Tales of Star Wars escrita por Gabi Biggargio


Capítulo 31
Regra dos Dois (Palpatine x Darth Plagueis)


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas voltei!

Espero que gostem do conto de hoje! Não é dos mais longos que eu já escrevi, mas também não é dos mais curtos rsrsrs

Beijinhos!



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O submundo de Coruscant era, realmente, estarrecedor. Muito diferente da superfície, os níveis mais profundos mais pareciam catacumbas onde moravam a escória da galáxia. Um lugar detestável e desprezível, tão amaldiçoado que jamais seria abençoado por qualquer vestígio de luz do sol, mesmo se o planeta todo explodisse. Um lugar eu até mesmo os mais perigosos caçadores de recompensas e contrabandistas da galáxia evitavam ir. Um lugar em que as pessoas apenas iam com um único objetivo: se esconder. Afinal, nem mesmo a polícia se aventurava por alí: o lugar tinha suas leis próprias, seu próprio governo. O Senado não tinha influencia alguma sobre o que acontecia alí.

            E, justamente, por isso, aquele devia ser o lugar mais perigoso da galáxia para o recém-eleito chanceler. Isso, é claro, se o recém-eleito chanceler fosse qualquer outra pessoa que não ele. Mas ele sabia que não havia risco algum. A Força era intensa nele, não havia nada ao seu redor que pudesse acontecer sem ele ter plena ciência. Por mais que aquele fosse o lugar mais insalubre da galáxia, ele não tinha medo algum. Na verdade, era ele quem provocava medo.

            Após quase uma hora de uma descida interminável, a nave, finalmente, parou. Vestindo uma longa túnica preta e com o rosto coberto com um capuz (o traje que escolhera para sua principal persona), Darth Sidious desceu da nave, sendo acompanhado de perto por outra figura, semelhantemente vestida, mas muito mais alta, que caminhava logo atrás dele.

            — O que fazemos aqui, mestre? – perguntou a figura mais alta, a voz áspera.

            — Você vai apenas me acompanhar. Salvar minha vida, se for necessário, meu caro aprendiz – Darth Sidious respondeu. – Mas há muito que eu preciso fazer. Há uma pessoa que preciso encontrar. E há um ciclo que precisa continuar.

            Poucas palavras foram necessárias, mas o dathomiriano havia entendido perfeitamente o que seu mestre havia dito. Medo não era uma sensação muito familiar a ele, mas, ciente do que estava prestes a acontecer, ele sentiu um leve calafrio percorrer sua espinha, dizendo para si mesmo que era apenas o gélido e insalubre daquele nível tão afastado da superfície.

            Juntos, mestre e aprendiz caminharam por ruas quase desertar, por vezes se encontrando com mendigos ou pessoas moribundas que se recolhiam àquele lugar para morrerem. Era um lugar silencioso, um lugar macabro, um lugar de morte. O lugar perfeito para o esconderijo de um Sith, bem debaixo dos olhos dos Jedi. Quase que literalmente debaixo...

            Por fim, chegaram a uma casa. Grande, mas velha e mal cuidada. Aparentemente abandonada. Conforme os dois se aproximavam, a porta se abriu, e mestre e aprendiz caminharam para o interior da construção. Lá, estavam dentro de um grande salão. Ao fundo, um trono muito semelhante ao que vira pessoalmente em Exegol, tantos anos antes, apenas com menores dimensões. E, no trono, um homem, também vestido com uma túnica preta e tendo seu comprido rosto coberto por um capuz. Aparentemente, dormia, mas o som das portas se abrindo o havia acordado.

            — Fiquei sabendo das novidades – disse a voz austera e marcante de Darth Plagueis, quando esse levantou o rosto e olhou diretamente para os recém-chegados. – Meus parabéns, meu caro aprendiz. Conseguiu manipular perfeitamente a rainha Amidala e garantiu a sua posição como chanceler. Eu não poderia estar mais orgulhoso de você.

            Darth Sidious levantou a mãe, indicando que Darth Maul parasse de segui-lo. Sozinho, o homem se adiantou em direção ao seu próprio mestre.

            — Você aprendeu bem – continuou Darth Plagueis. – Você aprendeu tudo o que eu poderia te ensinar.

            — É exatamente por isso que estou aqui.

            Houve um rápido silêncio entre os dois homens no qual a expressão orgulhosa no rosto do Muun foi substituída por curiosidade, choque e, por fim, raiva. Ele havia percebido exatamente qual era o objetivo de seu aprendiz alí: aquela não era uma visita cordial.

            — Então, é assim que vai ser? – ele perguntou.

            Sem responder, Darth Sidious deslizou seu sabre de luz pelo interior da manga de sua túnica, segurando-o com força. Apesar da postura séria e firme, havia insegurança. Ele não tinha medo de assumir isso para si mesmo... havia trazido Darth Maul consigo justamente por isso... mas não queria que seu mestre percebesse. Isso o faria parecer fraco.

            Darth Plagueis se levantou de seu trono, aparentemente com uma leve dificuldade. Em sua mão, também havia um sabre de luz.

            — Você me desaponta – disse Darth Plagueis. – Achei que construiríamos um legado juntos!

            — Você devia se orgulhar mestre – rebateu Darth Sidious. – Eu sou o seu legado. Irei construir o Império que você sempre sonhou e ele vai ser ainda mais poderoso do que você jamais imaginou. Você devia se orgulhar dos planos que tenho.

            O Lorde Sith permaneceu em silêncio por alguns segundos e, então, voltou sua atenção para Darth Maul.

            — Eu suponho que ele não seja apenas seu assassino particular, como você me disse.

            — Pessoalmente eu prefiro o termo “aprendiz” – Darth Sidious acionou o seu sabre de luz, a lâmina vermelha iluminando a sala escura.

            — Bem... Quando você estiver morto – Darth Plagueis acionou o seu sabre, - talvez ele possa ser um aprendiz mais leal do que você.

            Afastado dos dois homens, Darth Mauls apenas segurou seu sabre de luz com firmeza, preparado para intervir se necessário (mas, internamente, sem saber a quem atacaria, se fosse o caso).

            Na escuridão daquela construção abandonada, mestre e aprendiz avançaram um contra o outro. Apesar da idade, Darth Plagueis era ágil. Pelo menos, o suficiente para bloquear todas as investidas de seu aprendiz. Não com facilidade, mas sem errar um único movimento.

            Os sabres de luz dançavam ao redor de seus donos, chocando-se no ar a uma velocidade impressionando que mais lembrava centenas de droides de batalhas em ação do que, verdadeiramente, um duelo travado entre, apenas, dois combatentes. As lâminas vermelhas de plasma passavam a centímetros dos rostos de seus oponentes antes de serem afastadas com violência.

            Ao longe, Darth Maul apenas acompanhava o duelo, incapaz de reconhecer qualquer um dos movimentos.

            Plagueis tinha um jeito único de combate. Seu sabre de luz parecia mais com um companheiro de dança do que, necessariamente, uma arma. Ele girava repetidas vezes com os impulsos de seus movimentos, hora desferindo golpes com apenas uma mão, hora com as duas, sempre igualmente precisos e mortais. Sidious, por outro lado, denunciava sua experiência, esforçando-se ao máximo para se defender e atacando seu mestre com uma fúria que, ao mesmo tempo que o ajudava, também lhe condenava.

            Qualquer que fosse a situação, era evidente que alguém morreria àquela noite. Não havia meio termo.

            — Realmente, você aprendeu bem – disse Plagueis, afastando-se por um momento e se deliciando em ver seu aprendiz ofegante. – Você conhece muito o lado sombrio, mas me decepciona em combate. Achei que havia lhe ensinado a ser mais efetivo...

            Antes que Plagueis pudesse terminar de falar, Sidious atacou. Pulou sobre seu mestre, os sabres de luz se chocando repetidas vezes o ar durante sua queda. Mas parecia não haver um único movimento para o qual o mestre não estivesse preparado: ele sempre estava um passo à frente, pronto para bloquear os golpes de Sidious. Não precisava de muito para que pudesse atacá-lo sem que seu aprendiz pudesse sequer ter a chance de se defender.

            Era evidente o que Plagueis estava fazendo. O lorde Sith era um tigre brincando com a sua comida antes de matá-la. Deliciava-se com o prazer de ter aquela vida em suas mãos. Aquele era um duelo vencido. Podia terminar com ele quando bem entendesse.

            E já era a hora!

            Com um rápido movimento, Plagueis girou nos calcanhares. Sidious, que avançava, passou reto por seu mestre e, incapaz de reagir, teve seu joelho atingindo pela ponta do sabre de luz dele. A dor o derrubou imediatamente.

            Instintivamente, Darth Maul acionou seu sabre de luz, mas, antes que pudesse dar seu primeiro passo em direção aos dois homens, Plagueis levantou sua mão livre em direção a ele e o dathomiriano foi arremessado, desarmado, contra a parede, caindo inconsciente ao chão.

            Vitorioso, Plagueis desativou seu sabre de luz. Com a Força, ele fez o sabre de luz de seu aprendiz futuar. A arma começou a se movimentar e, uma a uma, as peças que a formavam se desencaixaram e caíram ao chão, até que, finalmente, a única coisa que permaneceu flutuando foi o seu cristal kyber, emitindo um brilho vermelho tão intenso quanto a lâmina que produzia.

            — O que mais me desaponta é pensar no tempo que perdi treinando você – disse Plagueis, tomando o cristal kyber em suas mãos e, finalmente, olhando para seu aprendiz, caído aos seus pés. Havia desdém em seu olhar. – Você sempre foi cheio de surpresas, mas eu não esperava que a sua última fosse ser essa.

            Com a mão estendida sobre seu aprendiz, Plagueis o levantou no ar e, imediatamente, Sidious começou a gritar. Havia dor. Muita dor! Cada célula de seu corpo queimava e ele se contorcia no ar, incapaz de se livrar daquilo. Talvez, não fosse o momento... Talvez, ainda houvesse muita coisa que pudesse aprender antes de matar seu mestre. Mas era tarde demais.

            Por fim, a dor cessou, mas Sidious continuou flutuando no ar. Com fúria em seus olhos, Plagueis se aproximou, o rosto dele há poucos centímetros do rosto de seu aprendiz.

            — Meu trabalho com você está terminado – disse.

            — O meu também – Sidious rebateu.

            Nesse exato momento, o som de um sabre de luz sendo acionado cortou o ar. Da mão direita de Darth Sidious, um sabre emitiu uma lâmina vermelha, trespassando o peito de Plagueis.

            Quando Sidious foi solto e caiu ao chão, o sabre foi desativado. Plagueis recuou dois passos para trás, observando o próprio ferimento antes de olhar para o antigo aprendiz.

            — Um segundo... sabre...?

            — Como você disse, eu sou cheio de surpresas – Sidious respondeu, satisfeito consigo mesmo por ter escondido durante anos aquele segundo sabre de seu mestre.

            Por fim, Darth Plagueis caiu ao chão. Morto.

            Vitorioso, Darth Sidious teve um pouco de dificuldade para se colocar em pé, a ferida em seu joelho lhe causando uma dor intensa que mal lhe permitia caminhar. Com a Força, atraiu o sabre de luz de seu mestre até a sua mão livre e, por alguns instantes, observou as duas armas em sua posse.

            Estava feito.


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Notas finais do capítulo

Comentem, meus amores! E peçam por prompts, se quiserem ♥

Beijinhos e até o próximo!



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