Do início até o para sempre escrita por Gle Smacked Cullen


Capítulo 15
Um abrigo


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoa

Tudo bem? Espero que sim.

Conforme prometido, vou continuar essa história ... Então segue com o capitulo!

Boa leitura!!!



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No caminho de minha viagem de Columbus a Milwaukee, tinha sido nada menos que um pesadelo. Provavelmente por causa da minha gravidez ou dos meus nervos, imaginei o que faria se meu primo não pudesse ou não quisesse me ajudar... Mudei de lugar toda vez que alguém falava comigo, convencida de que Charles iria aparecer de repente atrás de mim passei o tempo de espera encolhida dentro do vagão de mulheres. E além do mais o movimento do trem me fez mergulhar em um ataque incontrolável de enjoo.

Desembarcar em Milwaukee em segurança foi um alívio. Eu estava muito grata pelo dinheiro que Dona Nolan tinha sido capaz de me emprestar para tornar esta viagem, por mais difícil que fosse, possível. E apesar de preocupada, com medo. Eu estava disposta a começar uma vida nova, junto do meu filho. Pelo bem do meu bebê, faria tudo pra nos mantermos longe de Charles. 

Por fim, no destino final procurei o correio da cidade, não tinha de memória o endereço de meu primo Joseph. Era noite e, mesmo que eu não estivesse cambaleando de exaustão, sabia que não seria capaz de me orientar em uma cidade estranha à noite, além de ser perigoso. Graças ao bom Deus o correio estava aberto.  

— Boa noite! - Cumprimentei.

— Boa noite, senhora ... Como posso ajudar? - Observei o mesmo olhando minhas mãos, com certeza olhando minha aliança de casada ... qual eu esqueci de retirar. 

— Obrigada, eu estou de visita na cidade e não pensava que eu iria chegar tão tarde. Poderia me ajudar a encontrar o endereço do senhor Joseph Platt - falei com ansiedade. 

— Certo, Joseph é conhecido por aqui ... Você é alguma parente? 

— Isso, sou a prima dele. 

— Qual o nome da senhora?

— Eu me chamo ... É Elizabeth, Platt! - Não senti confiança em passar meu nome verdadeiro e no momento faltou criatividade e apenas lembrei de minha irmã. 

— Preciso que a senhora, assine bem aqui. - Ele disse apontando para o caderno de registros. 

— Claro - Tentei mudar minha caligrafia e escrevi o nome de minha irmã. 

— São apenas questões de segurança! Senhora, aqui está o endereço do Senhor Platt. E seja bem vinda a Milwaukee. - Ele disse atenciosa e me entregando um papel com o endereço de meu primo. 

Olhei a rua e observei a escuridão e senti um certo tremor. Me observando o senhor resolveu me guiar. 

— Está um pouco tarde né?! A senhora não quer esperar o dia amanhecer? Os boleeiros costuma chegar as 6h. - Pensei bastante mas concordei. 

— É verdade, não falta muito para amanhecer ... Posso esperar aqui? 

— É desconfortável. Mas a senhora decide, não causará nenhum incômodo. 

— Muito obrigada. 

 

Me sentei na cadeira próxima ali mesmo e me mantive quieta. Ninguém me incomodou e a horas passaram rápidas. 

"Senhora?" Pisquei, sem saber se havia adormecido, observei o mesmo senhor que me recepcionou a noite, me olhando ansioso e tentei sorrir. “Acabei adormecendo” eu murmurei.

— Observei, deixei a senhora descansar ... Parece está cansada! Já amanheceu. E os boleeiros chegaram, acabei me atrevendo e chamei um para a senhora. 

— Que gentileza, muito obrigada! - 

 Me levantei um pouco tonta mas bem, feliz por saber que meu plano estava saindo conforme minhas expectativas. Encontrei-me com o boleeiro na porta do correio e parti para o endereço de meu primo... Joseph era alguns anos mais velho do que eu, havíamos passado alguns verões juntos quando a família ainda se mantinha unida ... Ele gostava de subir nas arvores igual a eu, brincávamos muito apesar da diferença de idade e continuamos nossa amizade por meio de cartas durante os anos que se seguiram. Joseph se mudou após casar mas ocorreu uma tragédia com sua esposa que faleceu e desde então sei que ele é sozinho. 

— Senhorita, seu destino! - “Muito obrigada,” eu disse realmente muito, paguei a tarifa. E fiquei feliz com sua mão enquanto me ajudava a descer da charrete e quase tropecei. Agradeci de novo e, em seguida, caminhei até a casa de meu primo e toquei a campainha.

Quase não reconheci Joseph quando ele abriu a porta. Estava mais velho e sua aparência mais severa do que a imagem que eu carregava na minha cabeça, ele franziu a testa sem me reconhecer 

— Sim?

— Joseph -  Sussurrei atordoada. "Sou eu, sou Esme ..."

— Esme? Oh cristo, quanto tempo - Senti seu abraço e sorri 

— É verdade, bastante tempo ... - Fiquei sem jeito, fazia tanto tempo que ainda não tinha surgidos palavras e eu não queria ser direta dizendo que estava ali para abrigo. 

— Entre, venha. 

Entrei e observei a casa, que não era tão pequena. Um lugar muito bonito, parecia tranquilo e acolhedor ... Sente-me no sofá confortável após Joseph oferecer. 

— Esme, que surpresa recebe-la. Faz tanto tempo que não recebo visitas em minha casa. Eu nem sabia que era você, você cresceu tanto! - Joseph mantinha o ar surpreso mas não parecia incomodado com isto, o que me foi um alivio. 

Eu balancei a cabeça, dando a ele um sorriso gentil e então resolvi ser direta. 

— Joseph, eu não quero omitir nenhuma informação e remediar o verdadeiro motivo da minha visita. 

— Claro, pode falar! Aconteceu alguma coisa grave com seus pais? sua irmã? - neguei. 

— Eles estão bem, eu acho! Você sabe que eu me casei né? 

— Sim, peço desculpas novamente por não comparecer ... Mas enviei um presente, espero que você tenha gostado. E seu marido? ele está na cidade? - Neguei novamente 

— Charles não está na cidade e espero que permaneça assim. Quero ele bem longe de mim. - Eu disse de uma só vez e respirando fundo, tremendo minha perna, demonstrando meu nervosismo.

— Vou pegar um copo de água e conversamos ... 

Enquanto aguardava, minhas mãos voaram para o meu pescoço, que estava coberto com um cachecol para evitar olhares sobre o hematoma e sua coloração horrível. Lembrei dos meus últimos momentos com Charles e não podia segurar  as lágrimas. 

Joseph voltou segurando um copo de agua e me ofereceu e forcei a beber um pouco de água, embora fosse desagradável, pois minha garganta estava tão inchada que eu mal conseguia engolir, tanto que nem me alimentei durante a viagem. 

Joseph colocou uma cadeira de frente pra mim e me encarou silenciosamente mas mostrando que aguardava meus comentários. 

— Eu fugi de Charles! - eu disse finalmente, me sentindo muito fraca e cansada para me preocupar com qualquer coisa além da verdade crua. Olhei para Joseph que mantinha seu olhar fixo no meu e parecia estar disposto a me escutar. 

— Quando me casei com ele, em algumas semanas percebi que entrei num problema. Ele se mostrou violento mas desde que voltou da guerra ficou pior. Ontem a noite, ele poderia ter me matado ... me estrangulou e eu pensei fosse me matar... Eu não poderia ficar lá. Pedi dinheiro emprestado a uma amiga para fugir e vim aqui. Eu ia perguntar se você me deixaria ficar alguns dias, até eu descobrir o que fazer. Eu ... eu vou ter um bebê. Portanto, tenho que encontrar um emprego para poder cuidar de nós. 

Eu estava tão cansada e estava começando a cair a ficha de tudo que estava vivendo e que agora iria começar a viver, em uma cidade estranha, precisando de um emprego e grávida e, de alguma forma, precisava encontrar uma maneira de sustentar a mim e ao bebê.

Naquele momento, parecia impossível, e não pude evitar as lágrimas que começaram a fluir dos meus olhos. Senhor, o que eu vou fazer?

— Calma, Esme! Respire ... Eu vou ajudar você! - Ele segurou minhas mãos. 

— Obrigada Joseph, de verdade!  Não quero incomodar ... Vou ficar apenas o tempo suficiente para encontrar trabalho, eu prometo. 

— Não pense isso, fique o tempo que desejar ... Vai dar tudo certo, com você e o seu bebê. - eu sorri tristemente mas muito feliz por ter sido recebida com tanto carinho por Joseph. 

— Tente descansar. Ainda é muito cedo. Você deve ter chegado na cidade de madrugada. Você tem alguma bagagem? - Eu balancei minha cabeça. 

— Eu só tinha que fugir ... 

— Tá bom, fique tranquila. Tem algumas vestimentas da Carolina no guarda roupa. Se não se importar é claro... - ele disse tristemente. 

— Não! Não me importo. Muito obrigada Joseph. 

Ele me levou para o quarto de hóspedes e me entregou algumas roupas de sua falecida esposa. Tomei um banho relaxante e fiquei mais aliviada em saber que pelo menos por enquanto posso ficar tranquilo, pois recebi abrigo e carinho. Sorri sozinha, imaginando minha adolescência quando eu dizia para mamãe a vontade que eu tinha de me mudar, dar aulas ... Acho que sempre quis uma aventura, só não achei que envolveria fugir do meu marido.

Me arrastei para o colchão de penas, estava tão quente e confortável que nem me importei. Tudo que me importava era dormir.


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Notas finais do capítulo

Eu espero que tenham gostado.

Comentem, por favor!

Se cuidem, vejo vocês no próximo capitulo. Até logo.



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