Destino - uma fanfic Star Wars escrita por sjsilvast


Capítulo 3
Capítulo 3: Controle




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Este é o terceiro dia do treinamento intensivo de Oaahi e a jovem ainda está dormindo devido ao cansaço do treinamento físico. Faltam apenas alguns minutos até que Mestre Yoda apareça no dormitório improvisado de Oaahi para continuar o seu treinamento. É mais um dia na nova realidade da jovem Wroonian.

— (Nossa!) – a jovem abre os olhos assustada. – (que horas são!?...ah...ainda não estou atrasada...ufa.)

Oaahi se levanta, troca de roupa, escova os dentes e penteia o cabelo pensando em qual será a lição de hoje. Enquanto está penteando os cabelos, Oaahi sorri. O motivo? Está agradecida por estar em um ambiente seguro, ter amigos que a respeitam e por finalmente, pela primeira vez, se sentir parte de algo importante.

— “Jovem Oaahi!? Pronta para o nosso treinamento está você?” – pergunta Mestre Yoda de lado de fora do dormitório.

— “Sim, Mestre Yoda.”

— “Descansar bem conseguiu?”

— “Consegui Mestre. Mas foi porque eu fui dormir cedo ontem. Não consegui aproveitar meu tempo livre pelo cansaço de ontem. Ainda não me acostumei com a corrida...”

— “Hoje mudar a nossa rotina iremos...aquela habilidade de recuperar a energia aprender vai.”

— “Jura, Mestre!?” – Oaahi não consegue disfarçar a ansiedade e já está com os olhos brilhando.

— “Sim, youngling. Te ensinar irei...hahahaha...Do brilho em seus olhos gosto eu. Sede de aprender tem você. Muito importante isso para um Jedi é. Satisfação ao coração do Mestre ver a nova geração aprendendo traz.”

Mestre Yoda e Oaahi conversam enquanto caminham para o pátio do templo. Mas diferente dos outros dias Mestre Yoda pede para que Oaahi inicie seu dia com a corrida ao redor do pátio. O objetivo da corrida é gastar a energia de Oaahi para que ela possa recuperá-la com a técnica que o Mestre Yoda irá ensinar.

Enquanto Oaahi corre, Mestre Yoda medita em frente a grande árvore. Está um lindo dia hoje e muito quente. Não irá demorar até que Oaahi gaste toda a sua energia. Após voltas e mais voltas ao redor do pátio, Oaahi questiona.

— “uff...uff...Mestre Yoda...uff…posso parar agora?” – pergunta Oaahi, ofegante.

— “se correr você consegue, parar não pode não. Continue!” – responde ainda com os olhos fechados.

— “uff...uff...tá bom Mestre..uff...uff...” – responde Oaahi determinada.
Assim que Mestre Yoda percebe que o ritmo de Oaahi está caindo, ele pede para que a jovem venha até a frente da Grande Árvore e fique na posição de meditação.
 
— “Apesar de cansada você estar, relaxar agora você deve. Sua respiração ofegante você deve diminuir. Atingir o estado de meditação você precisa. Sim, sim. Até ofegante não mais estar.”

Oaahi busca controlar sua respiração, respirando fundo e soltando o ar. Uma vez após outra. Com algum tempo a jovem youngling consegue alcançar sua respiração normal. Seu coração já não palpita com a mesma intensidade de antes. Seu corpo está relaxado e sua mente quieta para ouvir a lição do Grande Mestre.

— “O objetivo de um Jedi proteger a vida é. Mas para isso o primeiro passo, conseguir se proteger é. Se proteger a si mesmo você conseguir, os que estão ao seu redor também conseguir vai. A primeira habilidade de Controle através da Força Viva vamos estudar. Curato salva ela chama!”

— (Curato salva!? Então foi isso o que Mestre Yoda usou em mim pra tirar o meu cansaço no outro dia!? Que DEMAIS!!!)

— “Apesar de relaxada você estar, o cansaço da corrida sentindo ainda você deve.”

— “Sim, Mestre. Sinto meu corpo pesado. Mal consigo me mexer.”

— “Curato salva, é a habilidade de drenar energia da Força Viva para o seu próprio corpo curar. O nível mais básico desta habilidade vamos estudar: como seu cansaço físico recuperar.”

— “Esse é o nível mais baixo!?” – diz Oaahi surpresa.

— “Sim, minha jovem. Sim. Hahahaha. Com tempo e treinamento, seus próprios machucados curar, de seu fluxo sanguíneo drogas que alteram a mente expelir, focos de doenças localizar e queimar, efeitos de veneno anular, a sensação de dor reduzir quando a cura possível não for e até mesmo hibernação por transe para os sinais vitais manter você conseguir vai quando esta habilidade você dominar.”

— (Uau!!!) – pensa Oaahi, que está maravilhada com tudo o que vai poder fazer com esta habilidade. – “Eu quero aprender tudo isso Mestre!”

— “Mmm...mmm...com calma iremos minha jovem. Em aprender tudo agora se preocupar você não deve. Cada coisa a seu tempo. Toda grande jornada, com um pequeno passo começa. Pronta você está?”

— “Sim, Mestre!”

— “Na Força Viva meditar você deve...mmm...mmm...Seu fluir sinta, sim. Através de você a energia deixe fluir. Todas as habilidades de um Jedi, de sua conexão com a Força dependem.”

— “Eu sinto a Força Viva Mestre.”

— “Bom...muito bom...a Força dentro de você controle...agora a energia da Força Viva para a Força dentro de você deve drenar.”

Oaahi consegue sentir a Força dentro de si, mas não consegue controlar essa Força. Uma coisa é sentir a Força e outra coisa é controlar essa Força. Apesar dos esforços de Oaahi, a jovem não consegue realizar o que Mestre Yoda pediu.

— “Mestre, eu não consigo controlar. Eu consigo sentir. Mas controlar não. Como eu posso fazer isso Mestre?”
 
— “mmm...mmm...medo, dúvida e descrença a conexão com a Força quebram. Como a areia movediça o seu corpo prende e puxa para baixo, assim o medo, a dúvida e a descrença fazem. Meditar nisso você deve sim...mas agora tomar banho vá você e depois para o refeitório comer vamos. Depois do almoço continuar iremos.”

— “Sim, Mestre” – responde Oaahi em tom desanimado.

— “O que vou dizer agora não esqueça: Com a vitória pouco se aprende, mas muito com a derrota.” – diz Mestre Yoda antes que a jovem saísse de sua presença.

Após ouvir o conselho de Mestre Yoda, Oaahi segue em direção ao seu dormitório para pegar uma roupa limpa e então seguir ao alojamento para tomar banho. A jovem caminha lentamente, concentrada enquanto mantém seu olhar fixo ao chão. Como se não bastasse o cansaço da corrida, agora Oaahi ainda sente o peso de sua falha. Era como se Oaahi levasse o mundo nas costas.

A jovem chega ao alojamento, entra no chuveiro e tira a roupa úmida de suor colocando em um canto e deixa a roupa seca pendurada para não molhar. Oaahi liga o chuveiro e permanece em frente ao jato de água. O peso da falha faz com o que seu corpo esteja rígido. Tudo que ela quer agora é deixar essa água correr pelo seu corpo levando a sujeira e o sentimento de fracasso embora. Com os olhos fechados ela medita na Força, sua nova companheira. Enquanto respira lentamente a jovem procura se acalmar e limpar sua mente. Tudo que ela pode ouvir agora é aquele barulho como quando a chuva cai. Seu corpo começa a relaxar. Oaahi se concentra na Força e busca sentir aquele calor, aquela energia que fluiu através dela enquanto meditava em frente a grande árvore.

— (Só o que importa agora é a Força...a Força está comigo...é só o que importa!) – Oaahi sente a energia bondosa da Força preenchendo o seu ser. De repente o medo, a dúvida e a descrença parecem não existir mais e um sorriso surge no rosto da jovem Wroonian. Enquanto toma banho Oaahi lembra das palavras de Mestre Yoda...

“Maior que todos nós, a Força é”
 
“Nós Jedi, abençoados somos, pelo presente de nadar na Força...sim...em cada momento...respiramos...experimentamos.”
 
“O importante não é o que conosco acontece, mas como reagimos.”
 
“Tempo, paciência e persistência necessário é para seus objetivos alcançar.”
 
“Com a vitória pouco se aprende, mas muito com a derrota”
 
A cada frase que Oaahi lembrava era uma injeção de ânimo para a jovem. Seu olhar outrora desanimado se tornou determinado e forte. A jovem desliga o chuveiro, troca de roupa e antes de sair do alojamento olha para cima como se pudesse ver a própria Força e após um breve suspiro, diz:

— “Obrigado.”
 
No refeitório todos esperam pela comida sentados em seus respectivos lugares. Enquanto Oaahi chega ao refeitório para sentar-se com os membros do seu clã, o iniciado Bvee Sorr, do clã Urso, observa atentamente a jovem Wroonian chegando.

— “O que foi Bvee? Por que essa cara?” – pergunta Cala, amigo de Bvee, também do clã Urso.

— “É aquela garota nova...a Wroonian.” – responde Bvee sem tirar os olhos de Oaahi.

— “O que é que tem? É a garota que Mestre Yoda apresentou esses dias.” – diz Cala, depois de ter olhado para Oaahi de longe.

— “Sim, ela mesmo...precisamos descobrir o que tem de tão importante nessa garota. Desde quando estamos aqui ninguém foi aceito com essa idade.”

— “Isso é verdade. E o que vamos fazer?”

— “A noite, em nosso tempo livre vamos até a Biblioteca da Ordem e vamos procurar pelos registros dela.” – diz Bvee bem baixinho.

— “Ahhh não Bvee, no nosso tempo livre!?” – responde Cala desanimado. – Esse é o único momento que podemos nos divertir aqui...”

— “Diminua a sua ansiedade Cala...precisamos fazer isso. E será só um dia...então pare de choramingar.”

— “Ok” – responde Cala, bufando.

Enquanto comem, Cala observa Bvee e ele nunca havia visto seu melhor amigo desse jeito: preocupado. O semblante de Bvee é de preocupação, porém seus olhos mostram uma determinação fora do comum. Enquanto isso, Oaahi e seu clã Bergruufta estão conversando e rindo despreocupadamente. O ambiente na mesa deles é leve e aconchegante. Por outro lado, é possível sentir a tensão vindo de Bvee do clã Urso.

Assim que termina a refeição, Oaahi volta para o pátio para continuar seu treinamento com Mestre Yoda. Assim que coloca os olhos em Oaahi, Mestre Yoda já percebe que o semblante da jovem mudou.

— “Uma mudança em seus olhos posso ver sim. Diferentes eles estão.”

— “Sim, Mestre. Meditei sobre o que aconteceu no banho... lembrei de tudo o que me disse enquanto meditava na Força. Depois disso me senti mais leve.”

— “Ah sim... a Força nossa aliada é. E poderosa aliada Ela é. Conhecimento, paz e harmonia Ela traz àqueles que a Força buscam. Lembrar de coisas que já ouviu a Força faz você. E novos conhecimentos Ela pode trazer. Pois a Força tudo sabe.”

— “Sim, Mestre. Além disso conversei com os membros do meu clã e todos já passaram por isso. Foi muito bom trocar essas experiencias com eles.”

— “ahh...sim...mmm...mmm... se preocupar tanto você não deve. Muito adiantada em seu treinamento você está. Ver seu empenho em aprender bonito demais é.”
 
— “Essa é a oportunidade de eu finalmente encontrar o meu destino, Mestre. Não posso desperdiçar essa chance. Vou me agarrar a ela com todas as minhas forças.”

— Oaahi responde com um olhar determinado.

— “Se assim você continuar...um futuro brilhante na Ordem Jedi eu vejo para você. Desse conselho não se esqueça: um passo de cada vez. Com tempo e treinamento chegar aos seus objetivos você pode. Mas atalhos não busque. Cortar caminho e buscar atalhos meios rápidos são para adquirir poder. Somente os adeptos do lado sombrio agem assim. Toda grande jornada...”

— “...com um pequeno passo começa.” – completa toda animada.

— “Agora que sua energia você já recuperou, em volta do pátio correr você deve novamente.”

— “Sim, Mestre.”

Oaahi corre novamente ao redor do pátio para gastar a energia recuperada através do banho e do almoço. A jovem Wroonian está mais determinada do que estava de manhã. Ela corre rápido, sem desviar o olhar para esquerda ou direita. Ela não quer apenas o Controle da Força Viva, mas também quer o controle de sua vida. Depois de correr muito Oaahi não diminui a velocidade, porém Mestre Yoda sente que a energia da youngling já se foi.

— “O bastante é, minha jovem. Sentar-se em frente a grande árvore você pode.”

— “uff...uff...Sim, Mestre”

— “De onde paramos continuar vamos. Em estado de meditação você deve entrar. Lentamente respire. Sua mente, limpe. Através de você deixa a Força fluir e em mais nada pense...só na Força.”

Oaahi leva algum tempo para entrar em estado de meditação, porém como de manhã a jovem consegue. Ela se encontra no mesmo ponto onde terminou seu treinamento pela manhã. Ela consegue sentir a Força fluindo através dela.

— “Estou sentindo Mestre...o fluir da Força através de mim.”

— “Agora a sua energia você deve controlar, como se segurá-la você pudesse. O foco em sua energia coloque agora.”

— (Vamos Oaahi...você vai conseguir...vamos...) – enquanto Oaahi medita ela finalmente sente a sua energia como se fosse algo palpável. – “Mestre, estou sentindo...como se tivesse a energia em minhas mãos.”

— “Mmm...mmm...muito bem jovem Oaahi. A Força Viva fluindo você consegue ainda sentir?”

— “Sim, Mestre.”

— “Agora a energia da Força Viva você pode drenar para dentro de você.”

Oaahi sente a Força fluindo através dela, aquela energia bondosa e poderosa ao mesmo tempo. Desta vez a jovem está convicta de que irá conseguir fazer o que Mestre Yoda está pedindo. Lentamente, a energia da Força Viva está alcançando cada parte do corpo de Oaahi, viajando por cada célula e restabelecendo a energia consumida pela corrida. Mestre Yoda percebeu que a youngling está conseguindo aplicar a técnica.

— “A ênfase da Curato salva, a cura de si mesmo é. Se o controle de si mesmo você não adquirir jamais alterar ao seu redor você conseguir vai. Sua energia benevolente a Força nos empresta. Respeito por isso os Jedi precisam ter. Através do Controle da Força Viva nos proteger podemos para outros proteger também. Mas antes de proteger os outros, si proteger aprender você deve.”

— “Sim, Mestre.”

— “Para compartilhar seus presentes com os demais a Força nos convida. Mas antes, entre nós e a Força deve haver comunhão. Conforme sua relação com a Força aumentar, mais seu desejo de fazer o bem aos que estão a sua volta você vai ter. Sinta...experimente e compartilhe...a Força.”

— (Cada dia que passa eu me sinto mais próxima da Força. Antes eu nem sabia o que era, mas agora eu conheço mais a cada dia. Quanto mais eu conheço, mais eu quero conhecer. Agora eu sei que...não existe destino pra mim longe da Força.)

— “Um pouco da energia que perdeu você recuperou...mmm...mmm...muito bom jovem Oaahi. Mas nossos movimentos fazer precisamos pois perto do horário da refeição estamos.”

Mestre Yoda e Oaahi fazem os movimentos de cada dia. Enquanto Mestre Yoda faz os movimentos, Oaahi acompanha com dedicação. A jovem Wroonian cresce a cada dia que passa. Sua vontade de aprender e determinação fazem com o que ela consiga evoluir rapidamente. Na cabeça de Mestre Yoda, a youngling tem potencial para se tornar uma grande Mestre Jedi e ele não consegue esconder a satisfação de treiná-la e ver seu crescimento.

Após terminar os movimentos, Mestre Yoda libera Oaahi para o banho. Já está quase na hora da refeição noturna. Oaahi está animada com o que conseguiu realizar no treino da tarde e está ansiosa para contar para os membros do seu clã durante a refeição.

Já no refeitório todos jantam como de costume, aquele barulho de várias pessoas conversando ao mesmo tempo é tudo o que se consegue ouvir no refeitório. Somente Bvee e Cala estão comendo quietos, focados no que pretendem fazer hoje: descobrir o que tem de tão especial com Oaahi.
Assim que terminam de comer, Bvee e Cala partem rapidamente para a Biblioteca da Ordem e executar seu plano. Os dois Iniciados se sentam em frente ao computador de pesquisa que fica no centro da Biblioteca da Ordem onde todos estão em silêncio.

— “Muito bem Cala, preparado?”

— “Sim, Bvee. Mas anda logo antes que apareça alguém aqui e veja o que estamos fazendo”

— “Então, vamos lá...” – Bvee procura pelo nome de Oaahi porém o computador não retorna nenhuma informação sobre Oaahi.

— “Não achou nada, Bvee?”

— “Não...como é possível? Todos os membros da Ordem ficam catalogados nos registros.” – Bvee coloca as mãos atrás da nuca e se reclina na cadeira imaginando o que pode ter acontecido com os registros de Oaahi. – “HÁ! Já sei Cala...o Recrutador que trouxe ela não deve ter feito o upload dos registros dela para o sistema.”

— “Então é isso. Deixa isso pra lá e vamos aproveitar nosso tempo livre que ainda...”.

— “Não. Não vamos deixar pra lá.” – diz Bvee interrompendo Cala.

— “E o que vamos fazer então? Bolar um plano épico pra um de nós distrair o recrutador fazendo ele sair da sala enquanto o outro pega os registros?” – diz Cala todo animado com a chance de fazer algo realmente divertido.

— “Calma, meu caro amigo Cala. Vamos ter paciência. Logo os registros estarão no sistema. Sem plano épico! Tem algo errado com essa garota Cala e vou descobrir o que é. Agora vamos para o nosso alojamento meditar. Preciso diminuir essa ansiedade.”

— “Entre plano épico e meditar você escolhe meditar?” – responde Cala desanimado.

— “Vaaamos” – Bvee vai empurrando Cala até o alojamento.

Bvee Sorr e Cala Koole são melhores amigos dentro do clã Urso. Fazer parte do clã Urso e ter 12 anos são as únicas semelhanças entre os dois. Bvee é um humano cor de pele clara, cabelo escuro, estatura normal e geralmente se comporta com muita seriedade. Ele tem muito orgulho de fazer parte da Ordem Jedi. Está sempre andando com um olhar orgulho e uma postura impecável. Cala é um twi’lek, raça humanoide que possui uma testa avantajada e possuem um par de apêndices que se projetavam de seus crânios, chamados lekku. Sua cor de pele era amarela e usava uma faixa preta entre seus lekku. Cala já não era tão sério como Bvee, aliás ele mais criava problemas do que qualquer outra coisa.

Enquanto Bvee e Cala estavam na biblioteca, Oaahi conversava com Elie-eh Zerr em sua sala. Mesmo que eles nunca combinassem nada, a youngling visitava o recrutador sempre após as refeições. Como Elie-eh foi o primeiro contato que Oaahi teve com a Ordem, era natural que a jovem tivesse essa proximidade com ele. Ambos compartilhavam as coisas que aconteciam durante o dia, as coisas boas, coisas nem tão boas, mas era um clima leve e descontraído.

— “Terminei hoje de catalogar as suas informações. Amanhã mesmo você estará nos registros da Ordem Jedi. Olha aqui como ficou.”

— “Deixa eu ver.” – Oaahi olha para a tela e ao ver sua foto dá um soco no braço de Elie-eh. – “Você vai trocar essa foto, agora!”

— “Por quê? Não é você?” – pergunta com olhar debochado.

— “Sim, sou eu. Mas eu estou dormindo, cheia de resto de comida pelo corpo e meu cabelo tá horrível! Troca essa foto agora. Quando você tirou essa foto?”

— “Quando você tava dormindo a caminho daqui no dia que eu resgatei você. Tem certeza que é pra trocar?” – Elie-eh pergunta ainda com olhar debochado.

— “Sim!” – Oaahi responde enquanto está com os braços cruzados, com a cara fechada e batendo o pé esquerdo repetidamente no chão.
 
— “Tudo bem.” – o recrutador muda a foto do registro com um sorriso de canto de boca e pondera: - “Aquela foto tinha tanto potencial...”

— “Seu bobo... agora deixa eu ir embora porque você já me fez perder muito tempo aqui. E ai de você se aquela foto aparecer no meu registro!” – Oaahi caminha para fora da sala apontando dois dedos em direção aos seus olhos e depois mostrando o dedo indicador em direção à Elie-eh Zerr como que dizendo: Estou de olho em você.

— “Sim, senhora! Boa noite Oaahi. Que a Força esteja com você.”

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Oaahi acorda para mais um dia de treinamento na Ordem Jedi e hoje ela está menos cansada do que no dia anterior. Isso graças a uma boa noite de sono e à técnica curato salva. Oaahi está feliz com o que conseguiu realizar até agora e com um sorriso no rosto a jovem troca de roupa e vai escovar os dentes e pentear os cabelos. Assim que pega a escova de dentes e de cabelo, a jovem fecha o compartimento. Ao ver a sua imagem refletida no espelho Oaahi leva um susto. Ela vê novamente aquela imagem dela mesma com pele em tom pálido e olhos amarelos. A imagem é assustadora e a jovem Wroonian está paralisada enquanto olha para si mesma. É possível ver o medo nos olhos de Oaahi e enquanto ela tenta entender o que significa aquele reflexo ela é surpreendida novamente quando sua réplica mostra os dentes afiados e tenta atacar a jovem. Imediatamente Oaahi vai ao chão por causa do susto.

— (Força o que é isso!?!?!? Uff...uff...uff...) – Oaahi está ofegante e com o coração acelerado. – (É a segunda vez que vejo isso e agora está pior. O que isso quer dizer?)

Aproveitando que está no chão, a youngling decide se sentar, cruzar as pernas e meditar na Força. Enquanto medita o corpo da jovem vai relaxando e agora seus batimentos cardíacos estão diminuindo. Aquela respiração ofegante de momentos atrás se foi, assim como o sentimento de medo e pavor. Tudo o que Oaahi consegue sentir agora é a energia benevolente da Força. A jovem Wroonian decide levantar e encarar novamente o espelho. Enquanto se levanta Oaahi se lembra das palavras do Mestre Yoda: “A Força nossa aliada é. E poderosa aliada Ela é.”

Antes que a jovem conseguisse olhar para o espelho Grão Mestre Yoda chama por Oaahi.

— “Youngling Oaahi, vim te buscar para nosso treinamento continuar. Você pronta está?”

— “Sim, Mestre. Já estou indo.” – diz Oaahi e assim que olha para o espelho vê somente o seu reflexo verdadeiro e respira aliviada. Mestre Yoda e Oaahi caminham até o pátio do templo para treinar.

— “A frente da grande árvore sente Oaahi. Com as pernas cruzadas fique.”

— “Sim, Mestre”

— “Curato salva aprendemos ontem. Hoje, Tutanimis aprender vamos. A habilidade de absorver energia!”

— “Mas não foi isso que aprendemos ontem, Mestre? A absorver energia da Força?”

— “Curato salva para curar a si próprio através da Força é. Tutanimis para absorver ou bloquear qualquer tipo de energia serve.”

— “Pode me dar um exemplo, Mestre?”

— “Com o tutanimis um tiro de blaster você pode absorver. Essa energia você poderia anular, mas não só isso. Para outra direção se quisesse você poderia refletir.”
 
— “Você está me dizendo que eu vou conseguir me defender de tiros de blaster?”

— “Sim, minha jovem...com tempo e treinamento. Para proteger a si mesmo e aos outros um Jedi deve preparado estar. Mas com algo mais simples devemos começar...” – Mestre Yoda prepara uma pilha de pequenas madeiras e ateia fogo nelas. A pequena chama arde exibindo suas labaredas de cor amarela viva com contorno laranja. Oaahi consegue sentir o calor que emana da fogueira mesmo não estando tão próxima.
 
— “O primeiro teste bloquear a energia térmica do fogo será. A mão direita em direção ao fogo estenda. Com a palma da mão através da Força uma barreira faça.”

— “Sim, Mestre” – Oaahi faz como o Mestre mandou e busca fazer uma barreira através da Força. Assim como no dia anterior a jovem consegue controlar a Força novamente. Uma pequena barreira quase transparente se forma ao redor da palma da mão direita de Oaahi.

— “Mmm...mmm...ver a barreira eu consigo. O calor vindo do fogo você sente?”

— “Sim, Mestre. Mas não está muito quente, só morno.”

— “Então sua mão aproxime mais da chama.”

— “Sim, Mestre.” – Ao se aproximar da chama Oaahi começa a sentir o calor mais intensamente e retira a mão quando o calor se tornou insuportável. – “Ai...uuuu...quente, quente, quente!” – Oaahi assopra a mão para tentar aliviar a dor.

— “A sua mão não retire jovem! a energia da barreira aumente e sua mão novamente aproxime da chama. Sentir dor você não vai se bloquear a energia térmica do fogo. De novo, faça!”

Oaahi estende novamente a palma da mão, mas não tão perto como da última vez. Ela busca através da Força Viva aumentar a da barreira e bloquear a energia térmica da chama. Assim que consegue aumentar a barreira a jovem vai aproximando a sua mão da chama.

— “Estou conseguindo Mestre! Estou conseguindo me aproximar da chama.”

— “Muito bom jovem Oaahi. Mais da chama se aproxime. Sem duvidar. O foco em seu bloqueio mantenha.”

Enquanto Oaahi se aplica na execução da tutanimis no pátio do Templo, Bvee Sorr está na classe de Instrução sobre a Força longe dali. O jovem iniciado do clã Urso está mais motivado do que o comum hoje. Seu empenho no controle da Força foi elogiado pelo seu instrutor que comenta não se lembrar de vê-lo empenhado assim antes.

— “Obrigado Mestre Windu. Meu objetivo é me tornar um grande Mestre Jedi como o senhor. E isso começa dominando os fundamentos.” – responde determinado.

— “Muito bem Bvee Sorr. Continue assim e vai conseguir realizar seu objetivo. Que a Força esteja com você!”

— “Bvee, você está mesmo diferente hoje. Mais concentrado do que o normal.” – diz seu amigo Cala baixinho.

— “Eu acordei mais cedo para poder meditar mais, treinei o curato salva, tutanimis e o altus sopor antes da classe de Instrução sobre a Força. A Ordem nunca precisou tanto de mim quanto agora.”

— “Por que a Ordem nunca precisou tanto de você quanto agora?” – Cala espera a resposta de Bvee mas seu melhor amigo apenas olha para ele fixamente sem dizer uma palavra. Mas aquele gesto já foi o suficiente para compreender o que seu melhor amigo queria dizer. – “Ahh...por causa da garota nova Wroonian.” – Bvee concentra novamente seu olhar para frente.

— “Eu sinto que há algo de errado com essa garota. Não consigo explicar, mas...vou proteger a Ordem com a minha vida se necessário. Ninguém vai ameaçar o nosso modo de viver aqui Cala. Nem mesmo um de nós...não enquanto eu estiver aqui.”

Cala continua olhando para seu melhor amigo e busca entender sobre o que Bvee está falando. Apesar de não compreender o motivo da desconfiança sobre Oaahi, o jovem Twi’lek não tem motivos para não acreditar em seu melhor amigo. Assim que termina a classe de Instrução sobre a Força é hora da segunda meditação do dia. Os membros do clã Urso se organizam em 4 fileiras com 5 componentes cada. Bvee Sorr e Cala Koole ficavam sempre na última fileira, pois Cala não levava as meditações a sério e Bvee não gostava de estar em encrencas e nem deixar seu melhor amigo entrar em uma.

— (Nossa...o Bvee tá ainda mais concentrado do que normalmente...) – pensa consigo mesmo Cala enquanto mantém um olho fechado e outro observando seu amigo.

— “Cala, fecha os olhos e vai meditar. Não é hora para brincadeira.” – diz Bvee ainda com os olhos fechados.

— (Como ele sabe que eu tava olhando pra ele?) – Cala fecha os olhos, porém não consegue mantê-los fechado por muito tempo e logo está fitando seu amigo novamente.

— “.........” – Bvee continua meditando como se nada mais importasse ao seu redor.

— (O Bvee sempre medita com seriedade, mas hoje está com uma aura diferente...até a expressão dele não é a mesma dos outros dias. Queria poder ser tão aplicado quanto ele.)

Terminado o período de meditação, Bvee e Cala vão para o refeitório. Como sempre o Twi’lek está brincando e o humano está concentrado. Qualquer um diria que Bvee Sorr e Cala Koole é a dupla de melhores amigos mais improvável que poderia existir. Um era sério e determinado o outro, brincalhão e irreverente. Como de costume assim que chegam ao refeitório, Cala vai pregar peças nos outros younglings. Bvee permanece quieto e sentado em seu lugar de costume. Após alguns minutos, Oaahi entra no refeitório e vai se sentar com os membros do clã Bergruufta.

— (Chegou a Wroonian...) – Bvee está com olhar compenetrado em Oaahi. – (Geralmente os membros do clã Bergruufta são mais calorosos do que os dos outros clãs, mas essa garota nova supera todos os outros. Quais serão as intenções dela?)

— “Bvee...hey!” – Cala tenta atrair a atenção do seu melhor amigo, porém sem sucesso. – (Ele tá olhando pra garota nova de novo!? Isso já tá virando obsessão.)

— o Twi’lek então sacode a mão na frente dos olhos quase hipnotizados de Bvee.

— “Para Cala, para! O que foi?”

— “O que foi? Eu que te pergunto o que foi...tá com essa cara de peixe morto por quê?”

— “Cara de peixe morto!?” – diz Bvee com olhar de reprovação.

— “Sim. Peixe morto. Você nem pisca Bvee...você vai voltar ao normal depois que a gente ver os registros dela?”

— “Pode ser que isso mude tudo Cala...pode ser que mude tudo...” – diz Bvee, ainda mantendo os olhos fixos em Oaahi.

Terminado o almoço Bvee e Cala partem para a classe de História e Política enquanto Oaahi retorna para o treinamento com Mestre Yoda. Diante da grande árvore, Grão Mestre Yoda acende novamente a pequena fogueira para que a jovem Wroonian continue praticando a técnica tutanimis.

— “Novamente a energia térmica do fogo você deve bloquear.”

— “Sim, Mestre”

Oaahi consegue novamente aplicar a técnica através da meditação e controle da Força Viva. Ela consegue avançar sua mão aberta para mais perto da chama sem que pudesse sentir o calor insuportável do fogo. Conforme sua mão avança, a chama é empurrada para frente assim como um imã repele outro imã com a mesma polaridade.

— “Muito bem, Oaahi. Tutanimis você está conseguindo aplicar. O nível de dificuldade vamos aumentar agora.”

— “Aumentar, Mestre?” – Oaahi pergunta preocupada.

— “Sim, aumentar. Uma barreira com a tutanimis, até o seu pulso faça. Como se uma luva fosse.”

— (Por que o Mestre Yoda quer que eu faça uma luva? Estou com um mau pressentimento quanto a isso.)  - Apesar da desconfiança, Oaahi se concentra e consegue formar a barreira. – “Consegui, Mestre. E agora?”

— “No meio da fogueira sua mão coloque. Até que o punho no meio da chama esteja.”

— “......” – Oaahi abre os olhos e olha para o Mestre Yoda. – “Colocar a mão...no meio da chama!?”

— “Algum problema há?”

— “Eu não posso...Não consigo.” – responde a jovem em tom de preocupação.

— “Agora mesmo, pare. Bloquear a chama não conseguiu você? Qual a diferença?”

— “Agora eu posso queimar a minha mão!” – responde a jovem com medo.

Mestre Yoda caminha para a frente da fogueira, vagarosamente com a sua bengala. E explica que não há diferença. Mesmo quando ela não colocou a mão no meio da chama o risco de se queimar existia. Oaahi olha para Mestre Yoda ainda com receio no olhar, mas procurando compreender o que ele falava. Após uma breve pausa do velho Mestre, ele interrompe o silêncio e diz:

— “De três coisas você deve se livrar: Medo, dúvida e descrença!” – assim que termina de falar, Mestre Yoda atravessa a chama com seu braço. As chamas continuam a queimar ao redor do braço dele, mas sem encostar.

— “......” – Oaahi está chocada com o que está vendo diante de seus olhos.
 
— “Na Força, medite agora. A energia benevolente da Força agora sinta. A Força Viva, não sentiu você?”

— “Sim, Mestre.”
 
— “A Força Cósmica, não sentiu você?”

— “Sim.”

— “E medo de uma pequena chama você tem? Precisa disso você não. Agora o mesmo que eu fiz, faça você!”

As palavras de Mestre Yoda levam Oaahi a se lembrar de como ela sentiu a Força Viva, depois a Força Cósmica e de como a energia da Força não possui limites. Ela sente a Força a seu lado e seu olhar já não é mais de preocupação. Tudo o que Oaahi consegue sentir agora é o fluir da Força em seu interior.

— “Para que um Jedi a si proteger aprenda, controle necessário é. Mas da Força somente não. Mas também de si mesmo. Sua mente e coração controle para que a conexão com a Força não se perca. Entender isso você fez. Em seu olhar posso ver. Agora faça o que te pedi!”

— “!!!!!!” – Oaahi atravessa a chama com uma das mãos e recebe o olhar de aprovação de seu mestre enquanto vê a chama contornando o seu braço. – “Eu consegui, Mestre!” – diz Oaahi enquanto exibe um brilho no olhar.

— “Sim, conseguiu sim. Muito orgulho de você estou. Muito potencial tem você e vontade de aprender. Isso muito valor possui. Mas agora uma coisa muito importante para qualquer Jedi você conquistou.”

— “O que, Mestre?” – pergunta a jovem dirigindo o olhar para seu mestre.

— “Controle.


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