Acidentalmente Apaixonados escrita por Lara


Capítulo 4
Acidentalmente Irritados




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"Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal."

Friedrich Nietzsche

 

— Vovó, eu já vou indo. - Grito para a mulher, enquanto termino de arrumar minha mochila com meu uniforme e os livros que eu usaria para estudar durante as minhas pausas. Infelizmente, hoje seria o dia que eu teria que trabalhar como garçom na Loco's Pizzaria e o tempo seria menor, mas eu preciso me preparar para a prova de física que vou enfrentar amanhã.

— Dallas, querido. Espere um pouco. - Pede minha avó, surgindo na entrada da porta em sua cadeiras de rodas. Fecho minha mochila e a coloco nas costas, encarando a senhora de cabelos escuros e olhos tão azuis quanto o céu no mais belo dos dias. 

— Algum problema, vovó? - Pergunto, preocupado. Ela parecia um pouco hesitante. Eu a conheço bem o bastante para saber que não viria nada que me agradaria.

— Sente-se um pouco, por favor. - Pede Morgana Miller com aquele tom de voz baixo e suave, quase como um aviso de que uma grande tempestade estava para vir. Suspiro, sabendo que ela não falaria até que eu fizesse o que ela havia pedido. Sento-me em minha cama e ela entra no quarto. Noto nesse momento que ela estava com uma carta em seu colo. Reviro os olhos, sabendo exatamente o motivo de tanta cerimônia para ela contar o que queria. - Querido, sua irmã...

— Ela não é minha irmã. - Corrijo, irritado. Eu odiava falar sobre Taynara. Era um assunto delicado e doloroso demais para mim. 

— Dallas, meu amor, por favor. - Vovó Morgana me repreende, mas nada disso me faz mudar minha expressão insatisfeita. - Ela mandou essa carta para você. Por favor, leia. Você querendo ou não, ela é a sua irmã.

— Ela deixou de ser minha irmã no momento em que deu as costas para a nossa família quando mais precisávamos dela. Nem mesmo dinheiro ela teve coragem de deixar. Ela queria que eu deixasse você e a mamãe para ir com ela, sem nem pensar duas vezes. Por culpa dela, minha mãe se matou! - Relembro, furioso. - Eu não quero contato com ela, vovó. Então, todas as vezes que ela mandar cartas, queime. Jogue fora. Dê um fim nelas. Se ela quis esquecer nossa família, então eu vou esquecer dela. 

— Sua mãe não se matou por causa de sua irmã. Não culpe Taynara por algo que ela não poderia controlar. - Responde a mulher, magoada. - Você não entende, Dallas. Eu entendo que sinta raiva da proposta feita por ela, mas sua irmã tinha os motivos dela. Taynara sofreu...

— Nós também sofremos, vovó. Enquanto ela estava vivendo na mordomia na Noruega, nós ficamos aqui, precisando mendigar para conseguir pagar o seu tratamento. Minha mãe trabalhou dia e noite para sustentar essa casa e ela nem mesmo se importa com isso. - Interrompo minha avó e vejo a dor em seus olhos. - Não adianta tentar defender a Taynara. Nada justifica as ações dela. Ela matou pessoas e agora deseja destruir Krósvia por pura ganância. Eu não...

— Já chega. Se você não quer ler a carta de sua irmã, tudo bem. Mas não vou permitir que continue falando coisas que você não sabe. Você não sabe de nada, Dallas. Você não sabe de toda a verdade, então muito cuidado com as suas palavras. - Minha avó vira a cadeira de rodas e segue para fora do quarto. Essa era sua forma de evitar que eu a visse chorando.

— Então qual é a verdade, vovó? Por que não me conta então? Você me pede para compreender Taynara, para não falar da sua amada neta, mas você nunca me conta o motivo de você continuar a defendê-la, mesmo me ensinando a nunca roubar, mentir ou matar. Em qual verdade eu devo acreditar então? Enquanto esteve aqui, Taynara nunca se aproximou de mim. Agora eu devo ser solidário com ela quando eu sei que ela está pelo mundo matando inocentes só por que ela me manda cartas? - Questiono, magoado. Minha avó para de se mover e respira fundo, antes de limpar o rosto. Como eu imaginava, ela estava chorando. A mulher então se vira para mim e há uma aura de raiva e dor em seus olhos.

— Ainda não é o momento de você saber toda a verdade. Você pode não acreditar em mim, Dallas, mas Taynara te ama mais do que qualquer pessoa nesse mundo inteiro. Aquela garota sofreu mais do que você pode sequer imaginar. Ela possui cicatrizes que provavelmente nunca irão se curar. No entanto, ela ainda está lutando para te manter vivo e seguro. Apenas tenha em mente que nem tudo que reluz é ouro. Um dia você vai se arrepender amargamente de todo esse ódio que você sente por sua irmã. Quando você descobrir toda a verdade. Ah, meu menino, você entenderá que durante todo esse tempo, você odiou a pessoa errada. - As lágrimas descem dolorosas pelo rosto de minha avó. E novamente, sem me dar as respostas que eu queria, ela deixa o quarto.

— Droga! - Brando, jogando meu travesseiro contra a parede. Levo minhas mãos ao rosto e respiro fundo diversas vezes, tentando me acalmar, enquanto sinto as lágrimas descerem de maneira teimosa.

Eu não odeio Taynara. Na verdade, seria muito mais fácil se eu a odiasse. Seria muito mais fácil não sentir essa tristeza ao pensar na garota de características tão semelhantes as de minha avó. Não me sentir solitário e amargurado por lembrar das últimas palavras que ouvi de minha mãe na hora de dormir e a encontrar morta no dia seguinte. Eu vivo uma batalha há anos entre acreditar nas palavras de minha avó ou nas evidências concretas que tenho.

Eu já perdi muitas noites de sono lendo as cartas de Taynara, mas nenhuma delas me davam respostas para o que eu queria. As cartas de minha irmã mais velha geralmente vem com exigências, dizendo que é hora de ir para o lado dela e ou que devo mudar de escola, porque seus inimigos estavam começando a desconfiar de nossas ações. Nunca há carinho em suas palavras ou sentimentos de preocupação. Taynara nunca pergunta sobre como estamos ou nos revela o que está acontecendo com ela. 

E isso, ao mesmo tempo que me revolta, me preocupa. Porque por mais que eu externe que ela não é minha irmã, minha avó está certa. Não importa o que aconteça, ela continuará sendo. Eu continuarei a acender uma vela no dia de seu aniversário e cantarei parabéns para ela. Continuarei a escrever cartas contando sobre como estamos, mesmo que eu nunca tenha um endereço para onde eu possa mandar. Eu continuarei a desejar que ela retorne para casa em todas as noites de Natal e Ano Novo.

Eu realmente não odeio Taynara. Eu me odeio. Essa é a verdade. Eu odeio não ter sido capaz de salvar minha mãe. Odeio o fato de nunca ter tido coragem para dizer o que eu realmente pensava de Taynara quando ela esteve aqui. Odeio ter a deixado ir embora e me odeio mais ainda por nunca ter perguntado a ela o que aconteceu, os motivos que a levaram a se tornar essa pessoa cruel que mata sem qualquer hesitação com o pensamento de que os fins justificam os meios. Mas de tudo isso, o que eu mais odeio é o fato de continuar amando minha irmã, mesmo sabendo que suas ações vão contra tudo o que eu luto e acredito. 

[...]

— Você está atrasado. – Resmunga Patrick, assim que entro na sala de descanso dos funcionários da pizzaria. O homem de olhos negros frios e expressão intimidadora cruza os braços, em um pedido silencioso da justificativa de meu atraso.

— Desculpa. Eu não consegui pegar o primeiro ônibus e o segundo atrasou. Tentei ligar para avisar, mas meu celular descarregou. – Respondo, exibindo o aparelho que estava desligado.

— Apresse-se. Temos funcionária nova e pouco pessoal. Você ficará responsável por seu treinamento. - Avisa Patrick, saindo da sala de descanso sem me dar mais informações sobre a funcionária nova e como eu poderia treiná-la.

Desde que comecei a trabalhar aqui - não que tenha muito tempo -, o gerente da Loco's Pizzaria sempre teve esse jeito intimidador e desinteressado. Para ele, a única coisa que importa é que os funcionários cumpram os horários e tragam lucros para a empresa. E sendo sincero, eu preferia assim. Era muito mais fácil do que explicar que toda a minha extensa experiência em empregos, sempre com o período máximo de seis meses se devia ao fato de minha irmã mais velha ser conhecida como a Imperatriz do Submundo e que estamos sempre em perigo.

Guardo minha mochila no armário velho de aço e troco a minha camiseta pela blusa vermelha de uniforme com a logo de um homem gordo, comendo pizza, bordada no bolso. Coloco o boné preto, o crachá de identificação, o avental em minha cintura e observo minha imagem no espelho pequeno que havia na porta do armário. Suspiro e fecho a porta. Patrick estava certo. Eu estava atrasado. Precisava me apressar para explicar a rotina do Loco's a nova funcionária e me preparar para o intenso fluxo de clientes que começariam a aparecer em algumas horas.

Sigo pelo corredor que levava ao salão com as mesas da pizzaria. Passando o olho pelo local, vejo três mesas ocupadas. Paro no balcão do caixa e cumprimento Hayley, a recepcionista da Loco's e a funcionária com mais anos de casa. Pego uma das cadernetas de pedido e uma caneta. Era sexta-feira, então eu sabia que não demoraria muito para que a tranquilidade local logo se esvaísse.

— Hayley, onde está a funcionária nova que Patrick comentou? - Questiono, olhando em volta. Não havia nenhum rosto novo no lugar. 

— Ela estava... - Hayley ajeita os óculos de armações grossas e encara o salão. A mulher então abre um sorriso satisfeito e aponta para o outro lado da pizzaria. Acompanho o seu olhar e me surpreendo ao reconhecer a garota. - Ali. Se eu não me engano, ela se chama...

— Cassidy Turner. - Completo, sorrindo surpreso.

— Isso! Você a conhece? - Pergunta a ruiva com curiosidade.

— Estudamos juntos e ela foi a garota que pagou o conserto da lambreta. - Relembro a mulher que abre a boca, parecendo se recordar.

— Ah, então é isso! Eu sabia que eu já tinha a visto em algum lugar. - Comenta Hayley, batendo o punho contra a palma da outra mão, sorrindo nostálgica. - Então foi por isso que o Patrick insistiu que você seria responsável pelo treinamento dela. 

Dou de ombros, sem saber como responder. A verdade é que depois da tarde conturbada que tive, encontrar Cassidy em meu trabalho era como dar de cara em um oásis em meio a um deserto. De repente, a profunda tristeza em meu coração volta a desaparecer e dar lugar a alegria que sinto apenas por ver os fascinantes olhos azuis e angelicais de Cassidy.

Coloco a caderneta de pedidos e a caneta no bolso de meu avental e me aproximo da loira. No meio do caminho, percebo que ela parecia estar tendo problemas com uma das clientes. Mesmo de longe era possível ver a irritação em seus olhos e como ela estava tensa. A cliente continuava a aumentar seu tom de voz e apontar contra Cassidy. Logo, os poucos clientes e funcionários que haviam no local voltam sua atenção para a cena que se desenrolava.

Apresso-me. Se Patrick aparecesse, seria ainda mais problemático para Cassidy. Respiro fundo e tento fazer a minha expressão mais paciente e adorável. Ter trabalhado em dez empregos atendendo ao público havia me ensinado que o segredo para se lidar com clientes difíceis é o tom de voz. Se o cliente levantar a voz, devemos falar mais devagar e em um tom mais baixo. Faça de conta que não está falando com ele, e sim com todos a volta dele. Essa mudança de perspectiva serve como um amortecedor emocional para clientes verbalmente abusivos e quando ele notar que todos estão olhando para ele, a vergonha começa a falar mais alto.

— Algum problema por aqui? - Questiono, calmamente. Pelo canto dos olhos, observo a expressão surpresa de Cassidy. Ela provavelmente não esperava que eu trabalhasse como garçom também. A mulher de longos cabelos pretos, batom escarlate e unhas enormes de cor rosa chiclete também me encara surpresa por alguns instantes. Sorrio e me aproximo mais. - Como nós podemos te ajudar?

— Essa incompetente trouxe o meu pedido errado! Eu disse claramente que gostaria que meu suco fosse adoçado com duas gostas de adoçante. E ela me trouxe com três! - Reclama a mulher, como se esse fosse o fim do mundo. Ouço Cassidy bufar atrás de mim. - Eu estou de regime!

— E veio comer em uma pizzaria? - Sussurra Cassidy e eu preciso me segurar para não acabar rindo. Infelizmente, a mulher acabou escutando e ficou ainda mais vermelha.

— O que disse? Eu vou...

— Eu lamento muito pelo transtorno, senhora. - Digo, colocando-me na frente de Cassidy, antes que ela se tornasse alvo do tapa que a cliente estava prestes a dar. - Para compensar, eu vou trazer um suco especial da Loco's. Além de ser saboroso, possui baixa caloria e ainda é ótimo para a pela. A senhora ficará ainda mais bonita do que já é.

— Você me acha bonita? - Questiona a mulher e eu balanço a cabeça, concordando. Ela volta a se sentar e sorri para as amigas que a acompanhava. Lanço meu melhor sorriso galanteador e a mulher parece ficar ainda mais envergonhada.

— Com certeza. É uma das mulheres mais bonitas que eu já vi e tenho certeza que você vai amar nosso suco especial. - Minto e ela seu sorriso alarga.

— Tudo bem. - Concorda a mulher, tentando se recompor. - Eu aceito o suco como pedido de desculpas. 

— Excelente. Eu irei agora mesmo prepará-lo. - Afirmo, sorrindo.As mulheres que suspiram e me observam, parecendo encantadas. - Eu tenho certeza de que você não vai se arrepender.

— Eu também quero esse suco. - Fala uma de suas amigas.

— Eu também quero. - Avisa a outra.

— Certo. Três sucos especiais saindo. - Respondo, lançando uma piscadela para elas. Como adolescentes, as três mulheres riem tímidas e animadas.

Aproveitando que elas pareciam de bom humor, puxo Cassidy pelo pulso para irmos ao balcão de bebidas preparar o tal suco especial. A loira parecia furiosa e a ponto de pular em cima daquelas três mulheres.

— Bruxas! - Resmunga Cassidy, irritada, assim que entramos no espaço de bebidas ao lado da cozinha. - E eu coloquei duas gotas de adoçante. Não três!

— Não dê importância a elas. São apenas três peruas que não tem mais o que fazer além de encher o saco dos outros. - Afirmo e ela bufa. 

— E que suco especial é esse? - Pergunta a garota, observando-me com curiosidade.

— Ah... - Sorrio divertindo, seguindo para a geladeira da cozinha. Jeremy e Franklin, que rodopiavam as massas de pizza na cozinha, nos observavam com curiosidade pelo vidro que separava a cozinha da ala de bebidas. Tiro uma garrafa grande de suco da geladeira. Cassidy me encara com interesse. - O suco especial é o suco de tomate que vence depois de amanhã e que provavelmente seria jogado fora hoje.

— Você é terrível. - Comenta Cassidy, rindo. Acompanho-na, contagiado por seu lindo sorriso. - Eu estou surpresa que esteja aqui. Pensei que trabalhasse fazendo entregas.

— E trabalho. Mas às vezes, Patrick pede para que eu também trabalhe como garçom como foi o caso de hoje. - Explico e ela assente, pensativa. - Mas quem realmente está surpreso aqui sou eu. Por que não me disse que iria trabalhar aqui?

— Não foi proposital. - Afirma, sorrindo envergonhada. - Foi tudo muito rápido. Coincidentemente, ontem eu passei em frente a pizzaria ontem e vi que estavam precisando de uma garçonete. Eu estou precisando de dinheiro, então conversei com Patrick e ele já me contratou. Eu juro que eu nem mesmo lembrava que você trabalhava aqui.  Apesar de achar que ele provavelmente me mandará embora depois de toda essa confusão.

— Não se preocupe. Ele nunca vai saber. Eu já cuidei de tudo. - Respondo, enchendo os três copos com os sucos das mulheres.

— Obrigada. Você me salvou. De novo. - Agradece Cassidy, envergonhada. - Se você não tivesse aparecido, eu teria derrubado o copo de suco na cara plastificada daquela nojenta.

— Teria sido divertido. - Confesso e ela ri, dando de ombros.

— Que tipo de pessoa vem para uma pizzaria quando se está de regime? E ela acha mesmo que uma gota de adoçante vai fazer alguma diferença? - Questiona, irritada. Rio de seu comentário.

— Aparentemente, para ela faz. - Digo, colocando os copos de suco sobre uma das bandejas que havia ao meu lado. 

— Enfim, obrigada novamente. - A garota agradece mais uma vez, sorrindo amável tanto com os lábios quanto pelos olhos brilhantes. Ela é mesmo encantadora.

— Eu não aceito seu agradecimento. Isso é muito pouco. - Brinco e ela me encara confusa e desconfiada. - Eu também quero o número do seu celular.

— Dallas... - Surra Cassidy, parecendo envergonhada.

— Eu não vou te incomodar Cassidy, tampouco te obrigar a sair comigo. Eu apenas quero continuar a manter contato com você mesmo que a gente continue apenas amigos. - Respondo com sinceridade. Ela parece pensar no assunto. - Eu juro.

— Tudo bem. Podemos trocar números. Mas como amigos. - Concorda a loira, dando-se por vencida. Sorrio e pego a badeja.

— Por enquanto. - Respondo, antes de sair da área das bebidas para deixar os sucos das clientes encrenqueiras, sem dar chances dela retrucar.

— Você não existe, Dallas. - Ouço ela comentar, divertida. 

Sorrio e sigo para as mesas das mulheres com apenas um desejo ardendo em meu peito: eu vou conquistar o coração de Cassidy, nem que para isso eu precise esperar por toda a eternidade. 


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Notas finais do capítulo

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