Acidentalmente Apaixonados escrita por Lara


Capítulo 7
Acidentalmente Condicionados




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"A suprema felicidade da vida é ter a convicção de que somos amados."

Victor Hugo

— Se você pudesse escolher ser um animal, qual você seria? – Questiona Dallas, aleatoriamente, enquanto saíamos da sala, depois de uma longa aula de matemática.

Encaro o rapaz, tentando entender o motivo de sua pergunta. Ele sorria como uma criança traquina e eu acabo rindo de sua expressão. Pondero sua pergunta por alguns instantes. Eu nunca havia pensado nisso.

— Acho que eu seria uma águia. Quer dizer, ela é sempre tão majestosa e pode voar para lugares incríveis. – Respondo, dando de ombros.

— Águia, hein? – Dallas sorri misterioso e eu arqueio a sobrancelha, tentando entender o que se passava na cabeça daquele garoto estranho. – Você sabia que os antigos acreditavam que cada um de nós carrega o espírito de um animal guardião que nos protege. Também chamados de totem ou de espírito protetor, os animais de poder são uma ferramenta poderosa do xamanismo, que nos ajuda a encontrar nossa missão e a entender nosso jeito de ser. Eles diziam que a águia é espirito animal da medicina da visão ilimitada. É um animal muito livre e, portanto, nos traz essa liberdade. Consegue ampliar nossa percepção sobre nós mesmos, nos ensina a enfrentar o novo e o desconhecido. Ela estimula a nossa criatividade, ajuda a iluminar a escuridão e eleva nossas orações para o universo.

Uma coisa que eu havia aprendido de Dallas nesses quase nove meses em que temos estado juntos é que ele era o mestre do conhecimento inútil. Ele é o tipo de pessoa que todos os dias aparece com uma curiosidade estranha, que pessoas comuns não ficariam refletindo sobre isso, mas que acaba sendo divertido.

— Interessante. E o que você seria? – Pergunto, curiosa.

— Eu acho que eu seria o carneiro. – Responde, orgulhoso. Prendo o riso e o encaro, completamente confusa.

— Carneiro? – Repito, risonha. – De todos os animais, por que você escolheu justamente o carneiro?

— O quê? O carneiro é um animal incrível. Como guardião, ele é o espírito da medicina da determinação, traz perseverança para ir ao topo e vencer os obstáculos que nos impedem de driblar as dificuldades em nosso caminho. Além de trazer bom-humor para tempos mais frios, ajuda a expandir a sensualidade e a fertilidade. – Ele me lança uma piscadela e isso só me faz rir ainda mais. – Para os cristãos, o carneiro é também uma manifestação do cordeiro de Deus, que livra os homens dos pecados. Primeiro signo do Zodíaco, representa o fogo inicial e a energia criadora na sua forma mais elementar e pura. É um signo masculino e positivo, viril e vital, de impulsos puros e primários, que corresponde a uma natureza poderosa e precipitada, tumultuosa e compulsiva, que quer viver cada momento de forma desenfreada, seguindo os instintos e as emoções mais fortes. O carneiro não parece um espírito forte e incrível?

— Ao invés de ficar pesquisando curiosidades legais, mas inúteis, você deveria estudar para matemática. Acha que eu não vi a sua nota vergonhosa, depois de todo o esforço que eu fiz para te ensinar? – Provoco, abrindo a porta do meu armário. Ele se encolhe e suspira, apertando as alças de sua mochila. Deixo o livro de matemática e pego o de literatura que usaria no último horário.

— Eu tento, mas a matemática simplesmente não entra na minha cabeça. Então eu decidi que ela não é necessária na minha vida. – Responde Dallas como uma criança mimada e eu acabo rindo de seu comportamento.

— Sei. Então como você vai saber quanto precisa economizar para pagar as contas ou quanto custará a comida que você vai comprar? Já que vai tirar a matemática da sua vida, também não vai poder usar nenhum aparelho eletrônico e precisa dar adeus a internet. Também não vai poder contar com o uso do dinheiro e nem poderá ter a música em sua vida. Você...

— Está bem. Eu já entendi. – Resmunga o rapaz, interrompendo-me. Seguimos para o seu armário, enquanto eu ria de sua careta. – Certo. A matemática é importante, mas isso não a torna menos fácil. Essa história de integrada, deriva e limitado não entra na minha cabeça.

— Integral, derivada e limite. – Corrijo e ele bufa, deixando-o ainda mais fofo. Era engraçado ver como aquele mesmo rapaz fechado e que estava sempre de cabeça baixa, evitando interagir com as pessoas, na verdade era alguém divertido e adorável. – E não é tão ruim assim. Eu vou te passar as minhas anotações e algumas listas de exercício para que você consiga recuperar essa sua nota lamentável.

 - Você é mesmo um anjo. – Afirma Dallas, abrindo um lindo sorriso. Ele guarda os livros e pega o que usaria na próxima aula, que infelizmente, não teríamos juntos. – Ei! Eu estava pensando em...

¡Finalmente le encontré!— Grita o professor Russ, aparecendo de repente atrás de mim. Assustada com o escandaloso professor, pulo para perto de Dallas e aperto seu braço, sentindo meu coração quase sair pela boca.

— O senhor quer nos matar do coração, sr. Russ? – Questiona Dallas, recuperando-se do susto. – O que foi? Aconteceu alguma coisa? Eu juro que dessa vez nós não fizemos nada.

¡Sí!— Exclama o professor com urgência. Com a fala enrolada em espanhol, eu não conseguia entender a maior parte das coisas que ele falava. Encaro Dallas e ele parecia tão perdido quanto eu. - ¡Algo terrible!

Afasto-me de Dallas e coloco a mão sobre o ombro do agitado professor, que como sempre, exibia seu ridículo bigode de pontas curvadas e usava as roupas bregas que pareciam querer assassinar a moda.

— Sr. Russ, acalme-se, por favor. Nós não estamos conseguindo entender nada do que o senhor está dizendo. Apesar de irmos bem nas suas aulas de espanhol, você precisa falar mais devagar para que eu consiga compreender suas palavras. – Peço calmamente e ele me encara por alguns instantes, um pouco mais calmo. – Agora, expira profundamente e inspira. Expira. Inspira. Cheira a flor, assopra a vela. Isso. Muito bem, sr. Russ. Você se sente mais calmo?

— Sim. – Responde o homem, depois de repetir minhas orientações.

— Agora que voltou a falar em um idioma que eu compreendo, poderia nos dizer o que aconteceu para o senhor estar tão desesperado? – Questiona Dallas, preocupado.

— Por que não me disse que jogava futebol americano? – Indaga o professor de maneira acusatória para Dallas, que arregala os olhos surpreso.

— Como descobriu isso? – O rapaz parecia desconfortável com o olhar intimidante que recebia do professor. – Eu joguei no passado, mas não era tão bom assim.

— ¿No fue tan bueno?— Repete o sr. Russ, rindo irônico. Ele então se aproxima de Dallas e aponta o dedo em seu peito diversas vezes, como se estivesse furioso. — ¡No mienta!

— Sr. Russ, acalme-se! – Peço novamente, colocando a mão sobre o ombro do homem, que era incrivelmente mais baixo do que eu. Ele suspira e se afasta bruscamente. – Como o senhor descobriu que Dallas jogava futebol americano e por que isso é tão importante?

O homem respira fundo algumas vezes, andando de um lado para o outro. Dallas e eu nos encaramos, tentando entender o motivo do comportamento tão agitado do professor. Ele então para de andar e aponta para nós dois.

— Por culpa de vocês, o capitão dos Bulldogs torceu o tornozelo e não pode mais jogar futebol nessa temporada. Nós já não estávamos indo muito bem nas duas últimas temporadas e a situação ficou ainda mais humilhante no jogo passado. Os garotos perderam o controle e três de nossos melhores jogadores do time titular foram expulsos e só poderão jogar na próxima temporada. Nosso time reserva é composto por frangotes que nunca nem mesmo pisaram em um campo de futebol com uma partida real. Nós precisamos de experiência. E é por isso que você, Dallas Miller, entrará para o time irá levar os Bulldogs para as finais. – Exige o professor, fazendo Dallas arregalar os olhos.

— O quê? Eu? Como eu poderia fazer isso? Eu posso até jogar futebol, mas eu não faço milagre. – Resmunga Dallas, contrariado. – Os Bulldogs são uma negação. Eu não consigo salvar um time sozinho. Além disso, eu não tenho tempo para jogar futebol. Eu trabalho meio período.

— Eu consigo que paguem uma bolsa para você. – Responde o professor, encarando o rapaz com determinação.

— Isso não diminui o fato de que os jogadores dos Bulldogs são terríveis. O senhor mesmo disse que eles estão há duas temporadas sem ganhar nenhum jogo. Ou eles perdiam ou empatavam de forma patética. Eu não vou me expor ao ridículo de jogar com um time que nem mesmo se esforça para ganhar. – Dallas parecia ainda mais determinado a recusar a oferta. Apesar de seus argumentos, algo me dizia que havia um motivo muito maior para ele recusar o pedido do sr. Russ.

— E isso não muda o fato de que você lesionou o tornozelo do nosso capitão. – Retruca o homem, cruzando os braços, bufando irritado.

— Por que você não faz o teste, Dallas? Se você é tão bom no futebol e o professor garante que vai te dar uma bolsa, não custa nada você tentar. Além disso, você pode diminuir sua carga de trabalho de forma que não vai interferir nos treinos, que duram em média umas duas horas. Certo, professor? – Questiono o espanhol, que assente, concordando. – E o sr. Russ tem razão. Nós meio que temos culpa no ferimento do capitão da equipe. Você pode substituí-lo até que ele possa voltar a jogar.

—  Escucha a tu novia, chico.— Pede o professor e eu acabo corando por ele achar que eu sou namorada de Dallas. O rapaz me encara com tanta intensidade que acabo me perdendo no brilho de seus olhos castanhos. – E então? Você vai aceitar a proposta? É uma oferta única e como a srta. Turner disse, você só precisa substituir Trevor Howard, até que ele retorne ao time. Poderá até mesmo se tornar o capitão temporário do time e os ensinar a jogar futebol assim como você fazia nas suas outras histórias.

 Respiro fundo e preciso fazer um imenso esforço para desviar o olhar. Dallas também parece despertar do transe em que nós estávamos e leva a mão a nuca, bagunçando o cabelo em evidente desconforto. No entanto, eu ainda podia ver Dallas ponderando sobre a proposta feita pelo professor. Constatar isso, faz eu me lembrar que ainda há muitas coisas que eu não sei sobre Dallas, por mais que a gente passe praticamente todo o tempo juntos.

 - Esse tipo de proposta feita geralmente é feita pelo treinador da equipe, não é? Tem certeza de que ele está de acordo com essa decisão? – Questiona Dallas, parecendo fazer sua última tentativa. – E o senhor ainda não respondeu a minha pergunta sobre como descobriu que eu jogava futebol americano. E como sabe que eu era capitão?

— Internet. – Responde o homem, dando de ombros. Dallas ainda não parece satisfeito com a resposta, mas o sr. Russ parecia não se importar em dar maiores explicações. – E o treinador Carson me deu total liberdade para recrutar você, depois de ver um vídeo seu jogando. Ele sabe do seu potencial e estaria que se não tivesse que resolver alguns problemas com a comissão técnica da IFAF. Nós não temos muito tempo. O próximo jogo, que é classificatório é daqui duas semanas. Se perdermos, os Bulldogs estarão fora do campeonato juvenil. Todos os detalhes poderão ser discutidos com o treinador Carson quando ele chegar da reunião com a IFAF. Mas no momento, eu preciso saber se os Bulldogs podem contar com você no treino de amanhã.

 - Ah, vamos lá, Dallas. É uma boa oportunidade. E se você é tão bom a ponto de o professor estar disposto a fazer o que for preciso para você jogar, talvez você ainda consiga uma bolsa para a faculdade, já que sabemos que você não entrará pela matemática. – Brinco e Dallas dá uma fraca risada.

— Engraçadinha. – Ironiza Dallas, bagunçando meus cabelos. – Eu...

O rapaz para de falar e me encara por alguns instantes. De repente, ele exibe aquela expressão estranha, quase como se dissesse que tinha acabado de ter uma grande ideia. E então o sorriso perigoso se faz presente, enquanto seus olhos permaneciam presos a mim. Sinto um arrepio subir minha espinha, não gostando nada de ser algo desse sorriso.

— Você o quê? – Questiona o professor, impaciente.

— Eu aceito entrar para os Bulldogs e ser o capitão temporário deles. – Responde Dallas, surpreendendo-me.

— Isso! – Comemora o professor de espanhol, dando soquinhos no ar. Por outro lado, eu sentia que ele não aceitaria a proposta tão fácil assim e tinha mais alguma coisa por trás do sorriso travesso de Dallas.

— Mas sob três condições. – Dallas interrompe a comemoração do sr. Russ, apertando as alças de sua mochila, enquanto morde brevemente os lábios. Novamente, meus instintos gritavam que eu não gostaria do que estava por vir.

— E quais seriam essas condições? – Pergunta sr. Russ, encarando o aluno com curiosidade.

— A primeira condição, é que eu quero ter total liberdade para mexer no time, realizar o treinamento deles e montar as estratégias de jogo com o treinador Carson. – Responde Dallas, erguendo um dedo. O professor ergue a sobrancelha e mexe em seu bigode, ponderando a primeira condição.

— Tudo bem. Nós já tentamos os métodos do treinador Carson por duas temporadas e agora nos encontramos correndo o risco de não participarmos do campeonato juvenil pela primeira vez em quarenta anos de história da South East High School, então está mesmo na hora de mudarmos nossa estratégia. – Concorda o professor com muito mais facilidade que eu imaginava.

— A segunda condição é que eu receba a bolsa em dinheiro. Como estarei abdicando uma parte do meu emprego de meio período e ainda vou ter o trabalho de transformar a negação dos Bulldogs em jogadores de verdade, eu preciso ter alguma recompensa monetária. Isso vai exigir muito de mim e de todo o meu conhecimento sobre futebol americano. – Dallas impõe a segunda condição, exibindo o segundo dedo da mão.

— Eu darei um jeito de conseguir isso, mas terá que manter essa parte em sigilo. Se os outros jogadores descobrirem que você está recebendo para jogar no time, isso dará em uma grande confusão. – Responde sr. Russ, parecendo um pouco mais incomodado com essa condição. No entanto, do jeito que ele era fissurado com os Bulldogs, eu acho que ele seria capaz de tirar dinheiro do próprio bolso para dar a Dallas, apenas para garantir que o time de futebol americano da South East High School iria para o tão esperado campeonato juvenil. – No entanto, você precisa me garantir que teremos resultados positivos. Eu não posso te dar uma recompensa monetária se os Bulldogs não vencerem a próxima partida.

— Não se preocupe, sr. Russ. Sob a minha condução, os Bulldogs irão para a final do campeonato juvenil. A única coisa que precisam fazer é obedecer aos meus comandos e se dedicarem de verdade. No entanto, peço que a recompensa seja justa pelo extenso trabalho que terei que fazer. – Responde Dallas, cruzando os braços. Ele exibe a expressão determinada, deixando claro que não mudaria de opinião.

— Está bem. Eu irei garantir que seja bem recompensado pelos bons resultados. – Concorda o professor à contragosto.

— E a minha última condição é... – Dallas faz uma pausa dramática e passa o braço por cima dos meus ombros -, que Cassy faça parte da equipe de líderes de torcida.

— Espera. O quê?! – Exclamo, incrédula.

— Feito! – Responde sr. Russ, estendendo a mão, mas eu a empurro no mesmo instante.

— Não! Não mesmo! Eu não vou fazer isso! Ficou maluco, Dallas? – Resmungo, inconformada. – Pode esquecer.

— Ah, vamos lá, Cassy. É uma boa oportunidade. E nós meio que temos culpa no ferimento do capitão da equipe. – Dallas repete minhas falas e eu o encaro furiosa.

— Uma coisa não tem nada a ver com a outra. – Retruco e ele ri, divertindo-se com o meu aborrecimento. – Me tornar líder de torcida não contribui em nada para a melhora dos resultados dos Bulldogs, ao contrário de você, que irá se tornar capitão do time.

— Mas é claro que contribui. Ter você torcendo por mim vai me dar inspiração para jogar. E é claro que eu quero ver você cantando e agitando pompons por mim. – Responde Dallas com o seu sorriso travesso.

— Não, Dallas! Não é porque eu disse que sabia fazer piruetas que eu posso ser líder de torcida. – Sussurro para o rapaz, empurrando-o, mas minha força não é o suficiente para afastá-lo de mim, que aperta ainda mais meu corpo contra o dele.

Paro de me debater ao sentir o seu perfume amadeirado invadir meu olfato. Levanto o rosto e encontro os olhos de Dallas me observando, enquanto seus lábios exibiam um pequeno sorriso. Novamente, sinto aquela atração que faz experimentar o estranho frio na barriga e o coração acelerado. Engulo em seco, sentindo o calor de sua mão em meu ombro e a de sua respiração próxima a mim.

— Eu só entrarei para os Bulldogs se você entrar para as líderes de torcida. Isso não é negociável. – Responde Dallas, encarando-me com seriedade. O brilho intenso de seus olhos e a forma como ele me segurava não favoreciam o meu raciocínio.

¡Por Dios, niña! Acepta la oferta de tu novio.— Implora o professor, ansioso por ter a minha resposta e a de Dallas. — ¡No tenemos todo el día!

— Eu... – Interrompo-me ao ver que minha voz havia saído mais afetada e fraca do que eu gostaria. Empurro Dallas novamente e dessa vez, ele permite se afastar. Recomponho-me e respiro fundo, tentando acalmar meu agitado coração. Noto então os olhares de Dallas e do sr. Russ sobre mim, ainda esperando minha resposta. Suspiro, dando-me por vencida. – Tudo bem. Eu entro para a droga do time das líderes de torcida. Satisfeito?

— Muito. – Responde Dallas, abrindo um largo sorriso. Bufo e dou dois tapas em seu peito. Isso só o faz rir ainda mais. – Certo, sr. Russ, eu estarei no treino dos Bulldogs amanhã, após as aulas.

¡Gracias a Dios!— Sussurra o professor, suspirando aliviado. – Então, hoje após as aulas, passe em minha sala para conversarmos com o diretor e o treinador Carson sobre a sua decisão e as condições impostas.

— Está bem. – Concorda Dallas e o professor nem mesmo se despede, antes de sair correndo pelos corredores, esbarrando em alguns alunos e desviando de outros. Dallas ri e me encara. Eu conseguia ver toda a sua satisfação.

— Você é um idiota. – Resmungo, andando mal-humorada em direção a sala onde eu teria minha última aula.

— Você não negou! – Grita Dallas de repente, fazendo com que eu me virasse o encarasse confusa. Ele se aproxima de mim e fica a poucos centímetros do meu rosto. Prendo minha respiração, sentindo meu corpo paralisado. – Você não negou que é minha novia. Por acaso eu deveria considerar isso como uma dica de que posso avançar mais um passo?

— Eu... eu... – Tento dizer alguma coisa, mas minha mente fica completamente em branco. Dallas ri e deixa um beijo em minha testa.

— Sei que ainda não está pronta para um relacionamento, mas o que acha de fazermos uma aposta? – Sugere Dallas e eu o encaro perdida. Ainda estava tentando entender o que se passava com o meu coração. Ele acaricia meu rosto e sorri de maneira doce.

— O que tem em mente? – Questiono, reunindo o pouco do autocontrole que ainda restava em mim.

— Se eu levar os Bulldogs para as finais do campeonato juvenil, você se tornará a minha namorada. Se eu perder, eu pararei de insistir e esperarei pacientemente pelo dia em que você me dará uma chance de me tornar o dono de seu coração. – Responde o rapaz, afastando-se de mim. – O que você me diz? Aceita a minha proposta?

Eu ainda demoro alguns segundos para assimilar a proposta de Dallas. A verdade é que eu nunca me senti tão perdida assim. Uma parte de mim ainda se lembrava de tudo o que passei com Austin e de meus sentimentos por ele, mas havia outra parte que não conseguia ignorar Dallas, que queria saber mais sobre o rapaz, que queria que eu me entregasse a ele.

O sinal da próxima aula toca. Os alunos passam a tumultuar o corredor, seguindo para as suas salas. Dallas continuava a me encarar esperançoso. Meu coração palpita como um louco. Dallas não é o Austin. Eu não estou mais no Marino High School. Oito meses se passaram desde que eu deixei meu passado para trás. Nós até mesmo havíamos iniciado um novo ano letivo. Eu não posso mais continuar presa aos meus traumas. Está na hora de seguir em frente.  

— Tudo bem. – Concordo, determinada. Dallas sorri, parecendo não acreditar em minhas palavras. – Se você conseguir levar os Bulldogs para as finais, eu me tornarei sua namorada.


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