The Worst Date Ever escrita por Little Alice


Capítulo 1
Parte I: Presente


Notas iniciais do capítulo

SENTA QUE LÁ VEM TEXTÃO (porque sou geminiana e não consigo me controlar).

Oi, gente. Como vocês estão?

Antes de tudo, eu queria agradecer a Ariele pelo convite. Participar do Junho Scorose está sendo uma experiência incrível, tanto como leitora quanto como ficwriter. Tem sido uma coisa boa no meio desses tempos difíceis que estamos vivendo. Eu não escrevia sobre Scorose desde 2016 (por conta de um trauma chamado Cursed Child, que vocês devem conhecer muito bem), e o projeto meio que me ajudou a superar esse bloqueio. Sobre a história: minha intenção era criar algo leve e divertido, sobre uma noite meio louca entre os dois, mas à medida que eu fui escrevendo, as coisas tomaram outros rumos, um pouquinho mais dramáticos, e acabou se tornando algo meio “vamos relembrar o passado e conversar sobre o futuro”. Também era para ser uma one-shot, mas ficou muito longa e dividi em três capítulos (para ficar um pouco mais leve para quem for ler). Nem tudo acontece como a gente espera, né? De antemão, eu já peço desculpas porque ficou muito, muito, muito meloso mesmo rs. Bom, por enquanto é só. Eu espero que gostem ao menos um pouquinho.


Este capítulo é inspirado na música “Friday I'm in Love”, do The Cure. Se quiserem, vocês podem ouvir pelo link:
https://www.youtube.com/watch?v=mGgMZpGYiy8



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I don't care if Monday's blue

Tuesday's grey and Wednesday too
Thursday, I don't care about you
It's Friday, I'm in love

Dressed up to the eyes
It's a wonderful surprise
To see your shoes and your spirits rise
Throw out your frown
And just smile at the sound
(Friday I’m In Love – The Cure)

 

Ensaiando alguns passos solitários de dança, fechei o diário escolar que estava sobre a escrivaninha, abarrotada de livros, pergaminhos e outras tarefas que ainda precisava corrigir, peguei minha caneca de café fumegante e caminhei em direção à varanda do nosso pequeno apartamento em Hogsmeade. Naquele pedaço afastado de mundo, o céu noturno era uma tela bordada de estrelas infinitas. Pequenas estrelas, brancas e cintilantes. Anos atrás, em meio a risos fáceis e beijos roubados, Scorpius havia me ensinado o nome de cada constelação que era possível identificar daquele ponto específico da Terra. E eu nunca me esquecera.

Assim, por um tempo que me pareceu imensurável, apenas me diverti observando-as, enquanto desfrutava do som alegre e vibrante que vinha do toca-discos e da brisa morna que bagunçava os meus cachos e que se misturava ao perfume das rosas silvestres que havíamos plantado, com muito custo, em vasinhos improvisados na última primavera. Entretanto, alguma coisa dentro de mim, uma espécie de inquietação interna, me dizia que aquilo não era suficiente. Não para aquela noite. 

Eu me virei, apoiando as costas no parapeito da varanda, e estudei Scorpius. Deitado sobre a cama já desfeita, ele lia um livro policial bruxo de capa amarela. De vez em quando, parava para acariciar, com a ponta dos dedos, o pelo macio e ruivo de Merlin, que ronronava em aprovação. Sua respiração era regular e seu semblante, calmo. Ele mordia o lábio inferior, uma idiossincrasia que completava aquela pintura impressionista e bastante familiar. A verdade é que eu adorava observar Scorpius. Adorava analisar cada movimento seu. Cada detalhe único e apaixonante.

Havia uma ruga de concentração em sua testa, mas ele não pareceu se incomodar quando me aproximei, estalando os dedos e cantarolando em voz baixa. Era noite de sexta-feira, no fim das contas. Uma noite quente e clara de sexta-feira, e parecia um erro inadmissível não aproveitá-la de maneira apropriada. Eu queria dançar com Scorpius. Queria rir com ele. E queria beijá-lo até não ser mais possível. Até tudo se incendiar. O que eu desejava — e precisava — era acalmar o meu coração com um pouco de diversão insensata.

De fato, quando éramos mais jovens e mais inconsequentes, Scorpius e eu não costumávamos passar noites tão bonitas como esta em casa. Sempre nos pareceu um desperdício de beleza e de vida. Naquele tempo, costumávamos andar de mãos dadas, de pub em pub, provando cervejas artesanais e comendo amendoins japoneses. Depois, ligeiramente bêbados, dançávamos com alma, coração e sorrisos despreocupados, até os nossos pés doerem. Às margens do Tâmisa, assistíamos ao nascer do sol, que transformava o azul anil do céu em um cinza-pálido, com matizes de rosa e laranja. Por mais que amasse o que tínhamos agora, nesse exato e precioso instante de tempo, eu sentia saudades daquela época. Daquele período de juventude pura e simples. Havia algo de hedonista naquilo, é claro, mas também havia algo de mágico, de especial. Éramos nós dois contra o mundo. 

De certa forma, ainda éramos. 

Deixando o café em uma mesinha próxima, me joguei sobre a cama e o encarei novamente. Scorpius parecia imperturbável. A sua aparência, bastante alinhada, contrastava perfeitamente à minha habitual confusão. Para ser honesta, nunca achei que daríamos certo. Havia tantas diferenças: os nossos sobrenomes, as nossas casas em Hogwarts, as nossas personalidades destoantes. Ele, sempre tão introvertido e metódico. Eu, sempre tão comunicativa e caótica. Nós éramos duas linhas paralelas, destinadas a jamais se cruzarem. O herdeiro de um império decadente e a herdeira dos heróis de guerra. Em algum ponto de nossas vidas, contudo, nós nos encontramos. Nos encontramos no infinito. E a partir daquele momento improvável, Scorpius se tornara a pessoa mais importante do meu universo.

Eu peguei Merlin no colo e analisei cada minúcia do nosso apartamento de um único cômodo. Sala, cozinha e quarto integrados. Era pequeno, mas sempre foi o suficiente para nós dois. Ou para nós três, se considerássemos o nosso gato idoso. Os móveis eram antigos, de segunda mão, e as paredes de tijolinhos estavam apinhadas por prateleiras de livros. Havia retratos nossos — momentos que Scorpius capturou com sua câmera analógica — por toda parte. Eu observava o nosso apartamento como que pela última vez. Como se assistisse a algo morrer. Porque não saberia dizer por quanto tempo aquilo duraria.

Outra vez o nosso mundo começava a se deslocar, mudando o eixo de tudo aquilo que conhecíamos. Mudanças eram sempre um pouco agridoces. Podiam trazer em si mesmas um sabor incrível, porém nunca deixariam de ter aquele gosto residual amargo, que nos lembrava do fim emitente. Fechei os olhos e respirei fundo, tentando ignorar aqueles pensamentos incômodos. Era noite de sexta-feira. Sexta-feira. Nós ainda éramos Rose e Scorpius. Scorpius e Rose. E eu tinha um plano. 

Com um suspiro vergonhosamente teatral, tentei chamar a atenção de Scorpius, mas ele preferiu me ignorar. Suspirei com um pouco mais de força, dessa vez apenas para testá-lo. Nada. Pigarreei uma, duas, três vezes. Nada. Scorpius estava fazendo de propósito. Eu segurei o riso. Ele iria se arrepender daquilo.

— O marido é o assassino — soltei em tom de provocação, cutucando-o com o pé. 

— Não tem marido algum. É um romance policial lésbico — respondeu. Scorpius sequer tirou os olhos do livro. 

— Merda!

Ele riu, baixinho. Embora fingisse indiferença, parecia vitorioso e contente consigo mesmo. Mas aquilo não iria durar. Decidi apostar em uma nova abordagem: 

— Estou entediada. 

Eu sabia que Scorpius não me ignoraria dessa vez. Aquelas eram as palavras mágicas, afinal. Um dos códigos de emergência do nosso Guia Prático de Convivência. Provavelmente, um dos mais importantes. Scorpius e eu éramos um casal essencialmente previsível em nossa rotina e, quando começamos a morar juntos, há cerca de cinco anos, achamos que seria útil e espirituoso criar um dicionário de expressões que indicassem o que estávamos sentindo ou precisando. Passamos uma noite em claro, deitados no chão frio do nosso então recente apartamento, discutindo o que deveríamos acrescentar ou não e, no fim, chegamos a um resultado bastante satisfatório.

Aquelas palavras, em específico, significavam que queríamos atenção e que o outro precisaria se esforçar. Quando Scorpius dizia aquilo, o eu enchia de cócegas e beijos. Logicamente, ele as usava o tempo todo comigo. Mas quando eu dizia que estava entediada, Scorpius precisava revirar o armário onde guardávamos os nossos jogos de tabuleiro e abrir pacotes de sapos de chocolates, feijõezinhos de todos os sabores e delícias gasosas. Outras vezes, precisava fazer pipocas com bastante manteiga, escolher algum filme que eu fosse gostar de assistir novamente e se aconchegar ao meu lado debaixo de um edredom.

Naquele dia, porém, eu tinha uma ideia um pouco diferente em mente. 

— Ok! — Scorpius colocou o livro sobre sua mesa de cabeceira, retirou os óculos que usava para leitura e que eu achava absolutamente sexy e me fitou, atento. — O que quer jogar? Snap Explosivo? Banco Imobiliário? — Sua voz, normalmente calma, foi adquirindo uma nuance mais animada, quase juvenil. Scorpius gostava das nossas noites de jogos. Ou melhor, o seu lado competitivo gostava. Aquele pensamento me divertiu. Nem tudo entre nós era tão oposto. Esfregando as mãos, ele continuou: — Talvez não seja muito divertido para você, Rosie. Sinto que hoje posso ganhar. 

— Eu adoraria ver você tentar — ri —, mas estava pensando em sairmos para comer alguma coisa, na verdade. 

Scorpius fez uma careta e coçou a cabeça. 

— No Três Vassouras? — Ele parecia um tanto relutante com a ideia de sair, mas o Três Vassouras era perto o suficiente para que pudéssemos ir a pé. Deixando Merlin sobre a cama, me aproximei um pouco mais de Scorpius e apoiei a cabeça sobre uma das mãos.

— Você lembra o nome daquele lugar onde me levou no nosso primeiro encontro?

— Magnólia’s. 

— Você lembra — sorri. Parecia bobagem, mas ficava feliz por Scorpius se recordar de algo que acontecera há quase dez anos. Tudo podia mudar, mas não aquilo. Não nossas memórias. 

— Eu nunca vou esquecer, Rosie.

— Nem eu... Foi a pior pizza que já comi, antecedida somente pelo pior filme que já assisti. Centopeia Humana. Com certeza, o filme deu um gostinho a mais à pizza. Foi o meu primeiro e, graças a Merlin, o meu último contato com cinema gore. Os trouxas às vezes tem gostos muito peculiares — comentei e esperei por alguma reação de Scorpius, algum gracejo ou alguma careta. Qualquer indício de que ele ainda estava me ouvindo.

Contudo, Scorpius permaneceu calado. Ele parecia tenso e meio chateado. Eu sabia bem o motivo, embora desejasse que aquilo não continuasse sendo um motivo. Desde sempre, evitávamos conversar sobre o nosso primeiro encontro porque era um assunto delicado para Scorpius — e Scorpius nunca foi muito bom em rir de si mesmo. Ele passara três anos inteiros criando coragem para me convidar e, quando finalmente conseguiu, estragara tudo. É claro que eu não via as coisas por aquele prisma. Por pior e mais desastroso que tivesse sido, aquele primeiro encontrou marcou positivamente nossas vidas. Eu o reviveria quantas vezes fossem necessárias se isso significasse que teria Scorpius ao meu lado, disputando partidas de Bexigas e enfrentando dragões existenciais. Naquele dia, eu encontrei um parceiro. Meu parceiro. Meu marido e melhor amigo do mundo. Queria que Scorpius pudesse ver isso. Que pudesse ressignificá-lo. 

— Deveríamos ir até lá — falei. — Ao Magnólia’s. 

— Como é? 

— Por que não? — desafiei. — Seria como voltar no tempo. 

— Foi horrível, Rosie. Por que repetiríamos algo que foi horrível?

— Você está sendo orgulhoso — respondi, com carinho. Eu me aninhei em Scorpius, apoiando a cabeça em seu ombro. Sua barba por fazer fazia cócegas na minha testa e estávamos tão próximo que eu podia sentir o seu perfume, uma mistura suave e tranquilizante de chá de hortelã, sabonete e sândalos. — Pode não ter sido o melhor encontro do mundo, mas foi o nosso primeiro encontro. Aquele foi o primeiro dia do resto de nossas vidas.

— Eu nunca entendi porque me convidou para um segundo encontro — desabafou. — Depois daquele dia, achei que não teria outra chance. 

— Porque você foi o primeiro garoto que se importou comigo. Você sabia que eu era meio-sangue, que Estudos dos Trouxas era minha matéria predileta em Hogwarts, e mesmo sem saber muito sobre esse mundo, planejou um encontro que eu poderia amar. E eu amei, Scorpius. Amei o quanto você era atencioso e gentil. E o quanto estava se esforçando para me enxergar, me enxergar de verdade, como ninguém nunca o fez. Não há um único dia em que me arrependa disso… Bom, exceto quando você briga comigo por deixar as toalhas em cima da cama… Ou quando tenta arrumar as minhas coisas... 

Pouco a pouco, senti o corpo de Scorpius relaxar sob o meu. Havia, agora, um meio sorriso adorável em seus lábios. Passei uma das mãos pelos cabelos dele, sentindo a sua textura sedosa. Sua pele alva contrastava contra a minha, muito mais escura. 

— Vamos ao Magnólia’s — insisti um pouco mais. — Afinal, é sexta-feira e nós estamos entendiados, mas perdidamente apaixonados um pelo outro, não?

— Eu pensei que já houvéssemos superado a paixão desenfreada e estivéssemos em uma fase mais madura do nosso relacionamento — brincou. — Cinco anos de casamento fazem isso com as pessoas. 

— Às vezes a paixão reacende. 

É mesmo? — Devagar, Scorpius girou o corpo na minha direção e me prendeu contra ele. Nossos narizes praticamente se tocavam e sua respiração quente e acelerada era quase como uma carícia insuportável. — Conheço outros métodos de reacender a paixão. 

— Podemos incluí-los mais tarde — ri. 

— Droga, Rosie! — Scorpius gemeu, se afastando de mim. — Por que quer tanto ir ao Magnólia’s? Você não tem provas para corrigir? 

— Provas não. Trabalhos. Prova é um método avaliativo ineficaz. Além disso, posso corrigi-los amanhã. Estou disposta a sacrificar meu sábado por isso. 

— Que bela professora você é — caçoou. 

— Eu sou muito querida pelos meus alunos em Hogwarts — retruquei, com ares de superioridade. — Não tanto pelos professores, admito. Eles não aprovam muito minha metodologia. É difícil promover a transformação social em tempos como os nossos. 

— Ainda acho uma má ideia — suspirou. — Não entendo porque de repente isso se tornou importante para você. 

Eu fitei o teto, cheio de fissuras e lascas de gesso, e dei de ombros. Não sabia dizer o porquê era tão importante. Parando para refletir, não era apenas por Scorpius. Existia uma razão mais egoísta. Eu apenas tinha essa sensação, bem no topo do estômago, de que precisava reencontrar aquela Rose. Aquela Rose de dezoito anos, perdida e assustada, mas ao mesmo tempo corajosa e forte, que assistia, de queixo erguido, a sua vida ruir em razão das próprias escolhas, escolhas que eventualmente me trouxeram até aqui, em um lugar ao qual apreciava. Eu queria reencontrar aquela Rose dentro de mim e desejava segurar a mão de Scorpius enquanto o fazia. Eu queria encontrar mais coragem e menos medo.

— Só acho que poderia ser divertido recriar o nosso primeiro encontro... uma parte dele, ao menos. 

— Tem certeza que é por isso? Por diversão? — Scorpius me sondou, seus olhos acinzentados me mirando. Ele me conhecia bem o suficiente para saber que havia algo errado. Algo a mais. — Você parece estranha desde que voltamos do hospital hoje à tarde. Da última vez, você não ficou assim. Ficou animada. 

— Eu estou bem, Scorpius — disse, um tanto ríspida demais. 

— Ok, não vou insistir — ele enrolou a ponta do meu cabelo castanho com os dedos e beijou as costas da minha mão. — Você vai me dizer quando for a hora. 

Eu sorri, agradecida, e beijei sua mão em resposta.

— De toda maneira, eu quero mesmo provar a pizza do Magnólia’s… ver se continua tão ruim quanto antes ou se foi apenas um efeito da Centopeia Humana. E, bom, você sabe o que dizem sobre mulheres grávidas e desejos não-realizados... Não queremos que o nosso filho nasça com cara de pizza.

— Está bem! — Scorpius finalmente concordou, jogando as mãos para o alto. Ele se levantou, de súbito, e calçou os sapatos que estavam debaixo da cama. Voltando-se para mim, perguntou: — Você vai usar esse argumento pelos próximos nove meses, não vai?

Eu apenas assenti com a cabeça, rindo. Era bem provável que usasse.

— Certo, eu posso lidar com isso. Mas se vamos mesmo recriar o nosso primeiro encontro desastroso, então devemos fazer da maneira correta. 

— Como assim, da maneira correta? — quis saber, me divertindo com o recém-entusiasmo de Scorpius. Era sempre assim. Por ser uma pessoa mais quieta e séria, Scorpius costumava relutar às minhas ideias de diversão. Mas não demorava e logo começava a se empolgar verdadeiramente. Ele então se tornava a pessoa mais brilhante e cheia de vida que eu conhecia.

— Temos que começar pelo princípio — explicou, passando o moletom pela cabeça. — Primeiro, o cinema. Depois, a pizza.

— Você quer ir àquele cinema? — perguntei, um pouco surpresa. 

Ele respondeu com um aceno e um sorriso brincalhão entre os lábios. Enquanto Scorpius abria o guarda-roupa e pegava sua câmera fotográfica, uma das minhas músicas favoritas de todos os tempos começou a tocar. Scorpius pareceu notar também e se aproximou de mim a passos lentos. Um sentimento inesperado, mas completamente natural, de querer dançar irradiou por todo o meu corpo. Eu tinha a sensação de que a nossa noite de sexta-feira seria apaixonadamente incrível. Não importava se segunda ou terça fossem cinzentas, como muitas vezes o eram, eu me lembraria desse dia como um sol vermelho e fulminante. 

Scorpius me puxou pela mão e me ergueu. Ele sorria de um jeito estonteante, um daqueles sorrisos que transbordam para os olhos. Existia um brilho discreto, mas intenso e travesso, em seu olhar. Um brilho que eu conhecia muito bem e que amava com todo meu coração. Com um movimento leve e descontraído, Scorpius me fez rodopiar uma vez. E então, uma segunda. Uma terceira. Uma quarta. Paramos somente quando o último acorde soou. Nos encaramos por alguns instantes, em pleno silêncio. Queria gravar aquela imagem. Como Scorpius se parecia aos vinte e sete anos. O rosto corado, as ruginhas ao redor dos olhos, os cabelos loiros levemente bagunçados pelo esforço, o sorriso fresco e leve. Eu queria poder tatuar na minha pele o calor que o seu corpo emanava. 

— Se vamos fazer isso — repetiu Scorpius com um sussurro —, faremos como se deve.


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Notas finais do capítulo

E, então, o que acharam? Me digam nos comentários. E se encontrarem qualquer erro, podem me dizer. Eu revisei todos os capítulos pelo menos umas duas vezes, mas tem coisas que passam despercebidas.

Beijos :*



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