Maktub escrita por Dreams of a Blindspot fan


Capítulo 3
Capítulo 3




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Reade estava há poucos minutos de Zurique, ele tinha a localização exata dela, porém não podia tomar nenhuma decisão precipitada, tudo foi calculado para não ocorrer erros. Ao chegar ao local, por sorte ou por ironia do destino ele conseguiu se hospedar numa pensão em frente a casa onde ela estava, e pôde observar que na troca de turnos, os seguranças de Madeline passavam mais de dez minutos para assumirem seus postos novamente.

Ele vigiou cuidadosamente o local pelo resto da tarde, quando as ruas já estavam vazias pelo quase fim de noite, a pequena sombra que se formou na calçada era familiar, fazendo suas pernas bambearem ao ponto de não conseguir se sustentar em pé, era ela, esse era o efeito Natasha Zapata na vida dele.

Como ele teve vontade de atravessar aquela rua correndo, gritar seu nome e ir até o encontro dela, abraçá-la com toda a sua força e não deixa-la escapar novamente. Ou até mesmo discutir com ela por toda aquela distância, por todo aquele tempo longe. Como foi difícil para ele conter toda aquela adrenalina que corria pelo seu corpo.

Naquela noite Reade mais uma vez não dormiu, a sensação de está a alguns metros de Tasha lhe fez repensar em tantas coisas, tantas oportunidades, e lhe fez prometer a si mesmo que assim que ela estivesse com ele e segura as coisas seriam diferentes. Ele esperou mais um dia, quis ter a certeza que seu plano daria certo, e precisaria dar certo, Reade só tinha essa chance, se algo saísse errado ele se culparia pelo resto da vida.

A tarde já dava lugar à noite, em alguns minutos os guardas tocariam de posto, ele tinha exatamente nove minutos e cinquenta e nove segundos para entrar lá. Não tinha a menor noção de como seria lá dentro, mas era ela, e por ela valia a pena arriscar-se.

 

O dia de Tasha tinha sido difícil, numa escala de um a dez, onze seria indicador correto para o seu nível de cansaço. Ela precisou encontrar-se com um cara chamado Pelling, que só depois ela descobriu que ele não era só um gênio da informática mas também um assassino de aluguel, ela não tinha noção ainda do plano de Madeline e nem porque ela precisaria dele.


Olha novata se algo der errado sabe que ela vai te matar não é? — Ela o encarou. — Digo ela tem um jeito único de corrigir os erros.

 

Eu mesma cuidarei para que saia como o combinado. — Respondeu ela.

 

— É bom mesmo, seria uma pena ter que matar alguém como você.

 

Ela respirou fundo, aquele comentário fez ela se lembrar que Madeline não poderia só matá-la, mas também poderia usar as coisas que ela mais amava.

Reade, ele foi a primeira coisa que ela pensou, teria o restante do time, se algo acontecesse com eles ela não se perdoaria. Tasha decidiu andar um pouco, talvez aquilo a deixaria melhor, mas nem isso afastou Reade dos seus pensamentos.

Depois de um tempo sentada em um dos bancos de uma praça, ela recebeu uma mensagem de Madeline pedindo que ela voltasse, elas precisavam pontuar algumas coisas para o plano. Já na sala de reuniões ela observou algumas anotações no quadro, um mapa de NY com pontos específicos marcados, porém nada tinha ligação com o que a empresa realmente fazia.

 

Madeline quando eu realmente vou saber sobre o que você pretende fazer? — Perguntou ela encarando aquela mulher. — Eu já fiz tudo o que me pediu mas ainda estou no escuro.

 

Porque a pressa? Ela é inimiga da perfeição! — Ela a encarou sugestivamente. — E eu preciso que o plano seja perfeito. Se algo acontecer fora do previsto eu culparia você, e descobriria sua distração e acabaria com ela e depois com você. Eu não aceito falhas Tasha. — Alertou ela.

 

Você está certa, e para que não haja falhas eu preciso está preparada, e para isso eu preciso está por dentro de tudo. E mais uma coisa, eu não tenho nenhuma distração. — Tasha engoliu seco.


Não tem? Nem um diretor adjunto do FBI? Nada?

Aquela pergunta fez Tasha estremecer, um embrulho tomou conta do seu estômago, ela sabia de Reade! Mas como ela sabia sobre ele? Ela ouviu algo? Será que o apartamento tinha escutas? Sua cabeça girava e seus pensamentos eram traidores naquele momento, mas ela não poderia transparecer isso.

 

— Não sei do que você está falando, foi você que pediu a minha ajuda. Só posso ajudar se souber o que é. — Tasha insistiu.

 

Certo, só não faça eu me arrepender por isso, você já sabe a forma como eu trabalho. — Madeline contou a Tasha sobre o plano, não com riqueza de detalhes, mas o suficiente para que a latina temesse pela vida das pessoas que estariam a bordo. — Diga- me Tasha se não é fabuloso esse plano? — Tasha apenas a encarou.

 

 

Reade já estava impaciente, já faziam vinte minutos que ele a esperava, durante a troca de turnos ele conseguiu entrar na casa de dois andares onde ela estava morando sem ser visto. Agora só precisava torcer para que ela chegasse, muitas coisas se passaram na cabeça dele, principalmente que Madeline a tivesse machucado ou que Keaton tivesse falando a verdade. Seu pior medo seria a reação dela, será que realmente ela sempre teve um lado obscuro que ele nunca percebeu? Sabia que no fundo ainda era a sua Tasha e logo tratou de afastar esses pensamentos.

A cada segundo que se passava seu coração batia em ritmo descompassado, ele estava escondido em um dos cômodos da casa, quando ouviu o barulho das chaves na porta, ela tinha chegado!

 

Tasha saiu do escritório muito apreensiva, o que Madeline sabia sobre Reade? Seu medo maior era que aquela mulher o machucasse, tudo poderia acontecer com ela, menos com ele. Ela foi capaz de sacrificar o amor que sentia por ele por muito tempo, pois tinha medo de não ser boa o suficiente para ele, e depois ele apareceu com a Meg, aquilo lhe destruiu, ela nunca teve coragem de falar sobre os seu sentimentos com ninguém, até o dia que ela disse em voz alta que estava apaixonada por ele.

 O trajeto até sua casa pareceu mais longo que o normal, tudo o que ela mais queria era ir embora para o lugar que o seu coração sempre chamou de lar. Uma sensação pesada percorria seu corpo, o cansaço com o stress psicológico estava abalando ela.

 

Ao chegar em casa, ela fechou a porta e deixou as lágrimas rolarem mais uma vez no seu rosto, com um tempo ela conseguiu controlar a respiração, uma sensação de está sendo vigiada lhe perseguia, logo após um barulho vindo de um dos quartos, talvez Madeline ou o assassino de aluguel, sua primeira reação foi sacar a arma e ir em direção ao cômodo.


Tasha sou eu abaixa a arma! — Ele falou indo ao encontro dela.

Reade? — Ela falou tentando acalmar a respiração.

 

— Eu poderia ter atirado em você, que ideia maluca foi essa? O que você está fazendo aqui?

 

Eu vim por você, abaixa essa arma. — Ele falou quase num sussurro.

 

Eu já disse, não preciso de ajuda! Eu não quero vocês aqui. Quem mais veio?

 

Eu estou sozinho. — Disse observando o estado dela.

 

Você só pode está louco! — Ela falou conferido o restante dos cômodos. — Você quer morrer é isso?

 

Tasha eu preciso conversar com você. Por favor Tash! — Como ela sentiu saudades da voz dele e da forma única como ele a chamava.

 

Aqui não é seguro Reade, ela tem esses capangas aí fora, como você chegou até aqui?

 

É uma longa história, Tasha para resumir tudo eu vim te buscar! — Disse ele por fim.

 

Como? Do que você está falando? Eu não vou a lugar nenhum, Reade eu te falei para ficar longe. Como você me achou? — Ela andava de um lado para o outro. — Eu nem deveria perguntar isso, Patterson não foi? Ela e Rich.


Tasha porque você está trabalhando com essa gente? — Ele queria ouvir dela.

 

Eu trabalho para CIA Reade, para a CIA! — Respondeu ela irritada.

 

— Keaton não afirmou isso, ele disse que estavam todos na agência te procurando, eles te querem viva ou morta. — Reade tentou resumir, vendo Tasha ficar ainda mais aflita. — Ele disse que você traiu todos eles.  Quem está mentindo Tasha?

 

Claro que eu trabalho para a CIA, e tenho como provar? 


— Eles estão caçando você como caçam bruxas. Tasha você precisa ser sincera comigo. — Pediu ele.

 

— Eu estou com eles. Como você pôde duvidar de mim dessa forma? — Tasha ficou triste por isso.

 

Você não me deu outras opções, não atendia minhas ligações. Se lembra o que me disse quando eu te liguei para perguntar sobre a advogada?

 

— Eu estava querendo manter você longe, pensei que dessa forma eu conseguiria manter o meu disfarce, pelo visto isso te incentivou ainda mais não foi?

 

Tasha eu quero te ajudar. — Avisou Reade.

 

— Quer me ajudar? — Ela perguntou gesticulando. — Vá embora daqui! Não pode ficar aqui comigo! — Falar aquilo estava sendo difícil.

 

Eu não vou sem você! Só volto para NY se você vier comigo. — Reade deu seu ultimato.


Aqui não é seguro! — Alertou Tasha.

 

Então morreremos nós dois aqui.

 

Tasha o olhou incrédula, jamais imaginou ouvir aquilo dele, ficar ali era muito arriscado. Ela pegou o casaco e fez sinal para que ele a acompanhasse, foi até a parte inferior da casa que passava por reformas, de lá ela conseguia entrar e sair da casa sem ser vista, era assim que por muitas noites ela saia quando não conseguia dormir e a casa parecia sufoca-la.

 

Onde vamos? — Perguntou Reade.

 

— Esse caminho vai dá até a parte de trás da igreja, eu fiz isso varias noites quando eu não conseguia dormir. Caminhar sempre me acalma. —  Ela forçou o riso. — Não é sempre que eu posso beber.

 

Porque não pediu ajuda? Porque não ligou?

Não posso confiar em ninguém Reade, se Keaton falou isso eu estou sozinha, e você pode se prejudicar.

 

—  Você não está sozinha...

 

Eu não tenho ninguém Reade. — Ela parou para encara-lo, aquelas palavras partiam o coração dele. — E não mereço que ninguém me ajude. Eu fiz coisas terríveis.


— Você tem a mim, e a todo o time. Nós vamos superar tudo o que aconteceu.

 

Eu não posso arriscar a vida de ninguém. — Disse Tasha secando algumas lágrimas.

 

—  Não arrisque, só confie em mim. — Ele falou por fim, estendendo a mão para ela como forma de apoio puxando-a em direção aos seus braços. — Eu não vou deixar nada acontecer.

 

Tasha que tinha os olhos cheios de lágrimas deixou que ele a consolasse, e por fim Reade pôde abraçá-la, sentir o cheiro dos cabelos dela, e o calor dos braços dela. Aquele abraço era tudo o que ela precisava, melhor, era o que ela mais desejou nesses últimos oito meses. Eles não sabem quanto tempo ficaram ali parados, em pé, sentido o calor um do outro, ela ouviu as batidas do coração dele, o mesmo som que ela ouviu da última vez em que estiveram juntos.

 

Sentaram-se nos degraus da igreja, de lá poderiam ver as estrelas que enfeitavam o céu naquela noite, ela contou sobre o que aconteceu com Blake e como conheceu Madeline, sobre os planos da megera e seus aliados, Reade ouvia tudo com atenção, sem soltar a mão dela.

 

Tasha me deixa te levar embora daqui?

 

Como vamos fazer isso sem chamar a atenção de ninguém Reade? — Ela perguntou preocupada.

 

Eu estou num jato particular, nós voltamos para NY e lá você fica em algum local até provarmos sua inocência. Eu sempre vou está com você. — Disse ele tirando uma mecha de cabelo do rosto dela.

 

Reade... — Ela respirou fundo. —  Eu não sei como agradecer.


Não precisa! Amanhã, a essa mesma hora, nos encontramos aqui. Vou está te esperando atrás dessa igreja e nós vamos embora. — Explicou ele.

— Tudo bem, vamos fazer isso dá certo. — Ela por fim concordou.


Se despediram com uma certa dificuldade, dessa vez Reade não queria soltá-la, o abraço foi mais demorado e Tasha se deixou levar pela sensação de proteção que ele transmitia. A conexão entre eles ainda exista, esteve ali o tempo todo, era algo muito forte para ser rompido assim tão fácil.

Não é preciso dizer que nenhum dois conseguiu pregar os olhos, Tasha estava preocupada com o que iria enfrentar nesse dia. Reade estava ansioso de mais, ele só queria sair dali com ela, só ficaria tudo bem quando ela estivesse segura de preferência perto dele


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