Do início até o para sempre escrita por Gle Smacked Cullen


Capítulo 8
Dores no corpo e na alma


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Primeiramente peço desculpas pela demora na atualização do capitulo. Não foi fácil narrar uma briga assim, cheias de violências psicas e fisica e eu to tentando ao máximo me esforçar para fazer melhores capítulos.

Eu espero que gostem e uma boa leitura



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Meses depois do casamento, o matrimônio de Esme e Charles seguia como deveria ser para a época. Uma vez “unidos pelo matrimônio”, os cônjuges viviam uma relação assimétrica, sendo assim sempre colocando o bem estar de Charles para haver a felicidade conjugal.
Esme que se casou já muito prendada aprendeu a ser mais pois seguia os conselhos das mulheres casadas da vizinhança que diziam que a mulher conquistava pelo coração e prendia pelo estômago.

Apesar de Esme sempre questionar internamente esses valores, ela não dizia nada pelo seu próprio bem afinal sabia muito bem que vivia numa sociedade patriarcal, sendo assim, Esme apenas deleitava os cuidados ao marido e fazia-lhe tudo para facilitar a vida de casada. Entretanto a mente era silenciosa e ela sempre poderia viajar constantemente ampliando os espaços internos para se conectar com o que a envolve; que era ser uma mulher mais livre podendo assim fazer diversas coisas além de cuidar da casa e do marido enquanto o mesmo garantia o sustento do lar.

Em sua mente o casamento parecia tranquilo, Charles se mostrava um homem cordial entretanto passou a observar um detalhe muito incomodo no marido: O vicio em álcool. O mesmo parecia que se transformava toda vez que a bebida interagia com o corpo, Charles tornava-se um homem grosso que usava palavras humilhantes a esposa mas Esme tem um coração maior do que deveria, sendo assim julgava que tudo era exclusivamente o efeito do álcool e deste modo ouvia tudo calada e pronta a perdoar cada pedra atirada verbalmente contra si, seguindo assim o conselho que a mãe havia dado sobre perdão no dia do seu casamento.

No entanto, a mesma não seguiu o conselho numa noite em que estavam numa festa dado pelo amigo do marido, um tenente-coronel e resolveu confrontar o marido que se embebedava na intenção de se divertir na festança

— Querido, não é melhor que pare por hoje? - disse com a voz baixa e calma. Apenas para o marido escutar, afim de não constrange-lo em frente aos amigos.

— Esme, ta tudo bem, eu sei meu limite. - Charles respondeu sendo que a voz já saia um pouco arrastada devido o efeito do álcool.

Esme no propósito de não enfurecer o marido, decidiu se afastar e fazer companhia as mulheres presentes na festa. Porém não conseguia se concentrar no papo das mulheres, pois estava preocupada com o marido que parecia não atingir o limite e bebia cada vez mais na festa sem qualquer moderação. O mesmo já estava dizendo algumas coisas sem nexo e causando um certo alvoroço com os amigos. Mas, Esme;  apesar de ficar cada vez mais preocupada, se manteve calada rezando para que o maldito jantar acabasse e eles partissem de volta para casa.

— Senhores, estão vendo minha bela esposa... eu a acho muito puritana, o que posso fazer pra torna-la mais atrevida? - Charles já cedido pela bebida disse em tom alto para todos os amigos de um jeito brincalhão de forma nada natural para ele, o mesmo já estava completamente embriagado e falando besteiras o tempo todo. Todos na festa observaram o estado de Charles e o olhavam com a mesma expressão surpresa que Esme tinha no rosto.

Charles parecia ter esquecido completamente do motivo de está na festa que o amigo tenente-coronel havia dado. Charles observou o olhar reprovador de Esme e deu-lhe um sorriso caloroso, ignorando a repreensão. Subitamente ele aproximou-se lhe estendendo a mão na intenção de dançar com a esposa.

Esme não se moveu, apenas ficou observando o marido sem ter certeza do que ele pretendia, o mesmo perdeu a paciência e a puxou pelo braço levando-a para o centro do salão onde vários casais dançavam.

— Esme, você é tão ... tão - Charles dizia palavras sem sentido, sussurrando próximo do ouvido da mulher a segurando muito mais perto do que o necessário.

— Sabe.. eu adoro quando você fica nua - Charles dizia sem a menor preocupação de alguém está escutando e a deixando completamente envergonhada, sem saber o que dizer. Suas mãos começaram a subir para os seios de Esme e a mesma olhava ao redor e notou quase todos os olhares direcionados a eles e aquilo a deixou totalmente constrangida pelo comportamento do marido.

— Charles... Você está bêbado. - reclamou tirando aos mãos dele de seus seios e as colocando de volta na cintura. Esme tinha que encontrar um jeito de tira-lo desta festa antes que a situação ficasse ainda mais constrangedora.

— Sim.. Eu estou. - ele sussurrou em seu ouvido lhe dando uma leve mordida.

— Charles, para. Querido, vamos embora! Por favor - Esme pedia tentando se soltar dos braços do marido. Ele a olhou por um momento, tentando avaliar seu humor e então se aproximou e lhe deu um beijo nos lábios, no qual não foi correspondido. Logo o casal foi interrompidos por um amigo de Charles que parece que observou o desconforto de Esme e resolveu intervir. 

— Charles, acho que sua mulher tem razão, talvez seja melhor vocês irem! - Esme lançou um olhar de gratidão ao caro senhor.

— Tá certo, é melhor mesmo - Charles disse conformado.


Marido e Mulher partiram de volta para casa, sem qualquer comentário sobre o incidente da festa. Cada um concentrado em seu mundo particular. Até a chegada na residência em que Charles foi em direção a adega da casa. Esme se preocupou e decidiu intervir

— Querido, eu acho que você já bebeu demais, isso não faz bem! - a voz era assustada e trêmula de quem segurava as lágrimas.

— Você quer me controlar, Esme? na minha própria casa - a voz saiu em um tom áspero e ríspida. acompanhada de um movimento brusco, surpreendendo-a pelo forte aperto em seu braço.

— Desculpe Charles, eu não deveria ter dito nada. Apenas estou preocupada contigo - sua voz suou frágil, como se estivesse prestes a chorar.

Não houve resposta para o esclarecimento pois  a raiva subiu a cabeça de Charles, que agiu grosseiramente com a esposa arrastando-lhe com severidade pelos cabelos até o sofá, avançando para cima de seu pequeno corpo na intenção de corrigi-la.

— Charles, se acalme! Desculpe-me - disse chorando e se desculpando no intuito de acalmar o marido agressivo mas a ira e o poder do álcool sobre seu corpo era muito mais forte que qualquer esclarecimento.

Na tentativa de não se machucar mais do que deveria, Esme encolheu-se em baixo do marido, respirando fundo e chorando num pranto miúdo e orava silenciosamente com a finalidade daquilo terminar o quanto antes e o marido voltar a ser um homem bom, enquanto o mesmo parecia atiçado pelo choro e gemidos de dor que Esme transmitia e sem consideração alguma a tomava a força.

Não se sabe quanto tempo passou, até o marido parar com aquela tortura infinda e sair de cima dela. Esme observava o marido se afastar com muito dificuldade cambaleando pela embriaguez, subindo as escadas para o quarto. Esme, sentia muito dor pelo corpo mas principalmente no coração, a dor da humilhação que acabou de passar. Continuou parada encolhida no sofá, chorando baixo quando foi tirada seus pensamentos doloridos pela empregada Mary. 

Esme

— Senhora Everson - Mary me chamou com uma voz apavorada, vindo para meu lado e tentando me levantar do sofá e me levar em direção as escadas.

— Não Mary, por favor. - supliquei, eu não queria me deparar com ele novamente,

— Senhora, você precisa de um banho para aliviar a dor e apartar esse sangramento - observei seu olhar e percebi que eu estava sangrando e senti uma ardência em minhas partes, assenti e com sua ajuda e me levantei.

A segui automaticamente, minha cabeça rodando muito e eu sentia muitas dores. Chegando no quarto encontrei com Charles derrubado sob a cama, Mary me levou para o banheiro pra me limpar.

— Mary, por que? o que eu fiz de ... - não consegui terminar minha frase e me lancei em seu braço chorando baixa copiosamente.

— Senhora, se acalme! O senhor Everson estava dominado pela bebida, a senhora não fez nada errado, só estava preocupada com seu marido. - ela levantou meu rosto e limpou minhas lagrimas.

— O que eu faço, Mary?

— Nada! amanhã é outro dia e tudo se ajeitará! Me ajude a arrumar o senhor Everson. - apenas assenti.

Voltamos para o quarto junto com um toalha e uma bacia com aguá fresca e passamos pelo corpo de Charles. No momento que retiramos sua roupa me bateu uma repulsa tão grande.

— Mary, eu sinto nojo do meu marido! Eu só... só ... - eu lutei com as palavras, eu estava transtornada.

— Senhora Esme! Ele não fez por mal, ele te ama.

Apenas assenti e continuei com aquele ritual de limpa-lo, terminamos e o vestimos com trajes limpos de dormir e o deixamos confortável na cama.

— Vou me retirar senhora Everson, qualquer coisa me chame - Mary saiu do quarto me deixando ali com Charles.

Eu já estava de banho tomado e com minha camisola para dormir devido a ajuda bondosa de Mary. Mas não consegui deitar ao seu lado, me sentei na poltrona que tinha no quarto de frente para a cama e me ajeitei silenciosamente. Fiquei olhando para Charles adormecido e as lembranças de algumas horas atrás me tomaram, desabei, chorando descontroladamente, minhas emoções saindo do controle. Como ele podia agir dessa maneira? Mesmo estando bêbado não me parece aceitável tamanha desconsideração comigo.

Minha cabeça parecia que ia explodir e eu não conseguia parar de pensar no jeito que Charles me tratou,a ideia era demais pra mim e me fazia sentir culpada pois de certa forma eu tinha começado isso tudo, e  se não fosse pela minha conduta Charles não teria ficado tão bravo. Não sei quanto tempo passou enquanto eu fiquei sentada encolhida na poltrona, mas logo estremeci com o chamar de Charles

— Esme, querida você está acordada? - Não respondi e fingi está dormindo, escutei seus movimentos levantando da cama e tremi de pensar que tudo aquilo poderia se repetir, me mantive de olhos fechados e logo senti suas mãos em meu rosto.

— Querida, porque não está na cama? ain que dor de cabeça - logo senti seus braços envolver meu corpo e então resolvi abrir os olhos.

— Charles, o que você? me deixe aqui, por favor - eu supliquei o olhando.

— Não, Esme querida! você está desconfortável venha para a cama. - ele falou com uma voz controlada. Apenas assenti não querendo prolongar qualquer discussão com ele. Segui com ele para a cama e me virei, ficando de costas pra ele, tentei dormir, mas era impossível. Sentia-me sufocar naquele quarto opressivo, que antes me pareceria tão belo e agradável.


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Notas finais do capítulo

"Que todas as Mulheres, não só hoje mas todos os dias, sejam livres de qualquer violência e que não lhe sejam negados direitos á vida. Que sejam associadas a respeito e dignidade."
— Maria Simão Torres

“Em briga de marido e mulher se mete a colher...”. Denuncie! Ligue – 180
Eu espero que tenham gostado e espero que comentem, deixem de ser invisíveis, por favor!

Até a próxima.



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