruxos resolveram adaptar do mundo trouxa após a guerra, eram os filmes, e ela era viciada neles. Também era uma pessoa aventureira, ela gostava de dar à vida um gosto de emoção, seja ela de qualquer tipo.

  A garota era adrenalina pura. Não ia à praia se não fosse para ir até o fundo. Não subia em árvores se não fosse se pendurar e correr o risco de cair. Não pulava em rios ou piscinas sem dar um mortal. Não via alguém fazendo bullying ou dizendo coisas ruins para alguém se não fosse para azará-los. Também se metia bastante em confusão, mas não era totalmente por querer. Se uma confusão chega até você, o que você faz? Deixa ela passar ou tira proveito da situação?

  Otimista não era uma palavra perfeita para defini-la. Ela não via o lado bom nas coisas, apenas transformava as coisas ruins em boas experiências. Essa era Lily Luna Potter. A única garota Weasley que não possuía tal nome, mas que trazia tanto da essência da família, que aquilo não importava.

  Por fim, veio Lucy. Lembra-se de que eu disse que Victoire estava destinada a ser uma princesa? Aquilo não era totalmente verdade.

  A princesa era Lucy.

  Era a mais nova e por isso todos acabaram, eventualmente, se apegando a ela.

  Fora Molly quem deu a ideia do nome, porque, como disse, ela era a criativa da família. Percy e Audrey não faziam ideia de que nome dariam à menina e se tornou ainda mais complicado porque eles tinham decidido que esperariam chegar na reta final da gravidez para decidir. Acontece que a menina nasceu prematura, portante, sem nome e com uma saúde um tanto precária. Assim que viu a irmã, Molly disse que ela tinha cara de Lucy. Audrey decidiu o nome naquele exato momento.

  Lucy escolheu pra nascer um dia muito próximo ao Natal, fazendo com que seus pais tivessem que passar a data no hospital. A família Weasley, que nunca passava o Natal separada, se amontoara em um quarto e, apesar de nada convencional, fora uma noite maravilhosa. Percy nunca se sentiu tão grato e ao mesmo tempo tão envergonhado, e prometeu a si mesmo que nunca passaria um Natal sem a família novamente, não importa o que acontecesse. Também sentiu falta de Fred, mas preferiu não tocar no assunto. Era uma noite feliz, afinal.

  A menina era seis anos mais nova do que a irmã e por isso algumas pessoas achavam que elas brigariam muito no futuro, mas não foi isso o que aconteceu. Elas eram muito unidas e mesmo já sendo uma pré-adolescente, Molly brincava de cabana ou de esconde-esconde ou de qualquer outra coisa que a irmã quisesse brincar porque, como disse, Dominique era a madura da família, Molly, não. Elas raramente brigavam, ao contrário de Victoire e Dominique ou James e Albus. Eram diferentes mas se davam bem.

  Seus cabelos eram ruivos, mas não um ruivo vibrante, nem um ruivo claro. Era um ruivo normal. Também possuía algumas sardas claras e usava óculos, por mais que não gostasse muito disso.

  Gostava de mudar o cabelo de vez em quando, tendo, às vezes, o comprimento longo, outras vezes médio, mas, na maioria das vezes, estava em um corte Chanel. Mas não se engane, só o que se diversificava era mesmo o comprimento, a cor sempre era a mesma.

  Lucy nunca teria coragem de pintar o cabelo de outra cor porque gostava de ser ruiva. Não é tão comum encontrar uma pessoa ruiva, e ela gostava muito de se destacar.

  Quando Roxanne fora para a Lufa-Lufa, ninguém se admirou tanto, porque todos já esperavam isso dela. Porém, quando fora a vez de Lucy ir para Hogwarts, e o chapéu gritou “Sonserina”, o família se surpreendeu tanto que alguns de seus tios mandaram cartas para seus próprios filhos perguntando se era verdade. Se fosse para ser honesta, até ela havia se surpreendido.

  Demorou um pouco para compreender a decisão do chapéu, mas então soube, por fim, que não haveria casa melhor para ela. Lucy era determinada, em tudo o que fazia trazia consigo sua determinação e era esse o segredo para que sempre vencesse as apostas que fazia com os primos, além de, claro, sua sorte. Era uma pessoa sortuda por natureza e não havia nada a se fazer sobre isso. Também era uma líder nata, e era outra coisa meio inexplicável sobre a menina.

  Quando você é a mais nova de dez primos paternos e quatro maternos, além de possuir uma diferença de idade considerável com a sua irmã, você acaba se acostumando a viver nas sombras e ser sempre “café com leite” nas brincadeiras, mas, de alguma forma, Lucy tinha um instinto natural à liderança.

  Astúcia e ambição não eram tão evidentes na garota, mas foi seu total desprezo por regras a gota d’água para o chapéu seletor no momento de seleciona-la. Fato esse, enlouquecia Percy.

  Ela possivelmente nunca seria vista sem seu fino colar com pingente de borboleta, que tinha um história muito simples, na verdade.

  Uma vez, seu avô, Arthur, encontrou uma caixa com vários objetos trouxas e outras coisas menos curiosas, como garfos, canetinhas gastas e algumas outras coisas que pareciam ter pertencido a alguma adolescente trouxa.

  Lily e Lucy, em seus dez e oito anos, respectivamente, encontraram o avô mexendo na caixa e perguntaram se podiam pegar alguma coisa. Lily juntou incontáveis presilhas de cores e tamanhos diferentes, enquanto Lucy pegou apenas um colarzinho quebrado com um pingente rose-dourado em formato de borboleta. Quando seu avô o consertou, ela quase o sufocou em um abraço.

  E era estranho que a amizade das sete tivesse dado tão certo. Que se descem bem, mesmo sendo tão diferentes. Mas funcionava.

  Victoire, como o pequeno-grande furacão que era, divertia as demais. Molly era uma espécie de irmã mais velha que costumava sempre dar conselhos às outras e acalmar Rose, se ela precisasse de ajuda, além de estar sempre ajudando suas primas quando precisavam de ideias. Dominique era o segundo furacão, mas aquele que intensificava as coisas e ajudava as outras a se maquiar e se vestir, afinal, se uma das únicas coisas que Dominique e Molly compartilhavam era o amor por moda e maquiagens, elas passariam aquilo para a frente. Roxanne era o mais puro otimismo, alegria e divertimento, e com o tempo ela conseguiu transmitir sua essência para as outras meninas. Rose era a mente, o romantismo e a plenitude, a que estaria ali sempre que alguém precisasse dela, sabendo também que todas estariam ali se algum dia precisasse. Lily sempre mostrava o lado bom das coisas, porque, para ela, não eram apenas os nomes que precisavam de significados, tudo o que acontecia, acontecia por alguma razão, e ela sabia mais do que tudo que houvera uma razão muito forte para que todas estivessem juntas. Lucy era Lucy. Enquanto Victoire era o início, Lucy fechava um ciclo. Ela era a princesa que todos souberam que seria, nasceu unindo a família e faria isso até o fim.


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