Do início até o para sempre escrita por Gle Smacked Cullen


Capítulo 14
Fugindo


Notas iniciais do capítulo

Oii ...

Mais um capitulo!!! Espero que gostem.



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Eu estava sozinha quando acordei. Minha bochecha úmida e pegajosa estava pressionada contra o piso de madeira e os cheiros de tabaco e vômito se misturavam nauseante em minhas narinas.

— Dona Esme, eu vou te ajudar! - Escutei Mary. 

— Mary, por favor. Eu preciso ir embora - Choraminguei, e me levantei trêmula. Ela me guiou até a velha bomba perto do estábulo, correndo a água gelada nas mãos e espirrando em meu rosto. Comecei a chorar compulsivamente. Ele poderia ter me matado! A guerra pegou um homem já violento e quebrou tudo que ainda restava dele. 

— Calma, senhora Esme. - Mary disse preocupada. 

— Mary, cadê ele? - eu disse assustada. 

— Ele saiu bravo depois que a senhora desmaiou... Pensei que a senhora estivesse morta - Ela disse baixinho e assustada. 

— Ele poderia ter me matado, Mary! Eu tenho um bebê agora, estou com medo. - Eu disse passando a mão em minha barriga. 

— Eu não sei como te ajudar, senhora! O senhor Charles é um homem bom mas está perturbado. - Balancei negativamente a cabeça. 

— Eu preciso cuidar do meu bebê - Ela abaixou a cabeça e disse rapidamente.

— Dona Esme, você precisa mesmo! Eu... Eu... Fuja! Vá embora, menina! - Olhei diretamente para ela e fiquei assustada, Mary é tão fiel a Charles. 

— Você está falando sério? - Sussurrei e ela confirmou com a cabeça me levando pra dentro novamente. Fomos para o meu quarto e ela me ajudou a me vesti, o mais rápido que pude, com dedos trêmulos de medo. À nossa volta, a casa estava silenciosa, e tremi ao pensar em Charles voltando e me encontrando arrumando a mala com Mary. Não havia tempo para chorar. Tivemos que agir rapidamente.

Entrei no banheiro para pegar alguns objetos íntimos! E observei meu reflexo no espelho, que mostrava claramente as marcas do que Charles tinha feito, meu pescoço circundado por hematomas, mostrando carne machucada e inchada. Estremecendo, encontrei um lenço de seda e o coloquei em volta do meu pescoço para que ninguém pudesse ver, adicionando meu chapéu com a faixa combinando. Já com uma pequena mala, indo em direção a porta. Olhei para Mary, agradecida e então ela me olhou fixamente e disse. 

— Procure a Senhora Nolan, eu não posso sair ... Preciso distrair o senhor Everson. - Ela disse assustada. 

— Mary, muito obrigada! De verdade. E desculpa por talvez coloca-la em problemas - Fui sincera. 

— Eu deveria ter lhe ajudado antes! Nunca pensei que o senhor Charles fosse agir com tanta frieza. - Fechei os olhos, não querendo pensar em nada e apenas acenei ... E sai! Sem tempo para planejar, fiz meu caminho pelas ruas até a casa da Senhora Nolan, bati na porta dos fundos e aguardei. 

A governanta deles, Edith, deu um pulo quando eu bati na porta. 

— Oh Sra. Evenson! - ela exclamou. 

— Eu preciso ver Sra Nolan. -  eu sussurrei, minha voz quase irreconhecível na garganta danificada. 

— A senhora está bem? - Olhei para baixo e falei baixo

— Não quero que Richard saiba que estou aqui ... é muito importante, Edith. - Ele era amigo de Charles, e eu não sabia se ele apoiaria o que eu estava fazendo. Na verdade, eu estava arriscando que nem a sra. Nolan pudesse e estivesse disposta a me ajudar. 

Edith hesitou, depois abriu a porta e me deu passagem

— Claro, Sra. Evenson. Vou chamar a Sra. Nolan imediatamente. 

Aguardei sentada numa poltrona da sala, já era tarde. Com certeza eles estavam dormindo. Edith desapareceu e, um momento depois, Sra Nolan entrou correndo na sala. Ela estava vestida com uma camisola longa, e os cabelos soltos, eu não tinha ideia de que era tão longo.

— Jesus, Esme! Está tudo bem? aconteceu alguma coisa? - ela se aproximou e pegou minhas mãos, olhando para mim com óbvia preocupação.

— Eu preciso muita da sua ajuda - eu sussurrei. Eu não sabia nem como começar a contar a ela o que estava acontecendo no meu casamento, então, hesitante, desenrolei o lenço que tinha enrolado no pescoço para que ela pudesse ver. 

Ela percebeu os hematomas e seu franziu o rosto. "Charles?" ela perguntou firmemente.

Eu balancei a cabeça, lágrimas transbordando de meus olhos. 

— Não é a primeira vez ... ele fica com raiva... Eu juro por Deus, Sra Nolan, eu tentei ser uma boa esposa mas não posso mais ... ele me sufocou esta manhã até que eu desmaiei e estou com medo. Eu tenho que ir embora, você sabe ... Eu tenho um bebe crescendo aqui - Acariciei minha barriga. 

— Oh Esme, minha querida! - Ela me pegou nos braços e por um momento me permiti relaxar, sabendo que alguém realmente se importava e me ajudaria. 

— Por favor - Chorei. 

— Eu já desconfiava! Charles é um monstro... Eu vou te ajudar! - Ela disse firme. 

— Eu tenho um primo em Wisconsin... Acho que ele me aceitaria até que eu pudesse decidir o que vou fazer. Posso pegar um trem lá, mas não tenho dinheiro para a passagem. - eu disse, fungando e enxugando meus olhos. Envergonhada por estar implorando por dinheiro, baixei os olhos.

— A senhora pode me emprestar, eu pagarei de volta assim que puder. 

— É claro que sim! Não pense mais nisso. - disse Leila com firmeza se levantando e subindo as escadas. 

— Não, não por favor! - Eu interrompi com medo. 

— O que há de errado? 

— Não diga a Richard, ele pode dizer a Charles o que estou fazendo. 

Ela sorriu calmamente 

— Vou pegar o dinheiro do escritório e explicar tudo a ele mais tarde. Não posso mexer no dinheiro sem avisa-lo mas tenho certeza de que ele não contará a Charles assim que souber o que está acontecendo. Você apenas espera aqui pelo momento. Ah, e Edith? Você poderia fazer uma cesta de comida para Esme? Ela vai viajar. E eu acho que não precisamos mencionar nada disso para ninguém no momento, tá bom? 

— É claro - declarou Edith. 

Enterrei meu rosto em minhas mãos enquanto chorava. Fiquei impressionado com a bondade delas vindo na esteira da brutalidade de Charles, e tão humilhada que precisei da ajuda deles assim.

— Esme? -  Era Sra.Nolan, tocando suavemente meu ombro. 

— Oh sim? - eu disse assustada.

— Peguei dinheiro para você. Acho que será o suficiente para o trem e um pouco depois, se você tomar cuidado. 

— Obrigada de verdade! Não posso agradecer o suficiente. Não sei o que faria sem você - solucei, pegando o dinheiro e colocando na minha bolsa.

— Espero que seja o suficiente. Você me avisará quando estiver resolvido? Quando você ficar segura? - Ela disse preocupada e eu acenei concordando. 

Edith apareceu com uma caixa de papelão amarrada com barbante. 

— Senhora Everson, coloquei um pouco de frango frio e pão com manteiga, bem como algumas frutas. Boa sorte e tenha cuidado.

Respirei fundo, estremecendo, e comecei a arrumar cuidadosamente meu lenço para esconder o máximo possível dos hematomas. 

— Não sei nem como agradecer direito! Obrigada mesmo... Vocês estão me ajudando muito!

— Cuide do bebê, minha querida! E se cuide. - Ela me abraçou com força e me beijou nas duas bochechas.

— Vou cuida-lo. Agora preciso ir. Não tenho certeza de que horas são os trens e quero ir embora o mais rápido possível. 

Fui em direção a estação de trens e assim, com apenas as roupas do corpo, minha malinha e comida e o bebezinho na barriga, deixei meu marido e cidade e peguei o primeiro trem saindo de Columbus.

Encostei no banco com os olhos fechados de cansaço enquanto o trem andava. Dormi e, pela primeira vez em anos, sonhei com o médico. Os olhos dourados e a voz doce que me ofereceram um conforto tão constante naquele hospital, flutuaram em meus sonhos e acordei com lágrimas escorrendo pelo rosto, porque ele tinha sido meu ideal e minha vida tinha ficado muito além daquela.


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Notas finais do capítulo

Esme conseguiu fugir, ebaaaa!

até o próximo capitulo



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